Capítulo 05 - James
~James~
Camila. Aqueles olhos não saíam da minha cabeça. Não eram sua cor, seu formato, mas como eles pareciam olhar para minha alma. Brilhavam com tanta intensidade, era uma coisa linda de se ver.
Tão simpática, sabe conversar. Pude perceber que ela não era aquelas meninas que só são bonitas do lado de fora. Essa tinha conteúdo. Estudante, quase terminado a faculdade de engenharia, independente, linda, o que eu poderia querer mais? Ah, e ainda curte futebol, luta, e videogames, essa é um achado.
Confesso que assim que a conheci, tive vontade de cuidar dela, senti uma paz do seu lado. Tão delicada, com um olhar intenso e negro, uma boca deliciosamente carnuda, bochechas rosadas, não pude reparar no seu corpo a primeira vista, pois seu rosto prendeu totalmente minha atenção.
Fazem alguns meses que não saio com ninguém, a rotina de bombeiro e o trabalho no escritório do meu pai não me deixam com muito tempo para me divertir. E sem procurar a tinha encontrado, aquela mulher tinha conseguido chamar minha atenção. Na realidade, aquele anjo é que tinha me encontrado. Nunca tive muita dificuldade em conseguir companhia. Tenho alguns charmes e com o tempo aprendi a usá-los. Mas na companhia dela só consigo pensar em como ela cheira bem. Uma mistura de flores e suor. Com a conversa fluindo eu pude avaliar melhor toda aquela extensão de mulher.
Linda, com uma camisa que cobria largamente seu tronco e com uma calça que apertava deliciosamente suas longas pernas. AC/DC, huuum.... isso era bem promissor.
Quando a ajudei a levantar, sua mão encaixou tão perfeitamente na minha, senti um choque percorrer meu corpo. Controle-se James. Ela como certeza tem um sortudo pra fazê-la feliz.
Parece que ela gostou tanta da minha companhia quanto eu gostei da dela, pois quando olhou o relógio disse que ia se atrasar para o trabalho, mas que adoraria me ver mais vezes.
Estranhei quando ela parou na porta da academia, e quando me aproximei dela, ela estava branca demais, parecia que tinha visto um fantasma. E era um fantasma, do passado dela.
Depois que ela conseguia se recompor, ela me explica o motivo de ficar tão assustada.
– Aquele ali, encostado no meu carro, é o meu ex, Luís – ex? Opa! ainda posso ter esperanças – nós passamos muito tempo juntos, mas decidi terminar o relacionamento, não estava dando certo. Só que ele parece que não está aceitando muito bem o fim do nosso relacionamento e tá um pouco no meu pé.
Fiquei sem entender como um cara pode deixar essa mulher ir, ela é inteligente, independente além de extremamente bela, sua presença estava me fazendo bem, não sei explicar direito.
Vejo que ela está envergonhada, talvez seja porque contou essa parte tão pessoal da vida dela para um cara que ela acabou de conhecer. Mas eu quero conhecê-la. Então como ela tem ex, posso admitir que ela esteja solteira. Vamos James, convide-a para sair.
– Então, posso te pedir um grande favor? – me puxando de volta a realidade, Camila me pergunta olhando pras mãos que estavam escondidas.
Huuuum, o que poderia ser? Simplesmente assenti. Seus lindos olhos negros voltaram a me olhar, e continuou: – assim, eu sei que acabamos de nos conhecer, mas será que você poderia segurar minha mão e fingir que está apaixonado por mim só por alguns momentos, só na frente do meu ex?
Quê?
Ela está me pedindo para fingir que eu sou seu namorado? Corajosa. Acho que demorei tempo demais me recuperando da sua pergunta, pois quando a olhei, estava visivelmente aflita.
Sorri em reposta. Mas não foi um sorriso simples, foi meio que um flerte. Já que ela estava pedindo algo tão pessoal, por que não tirar uma casquinha? Assenti lentamente com a cabeça e sem dizer mais uma palavra tomei sua mão e nos dirigimos ao estacionamento.
Conheci o ex namorado dela, não fui muito com a cara dele. Eu era um pouco mais alto que ele e um pouco mais forte também. Foi logo me chamando de idiota e tive que me controlar para não quebrar a cara daquele imbecil. Ela tentou apaziguar a situação, e me afastou do babaca.
Quando nos afastamos suficientemente do babaca, foi logo me pedindo desculpas, e pude perceber que ela estava muito envergonhada com a situação, estava corando fortemente. Linda. Vi que o babaca ainda olhava na nossa direção, foi então que tive uma idéia, ia dar uma lição no sujeitinho e ainda iria matar minha vontade dela.
Foi então, sem pensar muito, a puxei pra perto do meu corpo e a beijei com toda paixão que consegui reunir. Seu corpo se encaixou de uma maneira no meu, parecia que ela foi feita para estar ali. Ela começou a explorar meu corpo com as mãos, aproveitei a deixa e fiz o mesmo. Seu corpo não era magro demais, tinha músculos em todos os lugares certos. Gosto muito disso. Já sentia meu pênis acordar.
Quando cheguei a curva de sua bunda, não resisti e soltei um pequeno gemido de aprovação. Nossa como ela é gostosa! Tudo no lugar, curvas e músculos bem definidos. Sua pequena língua brincava com a minha, e eu só conseguia pensar em sua língua em outros lugares do meu corpo. Tive que me controlar, estava quase gozando só com pensamentos, o que estava acontecendo comigo? Tinha virado um adolescente novamente? Enquanto estava me recompondo, Camila interrompe nosso beijo.
Ela parece meio desnorteada com tudo que aconteceu. Bom, então eu não fui o único.
– Uau – foi tudo que eu consegui falar depois desse beijo. – desculpa a interrupção, mas precisava fazer isso. – falei alguns momentos depois que consegui pensar em alguma coisa, e era verdade. Precisava dela. – E não precisa se desculpa, esse beijo compensou.
Tive que me afastar dela. Não estava respondendo por mim se continuasse a ficar perto da sua delicada forma. Pude ver que ela ainda estava um pouco abalada pelo beijo, então simplesmente peguei seu celular e inseri meu número nele.
Conversamos mais um pouco, e depois disso cada um seguiu seu caminho, com a promessa de se encontrar de novo. Liguei meu carro e dirigi em direção ao corpo de bombeiros. Lá chegando, tomei banho e fui ficar a disposição do dever, mas minha mente não saía dela.
Acordei de minhas lembranças e me forcei a não pensar mais nela, para ajudar a afastar meus pensamentos, fui conversar com os rapazes que estavam todos meio que jogados na nossa sala de descanso. No meio de uma conversa sobre carros, a qual eu nem estava prestando muita atenção, a sirene começou a soar.
Chegamos ao local do incêndio rapidamente, pois era localizado a menos de 4 quarteirões do corpo de bombeiros. Era um bar bem movimentado, mas pelo horário ainda não estava aberto. Já fui algumas vezes lá, achava o ambiente bem legal e quase todas as garçonetes eram bem gostosas.
Várias pessoas estavam do lado de fora, e começamos o trabalho de contenção do fogo. Do lado de fora, parecia que o fogo consumia os dois andares do edifício. Algumas partes do prédio pareciam estar bem debilitadas pelo fogo.
– Mas ela ainda está lá dentro, alguém tem que ir ajudar, ela está lá dentro! – um homem gritava desesperadamente perto de uma entrada do bar.
– Caio, rápido, vem comigo, parece que ainda tem pessoas dentro do prédio.
Estava quase entrando no prédio quando sinto alguma coisa puxar meu braço. Deparo-me com uma pequena criatura que está coberta de fuligem e com os olhos lacrimejando.
– Por favor, salva minha amiga. Minha amiga ainda está lá dentro, por favor, salva ela. – Aperto sua mão e digo que tudo ficará bem, que eu farei o possível para ajudar a amiga dela.
Entro no prédio, a visibilidade está péssima. Começo a gritar, pergunto se tem alguém, se alguém pode me escutar. Nada escuto em resposta. Começo a me preocupar, mas tento manter o foco e continuo procurando. Até que encontro. A garota estava abaixo a uma coluna de concreto, desacordada. Grito para pedir ajuda do Caio, mas não escuto nada em resposta.
Me aproximo da coluna. Foi então que eu reconheci seu rosto e meu coração morreu um pouco. Não. Camila.
Desespero me invadiu. corri para tentar retirar a coluna de sua pequeno corpo desacordado. Depois de muito esforço, consegui rolar a coluna para o lado e peguei seu corpo desanimado em meus braços, meu coração apertou só de pensar na possibilidade dela não mais acordar. Olhei seu rosto, parecia tão pacífico, tão lindo, poderia simplesmente estar dormindo. Seu rosto tinha muita poeira, mas ainda podia ver seu semblante, seu batom vermelho, mas seus lindos olhos negros estavam fechados. Não. Não podia acabar assim.
Corri com toda velocidade que pude dentre os escombros, levei seu corpo para a ambulância. Entrei com ela e não saí do seu lado. Não teria ser em toda face da terra que iria me afastar dela. Precisava saber se ela ia ficar bem. Ela tinha que ficar bem. Eu tinha que ter uma chance com ela.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top