Capítulo Bônus I - Yoongi é essencial



— Calma, Yoon, não chora. — Jimin tentava consolar o irmão da maneira que conseguia, o abraçando e alisando seus cabelos escuros.

— C-como não chorar, Jimin? Eu sou um ômega seco! Um ômega que não consegue segurar um filho do meu alfa! Eu não mereço Hoseok, não mereço. Quando ele souber, oh meu Deus! — Yoongi chorava e gritava as palavras ao irmão, se aproveitando de que Hoseok estava viajando e não poderia escutá-lo.

O problema era que, mesmo depois de dois anos casado com Hoseok, Yoongi não conseguia engravidar. E, finalmente, depois de muitas tentativas, tinha recebido a notícia há poucos dias de que estava esperando um bebê. Foi uma felicidade enorme quando a notícia veio do médico, e o ômega de cabelos pretos não via a hora de seu alfa chegar de viagem para que ele pudesse dar a notícia tão esperada pelo casal. Felizmente sua gravidez era ainda muito recente, e a falta de seu alfa não o afetava tanto. Porém, antes de Hoseok chegar, Yoongi teve um sangramento e, depois de muito desespero por parte dele e de Jimin – que foi chamado às pressas com a notícia de que seu irmão estava em apuros –, o médico deu então outra notícia: a de que Yoongi tinha perdido o bebê que esperava. Depois de muitas especaluções, além de Yoongi contar para o médico de suas dificuldades para engravidar e tamanha dor que sentiu ao perder o filho, o beta também esclareceu de que aqueles eram sintomas de alguém que dificilmente conseguiria engravidar ou levar uma gestação até o fim.

A notícia havia devastado Yoongi, este que no momento apenas sabia chorar e dizer que não merecia um marido tão bom quanto Hoseok, já que provavelmente nunca conseguiria o dar filhos legítimos. Aquilo era a pior coisa que poderia acontecer com um ômega na época em que viviam. Um ômega seco, era um ômega sem serventia nenhuma na visão da sociedade, e apesar de Yoongi sempre ter uma mente aberta para o seu tempo, não podia negar que se sentia alguém inútil e um marido horrível. O que Hoseok diria ao saber que o ômega que escolheu para passar o resto de sua vida, o ômega que marcou definitivamente como seu, o homem que dizia amar todos os dias antes de dormir, o que ele diria quando soubesse que esse mesmo ômega não poderia dar-lhe filhos? Yoongi só pensava nisso desde que recebera a notícia, e nem Jimin era capaz de fazê-lo parar de ter tais pensamentos e chorar por eles.

— Yoongi, Hoseok vai entender. Ele te ama. Você não tem culpa nenhuma disso. — Jimin tentou mais uma vez, obtendo apenas um olhar quebrado do irmão.

Aquela cena partia o coração do loiro. Não podia dizer que entendia o que o irmão mais velho passava, pois tinha seus dois filhos o esperando em casa – os gêmeos que gerou em sua barriga e que já possuíam quase um ano de idade –. Não podia imaginar um mundo onde seus filhos não existissem, onde os tivesse perdido nos primeiros meses, só de pensar naquilo seu coração se comprimia totalmente. E ainda tinha o fato de que não sabia a reação que Jungkook teria se o dissesse que não podia gerar um filho, apesar de imaginar que seu marido nunca o abandonaria ou julgaria por isso, sabia que o relacionamento seria muito abalado. Tinha muito medo pelo irmão, mas confiava em Hoseok e em sua integridade. O alfa Jung não culparia seu irmão ou o magoaria, tinha certeza disso.

— Meu bebê. E-eu já podia senti-lo, Jimin. Eu estava tão feliz. — Yoongi sorria triste ao lembrar-se das tantas maneiras que imaginou contar a notícia a Hoseok. Ficara tão animado com aquilo, e agora a notícia seria tão diferente.

— Oh, meu irmão, não fique assim. Não pense nisso. — Jimin então ergueu o irmão pelos ombros e o fez olhar em seus olhos. — Eu ouvi o que o doutor disse, porém não perca as esperanças. Você pode sim gerar um filho, não importa o que ele disse. Pode ser um pouco mais complicado, mas isso pode vir a acontecer, basta ter fé.

— Não, não, não, Jimin. Para quê eu vou ter esperanças? Eu não vou conseguir engravidar mais, não vou. E se conseguir eu vou perder, eu sei, e-eu sinto que eu sou seco. — A cada palavra que saia de sua boca, uma careta retorcida em tristeza adornava seu rosto. Eram palavras difíceis de se dizer, porém era o que Yoongi acreditava.

— Não diga isso! Não diga essa expressão ridícula, você não é seco só porque não consegue gerar um filho. Você é repleto de amor e de carinho, de bons sentimentos e de fibra. É a melhor pessoa que conheço no mundo todo e nada mudará isso, entendeu? — Jimin balançou o irmão pelos ombros ao falar um pouco alto. — Você não é assim, não desista!

— Jimin, eu perdi meu bebê! Um pedaço meu e de Hoseok! Meu corpo não foi capaz de dar o que era preciso para meu filho sobreviver. A culpa é sim, minha, e se eu não posso ter um filho, eu realmente não sirvo para nada! — Yoongi jogou-se na cama novamente, com o rosto afundado no travesseiro e deixando mais lágrimas caírem.

Jimin não reconhecia seu irmão. Ele fora sempre um ômega tão forte e nunca foi de desistir ou fazer uma auto-crítica tão dura, porém, como ele havia pensado antes, não podia julgá-lo por um sentimento que era incompreensível para si.

— Yoon, n-não, isso não é verdade. — Jimin aproximou-se, acarinhando os cabelos de Yoongi. — Você não pensa assim. Nunca criticou um ômega por não poder gerar filhos, não é só pra isso que nossa classe existe. Pode até ser o que pessoas antiquadas acham, mas nós nunca pensamos assim, hm? Você é capaz de tantas coisas! Toca piano e borda tão bem, como eu jamais conseguiria. Escreve poemas tão lindos e cartas tão emocionantes. Sabe sempre a coisa certa a falar, e é sempre tão sincero, amoroso. É um ótimo irmão, um marido maravilhoso sim! E também é um tio tão bom para seus sobrinhos. Não fale que não tem serventia, pois sem você nós não seríamos nada.

Yoongi, ao ouvir as palavras tão bonitas de seu irmão mais novo, só conseguiu virar-se e abraçar o irmão com todas as suas forças. Logo percebeu que Jimin chorava consigo, e sabia que se mostrar tão fragilizado e triste, abalava bastante o irmão.

— J-jimin, dói tanto. — Disse Yoongi, com o rosto afundado na camisa do loiro.

— Eu posso imaginar, Yoon. Não fique assim, vai passar. — Jimin consolou da melhor maneira que podia, com lágrimas saindo de seus olhos. Ver seu irmão naquele estado partia seu coração.

E ficaram assim por bons minutos, até Jimin perceber que Yoongi adormeceu em seu ombro. Devia ser resultado do chá calmante que o fez tomar assim que o médico saiu da casa. Deitou o irmão devagar sobre a cama e suspirou vendo o sofrimento estampado no rosto adormecido. Não demorou a se encaminhar para fora do quarto, fazendo o mínimo de barulho possível. Deixou instruções com os criados de que deveriam deixar Yoongi descansando e que iria a sua casa rapidamente, mas logo voltava.

Com o cavalo já a sua espera, montou e cavalgou com certa pressa para sua casa. Jimin não queria deixar seu irmão sozinho por muito tempo, ele poderia acordar a qualquer momento e queria já estar de volta quando isso acontecesse.

~*~

— Oh, Jimin. — Taehyung exclamou ao ouvir sobre o ocorrido com Yoongi. — E como ele está?

— Devastado, Tae. Nunca vi Yoongi dessa maneira. — Jimin suspirou enquanto brincava com Jungmin e Jeonji no carpete da sala.

Os gêmeos se apoiavam nos móveis, dandos pequenos passos e Jimin sorria ao ver os filhos cada vez mais enérgicos. Jungmin então veio até ele, dando passos desajeitados e Jimin logo pegou o filho em seus braços, adorando o progresso que faziam a cada dia. Aproveitava-se do tempo com os filhos, pois só estava esperando Yujin aprontar seus pertences e iria passar a noite com Yoongi. Só havia ido ali para dar um beijo em seus bebês, pois não conseguiria ficar sem fazer aquilo.

— Não prefere que eu vá no seu lugar? Digo, assim você não precisa se separar dos garotos. — Taehyung ofereceu.

— Prefiro que cuide deles enquanto eu cuido do Yoongi. Você sabe como, bem, eu e ele somos mais próximos.

— Eu sei. Dois traidores, isso sim. — Taehyung bufou, porém sabia que aquele não era momento para ciúmes. — Mas, tudo bem. Vá e eu cuido dos pestinhas.

— Não fale assim deles, Tae! — O loiro ralhou, agora acolhendo também Jeonji nos braços, este aparentemente com ciúmes do irmão.

— É, não chame meus filhos assim, Taehyung. Ou nunca irei lhe apresentar nenhum alfa. — Ouviram então a voz de Jungkook no cômodo e Jimin se surpreendeu ao ver o marido ali, já que este estava viajando junto a Hoseok.

— Você chegou! — Jimin sorriu ao que Jungkook sentou-se a seu lado e lhe beijou os lábios rápida e docemente.

— Sim, felizmente conseguimos terminar tudo ontem e viemos embora hoje. — Jungkook agora pegava os filhos do colo do marido e beijava os rostinhos redondos e corados dos bebês.

— Hoseok foi para casa? — Jimin alarmou-se, obtendo a confirmação de Jungkook e levantando-se em seguida, dando beijinhos nos rostos dos filhos e um selar rápido na testa do marido. — Meu Deus! Preciso correr! — Deu um abraço rápido em Tae e se pôs a correr para fora de casa.

— O que? Jimin, aonde vai? — Jungkook perguntou, porém só o que teve foi um "Taehyung te explica, até amanhã".

Jimin não podia deixar Hoseok acordar Yoongi e pegá-lo de surpresa daquela maneira. O irmão certamente ainda não estava pronto para essa conversa. Droga, ele não devia ter vindo para casa!

~*~

Hoseok estava exausto de viagem, mas quando viu seu marido dormindo na cama, seu corpo relaxou imediatamente. Sorriu com a cena e aproximou-se devagar da cama, olhando agora de perto o rosto de Yoongi. Aparentava estar tenso, mesmo dormindo, e aquilo o alarmou. Porém não queria acordá-lo, resolveu então tomar um banho e somente depois o chamaria. Deixou um afago leve nos cabelos pretos e se encaminhou para o banheiro.

Tomou um banho relaxante, levando embora toda a sujeira e cansaço da viagem, e logo estava com roupas limpas e cheiroso. Quando saiu do toalete, encontrou Jimin em seu quarto, próximo ao corpo adormecido de Yoongi. O loiro logo o dirigiu um olhar cauteloso, fazendo sinal para que não fizesse barulho e meneando a cabeça para sinalizar que saíssem do quarto. Hoseok não estava entendendo nada, porém seguiria o cunhado e pediria explicações.

Ao estarem na sala de estar, acomodados no sofá grande do lugar, Hoseok olhou interrogativo para Jimin.

— Hoseok, você ama meu irmão, não é mesmo? — Jimin perguntou com uma voz séria.

— O quê? Claro que sim, Jimin! Por que essa pergunta? — Hoseok estava ainda mais confuso.

— Não o abandonaria por nada deste mundo? Não o trocaria por um ômega que pudesse lhe dar coisas que meu irmão não pode dar? Ficaria ao lado dele nos momentos ruins e bons? Sem hesitação? — Jimin disse tudo rápido e com um olhar penetrante, não o desviando um segundo sequer dos de Hoseok.

— Não estou entendendo esse assunto, por que— Hoseok começou, porém foi interrompido.

— Só responda, é importante. — O ômega afirmou.

— Nunca o abandonaria, muito menos o trocaria por qualquer outra pessoa. Eu amo Yoongi e ficaria ao lado dele em qualquer situação, com certeza. — Resolveu então responder aquelas perguntas sinceramente.

— Fico feliz em ouvir isso. — Jimin suavizou a expressão, sorrindo minimamente ao ouvir o que já acreditava ser a verdade.

— Mas agora será que pode me dizer o que está acontecendo? — Perguntou o Jung, aflito.

— Acho melhor que Yoongi o explique, mas já aviso: é um assunto delicado e espero que você seja compreensivo. — Jimin explicou com o cenho franzido.

— Você está me deixando com medo. Aconteceu alguma coisa com ele? Ele está doente, é isso? — Hoseok já arregalava os olhos, temendo que Yoongi estivesse efermo.

— Não é isso, bem, eu já disse, ele mesmo deve lhe falar. — O ômega explicou. — Não quero que você o acorde, tudo bem? Eu vou acordá-lo e dizer que chegou de viagem. Prepará-lo para que conversem.

— Jimin, você está, de verdade, me assustando! — Hoseok exclamou, pois aquele cuidado todo era muito estranho. — Eu quero falar com Yoongi, agora!

— Não! Não fará bem pra ele, você fica aqui e eu irei falar com ele. — Jimin se levantou, vendo Hoseok fazer o mesmo.

— Não é preciso, eu já estou aqui. — A voz de Yoongi foi ouvida e levaram os olhares até o ômega que entrava na sala em passos pequenos.

— Meu bem, o que aconteceu? Você está bem? — Hoseok correu para o marido, o acolhendo em seus braços e analisando seu rosto e corpo em busca de qualquer sinal de doença.

— Estou bem, Hobi. — Yoongi sorriu docemente ao marido, porém Hoseok percebeu não ser o verdadeiro sorriso do ômega e aquilo fez seu alfa interior ficar agitado.

— Me diga o que houve. Jimin me fez perguntas estranhas e eu não estou entendendo nada. — O alfa trouxe o ômega até este estar sentado no sofá, e se acomodou ao seu lado.

Jimin, que até agora apenas observava a cena, sentou-se do outro lado do irmão e pegou uma de suas mãos.

— Não acha melhor descansar mais um pouco? Depois vocês conversam. — Disse o loiro, preocupado.

— Está tudo bem, Jimin. Acho que conversarei com o Hobi agora. — Yoongi agradeceu o irmão com o olhar. — Eu ouvi a conversa de vocês. Ficaria mesmo comigo em qualquer situação, Hoseok?

— Acho melhor dar privacidade a vocês, hm? — Jimin quase se levantou, porém, a mão de Yoongi na sua o impediu e viu medo no olhar do irmão mais velho, percebendo assim que este queria sua presença ali por segurança. — Melhor eu ficar.

Hoseok seguiu com o olhar as ações dos ômegas, e ficava ainda mais confuso. Não gostava do olhar de Yoongi tão temeroso, como se fosse fugir dali a qualquer momento.

— É claro que sim, Yoon. Como pode duvidar disso? — Hoseok falou sério, aproximando-se e olhando no fundo dos olhos do marido.

— Ho-hoseok. — Yoongi tremeu com a intensidade do olhar e seus olhos arderam com as palavras que estavam prestes a sair de sua boca. — Eu estava esperando um bebê.

O sorriso que despontou nos lábios de Hoseok, pela primeira vez, quebrou o coração de Yoongi em um milhão de pedacinhos. Aquilo fez um soluço escapar de sua garganta e sua mão apertar a de Jimin com força.

— Oh, meu Deus, Yoongi, que notícia... — Hoseok, por um momento sentiu-se radiante, porém percebeu as expressões tristes de Yoongi e Jimin e aquilo fez com que parasse sua frase no meio. — Espera, não entendo, por que... Por que "estava"?

Jimin quis bater em Hoseok pela lerdeza do alfa, ele faria mesmo Yoongi dizer com todas as letras?

— Porque eu o perdi, Hoseok. — Yoongi sentiu o gosto amargo em sua boca ao dizer aquilo para o marido. — E-eu não posso segurar um filho.

— O-o que? Não, não diga isso. Só porque você perdeu esse... — O alfa começou, ainda confuso e sentindo uma dor gritante em seu interior pela notícia recebida. E ficava ainda pior pela expressão sofrida que Yoongi lhe dirigia.

— O médico disse. Com todas as letras. Eu dificilmente vou engravidar, e se isso acontecer, as chances de nascer são mínimas. — O ômega de cabelos pretos falou tudo de uma vez, respirando fundo para tomar coragem. — Eu sou um ômega seco. Você se casou com um ômega que não pode lhe dar filhos, Hoseok. Um ômega errado, sem serventia e—

— Não diga isso! — Hoseok praticamente gritou, assustando os outros dois. — Nunca, jamais, diga isso novamente, Yoongi. Eu não vou permitir. É por isso que me fizeram todas essas perguntas? O que você acha? Que eu iria te abandonar por isso? Eu amo você, Yoongi, desde o primeiro momento em que te vi e você sabe disso! Eu cogitei a ideia de fugir com você para longe quando nos disseram que não poderíamos nos casar! Eu fui o homem mais feliz do mundo todo quando me disse sim naquela igreja, e nada no mundo mudaria isso. Eu não trocaria esses anos ao seu lado por nada nem ninguém, e se você não pode mesmo ter filhos, que seja. Nós ainda permaneceremos juntos! Seremos eu, você, nossos irmãos, e nossos sobrinhos! Eu só preciso de você e mais nada para ser feliz.

— Você diz isso agora! Daqui alguns anos, quando ver que nunca terá um filho, você se arrependerá dessa sua escolha e me culpará por sua infelicidade! Eu sei que sim! — Yoongi também gritava agora, com Jimin tentando o acalmar ao massagear seus ombros, porém sem sucesso.

— Por que pensa isso de mim? — Hoseok se alterava novamente. — Eu já não dei provas o suficiente do meu amor por você? O que tenho que fazer para que acredite em mim?

— Eu, e-eu... — Yoongi chorava alto já, odiando aquela discussão, pois nunca haviam brigado daquela maneira, aos gritos um com o outro. — Eu vou para o quarto, Jimin, me acompanhe, por favor.

— Yoongi, eu acho que — Jimin tentou reverter a situação ao ver o irmão levantar-se e andar rapidamente até a saída.

— Não mesmo! — Hoseok disse, indo atrás do marido e o pegando pelos ombros, virando então Yoongi para si. — Pare com isso! Esse não é você! Vamos conversar e nos entender, não fuja de mim!

— Esse sou sim, eu! Esse é o eu que hoje de manhã acordou com um filho na barriga e planos para um futuro feliz. Esse é o eu que planejava mil e uma maneiras de lhe dar essa notícia, para momentos depois sentir uma dor maior que qualquer outra, a dor do nosso filho indo embora! E ele foi assim, Hoseok, em segundos, e eu não pude fazer nada! Quando o médico chegou ele já tinha ido e, e-eu somente pude chorar a p-perda dele. Nosso filho, que eu não pude segurar, que eu n-não pude cu-cuidar. E-eu sou t-tão inútil. P-por que, por que comigo, Hoseok? — Yoongi disse tudo desnorteado, chorando e soluçando a cada palavra dita. Agarrava agora a camisa de Hoseok com força, o olhando tão quebrado e desolado que parecia outra pessoa.

Hoseok sentia a dor de Yoongi como se fosse a sua, e de certo modo era. Seu lobo chorava e, sendo assim, ele chorava também. As palavras ditas o cortavam e machucavam em uma intensidade inacreditável. Um bebê que ele nem sabia existir até momentos antes, como aquilo poderia o ferir tanto?

— Eu não sei, meu amor. — Hoseok abraçou com força o marido, tentando dar forças ao corpo que tremia pelo choro em seus braços. — N-não chore, acalme-se. Eu te amo. Nós ficaremos juntos, não importa o que aconteça. Confie em mim. Não chore. Não chore.

E Hoseok continuou repetindo aquilo, mesmo que ele mesmo chorasse no ombro de Yoongi.

Jimin apenas assistia aquela cena que lhe cortava o coração, ele sentia as lágrimas deixarem seu rosto ao ver seu irmão e Hoseok ajoelharem-se no chão e chorarem agarrados um ao outro. O sofrimento dos dois era quase palpável e aquilo deixava qualquer um cheio de compaixão para com aquela situação tão triste. Não sabia o que fazer, não sabia como ajudar, então somente ficou ali, parado e a postos caso precisassem dele para qualquer coisa.

~*~

— Você está bem? Tem certeza? — Hoseok e Yoongi desciam as escadas de mãos dadas para tomarem café da manhã.

— Estou, amor. Não se preocupe, hm? Acho que tenho que voltar a viver normalmente. — Yoongi respondeu, com um suspiro ao final da frase.

Alguns dias haviam se passado e depois de passá-los na cama repousando, Yoongi resolveu que de nada adiantaria permanecer ali. A dor da perda daquele bebê ainda era grande, e nunca poderia se esquecer daquilo, porém o tempo ajudaria a aplacar o sofrimento. Jimin havia voltado para sua casa, mas ia ali todos os dias ver como o irmão estava e Yoongi agradecia muito por aquilo. Queria se recuperar logo para fazer uma visita aos sobrinhos, estava morrendo de saudades deles.

— O senhor está melhor? — Junho, um ômega que trabalhava na casa e era o mais próximo de Yoongi, perguntou ao patrão.

— Sim, obrigado pela preocupação. — Yoongi agradeceu, sentando-se a mesa ao lado de Hoseok. — E como está essa barriguinha? Mesmo sendo recente, você não deveria trabalhar tanto, Junho.

— Oh, não se preocupe com isso, me sinto ótimo para trabalhar. — O ômega respondeu sincero, enquanto servia o casal.

A barriga de quatro meses já era bem notória, e isso fazia Yoongi se preocupar e não deixar com que Junho trabalhasse em serviços pesados. Não podia negar que ver alguém com forças o suficiente para carregar um filho e ainda trabalhar, o deixava com certa inveja, pois nunca poderia fazer aquilo.

Hoseok acompanhava o olhar triste que Yoongi tinha ao olhar a barriga de Junho e aquilo o cortava o coração, sabia exatamente o que passava pela cabeça do marido.

— Com licença. — Junho pediu e se retirou da sala de jantar.

— Você está bem com isso? — Hoseok perguntou, alcançando a mão de Yoongi sobre a mesa.

— Eu, ah, me sinto invejoso, sabe? — Admitiu o ômega. — Não que deseje algum mal a ele ou ao bebê, isso nunca. Mas não posso negar o quanto desejaria estar no lugar dele. — Os olhos de Yoongi se encheram de lágrimas. — Sou uma pessoa ruim por isso?

— Claro que não, meu bem. — O alfa beijou delicadamente a mão fina do marido. — É normal você se sentir assim. Todos nós, às vezes, queremos ter algo que outra pessoa tem, isso não nos faz ruins.

— Eu me sinto tão inútil. — Suspirou Yoongi, sentindo algumas lágrimas descerem por seu rosto.

— Yoon, não fale isso. Você é essencial. Essencial para mim e para todos que te amam. — Hoseok então soltou a mão que segurava e pegou um dos pedaços de mamão no prato, colocando açúcar por cima e levando até a boca do ômega. — Sei que você adora mamão com açucar, coma um pouco, hm?! Tem se alimentado muito mal ultimamente.

Yoongi sorriu em meio as lágrimas, abrindo a boca para aceitar o pedaço de mamão que Hoseok lhe oferecia. Via o quanto o alfa preocupava-se consigo, e aquilo lhe fazia se sentir amado. E era o que precisava no momento, de muito amor.

~*~

— Hoseokie, eu não sei se é uma boa ideia. — Yoongi suspirava com os beijos que recebia em seu pescoço.

A mão atrevida de Hoseok também já se infiltrava em sua camisa e deslizava por sua barriga. Estavam sobre a cama do casal, os dois deitados e prontos para dormir, até que um beijo de "boa noite" virou vários e Hoseok já se encontrava com o corpo pressioando o do ômega contra os lençóis.

— Yoongie, eu quero tanto você, estou com tantas saudades. — O alfa mordeu levemente o pescoço delicado de Yoongi, deixando chupões vermelhos por aquela região.

Yoongi estava fugindo de Hoseok ultimamente, de seus toques e beijos mais intensos. Pois não conseguia evitar pensar que fazer amor com seu marido não lhe renderia o que sempre quis: filhos. Aquilo o deixava afobado e desconfortável, porém o desejo de Hoseok era notável e ele mesmo se sentia sensível por tantos dias sem ser tocado mais intimamente.

O ômega então empurrou Hoseok de cima de si, este que lhe olhou magoado pela rejeição.

— Você não me quer mais, é isso? — Hoseok tinha a expressão tão triste, que Yoongi se arrependeu imediatamente de o ter empurrado.

— N-não é isso. Me entenda, Hoseok. — Yoongi suspirou, cobrindo seu rosto com as mãos enquanto falava. — Quando você me beija assim, eu sei aonde vai parar. E isso me faz pensar que não lhe darei o que deseja, o que qualquer alfa desejaria depois de uma noite de amor. Não lhe darei os f-frutos desse a-amor.

Algumas lágrimas já fugiam dos olhos tampados do ômega. Hoseok mordeu o lábio com força para não chorar também, tinha que ser forte por Yoongi, mesmo que sofresse muito quando o via assim tão magoado.

— Não são apenas filhos que o amor gera, Yoon. — Hoseok começou, pegou então as mãos de Yoongi e afastou do rosto já molhado pelas lágrimas. — Ele gera também sorrisos sinceros, momentos insubstituíveis, e muito, muito, mais amor a cada dia que passamos juntos. E isso é o que mais me importa.

— Hobi... — Yoongi sussurrou, sorrindo genuinamente pelas palavras ditas pelo marido. No momento, esqueceu-se de tudo o que o afligia e só queria sentir todo o amor que somente Hosoek poderia lhe dar. Segurou a nuca do alfa, fazendo um carinho singelo ali, e, ainda sorrindo, o trouxe para perto novamente. — Me dê amor, Hoseok. Me dê carinho e beijos por todo o meu corpo. Eu quero sentir você hoje, quero sentir seu amor por mim. Cuide de mim, hm?

— Eu cuidarei de você hoje e sempre, meu bem. — Hoseok beijou os olhos molhados de Yoongi delicadamente, passou pelas bochechas rosadas e desceu até a boca, beijando cada local do rosto amado do marido. — Eu te amo.

Yoongi se arrepiou quando Hoseok beijou-lhe os lábios tão doce e delicadamente.

— Eu te amo.

Hoseok tirou-lhe as roupas devagar, passando seus lábios por toda a pele que era exposta.

— Eu te amo.

Sentiu o alfa dedilhar seu corpo todo como se fosse o ser mais delicado do mundo todo.

— Te amo tanto.

E a cada toque, beijo, ou olhar apaixonado, Hoseok continuava a repetir que o amava. Quando, finalmente, seus corpos se uniram, o alfa repetiu constantemente o tamanho de seu amor e, enquanto moviam-se vagarosamente, lágrimas brotaram novamente nos olhos de Yoongi. Dessa vez, porém, eram de felicidade. Felicidade por sentir-se tão amado e desejado. O ômega sorria, chorava, gemia e, principalmente, ouvia as declarações de Hoseok em seu ouvido.

Naquela noite, fazendo amor com seu marido de uma maneira tão carinhosa e única, Yoongi sentiu-se o ser mais amado do mundo todo.

— Eu te amo. — Dessa vez foi Yoongi ao sussurrar, em meio a gemidos sôfregos e sorrisos trocados.

E, depois de tanto se amarem, Yoongi dormiu se sentindo completo como não se sentia há semanas.

~*~

Meses haviam se passado e, no momento, Yoongi tinha pequenas lágrimas escorrendo de seu rosto enquanto tinha a pequena Subin nos braços.

Há uma semana atrás, Junho havia entrado em trabalho de parto e, assim, nasceu a pequena Subin, uma alfa. Na época em que viviam era muito raro mulheres alfas, e a menina era praticamente um milagre. Infelizmente, o parto teve várias complicações e o ômega tão amigo de Yoongi teve que ficar de cama nos dias seguintes ao nascimento da menina.

O Jung havia se responsabilizado em cuidar da bebê, pois Junho não tinha condições de fazê-lo, e Yoongi acabou se apegando muito à menina. Não podia negar que aquele bebê o fazia feliz como não vinha sendo há meses, e o tratava como se fosse seu, mesmo tendo plena consciência de que ele pertencia a Junho.

Naquele dia, mais cedo, chamaram novamente o médico, pois Junho estava muito fraco e com dificuldades de respirar. Yoongi estava acompanhando o ômega e ajudava a acomodar a menina nos braços do pai. Foi então que Junho pediu para que Yoongi cuidasse de sua pequena – já que o outro pai da menina havia sumido assim que soube da gravidez –, coisa que o Jung fez sem pestanegar, prometendo que cuidaria como sua filha com certeza. Yoongi não podia negar que amava aquela criança já, porém ainda tinha esperanças de Junho melhorar, coisa que não aconteceu.

Foi um momento horrível quando Yoongi viu a vida deixar os olhos do ômega, enquanto este olhava ternamente para sua filha em seus braços fracos. Yoongi chorou e gritou por ajuda, esta que veio tarde demais e não podiam fazer mais nada.

Hoseok, assim que chegou em casa vindo de um passeio que havia feito com Jungkook, foi tomar as providencias para o enterro, enquanto Yoongi ninava a menina em seus braços, chorando pela perda de um amigo querido.

Ainda não tinha dito a Hoseok que ficaria com aquela criança para si, mas já estava decidido, a amava demais para simplesmente desistir dela. A partir do momento que Junho o pediu para cuidar dela, para ele, Subin era sim sua filha e ninguém mudaria isso.

— Ei, como você está? — Jimin entrou no quarto, vendo Yoongi com o bebê nos braços e sorrindo com a cena. Tinha sido avisado por um dos criados da morte de Junho e resolveu ir até ali para apoiar o irmão.

— Estou bem. — O ômega de cabelos negros respondeu.

— E essa coisinha linda? — O loiro aproximou-se, pegando a mãozinha pequena do bebê para si.

— Está bem também, quase não chora, é um anjinho. — Yoongi sorria ao falar da menina. — Veio sozinho?

— Sim, Jungkook e Taehyung estão cuidando dos garotos. Resolvi vir sozinho ver como estava e se não quer ir lá para casa. Não acho que ficar sozinho agora o fará bem. — Jimin disse.

— Melhor não, preciso conversar com Hoseok. — Yoongi falou, depositando o bebê adormecido em sua cama, a rodeando de travesseiros para que não caísse dali. O berço ainda estava no quarto de Junho e logo ele mandaria trazer para seus aposentos.

— Você vai ficar com ela. — Jimin afirmou, pois para si não tinha dúvidas, era nítido o quanto Yoongi se apegara àquela criança.

— Sim. — Yoongi suspirou, tirando o olhar da menina para leva-lo até o irmão. — Prometi a Junho e já a amo. Você acha que Hoseok não vai gostar?

— Bom, o appa dela, infelizmente, morreu e o outro nunca quis saber dela, não é mesmo? Por que ele iria se opor? Dá para notar o quanto você gosta dela, e seria uma crueldade separar vocês. Acho que ele até já espera isso. — Jimin suspirou ao final da frase, aproximando-se do irmão e o abraçando apertado. — Tenho certeza que será um ótimo appa para ela.

— Jimin, não é só isso que tenho que falar para Hoseok. — O moreno apertou ainda mais o irmão no abraço. — Estou novamente esperando um bebê.

— O quê? — Jimin afastou-se rapidamente do irmão para olhá-lo nos olhos. — Mas o doutor, ele não disse que você não poderia? Não estou entendendo.

— Sim, foi como um milagre. Assim como Subin! Quer dizer, eu provavelmente não vou conseguir segurar e—

— Não fale! Pare com isso, Yoongi! — Jimin já sorria para o irmão. — Vai vingar, você vai ver! Vamos cuidar de você, eu, Hoseok, Taehyung, todos nós! Você tem que se deitar! Por Deus, você não poderia estar passando por essas emoções fortes!

— Não, eu preciso ajudar Hoseok e cuidar de Subin! Também preciso — Foi interrompido novamente.

— Yoongi! Cale-se! Tenho certeza que o médico te disse para ficar em repouso absoluto, não é? — Jimin obteve uma afirmação breve de Yoongi. — Então, Yoon, nós vamos te ajudar! Você e Subin vão ter nossos cuidados e você vai ver, este bebê vai nascer meu irmão, ele vai!

Yoongi já chorava nos braços do irmão, com medo, muito medo, de nada daquilo dar certo e ele não conseguir levar aquela gravidez até o fim. Porém, com seu irmão e sua filha ali, ele só precisaria também de Hoseok para se sentir completo.

— Eu irei buscar minhas coisas agora mesmo, você será a pessoa mais paparicada de todo o mundo! Pode deixar que eu mesmo aviso aos criados para prepararem quartos para nós, e você vai ter que se acostumar comigo, os garotos, Taehyung e Jungkook por aqui, pois não sairei do seu lado até seu filho nascer! — Jimin disse tudo muito rápido, não dando tempo de Yoongi o responder e já saindo dali correndo.

— Oras, o que aconteceu com ele? — Hoseok entrou no quarto, trombando com Jimin na porta, este que nem o deu atenção.

— Depois eu falo. Como foi lá? — Yoongi se aproximou do marido, o abraçando e beijando sua bochecha demoradamente.

— O corpo já foi enterrado. — Hoseok avisou.

— O quê? Mas Hoseok, eu gostaria de ter ido até lá, dado meu adeus. — Yoongi ficou aflito com a notícia.

— Eu sei, Yoon, me desculpe. Foi no cemitério aqui mesmo da propriedade e, como você pediu, está cheio de flores e todos da casa compareceram. Mas eu não podia deixar você passar por mais essa emoção forte, você não pode. — Hoseok alisou os braços de Yoongi delicadamente enquanto olhava preocupado para o marido.

— Como assim? O que está dizendo? — Yoongi não entendia a preocupação toda do marido.

— O médico me disse, meu bem. Você está esperando um filho, hm? — O alfa permitiu-se sorrir ao falar aquilo.

— Ele disse? Oh, Hoseok, não espere tanto, e-eu posso n-não conseguir e então você ficará decepcionado, hm, e-eu— O ômega ficou nervoso ao falar, mas foi interrompido por Hoseok.

— Acalme-se. — Hoseok trouxe Yoongi até estar com a cabeça em seu ombro, acarinhando os fios escuros. — Vamos tentar, hm? Eu vou cuidar de você e tenho certeza que não só eu. Vamos fazer isso juntos, vai dar certo, meu bem.

— Hobi. — Yoongi chamou com a voz falhada pelo choro que o acometeu mais uma vez naquele dia. — Subin é nossa filha.

— Eu sei. — O alfa disse o que já era claro para si, só de ver a maneira que Yoongi olhava para a garota, sabia que nada os separaria. — Vamos dar o nosso nome para ela, hm? E quando ela crescer, contaremos que o appa de sangue dela a amava muito, mas infelizmente não pôde permanecer conosco.

— Oh, Hoseok, eu te amo! — Yoongi chorou, abraçando com força o tronco do marido e afundando seu rosto no pescoço dele. — Obrigado por ser o melhor marido do mundo todo, por ser meu alfa, por ser minha âncora. Eu não sei o que eu fiz de tão bom na vida para ter você como meu marido. Eu te amo.

— Eu também te amo, meu bem. — Hoseok beijou os cabelos do marido, também com lágrimas no rosto pela emoção do momento.

Yoongi ergueu a cabeça para encontrar os lábios de Hoseok em um beijo molhado pelas lágrimas e cheio de sentimentos. Ouviram um chorinho e logo se separaram.

— Deixa que eu pego. Você deve ficar de repouso. — Hoseok beijou brevemente a testa de Yoongi, se afastando sorrindo.

— Ah, Hoseokie, não é assim também, eu posso pegá-la. — Yoongi defendeu, porém a visão de seu marido com a menininha no colo era muito linda.

— Olha, ela parou de chorar! — Hoseok sentou-se na cama e ninava devagar a bebê. — Oh, que medo de a derrubar. Ela é tão pequena.

Yoongi soltou uma risadinha com o jeito que Hoseok segurava a menina, era desajeitado, porém podia ver que ele estava se esforçando. Aparentemente, as vezes que ele ficou com os sobrinhos no colo não foram suficientes. E isso fez Yoongi lembrar de avisar ao marido que teriam visitas.

— Hobi, Jimin e os bebês estão vindo pra cá. E Tae, e Jungkook. — O ômega avisou, se aproximando e se sentando ao lado de Hoseok, beijando a testa enrugadinha da filha. — Jimin diz que vão cuidar de mim. Já me vejo não podendo levantar dessa cama.

— E ele tem razão. Você vai ter os melhores cuidados meu amor, vai dar certo. E no final, vamos ter nossos dois bebês nos braços. — Hoseok acomodou-se a fim de deixar a criança no meio dos dois, se aproximando para encostar sua testa encostada na de Yoongi.

— Estou com medo. — Yoongi confessou baixinho, fechando os olhos e segurando na mãozinha da menina.

— Eu sei. — Hoseok suspirou, também fechando os olhos e apenas sentindo o calor do marido e da criança em seus braços. — Mas eu estarei com você. Não sairei do seu lado um só minuto. Enfrentaremos isso juntos.

— Juntos. — O ômega confirmou e sorriu minimamente.

O medo ainda era muito presente em seu ser, porém com Subin, os irmãos, o cunhado, os sobrinhos e, principalmente, com Hoseok a seu lado, se sentia mais leve. Afinal, assim como eles eram essenciais para si, descobriu também ser indispensável para eles.

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