Capítulo 5
Renato Smith

O quão é difícil controlar impulsos? Não conseguia saber como controlar a vontade de está perto da garota Charlie, Estava sentado no sofá tomando sangue de um animal que cassei mais cedo, por mais que quisesse sentir o gosto daquele sangue tão atrativo me sentia recuado, não queria fazer mau a ela, queria apenas me afastar porém não conseguia, queria apenas esquecer mas algo doeu em mim, realmente a lembrança do sorriso da Charlie estava forte como se quisesse me avisar algo, era como se ela quisesse me avisar que precisava de mim mais uma vez, sentia uma forte sensação que me dizia que precisava vê ela de qualquer jeito, a dor e a lembrança foi tão forte que paralizei e derrubei a tarça no chão a qual quebrou-se por inteiro, o sangue se espalhou por todo aquele lindo tapete branco, quando olhei senti uma sensação de dor e tristeza tão forte que fiquei tonto por uns segundos.

— O que houve Renato? — Minha irmã correu ao meu encontro me perguntando parecia preocupada.

—Tem algo acontecendo com a Charlie não tem? — Assim que perguntei ela ficou calada, me sentia nervoso, sentia algo me acelerar por dentro, levantei do sofá e há levantei junto, não sabia direito o que estava fazendo só sentia uma dor enorme no peito, era como se a Charlie estivesse pedindo por minha presença. — Ela está em perigo? — Levantei ela e há balancei enquanto perguntava mais uma vez. —Vamos! Me fala! tem algo acontecendo com a Charlie não tem? — Ela afirmou balançando a cabeça, há coloquei no chão, estava muito nervoso sem saber o que fazer. —Onde posso encontra-lá? — Perguntei sentindo minhas mãos tremer.

—Você não pode mudar o futuro Renato. — Juliana fala com o rosto sério, ela estava preocupada.

—Meu futuro quem faz sou eu, então me fala ou irei procurar sozinho. — Falei me aproximando mais dela olhando fixo em seus olhos os quais demonstravam tristeza.

—Renato você não pode proteger ela a todo momento, esse é o presente dela, se você mudar isso vai mudar o futuro. — Assim que Juliana falou essas coisas me afastei dela.

Precisava encontrar a Charlie de qualquer jeito, precisava saber se ela estava bem, então tentei passar pela porta, não conseguia ficar ali de braços cruzados enquanto sentia que ela estava em perigo, estava inconformado com aquele pressentimento que estava sentindo, não conseguia me sentir em paz com tudo aquilo que estava sentindo, porém meu pai me impediu, então voltei para o sofá, sentei com a cabeça entre os braço e chorei, não sabia o que fazer, apenas queria proteger uma garota humana.

Charlie Carter

Não sabia o que estava acontecendo comigo, estava no escuro, um escuro terrivelmente assustador, mas, em meio aquele vazio enorme gritava por ele, em meu subconsciente sentia que precisava do Renato mais que nunca, era incrível como eu sabia que estava desmaiada e mesmo assim ainda continuava presa em meu subconsciente, gritava por ele sem parar, chamava seu nome e implorava para que mais uma vez me salvasse, queria que pelo menos mais uma vez vê seus olhos, mas quando acordei estava em minha cama, sentia meu corpo todo doer, minha cabeça parecia que ia explodir, tinha remédio por todo o meu corpo e ataduras também, em pouco instantes ouço passos na escada, passos suaves me indicavam que era a minha mãe, sentia tanta dor no corpo, mas, ao vê como a mamãe estava com o rosto muito inchado, me sentir mau, lembrei que não conseguir salvá-la, ela estava com um dos seus olhos roxo e fechado, aquilo tudo era horrível.

A mamãe abriu a porta devagar e andou em passos leves até minha cama, ela estava realmente destruída e não falo apenas por fora e sim por dentro também, sentia o quão triste ela estava e então percebi que ela estava mancando, a mamãe sentou ao meu lado e fez carinho em meu rosto e então vi uma lágrima rolar em seu rosto, seus olhos não brilhavam como antes, seus olhos apresentavam tristeza e dor.

Estava fingindo dormir, eu não queria conversar sobre isso, não ali, não naquele momento, não estava pronta para fingir está bem com isso tudo, ela colocou pomada em meu rosto e saiu, queria fingir que tudo isso não faz diferença, mas na verdade, isso tudo acabava comigo.

Será que dessa vez o Renato não quis aparecer? Será que ele ser meu anjo não passava de uma tremenda imaginação forte? Levantei devagar porque meu corpo estava doendo e fui até o espelho da cômoda, precisava vê como eu estava, me sentia tão ruim, ali olhando meu reflexo as lágrimas começaram a molhar meu rosto, eu odiava a forma como eu permitia que tudo aquilo me afetasse além do que era para ser, naquele momento precisava ser forte pela mamãe mas não conseguia, só conseguia chorar e chorar, meu rosto estava inchado e roxo.

O problema era que a dor maior não era a dor dos machucados e nem a dor de vê meu rosto inchado assim, a dor maior era em saber que foi o meu pai que fez aquilo e só porque estava bêbado, talvez fosse por apenas está bebado, não sabia se esse era mesmo o motivo, só sabia que tudo aquilo estava doendo muito, doía demais.

—Não posso ir para o colégio assim! — Falei ao olhar novamente meu resfolego no espelho e então comecei a passar a mão em meu rosto, sentia tudo dentro de mim desabar, sentia muita tristeza naquele momento.

                            Renato Smith

As vezes ser o monstro é sufocante, eu queria ser apenas um garoto bobo do colégio, um garoto mortal, um garoto que reclama do ovo frito ou até da música alguém alguém coloca para ouvir, queria ser um garoto idiota que corre atrás da sua namorada em meio a uma discussão sem noção, mas em vez disso, eu era um monstro, estava sentado em um dos galhos de uma árvore olhando para a lua, a lua era linda, mas não tão linda quando os olhos da Charlie, me peguei pensando se ia ou não atrás dela, queria saber se ela estava realmente bem, precisava saber a qualquer custo, não queria saber qual seria a consequência.

O pior era sentir tudo isso, ficar tão confuso ao ponto de quase enlouquecer e saber que não podia ir atrás dela, já havia se passado uma semana e ela não apareceu no colégio, era assustador isso tudo, já não sabia o que pensar, isso era preocupante só sei que sinto uma angústia muito grande e essa angústia não é minha e sim da Charlie, me sentia preso por não poder ajudar ela, ela estava triste, desesperada, angustiada e eu não conseguia ajudar.

Desço do galho da árvore e vou para meu quarto, meus pensamentos me matavam, não queria ficar daquele jeito, queria apenas vê ela nem que fosse de longe, mas, pelo menos iria saber se ela estava bem ou não, realmente havia um conflito dentro de mim, os sentimentos brigavam com a razão e essa guerra parecia não ter fim.

—Irmãozinho não se preocupa ela está bem! — Juliana falou assim que apareceu em meu quarto, ela tinha essa mania de aparecer onde quisesse.

—Eu acho que não está bem, Juliana ela perdeu a semana toda de aula, a Charlie não perderia tantas aulas, não a Charlie Carter que conheço. — Falei olhando para a Juliana enquanto ela se aproximava de mim e então me abraçou muito forte deitando sua cabeça em meu ombro.

—Logo ela aparecerá. — Sua fala tinha me passado um ar de confirmação, ela estava certa com ela mesma que a Charlie iria aparecer logo, mas, mesmo assim não conseguia parar de sentir a angústia da Charlie.

—Quero ir atrás dela! — Falei saindo do abraço da Juliana e então ela olhou em meus olhos.

—Você não pode fazer isso, Se fizer mudará a história! — Juliana estava tentando me convencer, mas mesmo assim não conseguia porque todo meu ser monstro estava entendendo que a Charlie precisava de mim.

— Eu já falei antes e vou repetir, a minha história quem faz sou eu e se ela não aparecer amanhã no colégio eu irei atrás dela, entendeu? — Falei olhando para ela e então Juliana me olhou com irritação nos olhos e saiu, realmente ela estava irritada com minha teimosia.

Deitei naquela cama enorme, precisava parar de formar meus pensamentos nela de qualquer maneira, precisava focar em outras coisas, mas é impossível focar em outra coisa quando em minha cabeça só vinha as lembranças dela, lembranças fortes,  só o que vinha em minha cabeça era a Charlie.

—Tem algo acontecendo! — Falei para mim mesmo.

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