Cap. 16 - Paradoxo
Depois do fiasco do Jonas tentando me fazer trocar de roupa, ele pareceu mudar de atitude. Porém, enquanto estávamos no restaurante, muito chique por sinal, percebi alguns olhares zangados em direção ao garçom, que permaneceu impassível e simpático. Ao notar isso, achei melhor não dar o que falar, evitando olhar em direção a qualquer outro homem no local.
Ao final do jantar, ele pegou em minha mão, acariciando-a lentamente, olhando bem em meus olhos e disse:
- Raquel, minha flor. Você é tão linda que me deixa sem fôlego. Eu fico sem saber como agir, tenho vontade de colocar você num potinho e guardar só pra mim. Eu amo você, gata. Você acredita nisso? - algo em mim gritava para não acreditar, mas ao abrir a boca, outras palavras saíram dela, para minha consternação futura.
- Sim, eu acredito em você - vi que seus olhos se iluminaram ao me ouvir.
Imediatamente ele beijou a minha mão com um beijo tão molhado que senti algo dentro de mim reagir violentamente. Meu rosto imediatamente ficou vermelho, podia sentir o calor emanando dele.
Sem quebrar o contato visual, ele tirou do bolso uma pequena caixinha de veludo, que fez minha respiração ficar suspensa. Beijou a caixinha, em seguida beijou a palma de minha mão e a depositou suavemente ali. Demorei um pouco a me desconectar de seu olhar e direcionar o meu olhar para a caixinha em minha mão, que tremia pelo contato e pela expectativa. Era um pouco cedo para um anel, certo?
Assim que abri, meus olhos encontraram uma linda correntinha, com dois pingentes: um coração e uma chave. Emocionada e com uma sensação de bem estar, toquei delicadamente aquele colar que para mim era o mais lindo do mundo.
- Nossa, que lindo! Nem sei o que dizer...como te agradecer - comecei, mas ele me interrompeu colocando os dedos em meus lábios, me silenciando.
Ficou de pé, tomou o colar de minhas mãos com um mudo pedido, o qual acatei e o senti afastando meus cabelos para que pudesse fechar a corrente ali. Quando seus dedos tocaram a pele do meu pescoço, senti um arrepio e estremeci. Ele percebeu e tendo terminado com a fechadura, devagar desceu as mãos pelo meu pescoço, logo substituindo suas mãos pela boca. Inclinei a cabeça para o lado enquanto ele depositava um beijo ali. Ainda lentamente encostou os lábios em minha orelha e sussurrou:
- Agora você tem meu coração e a chave dele. Sou todo seu, Raquel.
Em seguida, como se não tivesse abalado todas as minhas estruturas e roubado a minha capacidade de falar, voltou para seu lugar e sorrindo disse:
- Tenho uma ótima ideia de como você pode me agradecer!- deu-me uma piscadela que me fez ficar novamente rubra.
Mas não era nada do que eu estava pensando. Saímos dali e fomos numa danceteria badalada. Eu já havia ido em outras antes e gostei da escolha de local para nos divertirmos.
A boate estava bem cheia, ia me acabar na pista como adorava fazer. Fiquei feliz por ver a sensibilidade do meu namorado por me levar num lugar onde eu gostava de estar.
Como eu pretendia dançar muito, preferimos nos sentar no balcão para ficar mais próxima à pista. Não quis beber muito porque não tinha boas lembranças de minha última incursão alcoólica, mas percebi que o Jonas não parava de repetir as doses. Fiquei preocupada, mas ele me garantiu que tinha costume de beber e o corpo conseguia resistir.
Ao ouvir tocar uma música que adorava dançar, me levantei ao lado dele dançando, pegando em sua mão para irmos à pista, no que ele foi a contragosto. Percebi pela sua expressão que não estava curtindo a dança como eu, mas não me importei, me joguei como sempre fazia. Antes de terminar a música, ele me puxou para si e me deu um beijo cinematográfico, para em seguida olhar além de mim e dar um sorriso irônico. Ao direcionar para lá meu olhar, vi que se tratavam de dois rapazes, que prontamente levantaram seus copos em minha direção, como um brinde. Imediatamente o Jonas quis partir para cima deles, mas eu o segurei e puxei seu rosto de encontro ao meu. Demorou um pouco, mas ele logo cedeu, enlaçando novamente a minha cintura e me puxando para si.
Voltamos ofegantes para o balcão.
- O que foi aquilo na pista, Jonas? - quis saber assim que nos sentamos.
- Aqueles idiotas não tiravam os olhos de você. Mostrei para eles que você tinha dono, mas parece que eles não tinham amor à vida - rosnou ele, enquanto tomava mais uma dose de bebida - e você sabe de quem é a culpa, né?
- Culpa? De quem?
- Sua e desse seu vestido indecente
- O que? Quer saber, vou ali no banheiro e espero que você já esteja mais calmo quando eu voltar, de preferência para retirar as bobagens que está falando.
Saí aborrecida em direção aos banheiros. Demorei um pouco lavando o rosto e massageando a têmpora que começava a me incomodar. Assim que abri a porta, vi um vulto encostado à parede do corredor escuro. Não fiz conta e continuei andando, quando senti alguém segurar o meu braço com força. Me virei aborrecida, já puxando meu braço e vi um daqueles caras que me olhavam na pista de dança.
- Pode fazer o favor de soltar o meu braço?
Ele soltou uma risada de escárnio e percebi imediatamente o odor de bebida.
- Calma, gatinha. Não fica nervosa, só quero conhecer você - disse ele me deixando nauseada. Puxei o braço com mais força e ele veio com tudo em minha direção xingando baixo.
Não vi de onde o Jonas surgiu, mas ele pulou em cima do cara socando seu rosto várias vezes, deixando-o inconsciente. Mesmo assim ele continuava a socar, socar, com fúria e por um momento pensei que ele fosse matá-lo. Rapidamente, tentei fazê-lo parar, quando senti um impacto no meu rosto e tudo escureceu.
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Oiiieeeee, olha nóis aqui travêiz! (vixe, acho que exagerei no mineirês rsrs).
Mas só assim para tentar descontrair um pouco, esse capítulo foi complicado. Este é um romance cristão, mas como a Raquel está andando por essas bandas tensas, tenho que ir atrás. Sei que foi apenas um teste, porque outros capítulos semelhantes ou mais pesados poderão aparecer, não reparem e não me abandonem, faz parte do contexto para que a história faça sentido. Se por acaso eu pegar pesado demais, me avisem, claro.
Me digam o que estão achando. Bjssssss
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