Capítulo 26
A Bia parou a dois passos da porta do Lourenço tentando acalmar a respiração. A subida era só um pouco responsável pela falta de ar, o resto vinha de saber quem, e o que, a esperava dentro do apartamento.
Ela nunca tinha ido a um encontro com a certeza de que ia rolar mais e, mesmo com toda preparação e aprovação da Vivi, ela estava com os nervos à flor da pele. Sexo era uma novidade cheia de mistérios, não seria de uma hora para a outra que ela se tornaria confiante e segura como a prima. Ainda mais com o Lourenço, superexperiente e cheio de mulheres correndo atrás.
Antes que ela levantasse a mão e tocasse a campainha, a porta abriu e o pouquinho do fôlego que ela tinha recuperado, sumiu. O Lourenço a recebeu com os cabelos molhados, sem camisa, o V delicioso dos músculos descendo até onde o elástico da calça de moletom ameaçava escorregar pelo quadril abaixo. A visão mais sexy da sua vida real.
Ela engoliu em seco antes de conseguir falar.
— Oi. — Foi só o que sua garganta ressecada conseguiu produzir.
Sem uma palavra, ele a puxou para dentro, fechando a porta e a encostando contra a madeira fria. A única luz acesa no apartamento, se derramava suave pela porta da cozinha atrás dele, e ela não podia mais vê-lo com clareza, mas ela não precisava. A proximidade do corpo rijo e firme e a intensidade do olhar dele queimavam, a fazendo arder por inteiro.
— Você demorou. — A voz dele soou tão rouca quanto a dela.
Ele virou a chave e pendurou sua bolsa na maçaneta.
— Desculpa, a minha prima comprou um bolo e não me deixou sair antes de cantar parabéns. — Ela enlaçou o pescoço dele, correndo os dedos pelos cabelos macios e úmidos. Ele segurou sua cintura.
O tempo tinha resolvido implicar com a Bia, brincando de se arrastar pelos minutos e quando ela finalmente se levantou para ir embora, a Vivi apareceu com a história do bolo. A Bia argumentou que elas não tinham cinco anos de idade, mas a Vivi insistiu, e ela ficou. O Marcelo nem bem tinha soprado as velinhas, e a Bia estava descendo as escadas. E olha que não comer bolo em festa de aniversário era quase um sacrilégio.
— Pra subir. — O Lourenço deu um passo à frente, não deixando nenhum espacinho entre os dois, e roçou os lábios no ombro dela. A pele da Bia se cobriu de pontinhos arrepiados.
E quem precisava de bolo nessa vida quando tinha um Lourenço?
— Você já subiu escada usando salto alto? — Ela virou o pescoço dando mais espaço a ele e sua cabeça bateu levemente contra a porta. A combinação do cheirinho de sabonete com a fornalha do corpo colado no seu fazia tudo rodar, e se não fosse pela força com que ele a apertava na porta, ela teria escorregado e caído no chão. — E eu nem cheguei direito, como você já pode estar assim?
— Você tá falando disso? — Ele girou o quadril contra o dela, e a Bia fechou os olhos com um gemido, porque ele era gostoso demais. — Eu tô assim desde que eu atendi o interfone e você disse que era a minha namorada. — Ele mordeu a área delicada onde o ombro encontrava o pescoço, passando a língua em seguida para amenizar a leve ferroada. — Mas a minha situação piorou quando eu tentei adivinhar se você ia estar com uma dessas saias curtinhas que você gosta tanto de usar ou com uma blusa parecida com a de ontem, que me deixou louco de tesão cada vez que você chegava perto de mim e eu via quase tudo dentro dela.
As mãos dele subiram em direção aos seus seios, e ela prendeu a respiração, mas ele passou direto, as pontas dos dedos fazendo cosquinha nas laterais sensíveis, escorregando pelos braços, chegando aos pulsos, os levantando e os segurando contra a porta.
— Não foi de propósito — ela murmurou.
Pelo menos não no começo, mas os olhares dele foram ficando cada vez mais descarados e famintos, e ela arrumou um monte de desculpas para se inclinar na direção dele. E apesar da despedida quente dentro do carro quando ela o deixou em casa, para sua tristeza, ele tinha mantido as mãos longe da tentação.
— É claro que foi. — Ele deslizou a boca descendo pelo colo macio, espalhando pequenos beijos até chegar ao vestido, acompanhando sua pele com a língua pela extensão do decote e subindo novamente. Ele parou com os lábios encostados no ouvido dela. — E você tá linda com esse vestido, mas eu quero você sem ele. Agora.
O ar fugiu dos pulmões da Bia de uma vez. Segurando seus pulsos com uma das mãos, ele a desencostou da porta e desceu o zíper na parte de trás do vestido. A roupa caiu aos seus pés e ela a chutou de lado. Ao invés de voltar a se colar a ela, ele fez justo o contrário e deu um passo para trás, o olhar passeando pelo corpo coberto apenas pela calcinha.
— Se você tá gostando da frente, vai adorar as costas — ela provocou.
Com o sorriso mais safado que ela já tinha visto no rosto dele, o Lourenço deu outro passo para trás e a soltou completamente. Ela fez o que ele queria e virou, bem devagar, deixando que ele apreciasse o nada que a calcinha fio dental cobria.
Sua intenção era dar uma volta completa, mas no meio do caminho, as mãos dele se enterraram no seu quadril e a puxaram para ele. Suas costas se moldaram ao peito musculoso como se os corpos tivessem sido feitos um para o outro.
— Você é a mulher mais perfeita que eu já vi.
Ela quase disse que ele devia ter um problema de vista, mas para quê? Mesmo que fosse algo dito no calor do momento, ela não ia rebaixar a si própria aos olhos dele. Aquele elogio lhe pertencia e ela iria guardá-lo com um presente carinhoso e valioso.
— Você sabe que eu também te acho todo lindo — ela retribuiu, e se apertou nele, rebolando o quadril.
— Puta merda! — A voz no ouvido da Bia tinha um certo desespero. Um desespero delicioso que também estava nela, por mais toque, por mais beijos, por mais dele.
Ele agarrou seus cabelos, virando sua cabeça de lado e tomou seus lábios num beijo dominador, com a outra mão espalmada na sua barriga, a mantendo colada a ele com firmeza, ondulando junto com ela, devagar, numa dança sensual que todos os casais sabiam sem precisar de ensaio.
— Lourenço... — a Bia arfou, implorando, seu centro latejando, aflito por um carinho.
Entendendo o que ela pedia, ele envolveu seu seio, massageando e beliscando o mamilo ansioso, enquanto a outra mão deslizou para dentro da sua calcinha, os dedos escorregando na sua excitação, e a Bia precisou apoiar as mãos na porta para não cair. Ela nunca tinha sentido nada parecido com aquele fogo por dentro, sendo consumida, virada pelo avesso, e, encaixando seu bumbum na ereção atrás dela, se remexeu contra ele.
— Porra, princesa! Se você continuar, vai me fazer gozar antes de tirar a calça — ele murmurou no ouvido dela, a voz baixa e ardente.
Passando os braços pela sua cintura, ele os virou e com dois passos, chegaram na sala. Com o peito colado nas suas costas, ele a dobrou sobre o braço do sofá, beijando e mordiscando sua nuca, deixando sua pele formigando, em brasa. Se apoiando com os cotovelos no assento, ela se firmou enquanto ele descia a boca pelas suas costas, acompanhando a linha da sua coluna com a língua, se agachando por trás dela, descendo sua calcinha junto com ele.
A respiração dele esquentou seu sexo um segundo antes de ele atacá-la com a boca.
— Meu Deus! — A Bia gritou e enterrou o rosto nos braços, fechando os olhos, o coração batendo feito louco, quase morrendo com aquela língua que a acendia por inteiro, com o arranhado da barba na parte interna e sensível das coxas, tudo em volta sumindo e transformando seu mundo nele e no que ele fazia.
Mãos grandes e quentes a seguraram no lugar, e a deliciosa tortura continuou e continuou e quando ela estava a ponto de não aguentar mais, sem saber se pedia que ele parasse ou continuasse para sempre, tremendo e pulsando de prazer, ele se afastou. Um grunhido de protesto atravessou seus lábios despudorados.
— Eu sei — ele meio disse, meio gemeu, e se inclinou sobre ela novamente, a voz trêmula fazendo cosquinha no seu ouvido. — E eu prometo que depois eu continuo, mas eu vou explodir se eu não te comer logo.
A confissão vulgar espalhou uma nova onda de tesão nela, o que ela acharia impossível acontecer até um segundo antes. Aquele era o Lourenço que a fascinava, safado e indecente, que a ajudava a descobrir coisas sobre si mesma que ela nunca descobriria sozinha. Com quem ela podia se soltar e ser ela mesma.
— Então, me come — a Bia sem vergonha pediu. — Me come gostoso.
Com um grunhido que parecia saído de um animal, ele se levantou, e deu um tapa na sua bunda. Com um gritinho de prazer e surpresa, ela olhou por cima dos ombros enquanto ele se livrava da calça com movimentos rápidos e descoordenados. Se aproximando novamente, ele massageou o lugar exato onde o tapa queimava e esfregou a ereção no seu traseiro, descendo devagar, parando um segundo, inspirando fundo, como se estivesse se preparando. Os dedos dele se enterravam na sua pele e seria doloroso se não fosse tão gostoso.
A Bia entendia o que ele estava sentindo. Ela também não queria perder completamente o controle, pelo menos, ainda não. E fincou as unhas no assento do sofá, se segurando na realidade, só mais um pouquinho, ansiosa para sentir e se inebriar com ele se unindo a ela. E foi através daquele fio de razão que as palavras da prima conseguiram se entranhar.
— Lourenço! — Ela puxou o quadril para a frente. O braço do sofá não a deixou ir longe, mas a urgência na sua voz foi suficiente e ele parou tudo. — Camisinha.
— Puta que pariu! — Ele a soltou. — Caralho! Não se mexe. Eu já volto.
A Bia não teve nem tempo de se sentir autoconsciente por estar naquela posição embaraçosa, e ele estava de volta, o farfalhar característico da embalagem da camisinha se rasgando junto com o som dos passos se aproximando.
Ao contrário do que ela esperava, ele não voltou a se posicionar como antes e a segurou pelo braço, a levantando e a encostando na parede gelada, de frente para ele.
— Pronto. — Ele passou a mão no rosto dela, com carinho. — Eu não acredito que eu ia fazer essa merda de novo. Só com você eu me esqueço de tudo, assim.
— Eu adoro saber que eu faço isso com você. — Ela mordeu e lambeu o queixo dele. — Mas não pode virar rotina.
— Eu sei. Não vai. — Ele levantou a perna esquerda dela, se encaixando no lugar onde os dois queriam. — Olha pra mim?
Com os olhares presos um no do outro, eles se juntaram. A Bia se agarrou nos ombros firmes, voltando a queimar, como se a interrupção não tivesse acontecido. Ele levantou sua outra perna, e ela se envolveu na cintura dele, quando ele começou a se mover devagar, as mãos a segurando e apoiando por baixo das coxas, com firmeza.
— Perfeita. Puta que pariu! Mais que perfeita. — Ele gemeu contra os lábios dela e a beijou cheio de paixão.
Foi intenso e violento e frenético. Os corpos suados e colados, entre beijos e gemidos, o Lourenço se deslizou contra ela, os dois numa sintonia tão bonita que ele se entregou ao orgasmo um segundo depois dela, tremendo e se desmanchando juntos.
A Bia só notou que ele tinha se movido quando ele sentou no sofá com ela no colo. Ela se ajeitou em volta dele, ainda sentindo o suave pulsar dentro dela, mais satisfeita que jamais tinha estado na vida.
Com as respirações se acalmando, ela ganhou um beijo na testa úmida.
— Oi — ele falou, a voz fraca. Ela levantou o rosto do pescoço cheiroso e o olhou, o cérebro não recuperado o suficiente para entender o que ele queria dizer com aquilo. Ele se explicou. — Você disse oi quando eu abri a porta e eu não respondi.
— Eu adorei a sua recepção calorosa.
— Eu estava louco de saudade — ele confessou, fazendo os lábios dela serem tomados por um sorriso enorme. Eles tinham se visto à tarde e a saudade dele era dos dois daquele jeito. Intimidade e sexo.
— Eu também. — Ela voltou a se deitar no peito que não deveria ser tão confortável tamanha a rigidez dos músculos, mas estranhamente, era.
Ele a abraçou forte. Era uma delícia como ele sabia a medida exata da força, fazendo com que ela se sentisse, ao mesmo tempo, indefesa e protegida. Quando ele tentou empurrá-la com suavidade, ela resistiu.
— Eu preciso jogar a camisinha fora — ele sussurrou, e ela o deixou ir, desmoronando de lado no sofá. — Eu não demoro.
O calor foi junto com ele, e um arrepio, daquela vez de frio, passou pelo seu corpo. A preguiça de levantar e ir buscar seu vestido a impediu de se mover, e ela foi salva pela sombra do tecido branco jogado no encosto do sofá. Ela puxou a camisa do Lourenço para cima dela, sendo envolvida pelo perfume de desodorante com um leve e agradável traço de suor. Cheiro de homem. Cheiro do seu homem.
Chutando seus sapatos para longe, ela se encolheu no sofá. Ela ia descansar um pouquinho, só até ele voltar, porque apesar de nunca ter estado tão relaxada e saciada, apesar de já ser madrugada, a noite deles estava só começando.
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