capítulo 7
Capítulo 7
Charlie Carter
Por mais que quisesse tanto abraçar o Renato e falar tudo que tinha acontecido nos últimos dias, não podia, ele era um garoto muito perfeito para envolvê-lo em um mundo destruído como ficou o meu depois daquele maldito dia, depois de todo o acontecido só conseguia pensar em "Mais um dia infeliz" todas as vezes que acordava, cheguei em casa colocando logo a mochila no sofá, então vi meu pai sentado lá, ele parecia esperar por mim, mas, não conseguir nem olhar direito para ele, por fim subi logo as escadas, precisava sair dali o mais rápido possível, só pensava o quão idiota ele foi e tem sido.
—Charlie desça aqui! — Ouvi sua voz grosseira assim que cheguei em frente a porta do meu quarto e então parei, na verdade paralisei, me sentia fria e distante com relação ao meu pai e essa era a minha pior versão para alguém, meu corpo gelou, minhas pernas tremiam, meu coração acelerou.—Desci aqui por favor filha! — Ele falou com a voz doce, respirei fundo e desci as escadas, Estava perto do corrimão e um pouco assustada. —Eu não vou te machucar, eu prometo! — Meu pai falou se aproximando um pouco de mim.
—O que você quer? — Perguntei desviando o olhar, com a voz baixa e me afastando aos poucos.
—Me desculpe! — Sua voz estava trêmula e dos seus olhos lágrimas começaram a escorrer, me afastei mais subindo dois degraus e então tirei o casaco.
—Acha que isso se resolve com desculpas papai? — Pergunto enquanto deixo ele vê todos os machucados, meus olhos estavam cheios de lágrimas, mas meu coração doía demais.
— Filha me perdoe, eu não sabia o que estava fazendo, eu estava bêbado! — Vejo ele se ajoelhar enquanto sua voz trêmula me indicava o quão arrependido ele estava, mas isso não me deixava bem com ele.
—Pai você faz isso comigo e com minha mãe só porque estava bêbado? Sabe que até agora eu me perguntei qual foi o motivo que fez você fazer isso? você pai quasi nos matou e agora vem com essa de pedir desculpa achando que vou simplesmente esquecer tudo e fingir que nada aconteceu? Realmente acha isso Pai? — Mesmo vendo seu rosto molhado por lágrimas não conseguia deixar meu coração perdoar, ele se aproximou de mim outra vez e então me afastei mais ainda.
— Filha eu não queria! Eu.... —Nesse momento o interrompi.
—Mas fez, Pai! As palavras que não te falei estão em meus olhos, olhe em meus olhos! — Falava firme, precisava que ele percebesse que não conseguia perdoa-ló. —O que você vê em meus olhos? Quando me olho no espelho vejo decepção, vejo desgosto, vejo tudo porém tudo de triste que já pude sentir! — Falava enquanto sentia meu rosto ficar quente, sentia meu corpo por inteiro doer e todo meu ser lutava para não deixar se quer uma lágrima rola em meu rosto.
—Me perdoe minha filha, me perdoe, por favor!—Ele tocou em meu rosto e então me afastei por medo, ainda estava com medo do cara que deveria ser meu herói. — Eu prometo que não vou te machucar, nunca mais minha filha, mas me perdoa por favor! — Seu choro parecia verdadeiro, mas não me sentia pronta para perdoa-lo.
—Você não machucou só o meu corpo papai, você machucou mais ainda foi o meu coração, agora me deixa ir, você não sabe o que quer e nem sabe quem amar. —Falei isso com a voz trêmula talvez a tentativa de não chorar fosse falha, subi rapidamente as escadas entrei em meu quarto e bati a porta.
Os olhos sempre dizem a verdade, o coração senti de verdade, meu ser sentia tristeza e dor de verdade, assim que bati a porta tranquei com chave, tirei toda minha roupa e coloquei um short curto de pano e uma blusinha soltinha, sentei em frente ao espelho da cômoda.
Vi com muita dor em meu coração as marcas, as manchas, Não sabia descrever o que estava sentindo mas era uma angústia muito grande, você já se sentiu tão magoado, tão machucado ao ponto de não conseguir chorar? Era isso que eu estava sentindo, As vezes você se machuca tanto que deseja não ter coração, naquele momento eu desejava não ter coração, desejava não ter batimentos, desejava não está ali.
— Talvez, só talvez eu não chore, más dói e dói muito, talvez não diga, mas sinto, sinto de verdade, talvez não mostre, mas me importo. —Não parava de repetir isso em minha cabeça, não conseguia saber o que estava sentindo, então decidir ir deita e com alguns minutos dormir.
####SONHO####
Sempre vai haver coisas que vão acontecer em nossas vidas que irão nos fazer perguntarmos a nós mesmos "o porque de tudo isso" meu sonho sempre foi encontrar o amor verdadeiro, estava dançando uma valsa sorridente, estava feliz e apaixonada, não conseguia vê o rosto dele, mas ele me fazia muito bem, sentia uma paz enorme em meu ser, mas aos poucos tudo foi se apagando, tudo aquilo que eu via ia ficando turvo, comecei a sentir desespero, sentia vontade de gritar, tudo estava desaparecendo muito rápido, me sentia sufocada e então comecei a correr segurando aquele enorme vestido azul, corria muito rápido, então avistei uma porta e fui até ela, estava vendo que a porta estava encostada, em passos silenciosos caminhei e quando olhei pela brecha da porta vi meu pai segurando o cabelo de minha mãe e dando socos em seu rosto, me sentia assustada, logo o desespero começou a tomar conta de mim, não podia acreditar no que estava vendo, minhas mãos estavam trêmulas e todo meu corpo suando frio, sentia uma dor enorme no peito.
—Paraaaa, paraaaaa por favor... — Minha mãe gritava chorando desesperada,Seu rosto estava repleto de sangue e a mão do papai estava coberta de sangue também, o sangue de minha mãe.
Entrei no quarto de vez...
—Papai para com isso!—Quando falei isso ele parou de bater na mamãe e virou para mim, em seus olhos podia vê a fúria e o ódio.
—Vá embora filha! —A mamãe gritou desesperada.
—Não mamãe, não vou deixá-la! — Falei com a voz trêmula, já não suportava mais sentir tudo aquilo.
Ele largou o cabelo de minha mãe e virou para mim.
—Corra Charlie....! — Mamãe gritou para que eu saísse dali, então comecei a correr, minhas mãos estavam muito molhadas, mesmo assim segurava meu vestido e saia correndo dali.
Meu peito doía demais parecia que estava sendo rasgado, a roda do vestido era muito grande, logo percebo que a casa estava mudando de forma, conforme eu corria tudo mudava, já não era mais a nossa casa, não tinha mais escadas, era apenas uma enorme escuridão, então corria sem parar, me sentia perdida, me sentia realmente muito despedaçada, estava sem saber o que fazer, o que conseguia era correr, logo vi uma porta enorme branca em minha frente, quando peguei no trinque da porta vi que ela estava fechada de chave e a chave não estava lá.
—Não! De novo não! — Gritava desesperada batendo repetitivamente naquela porta, sentia minhas mãos arderem e quando olhei para elas vi que estavam sangrando. — Renatooooo! Por favooooor! Me salva! — Gritava sentindo uma dor no peito que me sufocava, logo comecei a sentir o ar pesado.
Quando me virei outra vez vi meu pai olhando para mim, ele pegou em meus cabelos e puxou, cair no chão,ele pegou um sinto que estava em sua cintura e começou a me bater.
—De novo não.... Me ajuda por favor! — Suplicava por ajuda mas era apenas nós dois e uma escuridão intensa.
Meu Pai não falava nada, olhava para a escuridão mas era difícil saber o que fazer, meu corpo estava cortado da fivela do cinto, então tentei correr mais uma vez, porém estava muito escuro,confuso, sentia que estava muito fraca por que perdi muito sangue, sentia meu corpo enfraquecer cada vez mais, era como se meu sangue estivesse saindo totalmente do meu corpo, como se minhas veias fossem parando de pulsar, então ele alcançou meu cabelo, me derrubou outra vez, bati a cabeça no chão e fiquei sem sentir meu corpo só vendo ele me bater.
—Renato.... Eu preciso de você... — Sussurrei com a voz baixa e fraca.
Logo senti meus olhos fechando de pouco á pouco, parecia que meu corpo se entregava a morte, em minhas veias já não havia sangue, meu corpo estava ficando roxo, estava ficando totalmente sem ar até que vi quando alguém jogou um vaso na cabeça do meu pai e então ele caiu do meu lado, via meu corpo roxo e meu último suspiro foi dado enquanto ainda meus olhos estavam abertos.
#######################
Acordei sem ar, estava desesperada, gritava feito louca e me debatia na cama, senti algo me abraçar e assim me acalmar, era como se me trouxesse a paz que precisava sentir, aquele abraço me trazia calma e de algum jeito me fazia se sentir segura, aos poucos meu corpo foi parando de tremer, meu ar foi voltando ao normal.
—Você? Mas como? —Perguntei assim que abrir os olhos e o Vi ali me abraçando.
—Xiii, eu estou aqui Charlie pode dormir, eu estou aqui! —Renato me falava com um tom de calma na voz, ele me abraçava forte fazendo com que me acalmasse e dormisse outra vez.
😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍 o que estão achando? O que acharam do Renato ao lado dela? Me contém tudo em!
😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍😍
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top