capítulo 3
Capítulo 3
Charlie Carter
O que falar sobre o amor? É muito fácil amar, ficar com as pupilas delatadas quando vê alguém muito importante, sentir o friozinho na barriga quando essa pessoa toca sua mão, vibrar quando sente seu cheiro, mas, como é ser amado? Ser amado é aceitar que somos suficientes, ser amado é aceitar que fazemos o bem a alguém, ser amado é tudo aquilo que é difícil de você acreditar, quão difícil é se sentir suficiente? Esse é também o motivo de que ser amado é difícil.
Desta vez acordei com a luz do sol, o sol estava lindo e radiante, olhei o celular porém ainda era cinco da manhã então entendi o porque não tinha ouvido o alarme tocar, nunca tinha acordado antes do despertador isso era muito novo para mim, sou sempre a garota atrasada, sou apenas a garota que faz todos rirem por ser apenas uma piada, o que acontece é que na verdade eu não tinha dormido direito, todos os meus pensamentos só me levavam ao Renato Smith, como um garoto bobo pode ocupar 100% dos meus pensamentos? Na real estava procurando uma bela desculpa para que o Renato tivesse aparecido ao meu lado em segundos e ainda ter me salvo de um acidente, talvez ele fosse um garoto muito bobo que não liga para a própria vida, talvez ele seria um super herói ou até um super idiota que quer se aparecer.
Reviro os olhos, estava sem saber o que pensar, como seria possível explicar fisicamente o que aconteceu ali? Como poderia em questão de segundos um garoto me salvar? Será que estou em coma e tudo que estou vivendo depois do acidente é apenas um sonho? levantei confusa, fui tomar um banho quente, enquanto a água molhava meus cabelos e meu corpo não deixava de pensar na mudança de cor dos olhos do Renato, ele realmente tinha mudado a cor, seus olhos poderiam mudar a cor? Como? Isso não tem ciência no mundo que explique, talvez eu esteja ficando louca, mas, nada me tira da cabeça o seu olhar, seu olhar estavam fixos no meu, parecia que já nos conhecíamos só pelo olhar, foi algo extremamente diferente de tudo que já havia vivido.
— Deve ter sido a luz, só pode ser isso...—Falei para mim mesma, não conseguia acreditar que fosse outra coisa, na verdade não poderia acreditar, essas coisas de olhos trocarem de cor não existe de verdade, isso é mito. —Isso acontece as vezes! Acontece muito. — Afirmo para mim mesma, precisava acreditar em algo concreto, algo que a ciência afirmasse, então tudo aquilo poderia ser loucura da minha cabeça.
Sem querer ou por querer não conseguia apagar da minha memória seus olhos, foi uma coisa muito marcante, se eu não estivesse em um hospital lutando pela vida, estaria ficando louca consciente, saí do banho no pensamento de esquecer aquilo tudo e procura-lo para agradecer por tudo que ele fez por mim, mas, como agradecer se estava totalmente confusa sobre o que aconteceu? Vesti uma calça jeans preta e um casaco de tricô na cor telha e fui para o colégio.
Assim que chego no colégio sinto que algo faltava ali, precisava ir para a sala, precisava vê-lo, então, fui correndo para a sala de aula achando que ele estaria lá, precisava tentar entender tudo, mas, acima de tudo, precisava agradecer a ele por eu está viva, assim que chego na sala sinto um vazio enorme tomar conta de mim, era como se algo faltava ali, mas, o quê faltava? quando olhei para a nossa carteira ele não estava, tirei o sorriso do rosto e sentei desanimada, por onde ele estaria?
As aulas estavam extremamente chatas, o que era novidade para mim já que eu amava estudar, em todo minuto só lembrava do que tinha acontecido, isso estava deixando as aulas um tédio total, parecia até que nunca ia acabar, o sinal tocou para o terceiro horário, todos saíram correndo e alegres, porém eu sair triste e desanimada, parecia que minha alegria de estudar tinha ido embora, porque eu só queria vê o Renato, tudo que me importava na verdade era conseguir vê ele e nada mais.
Lanchei um pouco de salada com frango assado e voltei para a sala, me sentia chateada, me sentia desfocada, chegando lá começei a rabiscar um papel qualquer, era tão tedioso ficar ali apenas rabiscando coisas aleatórias, nada era tão importante quando vê-lo.
—O que faz garota? — Yasmin perguntou assim que se aproximou de mim com um sorriso malicioso nos lábios, as iguaizinhas não conseguiam me deixar em paz assim como também não conseguia tirar o Renato da minha cabeça.
—Nada que seja da sua conta Yasmin! — Falei olhando firme para elas, já estava irritada, queria resolver essa situação, eu não conseguia tirar o Renato da minha mente, mas talvez iria conseguir tirar as iguaizinhas do meu pé.
A Kamy veio por trás e pegou o papel, elas sempre armavam coisas para me fazerem de idiota no meio de todos, era inacreditável o quanto elas amavam me perturbar, levantei e começei a tentar pegar da mão dela porém ela amassou o papel e jogou para a Yasmin, elas realmente estavam me fazendo de besta, como poderia eu não conseguir me concentrar tanto assim? Como um garoto qualquer que eu nem conheço consegui me tirar dos trilhos? Não entendia o motivo, tudo era tão novo para mim.
Elas riam de mim e jogavam o papel, para um lado e para o outro, Yasmin e Kamy eram totalmente iguais até na forma que me tratavam, elas amavam ser gêmeas e amavam mais ainda se vestirem quase iguais, me sentia triste em vê que uma delas não tinha o próprio estilo, mas, enquanto elas faziam esse jogo bobo comigo os namorados delas chegaram com tomates podres, o fedor era arrepiante, sentia náuseas só deles chegarem com aqueles tomates, então começaram a jogar em mim, a sensação era horrível, me sentia uma porca, me sentia incapaz de me defender, eles eram altos, também eram gêmeos e tinham na mente as mesmas doideiras das iguaizinhas o que era totalmente triste.
Fecho os olhos, ali com os olhos fechados poderia aceitar qualquer coisa, já não queria saber disso mais, apenas queria chegar em minha casa e chorar, repentinamente passa um vento do meu lado e sinto soprar meus cabelos, como se fosse um vento causado por algo correndo em uma velocidade muito alta em minha frente, mas, isso era impossível algo assim só produzido por um carro ou moto, estávamos em uma sala de aula, seria mais uma loucura minha? sinto seu perfume invadir novamente, então percebo que era você que estava ali, quando abro os olhos vejo o Renato olhando para mim, seus olhos brilhavam, logo sinto nossos olhares se conectarem, Renato estava de frente a mim, olhando em meus olhos enquanto recebia todos os tomates que eles jogavam para pegar em mim, Renato estava ali mais uma vez para me salvar, mais uma vez ele chega do nada e me salva.
—Porque fez isso? — Perguntei assim que os garotos saíram da sala, estava olhando em seus olhos enquanto você engolia em seco.
—Você é minha amiga ou não? Eu não costumo deixar meu amigos na mão! — Renato respondeu sorrindo, seu sorriso me mostrava que ele estava há me esconder algo, como poderia eu ser amiga de um garoto tão bonito?
—Obrigada! — Agradeci enquanto o abraçava forte.
Agradecer é uma coisa muito importante para mim, sempre aprendi que agradecer nos torna uma pessoa melhor, porém mesmo eu agradecendo e o abraçando ele não me abraçou de volta, não sei o porque, mas, isso não me deixou muito bem, parecia que ele não queria tocar em mim, simplesmente ele não teve reação, quando olhei para o Renato vi que estava assustado com a minha reação, talvez ele não ganhe muitos abraços e então o abracei mais forte ainda, ele parecia não saber bem o que significa um abraço, mas, eu queria que ele sentisse o meu de alguma forma.
Então quando o soltei ele sorriu mais uma vez, virou e saiu caminhando para longe de mim, seus passos eram devagar e lentos, Renato estava pensativo.
Abraços são muito importantes, talvez seja uma forma muito graciosa de falar o quão importante você é para alguém.
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