Capítulo 3

Alerta de Gatilho

O trecho a seguir estará sinalizado e possuí cenas de violência doméstica. Caso se sinta desconfortável pule até a próxima margaridinha (🌼).

Astraea se aproximou do escritório, limpando suas mãos no pequeno pano preso a sua cintura. Richard sorriu para ela, exibindo um pequeno ramo de girassóis presos com um laço e uma carta junto às flores. Ela riu, entrando no escritório e fazendo uma mesura educada para Henryk.

— Está tudo pronto, sr. Kenway. O quarto está limpo, a cama arrumada e coloquei velas novas na cômoda. — ela exibiu um pequeno sorriso para Henryk, se aproximando quando ele apontou para a cadeira a sua frente. — Está tudo bem?

— Sim. — ele exibiu um pequeno sorriso gentil para Astraea, abrindo uma de suas gavetas e tirando dela três livros amarados com uma fita de cetim. — Apenas pensei que esses exemplares que tenho a mais seriam de bom proveito para uma das leitoras mais ávidas em quem já coloquei meus olhos. — Henryk permitiu que uma pequena risada escapasse por seus lábios quando Astraea o encarou, a espera de para quem deveria levá-los. — Astraea, você é essa leitora.

O britânico sorriu, apoiando o rosto a uma das mãos enquanto a via se levantar, se aproximando de sua mesa e passando os dedos sobre a fita. Um largo sorriso delineou os lábios de aparência rosada quando ela puxou os três exemplares para perto si, passando seus dedos sobre as letras douradas do primeiro volume.

— São... para mim? — Astraea mordeu o lábio, pegando os volumes e os apertando contra o peito quando Henryk concordou com um aceno. — Obrigado, senhor Kenway.

— Não por isso. Espero que faça um bom proveito deles durante sua folga. — ele pegou uma pequena sacola de tom marrom, entregando-a para Astraea e fazendo as moedas dentro do mesmo tilintar. — Seu pagamento pela semana.

A morena sorriu acenando uma última vez para Henryk enquanto saía do escritório, indo em direção à cozinha.

— Olá querida. — Denise sorriu simpática para Astraea, colocando um pequeno caldeirão com ensopado ainda quente dentro da cesta de palha trançada que ela sempre carregava consigo. — Para você.

— Obrigado. — Astraea sorriu, exibindo os livros rapidamente para a pequena senhora e a agradecendo mais uma vez. Havia se tornado um hábito da mais velha reservar uma pequena refeição para a jovem que tanto vinha a ajudando.

— Parece feliz. — Denise a encarou, sentando-se e servindo um pedaço de bolo e chá para ambas. — Isso se deve a mais que livros, não é?

— Sim. Eu fiz cortinas novas para a casa. — Astraea exibiu um grande sorriso apertando levemente a alça de sua cesta antes de se sentar e bebericar o chá. — A cabana ficou tão aconchegante. E eu colhi margaridas mais cedo, como você me disse, para trazer felicidade.

Denise sorriu para a morena pegando sua mão sobre a mesa e a apertando carinhosamente.

— Eu preciso ir. — Astraea pegou sua cesta se aproximando da mais velha e lhe dando um beijo carinhoso na bochecha. — Até mais, Denise.

— Tome cuidado, querida. — a pequena senhora sorriu mantendo seus olhos sobre a jovem enquanto ela atravessava o pátio em direção à trilha na floresta.

Astraea sorriu, seguindo com seu caminhar quase saltitante em direção à pequena cabana que Richard havia providenciado para ela e Charles algumas semanas antes. O céu começava a ser tingido de lilás, indicando que a noite se aproximava. O sorriso nos lábios róseos da morena se tornou maior quando a pequena cabana surgiu a sua frente com os pequenos arbustos ao seu redor a exibirem suas flores delicadas.

— Estou em casa... — ela abriu a porta com cuidado, limpando as botas desgastadas no pequeno carpete antes de tirá-las, colocando-as ao lado das botas novas e lustrosas que ela conseguira dias antes para Charles. — Trouxe o jantar.

Um sorriso doce delineou seus lábios ao ver o marido passar pelas cortinas que separavam o pequeno quarto do resto da cabana. Ela se aproximou da mesa quadrada, colocando sobre ela o caldeirão e os livros antes de colocar uma tigela e uma colher sobre a mesa e beijar o rosto do loiro.

— O que é isso? — Charles apontou para os livros, mantendo a expressão séria.

— Livros que o senhor Kenway tinha sobrando. Ele me deu. — Astraea sorriu animada, levando-os para o quarto junto com sua cesta. — Nós podemos ler um pouco mais tarde.

— Sabe que não quero você lendo. Não é direito que uma mulher leia. — o loiro se levantou, seguindo para o quarto e parando ao vê-la colocar a cesta no chão, tirando algumas velas e as colocando sobre um banquinho. — Não vai comer?

— Não estou com fome. Eu comi antes de vir para cá com a senhora Denise. — a morena se mantinha abaixada, arrumando as velas sobre o banco. Ela ouviu os passos pesados do marido sobre o assoalho de madeira enquanto ele se aproximava. — Ah, veja, o senhor Kenway me pagou essa semana. Podemos comprar algumas coisas para a casa.

Ela se levantou, tirando a sacola com as moedas de um bolso de seu vestido e se virando para o marido. Charles bateu em sua mão, fazendo a sacola ir ao chão.

— O que foi? — Astraea tinha um olhar confuso e triste enquanto alternava seus olhos entre as moedas espalhadas pelo chão e o rosto do marido que se contorcia em uma expressão de fúria. O baque em seu ouvido seguido pela dor que queimou na maçã de seu rosto a fizeram ir ao chão, se encolhendo e levantando os olhos para Charles.

— Vou te ensinar a me respeitar... A não me fazer de idiota com o Kenway. — Astraea se arrastou em direção as cortinas, em busca de proteção antes de ouvir o cinto estalar as suas costas a fazendo se encolher.

🌼

— Você parece preocupado... — Richard manteve seus olhos sobre Henryk por um momento a mais enquanto o britânico caminhava de um lado a outro de seu escritório.

— Ela está atrasada. Ela não se atrasa. — ele se aproximou mais uma vez da janela, encarando o pátio que se estendia a sua frente antes que seus olhos encontrassem Charles e seus irmãos. — Tem algo errado. Eles estão... inquietos e confiantes demais.

Os lábios de Henryk se comprimiram em uma expressão de irritação enquanto ele voltava a caminhar de uma extremidade à outra de seu escritório.

— Quer que eu mande alguém buscá-la? — Richard se levantou ajeitando o casaco. — Na realidade, eu mesmo posso ir buscá-la e-

— Henryk. — Denise surgiu com uma expressão preocupada, interrompendo Richard. — Ela apareceu, mas...

Denise mordeu o lábio olhando preocupada para os dois homens.

— Onde ela está? — o britânico se virou arrumando o casaco e se aproximando de Denise.

— Seu quarto. — a governanta o encarou por um instante enquanto ele saia do escritório seguindo a passos rápidos pelo corredor.

Henryk olhou para a pequena figura encolhida, agachada próxima a sua cama que esfregava o chão com o rosto baixo, com movimentos lentos e com as costas curvadas.

— Astraea. — o tom frio em sua voz fez com que ela se encolhesse, ficando imóvel. Henryk deu alguns passos em direção a ela, parando à sua frente. — Astraea, levante o rosto para mim.

Ele a encarou enquanto ela se mantinha imóvel. Henryk suspirou antes de segurá-la pelo braço com cuidado e a puxar para cima, fazendo com que Astraea ficasse de frente para si. Ela ainda mantinha o rosto baixo e coberto por suas longas mechas castanhas.

O britânico lhe segurou delicadamente o rosto, sentindo as lágrimas dela molharem sua mão enquanto fazia com que ela levantasse os olhos para si. Henryk sentiu os músculos tencionarem enquanto cerrava o maxilar e encarava o olho direito de Astraea semiaberto devido ao inchaço. A pele estava arroxeada até parte da maçã de seu rosto e seu lábio inferior possuía um corte de onde uma gota de sangue ainda escorria.

— Onde ele está? — Henryk engoliu em seco, vendo a morena abaixar o olhar com uma expressão envergonhada. — Astraea, olhe para mim. Onde ele está? Isso acaba agora. Não vou deixar que ele volte a feri-la.

O coração do britânico se apertou quando ela mordeu o lábio, voltando a chorar, seu corpo se sacudindo a cada soluço antes que ele a puxasse para si, envolvendo-a em seus braços.

— Está tudo bem agora... Não vou deixar que ninguém te machuque. — Henryk lhe encarou o vestido, notando a pequena marca vermelha que se destacava na pele branca devido às mangas desarrumadas do vestido. Como que fazendo uma carícia na pele delicada, ele afastou o tecido notando o corte irregular. — O que aconteceu?

Astraea levantou os olhos dóceis para si, levando as mãos à fita do vestido, desfazendo o laço e deixando que Henryk afastasse o tecido de suas costas, vendo as marcas que se espalhavam.

— Denise! — a voz gélida de Henryk ecoou pelos corredores do pequeno prédio enquanto ele clamava a plenos pulmões pela governanta. — Richard! Onde vocês estão? Por que desta demora infernal?

— Calma... Já estamos aqui. — Denise surgiu, impedindo que Richard entrasse ao ver o vestido de Astraea cair no chão aos seus pés. — O que-

— Cuide dela. — o britânico se afastou da morena, lhe acariciando os cabelos por um momento antes de sair do quarto, fechando a porta a suas costas e encarando o grande ruivo a sua frente. — Sr. McGraw. Eu quero que localize Charles Smith.

Richard concordou com um aceno encarando por um momento a mais a expressão fria de Henryk antes de sumir em direção ao pátio, chamando por seus homens aos gritos.

Levou alguns minutos até que o ruivo voltasse acenando para Henryk com a cabeça. Charles estava acompanhado de dois dos homens do britânico, que se afastaram em direção ao forte ao vê-lo se aproximar.

— Sr. Smith. — o loiro voltou os olhos para Henryk, mantendo a expressão séria como sempre.

— Algum problema, sr. Kenway? — Charles deu um passo à frente, seu rosto se contorcendo em uma expressão irritada quando Henryk concordou com um aceno. — O que minha esposa fez dessa vez?

— Por que presume que ela tenha feito algo? — o britânico manteve seus olhos frios sobre o outro, que se limitou a dar ombros.

— Ela é desobediente e burra, não presta atenção nas coisas ao seu redor. Sempre está fazendo algo errado. — Charles correu com os olhos o pátio a sua frente antes de ouvir o suspiro irritado de Henryk.

— Quero você e seus irmãos fora daqui até o anoitecer. — Henryk o encarrou por um momento a mais antes de virar suas costas para o loiro.

— Eu não acredito no que ela fez... Vou... Eu vou acabar com ela quando ela aparecer. — Henryk cerrou os punhos vendo Richard suspirar. O ruivo ainda mantinha seus olhos atentos ao Smith, apenas esperando pela ordem do Kenway.

— Acho que não entendeu, sr. Smith. Apenas o senhor e seus irmãos irão embora. A senhorita Astraea ficara sob minha custódia e cuidados até se recuperar e depois poderá decidir se quer ficar ou se deseja partir. — o britânico se virou, encarando o homem de semblante enraivecido a sua frente.

— Não pode fazer isso! Ela é minha esposa! — Charles deu um passo à frente, parando ao notar Richard colocar sua mão sobre o cabo da pistola presa a sua cintura.

— Deveria ter levado isso em consideração antes de espancá-la. — Henryk manteve a expressão fria mesmo sentindo o sague ferver ao lembrar-se do olho arroxeado da morena.

— Ela não deveria ter lhe contado isso. É um assunto pessoal à forma como disciplino minha espo- — Charles foi interrompido pelo forte soco em seu nariz, caindo no chão. Sangue escorria do ferimento em direção a sua boca, manchando-a.

— Mesmo que o senhor tivesse o direito de discipliná-la, o que não tem, açoitá-la é algo imperdoável! — Henryk deu um passo a frente, vendo Charles levantar os olhos para si, limpando o sangue com a manga da camisa e exibindo um sorriso. — Você nunca parou não é mesmo... Bem, se minhas palavras não tiveram efeito, espero que minhas ações tenham. Senhor McGraw, por favor, tire esse ser da minha frente e se possível garanta para que eu nunca mais possa vê-lo.

— Como quiser, senhor Kenway. — Richard exibiu um sorriso cruel, acenando para os dois homens ali próximos, que seguraram Charles por seus braços, levantando-o e o levando em direção à floresta. O ruivo fez uma última mesura para Henryk antes de tirar as luvas grossas de couro de um canto de seu casaco.

***

— Henryk... — Richard surgiu à porta do escritório, encarando o moreno por um momento a mais antes de entrar, sentando-se à sua frente e começando a tirar as luvas. — Alguma notícia dela? Já tem algumas horas...

— Ela está descansando. — o britânico mantinha seus olhos fixos aos papéis a sua frente, vez ou outra riscando algo com a pena. — O que tem para mim?

— Bem, o deixei incapacitado de andar por um longo tempo... Talvez com algumas fraturas expostas e bem sérias, alguns quilômetros floresta à dentro. Digamos que ele não irá mais ser um problema para nós... Ou para ela. — o ruivo sorriu, terminando de puxar a luva escura, manchando sua mão com os resíduos de sangue que ali ficaram.

— Ótimo. — Henryk levantou o olhar ao notar a entrada quase silenciosa de Denise e um de seus recém-contratados. — Sra. West.

— Fizemos o que você pediu. — ela se aproximou um pouco mais da mesa de Henryk, acenando para que o jovem que a acompanhava fizesse o mesmo. O rapaz segurava um embrulho de tecido desbotado. — Peguei as poucas roupas dela e as coloquei em um quarto como você solicitou. Procurei pelos livros, mas creio que eles deveriam estar junto das outras coisas queimadas do lado de fora da casa.

Denise suspirou levando suas mãos ao embrulho e tirando dele uma antiga bíblia, colocando-a sobre a mesa a frente de Henryk.

— Acho que você deveria olhar as coisas que tem aqui... Pode entender melhor do que eu. E... — a governanta parou, engolindo seco por um momento e respirando fundo antes de continuar. — Apesar de todos os males... Foi bem a tempo.

Ela tirou do embrulho um açoite de tiras trançadas de couro com pequenas peças metálicas presas a trança.

— Ele provavelmente ia matá-la. — Denise olhou para Henryk um ultima vez enquanto deixava a peça sobre a mesa e saía do escritório, acompanhada do jovem.

— Onde ele arrumou isso? — Henryk olhou para o objeto a sua frente antes de jogá-lo sobre Richard. — Pensando bem, não quero descobrir. Suma com isso.

O ruivo concordou com um aceno, mantendo seus olhos por um momento a mais sobre o britânico ao vê-lo abrir o antigo livro de capa de couro e correndo as páginas até a marcação com uma antiga fita vermelha. Richard viu os olhos de Henryk passarem em uma leitura rápida pelas letras negras antes que seus lábios se contraíssem e seu maxilar tencionasse em irritação.

Sem dizer uma palavra ele saiu, indo até a cozinha e jogando a peça de couro no fogo.

🌼

Anne olhou para o grande ruivo de costas para si, parado alguns metros a sua frente e gesticulando nervosamente enquanto dava ordens aos berros para seus subordinados. Ela respirou fundo antes de se aproximar, percorrendo rapidamente os poucos metros entre eles.

— McGraw. — Richard se virou para ela, exibindo aquele sorriso gentil de sempre que se dirigia a uma dama. Sem dar tempo para que sua mente a dissesse que aquilo poderia ser um erro, ela levantou os olhos furiosos para o mercenário, sua mão cortando o ar antes de acertá-lo. — Espero que tenha achado muito divertido enquanto pode.

Ela o encarou por um momento a mais antes de fazer menção de se virar e se afastar. Porém o aperto ao redor de seu pulso a fez parar, voltando os olhos para o ruivo.

— Do que diabos está falando? — Richard a encarou irritado soltando seu pulso quando ela se aproximou um passo a mais levantando o rosto em sua direção.

— Da sua estúpida brincadeira com as cartas. — ela sentiu a vergonha e a raiva queimarem seu rosto ao pensar que mesmo por um momento acreditou que aquilo realmente poderia ser real. — Espero mesmo que tenha sido muito divertido para você, seu bastardo idiota! Acha que apenas porque é o comandante do Kenway pode fazer o que quiser? Que pode brincar assim com as pessoas? E pensar que por um momento eu realmente pensei que pudesse ser algo verdadeiro e-

Anne sentiu a mão do ruivo envolver sua cintura antes de ser puxada contra seu corpo, os lábios dele se colando aos seus em um beijo que teria a feito se derreter em seus braços se não estivesse tão furiosa.

— Mas que inferno! — ela o empurrou voltando os olhos furiosos para ele. — O que está fazendo?

— Eu amo você! — a voz de Richard ecoou pelo pátio, atraindo olhares curiosos e interrompendo a pequena ruiva. — Eu queria te conquistar, mas não como o mercenário saído da sarjeta. Queria que fosse como um homem decente.

Richard suspirou voltando seus olhos para o chão e levando sua mão em direção ao pulso de Anne, seus dedos o circulando enquanto seu polegar acariciava levemente a pele macia das costas da mão da ruiva.

— Queria te mostrar que posso ser cavalheiro e romântico... — um pequeno sorriso lhe delineou os lábios enquanto ele sentia os dedos dela tocarem os seus. — Mesmo que tenha precisado pedir ajuda ao Henryk ou a srta. Astraea.

— Você nem ao menos escreveu as cartas! — ela afastou bruscamente a mão do ruivo, que voltou a encará-la. — Você pediu a outras pessoas que as escrevessem! Argh!

— Ei! Eu precisava de ajuda! Não podia escrever que te acho linda como uma raposa, com esse seu cabelo vermelho e bravia como uma ursa, com esse seu temperamento! — as risadas atrás do ruivo o fizeram olhar por cima do ombro para seus homens, seu olhar cortante os fazendo recuar um passo. — Vocês estão folgados demais... Vão limpar os estábulos! Quero aquilo brilhando mais que o escritório do Sr. Kenway, seus inúteis!

A baixa risada a sua frente o fez sorrir quando ele voltou seus olhos para Anne, que tentava esconder seu sorriso com uma das mãos.

— Está achando isso engraçado, não é? Venha, vamos para um lugar onde possamos conversar sem esse bando de curiosos. — Richard ofereceu sua mão para a pequena ruiva que sorriu, envolvendo-a com a sua e o seguindo para o interior do prédio.

Astraea estava parada próxima à porta, com um grande sorriso a delinear seus lábios. A marca do corte ainda se mostrava quando ela sorria ou mordia o lábio.

— Tem café fresco no bule e a senhora West fez torta de morango. — a morena sorriu para o casal, acenando uma última vez antes de sair quase saltitante em direção ao escritório de Henryk.

— Ela parece outra pessoa, principalmente com as roupas novas, mais coloridas. — Anne se sentou de frente para o ruivo, sorrindo quando ele serviu uma xícara de café para ela.

— É... — Richard exibiu um pequeno e orgulhoso sorriso enquanto encarava o corredor por um momento, deixando Anne curiosa antes que ele voltasse seus olhos para ela. — Ela foi nosso pequeno cupido. Se não fosse por ela, provavelmente teria te escrito uma carta horrível.

Ele fez uma expressão engraçada de desgosto que fez Anne rir.

— Agora me conte como descobriu que eu era seu 'admirador secreto'. — Richard apoiou seu rosto a uma das mãos e encarando Anne com um sorriso charmoso.

— Bem... Depois da sua última carta, eu decidi que iria descobrir quem você era. Eu escrevi uma carta e a entreguei para aquele rapaz e o segui. — ela deu ombros, bebericando seu café. — Quando ele estava próximo aos estábulos, o Kenway o chamou e ele deixou a carta aos cuidados da senhorita Astraea. Foi bem mais fácil a seguir e eu a vi entregar a carta a você.

— E por que ficou tão brava pensando que era uma brincadeira? Nem por um momento pensou que eu realmente gostasse de você? — Richard sentiu um peso em seu coração ao vê-la negar com um aceno.

— Vi você abrir a carta e começar a rir. — Anne sentiu as bochechas queimarem pela raiva que sentira.

— Eu estava rindo de felicidade. — Richard lhe pegou a mão entre a sua, apertando-a carinhosamente. — O Henryk estava ocupado demais resolvendo problemas com o aquele francês idiota e a senhorita Astraea estava... repousando. Não pensei que fosse prudente a incomodar com isso, então pela primeira vez escrevi a carta por conta própria e sem pedir ajuda a ela com palavras bonitas ou coisas assim. Fiquei com medo de que não me respondesse... Além de que escolhi o trecho de um poema péssimo e trágico para o final...

Richard sorriu sem jeito, seu rosto assumindo um leve tom rosado antes de sentir o carinhoso aperto em sua mão e voltar os olhos para Anne. A mão delicada lhe tocou a bochecha antes que os lábios macios tocassem os seus.

— Nesse caso está perdoado. — ela sorriu enquanto o rosto do mercenário se iluminava e um largo sorriso tomava seus lábios antes que ele a puxasse para si pela cintura, colando seus lábios ao dela em um beijo necessitado.

Esse capítulo é dedicado a fofa da annesoffer_ que aceitou de boas os meus surtos (e ainda incentiva eles) e virou a maravilhosa da Anne, que vai bagunçar a vida do meu Richard ❤️🥰 Obrigado sua linda ❤️ Ah, e vão ler Operação Liberdade, é maravilhoso ❤️❤️🥰🥰

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top