Capítulo Bônus IV - Jimin é ciumento

Aviso: Demorei a postar esse capítulo porque ele foi muito criticado no spirit e me deixou extremamente chateada na época. Se vocês não gostarem de um tipo de cena de ciúmes com barraco, que é inclusive contra uma ômega mulher, sugiro que não leiam. Não mudei nada e nem pretendo, gosto assim. A quem quiser ler, boa leitura!

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Uma mania que Jimin tinha adquirido com o tempo de casado era mexer em sua aliança constantemente sempre que ficava nervoso. Olhar para aquela porta e não ver sinal de Taehyung saindo o deixava apreensivo.

— Jimin, tudo bem? — Jungkook perguntou, sussurrando no ouvido do marido ao vê-lo um tanto inquieto.

— Sim. Taehyung está demorando, não acha? — O ômega respondeu, ainda de olho na porta e sentindo o braço de Jungkook descansar sobre seus ombros, como se quisesse acalmá-lo.

— Fique calmo, uh? Ele logo vai sair. — O alfa disse, tentando acalmar Jimin, este que o deu um sorriso doce como resposta.

Logo então, ouviram a porta privada da capela se abrir e os noivos saíram de lá com sorrisos nos rostos. Jimin focou-se na expressão de Taehyung, percebendo que ela era leve e sem nenhum traço de dor, e isso fez com que respirasse aliviado.

Não podia negar que um de seus maiores medos era de que o irmão sentisse a mesma dor que sentiu em seu casamento ao ser marcado. Jimin ainda achava que os seis meses de convivência entre Taehyung e Changwook não eram suficientes para que decidissem se casar. Mas é lógico que o ômega mais novo o ignorou quando disse isso a ele. Podia parecer um tanto hipócrita ao aconselhar o irmão caçula a não se casar tão cedo, já que seu noivado com Jungkook havia durado menos ainda, mas ainda tinha um tremendo receio com o assunto "casamento". Não era para menos, já que veio a descobrir que amava Jungkook só depois de um ano e meio de matrimônio, e não queria que seu irmão cometesse um engano e sofresse do mesmo mal que ele ao casar-se com alguém que não amava. Não que se arrependesse de ter casado com Jungkook, pois, apesar de todas as dificuldades que tiveram, sabia que sua história com o marido era única, especial, e não a trocaria por nada; porém, foram momentos muito difíceis, onde chorou e fez Jungkook chorar, e preferia para Taehyung, seus filhos e sobrinhos, um casamento um tanto menos complicado que o seu.

— Como foi? — Se apressou em direção ao irmão mais novo, sendo acompanhado por Jungkook e também por Yoongi e Hoseok.

— Foi tudo bem, hyung, não senti dor, fique tranquilo. — Taehyung respondeu, sorridente, tranquilizando o irmão quanto àquele assunto que sabia o atormentar.

— Cuidará bem do meu irmão, não é, Changwook? — Foi Yoongi a perguntar então, com uma expressão séria.

— Juro que farei o possível e impossível, Yoongi-ssi. — Changwook respondeu e olhou apaixonado para Taehyung, que se aconchegou em si como um gatinho carente.

— Fico feliz em ouvir isso. Taehyung merece todo o amor do mundo. — Seokjin chegou ali com o marido, fazendo todos olharem para ele. — Estava lindo no altar, Tae, eu me emocionei. — Sorriu, enquanto suspirava ao olhar para o irmão vestido tão bonito para o próprio casamento.

— Aish, eu chorei muito. — Yoongi disse, com um biquinho choroso nos lábios enquanto também se emocionava ao lembrar-se do momento em que o reverendo abençoou o casal.

— Alguém aqui também chorou. — Jungkook apontou para o marido, sorrindo pela careta que ele fez para si.

— Claro que chorei, é meu irmãozinho se casando. — Jimin suspirou e apoiou-se no braço de Jungkook para esconder seu rosto choroso na camisa do marido, mas logo se aprumou e segurou nas mãos de Taehyung. — Espero mesmo que vocês sejam muito felizes, hm?

— Eu quero ser tão feliz quanto vocês são no casamento — Taehyung disse, olhando para um irmão de cada vez e parando em Jimin, abraçando-o em seguida e sussurrando em seu ouvido: — Vou sentir falta de morar com você, mas não conta pro Yoon e pro Jin, eles vão ficar com ciúmes.

— Eu também vou, Tae. — Jimin sussurrou também, acariciando as costas do irmão. — Mas apareça sempre lá em casa, hm? É perto mesmo.

— Pode deixar, hyung. — Taehyung beijou então a bochecha de Jimin e se afastou. — Agora, vamos para a festa que meu cunhado gentilmente ofereceu para ser na sua linda casa! Obrigado, Jungkook!

— Ei! A casa também é minha! Devia me agradecer também. — Jimin emburrou-se.

— Mas foi ele quem ofereceu e não você. — Taehyung rolou os olhos para o irmão.

— Muito obrigado, Jungkook, e também a você, Jimin. — Changwook enfatizou o nome do cunhado. — Sabe como é seu irmão, não é?

— Eu bem sei. — Jimin falou e voltou a se apossar do braço do marido. — Vamos então, os convidados já foram quase todos. Papai e mamãe foram os primeiros a ir, já que estavam muito emocionados.

— Sim, meus pais foram acompanhando-os. Vamos? — Jungkook avisou, e obteve o assentir de todos para sua pergunta.

Logo então, se encaminharam para as carruagens que os levariam até a casa dos Jeon, que não ficava muito longe da capela em que foi realizada a cerimônia religiosa. Os Jeon, depois de anos dando a volta ao mundo, tinham finalmente voltado de viagem fazia alguns meses e Jimin estava adorando ser paparicado pela sogra, que o idolatrava por ter o dado já dois netinhos. Seu sogro também amava os netos e vivia brincando com eles. Pelo menos assim Jimin esperava não sentir tanta falta de Taehyung na casa, já que agora tinha a ajuda dos Jeon mais velhos para ajudá-lo com seus dois filhinhos hiperativos. Mas a quem queria enganar? Sabia que mesmo com a casa cheia de gente, sentiria falta de seu irmãozinho caçula e sua aura divertida.

~*~

Jungkook suspirou ao passo em que direcionou os olhos novamente para a escadaria dupla da mansão. Estava à espera de Jimin por quase uma hora inteira. Este que havia desaparecido de seu lado para ir ao banheiro e nunca mais voltou. Até tentou esperá-lo por fora do cômodo, pois a casa estava enfurnada de pessoas, fazendo Jungkook suspeitar de que Taehyung houvesse chamado até seus piores inimigos para vislumbrar seu casamento, mas em algum momento do caminho se perdeu do ômega – a maior prova disso sendo o fato de que após cinco minutos do lado de fora da porta, um alfa quem deixou o toalete, acenando amigavelmente para si.

Estava prestes a subir pela escadaria a qual olhava, irritado pela atenção exagerada de ômegas mais alegres, tão novos que suspeitava que fossem os amigos de seu cunhado agora recém-casado, porém um abraço se entrelaçou ao seu firmemente, impedindo-lhe a fuga planejada. Se não tivesse reconhecido o cheiro nostálgico, teria afastado a ômega rapidamente e de um jeito até mesmo ríspido, mas um sorriso morno criou uma pequena curva em seus lábios, enquanto se virava para ver se não havia enlouquecido de vez, enquanto lentamente se soltava do aperto. Não queria que pensassem mal de sua relação com Jimin. Haviam muitos jovens conhecidos do marido na festa.

No entanto, ao dar de cara com a ômega de longos cabelos negros, presos em um coque adornado com pequenos rubis, combinando com seu batom e vestido vermelhos, o sorriso aumentou.

— Jieun? — Disse, a voz saiu um pouco mais alta ao se lembrar da grande amiga que teve na infância e adolescência. Lee Jieun, uma ômega difícil como Jimin. De certo se dariam muito bem quando se conhecessem!

— Jungkook! Achei que não se lembraria mais de meu nome. — A voz, apesar de doce, continuava altiva como sempre.

— Você foi minha melhor amiga durante anos antes de se mudar. — Desdenhou da ideia de esquecê-la. Foram muitos joelhos ralados por culpa das brincadeiras de Lee Jieun. Uma ômega que nunca pertenceu à própria classe. Hoje ria e admirava as atitudes de alfa da antiga melhor amiga, mas lembrava-se vagamente de um dia isso ter partido seu coração.

Um sorriso grande partiu os lábios da morena a sua frente, e antes que pudesse mencionar sobre ela ter de conhecer Jimin imediatamente, surpreendeu-se ao ver uma mão com unhas bem decoradas em vermelho surgirem em frente de seu rosto. Jungkook resistiu ao máximo o instinto de olhar para os lados e procurar pelo marido. Sabia que se ele estivesse lhe observando provavelmente ficaria irritado com o gesto, entretanto, ao mesmo tempo, não poderia se dar ao disparate de negar a Jieun um singelo beijo na mão.

Segurou a mão alva entre a sua direita, inclinando o rosto para selá-la brevemente.

— Não fale como se eu fosse a única culpada por termos perdido o contato. Você já sabia que eu havia voltado, não sabia?

— Sabia. — Confessou, coçando a nuca — Mas não achei que minha visita fosse tão importante assim.

— Como não era, Kookie?! — Jieun tampou a boca para soltar uma gargalhada gostosa — Eu fiquei lhe esperando por todos esses três meses!

— Eu não sabia que Lee Jieun era ômega de esperar por algum alfa. — Brincou relembrando dos dias em que a amiga, terrível, assustava todos os alfas e betas com seu comportamento independente e carrancudo.

— Eu criei um coração enquanto estive pela Inglaterra. — Jimin definitivamente adoraria conhecê-la! — Até guardei todas as cartas que trocamos. Acredita?

— Sério? — Arregalou os olhos minimamente — Eu as joguei fora. Estavam acumulando traças.

— Isso foi cruel, Kookie! — A ômega ralhou, ganhando uma risada divertida por parte do alfa também.

— Senhor, lady. Champanhe ou vinho? — Um garçom passou com a bandeja em mãos, e Jungkook aceitou a champanhe de muito bom grado, assim como Jieun segurou uma taça de vinho.

— Eu reencontrei com Minjae por esses dias também. — A morena comentou.

— Sério?

— Sim, ele estava casado com...

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Quando Jimin deixou a toalete, estava bem mais aliviado. Por um descuido seu havia confundido carne de cordeiro com a de pato, e antes que se sentisse mal de verdade subiu para o quarto e forçou o vômito. Depois tomou um bom banho e talvez, só talvez, estivesse se divertindo com a ideia de um Jungkook carrancudo perdido sem si em um mar de adolescentes lá embaixo.

Mas logo o sorriso deu seu lugar para uma expressão contrariada. Mar de adolescentes significava mar de ômegas querendo casamento. Conhecia bem as companhias de Taehyung e pelas lembranças acabou percebendo que já havia deixado o marido sozinho por tempo suficiente.

Andou pelo extenso corredor da casa, aproveitando os últimos segundos antes de estar exposto a música alta e os esbarrões de outros convidados animados. E por fim desceu pela escada, sorrindo quando encontrava algum conhecido acenava para si.

Seu instinto paternal lhe mandava ir conferir como estavam as crianças. Se os empregados designados para distrair os pequenos conseguiram mesmo dar conta de toda a animação da família Jeon-Jung-Kim. Mas antes disso, queria buscar o marido para que lhe acompanhasse.

O problema é que mesmo depois de dez minutos inteiros, não conseguia achar Jungkook. O alfa havia sido abduzido ou simplesmente fugido da maré de gente? Suspirando aceitou uma taça de champanhe que lhe foi estendida. Estava precisando ocupar o estômago com alguma coisa e, indo para a mesa dos doces, foi quando encontrou o marido.

Não sabia se a irritação veio primeiro porque Jungkook estava tão próximo de uma ômega, ou porque os convidados a encaravam como se fosse uma das coisas mais belas daquela festa, ou até mesmo se porque Jungkook não deixava de combinar com uma figura tão elegante como aquela ao seu lado.

Mas, com certeza, uma veia começou a latejar de irritação em sua testa após ver como a oferecida ergueu a mão para ser beijada por Jungkook. E ele beijou!

Jimin terminou a taça de champanhe e foi pegando uma de vinho do garçom que passava por ali, ainda parado com um misto de sentimentos que variavam entre "Eu vou deixá-lo conversar com ela, não preciso ser sempre tão inseguro ao redor do meu marido" e "Eu vou ficar aqui só para conferir".

— Champanhe, senhor? — Outro garçom chamou sua atenção — Oh, desculpe. Não vi que já estava bebendo.

— Não, me dê esse negócio aqui.  — Pegou a bebida dourada e não ligou para o olhar espantado do beta ao vê-lo com duas taças, uma em cada mão. Precisava de muita calma em um momento como esse. Jungkook estava rindo muito com a desconhecida. — Droga, eu não consigo ouvir nada do que eles conversam.

Franziu a testa em uma expressão contrariada, amaldiçoando todos que passavam em sua frente para chegarem até a mesa dos doces ou para voltarem até o salão onde acontecia a dança. Teve que se esticar várias vezes e a certeza de que Jungkook não brincava quando lhe chamava de pequeno, trouxe ainda mais irritação em seu peito. O som da música estava alto por todo o andar, então não conseguiu identificar o que o marido havia dito que fez a ômega desconhecida gargalhar alto.

Mas conseguiu identificar o sentimento que se apoderou de si quando a desvirtuada colocou uma mão por cima do peito de seu alfa, bem onde ficava a marca que renovavam todo mês.

Jimin sentiu a vista escurecer de ódio e só não foi até os dois no mesmo minuto, pois sabia que daria um barraco e não queria estragar a festa de casamento de seu irmão mais novo. Bebeu da taça de champanhe de uma vez, também não poderia ir porque não conseguiria conter a careta de irritação. E se demonstrar inseguro em frente a outro ômega não era um vexame pelo qual estava disposto a passar. Ainda.

— Ei, você. Volte aqui. — Chamou o garçom com a mão, vendo como o beta de antes tentou ultrapassá-lo sem lhe oferecer outra bebida. Tratou de descer o vinho goela abaixo, erguendo as duas taças. — Eu estou sem bebidas aqui.

— Aqui está, senhor. — Ofereceu-o novas taças, empilhando as vazias por cima da bandeja.

Em uma só respiração, voltou a encarar Jungkook e a mão da garota já não estava mais em seu peito. Então suspirou aliviado, tentando lembrar de todos os momentos que atacou o alfa com seu ciúmes avassalador e estava errado. O marido nunca deu intimidade para nenhum outro ômega se aproximar de si desde que se casou, e Jimin desconfiava de que antes do matrimônio também não. Ele era difícil de se apaixonar, e novamente: o alfa mais sensato, sincero e respeitoso que já conheceu na vida. Era por isso que tinha medo de perdê-lo. Não podia admiti-lo com frequência, mas se nessa vida existia algum tipo de perfeição, essa poderia ser chamada de Jeon Jungkook.

Tudo nele era de se tirar o fôlego, principalmente o sorriso. Por isso entendia o olhar admirado que estampava o rosto da ômega oferecida toda vez que Jungkook sorria. Ele era encantador e brilhante. Porém, isso não diminuía seu ódio. Seu alfa odiava ser tocado por desconhecidos, então, por que ele não estava dando seu melhor em um jeito para livrar-se da companhia? A conversa ia se prolongando, e quando Jimin já estava em seu quinto copo, indo para o sexto de vinho, Hoseok apareceu.

— Jimin ah, você viu meu primo? — Terminando a última taça de champanhe, Jimin deu seu melhor olhar irado para o cunhado, apontando com o queixo na direção em que o casal conversava — Você está bebendo em duas taças ao mesmo tempo? Quantas dessas já bebeu? — Fez uma pausa antes de identificar a mulher que acompanhava seu primo. — Aquela é a... Lee Jieun?

— Talvez umas cinco, ou seis. — Respondeu, não prestando muita atenção naquilo. —Jieun... — No mesmo segundo o loiro testou o nome, vendo que ele não lhe era tão desconhecido assim. Jungkook já havia lhe falado sobre uma ômega chamada Jieun. A melhor amiga de infância dele e que havia sido seu...

Durante esse tempo todo havia assistido e deixado Jungkook conversar com seu primeiro amor!

Jimin quase desmaiou, empurrando Hoseok para um lado para ter uma visão que arregalou seus olhos e quebrou uma parte de seu coração. Jieun estava corada, com os olhos arregalados como os seus e Jungkook... O cachorro tinha o dedo apontando deliberadamente pelo decote exagerado da ômega. Digna de uma meretriz!

Hoseok até tentou pará-lo, mas antes que desse conta de suas ações, Jimin agarrou sua taça com o restante do vinho – o que era quase todo, praticamente –, marchando o mais rápido que pôde em direção ao marido. Não correspondeu o olhar de Jungkook em cima de si e se irritou quando a ômega mal pareceu notá-lo. Em um movimento forte, como se quisesse que o líquido púrpuro acertasse Jieun como a um soco, jogou todo o vinho na cara da ômega.

— Vinho pra sua pele combinar com seu vestido, vagabunda! — Praticamente berrou tão alto que nem o grito horrorizado de Jieun foi capaz de silenciá-lo. O loiro tinha a face tão ou mais vermelha que o líquido que havia jogado na garota.

— Jimin! — Ouviu a voz de Jungkook, mas queria chutá-lo bem em suas partes mais íntimas. Como o alfa ousava lhe expor ao ridículo em frente de tantas pessoas conhecidas? — Jimin, controle-se! — Estava tão puto que não percebeu o momento em que foi parar nos braços do marido. Tentou atacar a morena? Não se lembrava. Naquele ponto, a música havia parado e o maior entretenimento da noite era Jeon Jimin. Traído e humilhado. Queria chorar diante de tanta vergonha, mas enquanto a raiva fosse maior que isso, continuaria gritando.

— Controlar-me?! Controlar-me?! — Repetiu em um grito, empurrando o alfa. — Você que deveria se controlar, conversando por horas com essa vagabunda, observando o decote dela!

— Ele jogou vinho nessa mulher? Meu irmão fez isso? — Taehyung apareceu por ali, arrastando seu mais novo marido pelo braço e empurrando quem estava em seu caminho, afinal era o noivo e tinha preferência em assistir de perto a discussão que seu irmão começava. Não podia acreditar que seu casamento iria ter um barraco dos bons! — Poxa, Jimin nunca me decepciona! Obrigado, irmão! Meu casamento vai ser o mais comentado, continue!

Ignorando os agradecimentos de Taehyung para com a sua "cena", Jimin continuou encarando Jungkook e a ômega com sua maior carranca. Sua cabeça estava um tanto leve demais e não conseguia pensar com a devida clareza que merecia a situação. Era o efeito do álcool em seu organismo não tão acostumado assim em beber, e principalmente em misturar dois tipos de bebidas.

— E você! — Voltou-se para a ômega com o rosto manchado de vermelho. — Acho que você errou de lugar, querida. O prostíbulo é mais ao norte. — Jimin continuou, obtendo um burburinho de todos os convidados que lhe ouviram, além de uma risada escandalosa de Taehyung.

— Jimin! Basta! Está me envergonhando! — Jungkook tentou segurar o braço do marido novamente, mas foi negado. — Está faltando com respeito com uma amiga antiga.

— Estou te envergonhando? Eu? Você olha para o decote dessa mulher no meio de todas essas pessoas e eu estou envergonhando você? Francamente, Jeon Jungkook! Quer acompanhá-la para o bordel ao qual ela pertence? — Outro burburinho foi ouvido e Jungkook agora encarava Jimin com olhos ferozes.

— Mas que tipo de ômega baixo é esse?! Por favor. — Jieun, assim que se recuperou das ofensas sobre sua pessoa, voltou a falar enquanto com um lenço limpava seu rosto do líquido vermelho. — Quem é você para me dizer todas essas sandices? Pois bem, não sou eu quem estou fazendo escândalo na casa e casamento alheio. O senhor devia se controlar, assim como meu amigo disse, e se retirar para sua própria casa depois de tamanha indelicadeza e vergonha causada ao dono da propriedade. — Ao terminar de dizer, a ômega se apoiou em um dos braços de Jungkook, como se quisesse dizer que ela tinha certa intimidade com aquele alfa, e que aquela casa era um ambiente muito familiar para si. Mal sabia que havia acabado de cometer o maior erro em sua escolha de palavras, deixando Jimin ainda mais possesso.

— Oh, meu Deus! — Taehyung exclamou, ainda mais surpreso pela mulher não saber que aquela casa e aquele homem pertenciam, ambos, ao irmão. — Ela falou mesmo o que eu acabei de ouvir? Senhorita, o casamento é meu e deixo meu irmão fazer o escândalo que quiser! Aliás, eu apoio fortemente!

— Taehyung! — Changwook tentou parar o marido, mas sabia que de nada adiantaria. Tinha aprendido durante aqueles meses que seu ômega não conseguia se segurar quando via discussões tão calorosas em sua frente.

Jieun então voltou seus olhos para o então noivo, tentando lembrar do rosto do jovem ômega, mas falhando no reconhecimento. Provavelmente era um amigo novo de Jungkook. A mulher não pôde negar que se surpreendeu ao pensar que o Jeon havia cedido sua casa assim tão facilmente para uma festa de casamento, pois sabia como o alfa era reservado e um tanto chato às vezes. E, aparentemente, o loiro sem nenhuma classe era irmão do noivo, sendo assim um possível amigo próximo ou quem sabe alguém que tentava cortejar Jungkook. Jieun por um momento ficou com um pouco de pena do pequeno ômega por todo aquele ciúmes de algo que nem era seu. Conhecia Jungkook há anos demais para saber que o amigo não dava brechas para nenhum ou nenhuma ômega, era careta e fechado em demasia para isso. Claro que, em sua mente, ainda tinha esperanças de que quando voltasse pudesse recuperar uma certa queda que Jungkook tinha por sua pessoa. Queda esta que esperava que não houvesse ido embora junto consigo quando resolveu abandonar a Coréia e partir para a Inglaterra. Sabia que havia magoado bastante Jungkook com aquela sua ação, mas precisava e queria conhecer novos ares e pessoas. Gostaria intensamente de tentar reconquistar Jungkook, e era o que estava disposta a fazer ao ir naquele casamento que, felizmente, estava como acompanhante de um amigo seu que era um tanto próximo do noivo alfa.

— Bom, mesmo sendo irmão do noivo, não creio que seja de bom tom desrespeitar a casa de meu amigo com toda essa cena sem sentido, meu querido. — A fala da mulher era extremamente debochada.

— Jieun, você devia saber— Jungkook tentou falar e se afastar da ômega, porém esta segurou com mais firmeza seu braço, fazendo com que Jimin fuzilasse aquela ação com os olhos e interrompesse o marido.

— Oh, acha que estou, como disse, hm, desrespeitando a casa alheia? — Jimin cruzou os braços e seus olhos ficaram perigosamente estreitos. O rosto vermelho e pupilas dilatadas mostravam a Jungkook que o marido estava totalmente enraivecido e algo a mais que não conseguia notar ainda.

— Jimin, por favor, se acalme. — Jungkook tentou novamente, a vergonha queimando suas orelhas por estarem chamando a atenção de todos os convidados da festa. — Vamos conversar direito e eu explicarei tudo.

— Você devia ter dado uma explicação a essa mulher, pois, obviamente, ela não sabe com quem está falando! — Jimin encarou Jungkook duramente, mágoa exalando de seus olhos por saber que o marido havia ficado conversando por todo aquele tempo com a meretriz e sequer falou de sua pessoa a ela.

— Bom, creio que sei, sim. Estou tratando com alguém sem o mínimo de elegância, obviamente. — A ômega rebateu, com um sorriso satisfeito em seu rosto quando os convidados fizeram um som de exclamação pela ousadia. — E está também claramente transtornando o dono da casa com isso.

Uma veia pulsou na testa de Jimin e Jungkook não demorou, finalmente, a se afastar do braço de Jieun que lhe segurava. Tinha que parar com aquela discussão sem sentido que estava tomando proporções cada vez maiores.

Antes de tomar qualquer atitude, Jungkook avistou Hoseok que lhe acenava por trás de Taehyung, que não o deixava passar de jeito nenhum, pois não queria perder a visão que tinha ali. Franzindo o cenho, o Jeon tentava entender o que o primo tentava lhe dizer ao fazer o número cinco com as mãos e repetir a palavra "taças" com a boca, porém sem emitir som. Aparentemente, o Jung não queria que alguém ouvisse o que tinha a dizer. Após Jungkook mostrar compreensão para o que Hoseok dizia, o mesmo apontou para Jimin e disse, novamente sem emitir som algum, a palavra "bebeu".

Jungkook, ao compreender com o que estava lidando, arregalou os olhos. Jimin não era acostumado a beber tanto, sempre preferindo não passar de duas taças já que, quando passava, suas ações ficavam um tanto espontâneas demais. E o alfa sabia que o real resultado de um Jimin bebendo todas aquelas taças significava apenas uma coisa: Jimin bêbado e ainda mais alterado do que já era normalmente.  Começou a suar frio ao assimilar a situação, seu marido estava totalmente bêbado, com ciúmes, com raiva, e estava sendo insultado em sua própria casa. Jungkook suspirou e quis fugir ao notar que o loiro havia acabado de abrir a boca para falar novamente. Era melhor se preparar pois as coisas só tendiam a piorar.

— Ji— Tentou pará-lo e chegar perto do ômega, mas foi interrompido imediatamente.

— Ahn, senhorita Lee, não é mesmo? Creio que está cometendo um grande erro. — A calma com que as palavras saiam da boca do ômega loiro deixaram Jungkook ainda mais apreensivo.

— Não sou mulher de cometer erros, meu caro. — Jieun encarou intensamente o ômega em sua frente. — Aqui o único que os comete é o senhor, hm, como o chamam?

— Jeon. — A resposta de Jimin foi simples e a mulher apenas acenou com a cabeça antes de continuar.

— Então, como ia dizendo, apenas você, senhor Jeon, está comete— A fala morreu na boca da mulher assim que a realidade lhe atingiu. — Espere, senhor Jeon? — Olhou então de Jimin para Jungkook, este que tentava inutilmente se aproximar do marido sem ser barrado pelos braços deste.

— Exatamente. — Jimin sorriu falsamente e Jungkook teve medo da ira que saía dos olhos do ômega. — Meu nome é Jeon Jimin, nenhum prazer em te conhecer e, bem, essa é a minha casa, querida, portanto não estou nenhum pouco preocupado em desrespeitar o dono dela com meus maus modos.

— O quê? — A ômega pareceu realmente surpresa com aquela revelação do ômega e sua boca jazia minimamente aberta ao entender o que se passava ali. Finalmente parou para prestar atenção no cheiro que vinha do ômega loiro e sentiu o aroma tão característico de menta e hortelã. Aroma esse que Jieun sabia, era pertencente a Jungkook! — J-jungkook, você está casado?

— Uh, sim. Este é meu marido, Jieun. — Jungkook respondeu, voltando seu olhar rapidamente para a mulher, mas sem realmente retirar sua atenção de Jimin.

— Informação atrasada demais, não acha? — O ômega bufou, e sorriu com escárnio em seguida. — Deve ter se esquecido de comentar que era casado já que estava ocupado demais olhando e apontando para o decote dessa desqualificada! — O final da frase foi dito um tanto mais alto e o alfa percebeu que Jimin havia acabado de perder as estribeiras, novamente.

— Como ousa me insultar com essas palavras baixas? Sinceramente, que decepção saber que este tipo é seu marido, Jungkook! — O olhar de surpresa ainda assolava Jieun, mas esta estava igualmente irada por todas as ofensas que vinha do ômega. — É um casamento recente, eu suponho. Pois, aparentemente, seu ômega ainda não teve tempo de aprender boas maneiras com você, Kookie.

— Com licença, eu estou falando com meu marido. — Jimin fez um gesto com o dedo para a mulher, como se pedisse para ela esperar, fúria lhe atingindo pelo apelido usado. — Ainda não cheguei no galinheiro! Mas, se quer mesmo saber, estamos casados há quatro anos! Isto é recente para você, querida?

— O quê? Estão casados por todo esse tempo? — Jieun se mostrava cada vez mais boquiaberta por todas as informações que recebia naquela discussão. Não podia adivinhar que voltaria para casa e encontraria Jungkook casado, ainda mais com um tipo daqueles que, ao que tudo indicava, nada tinha a ver com o amigo que conhecia há anos. Muito pelo contrário, em sua cabeça só podia imaginar um Jungkook que repudiaria um comportamento daqueles e tal ômega tão diferente deles. Até mesmo o noivo, cunhado de Jungkook, estava adorando o escândalo. Jungkook havia mudado tanto assim para conviver com tais tipos de pessoas? Será que havia ido parar em universo alternativo onde estava tudo de cabeça para baixo? Pois ainda achava um tanto impossível Jungkook estar casado, e há tanto tempo, com aquela pessoa que lhe encarava como se fosse decapitá-la a qualquer momento. — E, Jungkook, vai deixar que esposo fale assim comigo? — Perguntou ao se recuperar do espanto, com a palavra esposo escapando de sua boca com total desgosto.

— Jimin, Jieun, por favor, eu— Jungkook ficou no meio dos dois, pois Jimin parecia que iria atacar a mulher a qualquer momento.

— Eu falo da maneira que eu quiser, querida. Estou na minha casa e no casamento do meu irmão! — Jimin já gritava novamente. — A intrometida aqui é você!

— Sua casa? Claro, golpe do baú, não é mesmo? Pois duvido muito que venha de uma família de posses e renome, eu o conheceria se fosse assim. — Quando percebeu Jieun também havia começado a gritar. — Não passa de um golpista pobretão que conseguiu laçar o alfa mais rico da região e não devia se orgulhar disso! Um ômega sem classe, é isso que você é!

— Agora já chega, sua puta atrevida! — Jimin gritou e Jungkook arregalou os olhos. — Eu não posso lhe encher de tabefes, mas eu pago o que for a qualquer ômega mulher que der uns tapas na cara dessa meretriz! Com o dinheiro do meu golpe, que seja, só metam a mão na cara da piranha!

— Jimin! — Jungkook, vendo todos começarem a falar ao mesmo tempo e os gritos de Jimin ecoando pela casa, não teve mais alternativas a não ser se abaixar e pegar seu marido pelas pernas, o jogando sobre seu ombro e o deixando bater em suas costas de cabeça para baixo enquanto tentava se soltar. — Por favor, ninguém vai bater em ninguém aqui!

— Jungkook, me solta! Me solta, seu cachorro! Traidor! — Os gritos de Jimin eram ouvidos por todos e Jungkook só fez ignorá-los, pretendia acabar com aquilo de uma vez por todas.

— Jieun, me desculpe pelas ofensas que meu marido lhe fez, mas não, ele não deu golpe nenhum. Casei com ele porque quis e, felizmente, sou muito feliz com ele. Ele pode não ter posses que vieram de berço, mas possui os bens mais importante, este sendo meu coração e amor infinito. — Ao dizer aquilo, o queixo de Jieun pendeu em seu rosto e foram ouvidos vários suspiros de ômegas que acharam admirável tal declaração. —  Jimin, aquiete-se! — Jungkook interrompeu o discurso para ajeitar Jimin que estava quase caindo e não parava de gritar para soltá-lo. — Espero que em outra ocasião possamos conversar de uma maneira mais civilizada e vou ficar muito feliz em lhe apresentar Jimin de um jeito mais adequado e polido. Agora, se me der licença, tenho uma pequena fera alterada para acalmar. — Ao terminar de falar, Jungkook começou a se movimentar por entre as pessoas, não esperando respostas ou quaisquer ação da antiga amiga.

— Fera? Agora você foi longe demais, Jeon Jungkook! — Jimin batia nas costas do alfa enquanto gritava. — Vamos lá, mulheres! O que estão esperando? Deem na cara da vadia! Eu pago bem! Eu juro! Meu marido é rico! Taehyung, eu arranjo um marido para você, mas arranje alguém para bater nessa mulher! — Os gritos ecoavam enquanto Jungkook se encaminhava com o ômega pelo salão e se afastava gradativamente da multidão formada ali. — Arranquem os cabelos feios dela! Pois fique sabendo, querida, que os meus cabelos são um raio de sol! O meu marido que disse, sua mocréia! Não são iguais aos seus, cor de mer— O barulho do estrondo da porta da biblioteca fechando abafou o restante da frase do ômega.

Todos se encontravam aturdidos com a situação ali, inclusive Jieun que ainda estava abalada por tudo que lhe foi dito por Jungkook. Ele realmente amava aquele ômega maluco? Não podia crer nos que seus ouvidos ouviram há pouco.

— Eu amo meu irmão! — Taehyung gargalhava, adorando toda aquela situação e achando engraçadíssimo Jimin estar tão fora de si que havia até mesmo esquecido que estava em seu casamento, tentando suborná-lo ao sugerir que lhe arranjaria um marido. — Esse é, sem dúvidas, o melhor casamento que eu poderia ter! — Exclamou feliz e Changwook somente conseguiu sorrir para seu marido, pois saber que ele estava contente era só o que importava.

— Gente, está tudo bem agora, meu cunhado só estava um pouco, hm, alterado pela bebida, entendem? — Hoseok chamou a atenção de todos, tentando contornar a situação, o que foi bem-sucedido, pois logo todos pareceram compreender tamanha cena. O ômega estava bêbado, afinal. — Voltem com a música! — Exclamou alto e logo foi atendido pelos músicos, voltando em seguida sua atenção à mulher que parecia um tanto paralisada ali perto. Se aproximou devagar. — Jieun, está bem?

Mal o alfa perguntou e Yoongi apareceu ali ao lado do marido junto aos sogros, voltando do andar de cima.

— Meu bem, as crianças já estão dormindo. — Sorriu para o marido e segurou-lhe no braço. — O que eu perdi?

— Hyung, você não vai acreditar! — Taehyung já estava pronto para contar tudo para Yoongi, mas Seokjin chegou ali esbaforido.

— Mamãe desmaiou de desgosto pelo escândalo que Jimin fez! Papai e Namjoon estão tentando acordá-la! — Seokjin disse, suspirando em seguida. — Mas sabe como é, são aqueles desmaios falsos dela, então, não se preocupem.

— O que? Como assim? Jimin fez um escândalo? — Yoongi perguntou, não entendendo nada. Havia apenas ido até o quarto em que os filhos estavam, com os Jeon mais velhos em sua companhia, e voltava para saber que seu irmão tinha feito um escândalo? Não podia acreditar!

— Pois é, querido irmão, perdeu a melhor parte do casamento! E olha que quando entrei na igreja deixei todos de queixo caído com minha beleza e elegância! — Taehyung disse e chamou o irmão com a mão. — Venha que eu vou lhe contar tu-di-nho! Assisti tudo de perto!

— Me conte também, pois eu perdi o final da coisa toda quando mamãe caiu em meus braços e tivemos que levá-la para uma das salas. — Seokjin se animou e seguiu os irmãos junto a Changwook para um lugar mais reservado.

— Assistiu a tudo e não parou Jimin? Taehyung! — Yoongi ralhava com o irmão conforme se afastavam, sobrando então Hoseok e seus tios. Além, é claro, da mulher ainda abalada que passou despercebida por Yoongi.

— Como assim escândalo? O que aconteceu, Hoseok? — Jeon Min-ho perguntou e Hoseok abriu a boca para responder, porém sua tia acabou falando primeiro.

— Jieun, querida, é você?! Faz tanto tempo que não lhe vejo! — Minji disse, animada, ao que foi abraçar alegremente a ômega.

Jieun, ainda um pouco atordoada, devolveu o abraço e sorriu minimamente em direção aos Jeon.

— Muito tempo mesmo, Minji. — Falou baixo, tentando lembrar das boas maneiras mesmo que ainda estivesse minimamente perdida em tudo que havia acontecido. — Como vai?

— Isso é vinho em seu rosto? — O senhor Jeon perguntou, antes que sua mulher pudesse responder à pergunta de Jieun, achando estranho alguns respingos vermelhos no rosto da ômega.

— Hm, sim, é. — Ela respondeu, aparentemente envergonhada. Sua altivez havia se dissipado toda por todas as palavras que Jungkook havia lhe dito.

— Que indelicadeza, Min-ho. — Minji ralhou com o marido e voltou para a moça. — De certo foi apenas um acidente, hm? Oh, já se encontrou com Jungkook? — A ômega mais nova confirmou com a cabeça. — Ah, então já deve ter conhecido meu genro também, certo? Os dois não se desgrudam, são muito unidos! Jimin não é um ômega lindo e adorável? O par perfeito pro meu Jungkook. Assim como Yoongi é para o nosso, Hoseok, não é, querido? — Dirigiu-se ao marido, mas não esperou respostas, pois estava entusiasmada demais ao encontrar uma velha conhecida em que pudesse se gabar de sua família já tão grande. — Ah, e precisa conhecer meus netos!

— Ne-netos? — Jieun, que ficara surpresa com todos os elogios que Minji fazia para o ômega que era esposo de Jungkook, ficou ainda mais atordoada com aquela informação.

— Sim, Hoseok tem dois pequenos anjinhos, uma menina alfa e um menino também alfa. E Jungkook tem gêmeos, dois alfinhas muito arteiros! Mas que são a luz dessa casa! Agradeço todos os dias por Jimin ter entrado no coração de gelo de Jungkook e me dado meus lindos netos! — Omitiu o fato de que ela mesmo teve a ideia de colocar Jimin no coração de Jungkook de uma maneira ou de outra, forçando o casamento dos dois. Mas havia dado certo, afinal, e era isso que lhe importava. — Venha, querida, tem que conhecê-los! — E a mulher saiu dali puxando uma Jieun embasbacada pelo braço, falando sobre seus adoráveis netos e genros.

— T-titia. — Hoseok tentou, mas logo as duas mulheres já haviam se afastado demais. Quando Jimin soubesse que aquela mulher estava minimamente perto de seus filhos, o escarcéu há pouco acontecido não seria nada comparado ao que viria.

— E então, o tal escândalo tem a ver com Jieun? — Jeon Min-ho perguntou ao sobrinho, que lhe olhou e suspirou em seguida.

— Você acertou, titio. Nem vai acreditar quando eu contar. Bom, para começar, Jimin ficou bêbado. — O Jung começou.

— Santo Deus! — O Jeon exclamou e suspirou em seguida, pois sabia que boa coisa daquilo não havia de sair.

~*~

— Eu vou matar você, matar aquela mulher, e comê-los assados ao molho de framboesas! Só sinto muito que a carne seja de tão péssima qualidade. — Jimin se debatia e quase caía dos braços de Jungkook, este que estava sempre o ajeitando para que isso não acontecesse. — A vergonha de ser feito de bobo na frente de todas essas pessoas eu nunca vou perdoar, como você pôde, Jungkook? O que eu lhe fiz para que fosse ciscar no galinheiro daquela franga murcha? Uma rameira de quinta que só faltava pular em seus braços na frente de todos! Uma piranha oferecida!

— Jimin, pare! De onde você tira esse palavreado? Por Deus! — Jungkook, finalmente, conseguiu colocar Jimin no sofá da biblioteca ao qual ele sempre estava para ler seus livros.

— Oh, agora também vai falar mal de como eu falo? Vai dar razão para sua amante estúpida? — Jimin se encolheu no sofá, em um momento encarando raivosamente Jungkook e no outro com seus olhos chorosos direcionados a ele. — Tudo bem, eu vou sobreviver quando você me expulsar daqui e trouxer aquela meretriz para morar aqui. Mansão dos Jeon, o bordel mais famoso da região! É como vão chamar a casa que vai ser dos seus filhos!

— O que está dizendo? Ela não é minha amante e, pelo amor de tudo que é mais sagrado, não vou largar você para ficar com ela, Jimin! De onde tirou isso? — Jungkook exclamou, aturdido pela imaginação fértil de um Jimin bêbado. — Não ouviu nada do que eu disse para ela?

— Só sei o que não disse! E não disse que eu era seu marido! Nem que tinha um marido! Escondeu sua aliança também, foi? — Jimin agora tinha um bico magoado em seus lábios, enquanto trazia as pernas para cima do sofá e abraçava os joelhos. — E não se faça de desentendido, seu canalha! Estava olhando e apontando para o decote da oferecida na frente de todos! Eu vi tudo!

— Jimin... — Jungkook suspirou, já percebendo algumas lágrimas querendo escapar dos olhos do loiro. A fase alterada da bebida estava passando e a fase chorosa estava vindo à tona. Que Deus ajudasse Jungkook a acalmar Jimin. — Droga, por que você é tão fraco para bebida? — Falou baixinho, mas Jimin ouviu mesmo assim.

— E por que você é tão fraco para o decote daquela mulher? Podia ao menos ter sido mais discreto ao invés de encarar descaradamente. Despudorado! É o que você é! — A voz de Jimin já se encontrava embargada e o nariz já se avermelhava conforme o choro vinha. — Por que me submeter a essa vergonha, Jungkook? É por que eu não tenho seios? Você nunca reclamou antes!

— Caramba, Jimin! Não é nada disso! Pare de pensar essas besteiras, hm? — Jungkook pediu, tentando se aproximar devagar, como se aproximaria de um bichinho assustado. — Deixe-me explicar, sim? Não é nada disso que está pensando.

— Isso é o q-que todos os traidores infiéis falam! — A voz já falhava e a primeira lágrima escapou dos olhos vermelhos. — Eu achei que fosse o suficiente para v-você.

— Meu amor, não chore. Por favor, acalme-se. — Jungkook finalmente sentou-se ao lado do marido e o abraçou como pôde, mesmo que Jimin formasse um tipo de bolinha todo encolhido daquele jeito. — Você é mais que suficiente para mim, como pode duvidar disso?

— M-mas você— Jimin começou, entre um chorinho e outro, mas foi interrompido.

— Não estava olhando para o decote dela, Jimin. O botão do vestido que ela usava estava solto e eu só fiz avisá-la quando percebi. — Esclareceu, finalmente, o alfa. — Ela ficou envergonhadíssima e eu também, mas não podia deixar que ela continuasse daquela maneira e não avisar nada. Se viu tudo, com certeza me viu também apontando para o botão aberto no vestido. Foi só isso, amor.

— Foi mesmo? — Jimin perguntou, se virando para Jungkook enquanto este colocava suas pernas parcialmente em seu colo. — Eu não s-sei se acredito. Você e-envergonhou o Diminnie!

— Ah, Deus! — Jungkook exclamou. A fase "Diminnie" da bebedeira tinha chego e, apesar de ser uma fase fofa, Jungkook sabia como seu marido ficava birrento dessa maneira. — Não envergonhei o Diminnie, amor. Eu amo o Diminnie!

— Ama nada! —A voz chorosa ainda era nítida, porém de uma hora para a outra Jimin sorriu maliciosamente e sentou-se no colo de Jungkook com uma perna de cada lado. — Eu quero que prove então!

— P-provar? — O Jeon então reconheceu a fase "sem-vergonha" da bebedeira chegando. Particularmente aquela era sua fase preferida, porém estavam na biblioteca da casa e uma festa acontecia no salão. Não era lugar, nem momento para se deixar levar por aquele Jimin descarado. — Amor, não podemos agora. Quem sabe mais tarde, hm? Quando todos os convidados forem para casa e– Ah, Jimin! — Não conseguiu continuar quando seu marido se ajeitou certeiramente sobre seu membro adormecido e deu um pulinho nada inocente.

— Ou você me prova agora, ou eu vou voltar lá e dizer para todo mundo que meu alfa não quer me dar o que eu quero! E isso que quer? Então tá! — O ômega fez menção de levantar do colo de Jungkook, mas este segurou seu quadril no lugar, até mesmo forçando um pouco para baixo.

— Nada disso. Chega de escândalos por hoje, amor. — Jungkook negou enquanto pressionava os dedos sobre a cintura de Jimin. — Tem certeza disso? Amanhã quando acordar com uma ressaca enorme vai morrer de vergonha pelo que está me propondo.

— Jungkookie. Quero tanto, tanto você. Me toca, amor. — Jimin disse, afundando seu rosto no pescoço de Jungkook e respirando pesado contra a pele minimamente suada. Sua mente estava um tanto nublada, mas dentro de si sentia uma necessidade enorme de sentir Jungkook, de ser tocado por ele, amado por ele. Queria mesmo aquela prova para que seus pensamentos não o traíssem, projetando imagens onde Jungkook o deixaria por aquela mulher. Era inseguro e o álcool só intensificava isso, deixando-o totalmente carente de sentir o amor de seu marido. Com isso em mente, desabotoou seu colete verde-escuro e, em seguida, sua camisa branca, deixando ambos abertos e sua pele à vista. — Aqui. — Pegou a mão de Jungkook e levou até sua clavícula, deixando os dedos repousarem sobre sua marca e a palma da mão tocar seu tórax. — E aqui. — A outra mão do alfa foi direcionada até sua bochecha, onde o ômega se esfregava contra a pele do marido. — Quero carinho.

— Você fica tão manhoso nesse estado, bebê. — Um som, parecido com um ronronar, foi ouvido por Jimin ao que Jungkook lhe acarinhava ambos os lugares ao qual suas mãos estavam. — Me fascina. — Contornou toda a marca com o dedo e desceu até o mamilo arrepiado do ômega, enquanto levava seu nariz a afundar nos cabelos macios e cheirosos. — Me encanta. — Beijou a bochecha que não acarinhava, sussurrando contra a pele aveludada. Jimin havia fechado os olhos e fazia sons cheios de dengo enquanto aproveitava os toques e as palavras que Jungkook murmurava. — Me enlouquece. — Mordiscou a mandíbula delineada do loiro, descendo até o queixo e deixando um chupão ali. O dedo do alfa acariciando sutilmente o ponto amarronzado localizado no torso alheio. Jimin gemia baixinho, os olhos tremulando por baixo das pálpebras. — Meu ômega, lindo, perfeito, delicioso. — Terminou sussurrando contra o pescoço e mordendo fraco ali, enquanto puxava o mamilo sensível contra seus dedos.

— J-jungkook-ah. — A voz de Jimin era baixinha e praticamente inaudível, ao que levou seus braços a repousarem nos ombros do alfa.

— Me diga, Jimin. — Jungkook pediu, enquanto se levantava do sofá com Jimin em seus braços. Ao que se pôs de pé, deixou que as pernas do ômega escorregassem de seu quadril e deixou-o em sua frente, segurando a cintura por dentro da camisa aberta, pois Jimin aparentava estar completamente amolecido para se manter erguido sozinho. Enquanto um braço permanecia agarrado ao corpo do ômega, o outro levou sua mão a tirar o colete que sobrepunha a camisa do loiro. Beijos de boca aberta eram deixados por toda a extensão do pescoço, nuca e ombros de Jimin, fazendo o loiro se arrepiar e suspirar. Ao terminar de se livrar do colete verde e jogá-lo no chão, Jungkook desceu os beijos para a clavícula e lambeu a marca da união dos dois vagarosamente. Jimin puxou seus cabelos entre os dedos, incentivando Jungkook a continuar, e este desceu ainda mais seus lábios pelo tronco parcialmente exposto pela camisa aberta. — Me diga, amor. — Enquanto falava, sua respiração ia diretamente contra o mamilo eriçado do loiro, seus olhos presos no rosto corado e delicado de Jimin, este que arfava ao sentir todas aquelas sensações. — Para que eu precisaria de seios quando tenho um tórax tão macio, delineado e cheiroso como o seu, somente para mim? — Ao que falava, selares eram deixados por toda a pele do local mencionado, além de pequenos chupões, e Jimin fez questão de abrir os olhos para ver aquilo, podendo vislumbrar também o olhar sincero e voraz de Jungkook para si. — Quando tenho esse lugarzinho que sempre fica rijo quando toco ou beijo. — Passou a pontinha do nariz pelo mamilo alheio, brincando com o local enquanto ouvia pequenos chiados saindo da boca de Jimin. — Não preciso de seios quando sei que posso te fazer gritar só em sugar com gosto seu biquinho sensível, amor.

E foi com vontade que Jungkook lambeu, para em seguida chupar, o mamilo amarronzado de Jimin, colocando-o todo na boca e fechando os olhos para apreciar o gosto de prazer que aquilo tinha.

— Oh, Jungkook! — Jimin gritou e Jungkook sorriu contra sua pele, fazendo com que o rosto já corado se avermelhasse ainda mais. Os olhos pequenos e dilatados do ômega assistindo os dentes se fecharem contra seu mamilo e sugarem com ânsia, fazendo com que seu corpo tremesse nos braços de Jungkook. — N-não para. — Pediu, alto, enquanto soltava chiados um tanto escandalosos.

— Desse jeitinho mesmo, eu adoro como você fica desesperado por isso. — Jungkook dizia enquanto dava pequenas lambidas no tórax arfante, levando sua boca a maltratar o outro mamilo de seu marido.

Os gritinhos finos deixavam o Jeon extremamente duro dentro de suas calças, agradecendo pela música no salão estar alta, impedindo que alguém além dele ouvisse aquele som magnífico.

— N-não. — Jimin pediu, novamente, ao que viu Jungkook abandonar seu mamilo e descer beijos e lambidas por seu torso até chegar em seu umbigo, afundando a língua ali. — M-mais.

— Quer mais? — O alfa perguntou, obtendo rapidamente um assentir de Jimin que lhe olhava aflito. Enquanto deixava pequenos chupões pela barriga acetinada, Jungkook levou sua mão que não segurava Jimin no lugar, a alisar o membro do ômega por cima da calça. — Tão duro. — Suspirou longamente de excitação por ver Jimin naquele estado. — Ah, meu amor, eu vou te dar mais, muito mais.

Jungkook então empurrou devagar o corpo de Jimin até ele sentar-se novamente no estofado. Abriu-lhe as pernas e se ajoelhou no chão entre elas, deixando um último olhar feroz para Jimin antes de levar seus lábios a novamente se fecharem no pedacinho de carne sensível do marido. Sua outra mão foi imediatamente para o mamilo ainda não estimulado, o acariciando e apertando enquanto sugava o outro.

— Ah, isso, Jungkookie... Isso... — Jimin gemia, sua cabeça repousada sobre o encosto do sofá. Os olhos abertos fitando o teto alto e enfeitado da biblioteca, os ouvidos captando a música que vinha do salão e os barulhos de sucção que deixavam a boca de Jungkook, os dedos embolados nos fios escuros do marido e puxando-os irracionalmente. Adorava tanto ser estimulado naquele lugarzinho em especial que não conseguia colocar em palavras tamanho seu prazer com aquilo. — Hmm, Kookie-ah, oh, e-eu... — Sua visão foi ficando embaçada, os sons abafados, e os puxões nos cabelos de Jungkook cada vez mais fortes. — Ah, ah, eu vou, oh, Jungkook-ah! — Os gemidos foram gradativamente aumentando e, quando percebeu, Jimin sentia sua cabeça rodar e seu coração bater acelerado dentro do peito, seu pênis rijo liberando todo seu prazer em suas calças. A respiração ficou pesada e Jimin fechou os olhos com força, sentindo-se tão, mas tão, sensível e satisfeito.

— Ah, bebê. — Jungkook arfou ao que sentiu parar de tremer em seus braços, se afastando dos biquinhos altamente vermelhos e inchados de Jimin. Algumas manchinhas roxas também haviam sido deixadas no tórax liso do loiro, deixando Jungkook altamente sem ar com a visão. Seu olhar se direcionou então para a calça branca de Jimin, esta que agora tinha uma mancha na região frontal, denunciando que o ômega havia chego ao seu limite. — Tão sensível que gozou nas calças somente por eu chupar essas duas pedrinhas preciosas. — Enquanto falava, levou os polegares a acariciarem os mamilos pardos. Seu olhar faminto encontrando o cansado do loiro. — Foi bom, meu amor? — Perguntou e se ergueu para aproximar os lábios dos de Jimin.

— Sim, foi tão bom, Jungkookie. — O ômega suspirou ao falar, sentindo a boca de Jungkook afagar a sua. Quando percebeu, uma das mãos do alfa estava acariciando seu membro semirrígido por cima das calças, fazendo o estremecer por ainda estar extremamente sensível ali depois do orgasmo. — Hmm.

— Olhe só, amor. — O alfa disse, sorrindo contra a boca de Jimin e selando-o demoradamente em seguida. — Se melou todinho e eu nem o toquei. — Colocou a mão dentro das calças de Jimin e comprovou o que falava, sentindo o local todo melecado com o sêmen e lubrificante natural do marido. Seu indicador alisando a extensão do ômega até mais embaixo, onde finalmente tocou a entrada com alguma dificuldade, já que a calça apertada não ajudava. Pressionou o dedo ali, sentindo a facilidade com que ele entraria por estar totalmente encharcado, mas retirou a mão, fazendo com que Jimin lhe olhasse confuso.

Ao que Jungkook colocou-se de pé, Jimin observou o suor deixando os cabelos negros do marido e as mãos um tanto trêmulas, que abriam a camisa apressadamente. Conhecia demais Jungkook para saber que ele estava completamente excitado e com fome de si, e aquela constatação o fez estremecer. Quando o tronco de Jungkook ficou completamente exposto, o alfa se abaixou para tirar os sapatos, sem nunca deixar de lhe lançar um olhar cheio de segundas intenções.

— Eu vou fazer o que quer e lhe mostrar o quanto te amo. — O alfa falou e Jimin arfou, o efeito do álcool já não tão forte em seu corpo, porém ainda presente. — Tire as calças, príncipe. Vamos fazer amor.

Uma corrente de euforia e ansiedade transpassou o corpo do loiro, fazendo com que respirasse fundo e começasse a fazer o que lhe foi pedido. Foi com pressa que desceu suas calças sujas pelas pernas, chutando de qualquer jeito os sapatos negros e lustrosos de seus pés, ficando assim apenas com as meias e a camisa branca ainda aberta sobre seu tronco. Quando ia retirar o restante das peças, foi parado por uma mão de Jungkook que lhe segurou o pulsou com delicadeza.

— Não. Eu quero fazer com você assim. — Jungkook segredou, ao que seus olhos escaneavam Jimin inteiramente, adorando como ele ficava lindo daquela maneira.

O corpo parcialmente suado do loiro, era pintado com algumas manchas rosas e roxas que o alfa havia deixado. A camisa que caía em um ombro do ômega deixava visível a marca e ia até as coxas bem definidas. Jungkook podia ver, daquela maneira, o membro já quase completamente rígido e as pernas um tanto trêmulas e de músculos firmes. Os tornozelos e pés eram cobertos pelas meias brancas. Jungkook suspirou e agradeceu aos céus por ter Jimin como seu marido. Ele era uma obra de arte de tão lindo.

Jimin não pôde fazer outra coisa a não ser reprimir um gemido quando Jungkook, finalmente, se livrou de suas calças e ficou completamente nu. Algo em sua mente apitava dizendo que qualquer pessoa podia entrar ali e pegá-los naquele ato que era, no mínimo, sem-vergonha.

— Jungkook, as pessoas... a porta está aberta e– Ah! — Jimin gemeu assim que Jungkook, com uma agilidade impressionante, segurou seu tronco e deitou-o no sofá com a cabeça sobre uma almofada. Uma de suas pernas foram levadas até o encosto do estofado e mantida ali, enquanto a outra foi guiada até estar presa na cintura do alfa, com seu calcanhar coberto pela meia pressionando o bumbum firme de Jungkook. O membro ereto do alfa, clamava atenção e balançava enquanto se mexia para se ajoelhar no sofá em meio as coxas de Jimin, fazendo este arfar pelo olhar intenso que era lançado para si.

— Não é o que você queria, hm? — Jungkook abaixou-se, apoiando seu antebraço no braço do sofá que ficava atrás da cabeça de Jimin, deixando pequenos beijos nas bochechas proeminentes. Sua mão livre apertando com força desmedida a coxa volumosa. — Quer parar? — Perguntou ao que pressionava seu pênis entre as bandas fartas da bunda de Jimin, fazendo com que este lhe laçasse o tronco com os braços e soltasse murmúrios incompreensíveis. — Eu estou aqui pra te agradar, pra te dar o que você quer. É só você pedir e eu faço, amor.

O ômega sentia sua cabeça latejar. Podia ser por toda a bebida que ingeriu, mas algo o dizia que era por ter o corpo encantador daquele que amava pressionado sobre o seu, e o falo que lhe cutucava provocantemente em sua entrada. Como podia ser um homem tão sortudo por ter Jungkook em sua vida? Não sabia, só o que tinha certeza era de que não conseguia parar agora, não quando já estava todo excitado novamente e ansioso por ser preenchido e ter seus desejos saciados.

— Kookie. — Chamou o ômega enquanto passava suas unhas curtas pelas costas de Jungkook. — Continua, vai. — Pediu, puxando o alfa para que pudesse finalmente beijar a boca de lábios finos com toda sua ânsia. Fazia boas horas que não sentia o sabor do beijo de Jungkook, desde antes do casamento do irmão, e aquilo o estava deixando angustiado, pois era viciado nos beijos quentes e arrebatadores do marido.

Enquanto se aproveitava dos lábios fartos de Jimin, que parecia extremamente ávido em beijá-lo, Jungkook agradecia internamente pelo loiro não o ter pedido para parar, pois estava muitíssimo desejoso em arrebatar o corpo do ômega para si. As línguas afoitas desfrutavam uma da outra, fazendo com que o alfa sentisse o gosto do vinho misturado com champanhe na boca de Jimin, sorrindo minimamente por lembrar que o ômega ainda devia estar com a mente um tanto alterada por estar o deixando fazer aquilo mesmo com o risco de serem pegos. Ou, em algum lugar dentro do loiro, ele se excitava em saber que podiam ser pegos a qualquer momento.

Distraído com o beijo e pensamentos nada castos, Jimin gemeu surpreso ao sentir Jungkook entrar em si lentamente, porém impetuoso e sem nenhuma pausa para que pudesse respirar. O ar entrava por suas narinas, mas não conseguia soltá-lo, pois sentir-se ficar cheio pouco a pouco, o deixava sem saber como expirar. Era uma sensação sem igual, formidável, e que o ômega adorava com todas as suas forças.

Mordendo os lábios abertos de Jimin, Jungkook começou a se movimentar, não esperando nenhum segundo mais para aquilo. Seu corpo pedia por alívio e podia ver que o ômega também queria o mesmo, ao ouvir os gemidos desejosos contra seus lábios. O orifício de Jimin apertava e embebia seu membro com lubrificante natural, deixando Jungkook louco de tesão e vontade para aumentar o ritmo, e foi exatamente o que fez. Desceu beijos para o pescoço do ômega, deixando mordidas e chupões pela pele suada e sensível do local.

— Jungkookie! —Os gritos de Jimin ecoavam por toda a biblioteca, fazendo Jungkook adorar aquilo de uma maneira que suas investidas ficassem cada vez mais ferozes. O ômega já tremia todo em seus braços, arranhando suas costas com força.

— Isso, meu amor. — Sussurrou no ouvido de Jimin, deixando selares ali. — Continue gritando assim, tão escandaloso. Vão te ouvir do salão. Vão saber o que estamos fazendo bem aqui, há alguns metros de todas aquelas pessoas.

Ao ouvir o que Jungkook disse, Jimin sentiu uma tremenda vergonha lhe preencher, levando uma de suas mãos a lhe tampar a boca.

— Não quero que me ouçam, n-não quero. — Falou abafado pela mão que mordia.

Jungkook, não gostando nada daquela ação do loiro, rosnou irritado e agarrou Jimin em seus braços, se levantando com ele em seu colo.

Pelo susto, Jimin soltou um gritinho e agarrou-se em Jungkook com seus braços e pernas, afundando o rosto no pescoço do alfa. Sentiu o alfa se movimentar com seu membro ainda dentro de si, o fazendo soltar pequenos chiadinhos por isso. Quando menos esperou, foi prensado na enorme estante que rodeava toda a enorme biblioteca e o impacto fez que alguns livros ao seu lado caíssem. Quando ia perguntar para que tudo aquilo, Jungkook segurou suas pernas com firmeza e o estocou consecutivamente, sem intervalos para o quer que Jimin falaria. A mordida que Jimin deu no ombro de Jungkook foi forte, pois naquela nova posição o alfa lhe acertava certeiramente a regiãozinha que o levava até os céus tamanho deleite.

— Não esconda sua voz, Jimin. Não faça isso. Quero te escutar clamando por mim. — Segredou no ouvido do ômega, segurando as pernas deste e o impulsionando para cima, fazendo com que Jimin se afastasse do ombro que mordia e gritasse a plenos pulmões o nome do marido incansavelmente. — Isso, príncipe. Sei que no fundo gostaria que alguém em especial nos ouvisse agora.

— E-eu, ah, queria que aquela mulher vulgar o-ouvisse, Jungkookie. — Admitiu Jimin, sentindo seu canal apertar cada vez mais o falo duro de Jungkook. Seu limite chegando e o prazer evidente levando embora a vergonha. Só conseguia pensar agora em seu marido lhe satisfazendo e no quanto queria que a tal Lee Jieun soubesse como Jungkook parecia completamente inebriado de desejo enquanto o tomava contra a estante de livros que arranhavam suas costas cobertas pela camisa.

— Queria, não é? Queria que ela entrasse aqui agora para ver o quanto eu amo estar dentro de você, hm? O q-quanto eu amo, hm, fazer amor com meu marido. — A dificuldade para falar já tomava conta de Jungkook, pois seu limite estava para chegar. Jimin o enchia de tesão quando gemia seu nome aos gritos, da maneira que acontecia no momento. — Mostre que você me tem, que eu sou seu.

E Jimin mostrou, sentindo tanta, mas tanta, excitação por pensar que mostraria a todos como Jungkook lhe pertencia; como só ele, e apenas ele, podia desfrutar do amor e vigor de seu alfa. Jungkook era seu e inteiramente seu.

— V-você é meu! — Jimin praticamente rosnou, antes de puxar os cabelos de Jungkook e mordê-lo com força no pescoço, deixando o local cheio de marcas intensas. — Só meu! Ah! Meu alfa!

— Isso, amor. — Incentivou Jungkook, enquanto Jimin continuava a marcá-lo e puxar seus cabelos, gemendo incansável que era dele e de mais ninguém, o deixando ainda mais maluco e estocando com todas as suas forças. — Meu ômega c-ciumento!

— Meu! — E foi gritando essa palavra incontáveis vezes que Jimin espremeu o tronco de Jungkook entre as pernas e também o membro em sua entrada, sentindo pela segunda vez na noite um orgamos avassalador se apossar de si.

— Oh, Jimin. — Agora foi Jungkook quem gritou o nome do marido, afundando seu rosto nos cabelos do ômega e gemendo longamente ao sentir o aperto quente lhe levar até às nuvens tamanho prazer, chegando ao seu limite e gozando forte no interior do loiro.

Jimin soltava gemidinhos mais baixos agora, sentindo o nó de Jungkook o tomar e o líquido quente o preencher. Deixou com que seu rosto se acomodasse no pescoço do marido, fechando os olhos lacrimejantes com força e tremendo todo pelo recente orgasmo.

Beijos leves e doces eram deixados por toda a orelha, testa e têmpora de Jimin, fazendo com que este sorrisse terno pelos gestos. Jungkook escorregou seu membro para fora de Jimin assim que o nó foi desfeito, recebendo em troca um chiado do ômega contra seu pescoço. Ajeitou o loiro em seus braços e levou seus lábios a procurarem os alheios, beijando-os devagar, com pequenas mordidinhas e sucções.

— Está mais sóbrio agora? — Perguntou Jungkook ao terminar o beijo. Obteve uma confirmação do ômega. — Ainda duvida de que você é o único pra mim?

— Não. — Jimin negou, suspirando em seguida. — Mas isso não significa que esqueci que você ao menos disse que era casado para aquela ômega. E de todas as coisas que tive que ouvir dela.

— Amor, eu pensei que ela soubesse. E estou usando nossa aliança, não passou pela minha cabeça que ela acharia que ainda estivesse solteiro. Mas não a culpo realmente por ter pensado isso, eu nunca me casaria com ninguém se não fosse por você. — Disse Jungkook, arrancando um olhar desconfiado de Jimin, mesmo que o coraçãozinho do ômega tivesse acelerado.

— Nem mesmo com ela, que foi o seu primeiro amor? — Amargor foi sentido em sua boca ao dizer aquilo. Jimin não gostava de saber que Jeon amara alguém antes dele, doía um pouco.

— Não. — Jungkook soltou uma risadinha, surpreendendo Jimin pela resposta e ação. — Eu pensava que ela era meu primeiro amor, mas ela foi, no máximo, uma admiração, um querer bem, e somente isto. Quando senti, finalmente, o amor, foi com você e agora sei a diferença enorme que existe entre um gostar e amar. Não tem comparação, portanto não acho que me casaria com ela. Se me casei com você foi por causa da sensibilidade de mamãe, que disse ver uma conexão em nós dois, coisa que não víamos na época. E gosto de pensar e confiar no que ela diz, mesmo que tenhamos tido dificuldades para perceber o mesmo. Sempre foi e sempre vai ser você, meu único amor.

Um biquinho formou-se na expressão do ômega, que abraçou com força Jungkook, sentindo-se emocionado por aquelas palavras. O que havia feito para merecer tamanho tesouro como aquele alfa? Não conseguia acreditar que um dia havia odiado aquele homem e pensado que ele era alguém sem coração. Seu esposo era o mais doce dos alfas e Jimin se sentia imensamente sortudo por isso.

Quando abriu a boca para dizer o quanto amava Jungkook e as palavras que ele dizia, foi interrompido por passos que se aproximavam da biblioteca. O casal olhou assustado em direção à porta. Agora que a excitação havia passado, não queriam de jeito nenhum ser pegos naquela situação. Será que haviam sido ouvidos? Desespero e vergonha apoderou-se de Jimin.

— Tem certeza que vieram para a biblioteca, Tae? — A voz de Yoongi foi ouvida e, em um instante, Jungkook e Jimin estavam pegando suas roupas jogadas no chão às pressas.

— Sim, hyung, aposto que foi para cá que vieram. Conheço bem aqueles dois. — Respondeu o mais novo Ji Taehyung.

Jungkook vestiu apenas sua calça enquanto acomodava todas as outras vestes e sapatos em seus braços, acompanhando Jimin que já subia as escadas que davam para o andar de cima da biblioteca. Viu o marido tropeçar em sua frente e riu baixinho, o ajudando a levantar e ganhou uma cara feia do loiro.

— Tomara que não estejam discutindo ainda. — Seokjin foi o próximo a falar.

Quando os três ômegas entraram na biblioteca, não tinha mais nenhum sinal do casal Jeon ali.

— Pelo visto você errou, Taehyung, não estão aqui. — Disse Yoongi, cruzando os braços ao vasculhar cada cantinho do lugar com os olhos.

— Ora, que estranho, podia apostar que– espera! Não está um cheiro estranho aqui? — Perguntou Taehyung, ao que cheirava o ambiente. Viu então Yoongi e Seokjin trocarem um olhar de compreensão, ambos com as bochechas tornando-se avermelhadas. — O que foi?

— Acho que eles já fizeram as pazes, vamos voltar para a festa. Seu marido deve estar te esperando, Tae. — Seokjin disse, pegando na mão do irmão caçula e o levando de volta para o salão.

— Me falem o que está acontecendo! Sei que estão me escondendo algo! — A curiosidade de Taehyung já estava lhe pinicando, odiava quando lhe escondiam algo. — Me contem!

— Ah, meu querido irmão! — Suspirou Yoongi, pegando na outra mão de Taehyung e acompanhando os irmãos. — Hoje, mais tarde, você vai descobrir sobre o que falamos.

Aquilo havia somente deixado o recém-casado mais confuso ainda, não entendendo o que Yoongi queria dizer com aquilo.

Encheria seus irmãos de perguntas até o final daquela festa, mesmo que fosse ignorado. Sobre o que será que eles estavam falando?

Enquanto isso, no andar de cima da casa, Jungkook e Jimin haviam saído da biblioteca e se vestido no corredor da maneira que puderam. Jimin ainda usava sua camisa, porém tinha fechado os botões desta e havia colocado sua calça apenas, o colete e os sapatos em suas mãos. O alfa também havia vestido sua camisa e colete por cima, porém ambos se encontravam abertos deixando seu peitoral parcialmente exposto. Jungkook fechava os botões da calça, previamente vestida, e entre seu antebraço e tronco segurava as meias e sapatos.

— Quase fomos pegos, eu devia te matar por isso! — Jimin exclamou, andando apressado no corredor extenso que levava para os quartos, queria logo chegar em seus aposentos e vestir roupas limpas.

— Você pareceu gostar da adrenalina quando estava aos gritos há alguns minutos. — Falou o alfa, sorrindo zombeteiro ao notar o loiro corar fortemente.

— E-eu, ahn, aish, cale a boca, Jungkook! — Sussurrou sem jeito Jimin, agora andando de cabeça abaixada e se afastando do alfa.

— Ei, amor, volte aqui. — Jungkook pediu ao que apressava o passo para alcançar Jimin.

Todavia, não foi preciso Jungkook se apressar demais para alcançar o outro, já que Jimin parou abruptamente e fez com que o alfa trombasse em si e lhe abraçasse a cintura com o braço que não levava suas coisas.

— Oh, vocês estão aqui! — Exclamou a mãe de Jungkook, que saía do quarto dos gêmeos acompanhada de Lee Jieun. Jungkook então entendeu o porquê do marido ter parado de supetão.  — Estava mostrando as crianças para a Jieun! Tinha que mostrar meus netos lindos para sua amiga, Jungkook! Eles brincaram tanto que apaga— Espera! Por que estão vestidos assim?

Jungkook ficou tímido no mesmo instante, obtendo o olhar repreendedor de sua mãe para com suas roupas amassadas, abertas e parte delas em suas mãos. Jieun parecia extremamente incomodada com a cena que presenciava.

— Não acredito que a senhora levou essa megera pra perto dos meus filhos! — Jimin, sentindo a ira tomar conta de si novamente enquanto encarava a ômega oferecida em sua frente, ignorou totalmente o que a sogra havia perguntado.

Por um lado, Jungkook até achara bom que Jimin focasse em seu ódio por Jieun, pois assim não percebia que estavam em uma situação constrangedora por estarem com as vestes daquela maneira.

Antes que a senhora Jeon pudesse perguntar o porquê da fúria do genro, o olhar de Jieun caiu sobre o peito desnudo de Jungkook. Mesmo que o alfa estivesse atrás de Jimin, aquilo não impedia a visão da mulher mais jovem em vislumbrar aquele pedaço de pele. A ômega ficara vermelha e Jimin no mesmo instante acompanhou o olhar da mulher, soltando um som de completo ultraje ao perceber que a meretriz estava secando o corpo de seu marido! Ah, que o álcool pareceu fazer efeito novamente e a raiva apoderou-se de si em uma rapidez impressionante.

— Ora, sua... — Jimin disse entredentes e, antes de conseguir terminar a frase, o marido lhe abraçou fortemente por trás e o tirou do chão. O alfa achou melhor jogar todas as coisas que segurava no chão, coisa que o ômega também havia feito, e acabar com aquilo antes mesmo de começar. — Como ousa secar meu marido na cara dura? É mesmo uma mhmhmhmh... — Sua boca foi coberta pela de Jungkook, que lhe puxava com a outra mão para longe dali.

—Sem mais escândalos hoje, príncipe. — Jungkook avisou, com Jimin murmurando contra sua mão e tentando soltar-se de seu abraço. — Com licença. — Disse às mulheres, se afastando com Jimin pelo corredor.

Os sapatos de ambos, meias de Jungkook e o colete de Jimin ficaram no caminho e as duas ômegas seguiam os dois pelo olhar.

— Aparentemente vou ter que te relembrar que esse ciúme todo não tem porquê. — Foi o que as mulheres ouviram Jungkook dizer enquanto o casal se afastava. — Meu maridinho enciumado. — A fala foi dita com tanto carinho, que qualquer um podia ver que o alfa realmente não se importava em ter que aturar uma crise ou outra de ciúmes de Jimin, pois o amava demais e entendia certa insegurança do ômega. Logo entraram no quarto e já não eram mais vistos ou ouvidos.

— Como eu disse: são dois pombinhos. — Suspirou Minji ao dizer aquilo para Jieun. Esta, não havia sequer aberto a boca. Cada vez entendia menos como Jungkook havia se apaixonado por aquele ômega, porém ficou nítido para si que amor ali não faltava. — Que situação, não sabia que Jimin se sentiria ameaçado por você! Mas que bobagem, como se houvesse alguma chance de Jungkook o trocar. Aparentemente, ele é um tantinho ciumento. — Soltou uma risadinha, não percebendo como tinha deixado completamente sem graça a outra ômega ali presente. Esta que preferiu permanecer calada, rendida por ter percebido que teria chance nenhuma com o amigo de infância.

Mas a senhora Jeon estava certa. Aparentemente, Jeon Jimin é um tantinho ciumento.

Um tantinho bem grande.

ღ ɱα૨૨เε∂ αɳ∂ ɱα૨ҡε∂ ღ



O próximo bônus é o último 😔😭🥺

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