Capítulo 3 - Seja um pirata
Uma das coisas que eu mais amo no Taehyung é que ele sabe o momento de me deixar de vela. Yoongi passou o dia todo aqui, mas eles não ficaram de agarramento ou coisa do tipo. Nós fomos andar de bicicleta e jogamos jogos de tabuleiro e depois alguns no vídeo-game. A conversa rendeu bastante pois eu já estava mais que familiarizado com o Yoongi, ele sempre foi muito legal comigo e me tratava como um príncipe, simplesmente pelo fato que o Taehyung deixou bem claro que eu era a maior prioridade da sua vida. Acho fofo a forma como eles se compreendem e ficam sorrindo apaixonados um para outro o tempo todo.
Não entramos no tópico do meu pai ou do Jungkook e eu agradeci por isso. Era bom não me afundar em desespero e conseguir me distrair nos últimos dias de férias.
— Mimi, você já comprou o material? — Yoongi perguntou, com o violão do Taehyung no colo, sentado no tapete do chão.
Agora estávamos na Taehyunglandia, vulgo quarto do meu melhor amigo. Eu estava deitado na cama, de bruços, com os pés para cima, balançando para me manter desperto. Taehyung estava tomando banho e o Yoongi tirava a função decorativa dos instrumentos do meu amigo, pois ele não sabia tocar, mas gostava de como deixava o quarto mais bonito.
— Sim, eu comprei no começo do mês pela internet.
— Deixa eu adivinhar, tudo em tom pastel? — Ele sorriu sugestivamente, usando um tom debochado. Revirei os olhos, soltando um riso nasalado pela provocação
— Você me conhece muito bem, cunhadinho. — Brinquei e ele riu alto. — Esse ano comprei puxado pro marrom. Tem até uns tons que lembram café com leite.
— Mas você não gosta de café. — Franziu as sobrancelhas ruivas.
— Não curto o gosto, do cheiro e da cor, eu gosto sim. — Após minha resposta, o alfa soltou um riso nasalado e negou com a cabeça, tocando alguns acordes. — E então, renovaram o "contrato" da Caramelo esse ano?
— Claro, a Caramelo é minha vida. — Ele respondeu, continuando a tocar o instrumental da música. — A gente vai conversar no fim do ano e ver como vamos fazer para mantê-la durante a faculdade, mas para esse ano, vai ouvir muito a gente tocar.
— Esse ano vem as músicas autorais? — Apoiei o rosto na mão, curioso enquanto apreciava a melodia.
— Se tudo der certo, sim. — Ele esboçou um sorriso tímido e por ser muito branco, praticamente pálido, a região das bochechas cheias de sardas ficou vermelhinha. Era um tópico delicado para ele. — Chaewon e o Jungkook estão animados pra isso, mas estamos focados nos covers por enquanto.
— Você nunca quis ser vocalista?
— Eu prefiro ser a voz de apoio, o vocal principal não é a minha praia. A Bora que gosta de cantar com a Chae, o bom é que a química delas dá um Tchan a mais na música.
— Um dia ainda vou pedir pra ela me ensinar a tocar teclado. — Divaguei, tentando não me perder nas lembranças do Jungkook no palco, cantando com aquela voz maravilhosa, faz juz ao nome.
— Hobi tem mais paciência pra ensinar, viu?
— Mas ele toca bateria, não é? — Fiz uma careta.
— Sim, mas ele brilha no teclado e tem bem mais paciência que a Bora.
— Pelo visto estão falando da Caramelo. — Taehyung saiu do banheiro, trajando um roupão de vaquinha, desfilando pelo quarto.
— Estamos, bebê. — Yoongi sorriu em resposta, todo molinho, admirado pela beleza do noivo.
Enfim, boiolas que namoram.
— Quando vai ser o próximo show? — Taehyung se sentou na cama, bagunçando meu cabelo por implicância. — Aí animal! — Reclamou do tapa que dei em seu braço em resposta.
— A gente tá vendo a data certinho, todo mundo viajou esse fim de ano. — Yoongi respondeu rápido para chamar a nossa atenção. — E falando nisso, você faz o design dos cartazes, Mimi?
— Faço sim.
— Bom, eu adoraria que a gente continuasse aqui conversando, mas já era pro senhor ter tomado banho, Jimin. Até parece que você não conhece a dona Hyunsoo. — Taehyung me encarou com tédio e eu suspirei. — Vai levanta, a gente tem hora pra chegar no acampamento. Vambora Yoongi, tira a roupa.
— Nossa, mas não paga um jantar antes? — Yoongi provocou. — Eu sou moço de família!
— Na frente da minha salada, Taehyung?! — Ergui o tronco, usando um falso tom sério.
— Vão se fuder! — Taehyung tentou se manter na pose, mas logo começou a rir. — Você desenterrou o meme Jimin, que ódio! Mas anda, vão logo pra debaixo d'água, seus porquinhos!
— "Vão logo pra debaixo d'água porquinhos!" — Imitei seu jeito em uma voz mais fina que a minha e levantei rápido para sair de lá antes que apanhasse.
Entrei no quarto que era meu e bom, ele é mais simples do que eu tenho em casa, apesar de aconchegante. É bem básico, marrom e branco, seguindo o padrão dos quartos de hóspede, com a única diferença de ser rodeado com fotos na parede e desenhos que tinha feito ao longo da vida.
Me despi com pressa, entrando no chuveiro e deixando a água relaxar meus músculos. Respirei com dificuldade a princípio, pela onda de pensamentos que me tomou. Estava ansioso para a noite de hoje.
O culto da Lua era geralmente feito em todas as noites em que a lua estava cheia, podia ser realizado em outros dias se desejado por uma matilha, para ocasiões como batizados e casamentos, no geral servia como agradecimento a Deusa Lumina por seu amor e renovação de nossos espíritos, além de ser um momento de confraternização e conhecimento, servia para ligar todas as matilhas.
As matilhas são as famílias, sua mãe, pai, irmãos, avós, tios e etc, já a alcatéia é um conjunto de várias matilhas em união e varia dos clãs aos quais seu sangue pertence. Laços emocionais contam em peso, eu tinha tanto a alcatéia do meu pai, quanto a alcatéia do Taehyung por sermos como irmãos.
No geral, você pode visitar qualquer culto, pois Lumina acolhe todos que buscam por ela, mas é incomum ver um lobo entrar sem convite.
Os mais velhos faziam os rituais, chamados de lobos maduros, por ainda não ter dezoito anos eu era considerado um filhote e deveria ficar com o grupo de tarefas, junto com os meus companheiros de idade. A gente cuidava da limpeza, organização da comida e de se comportar durante a cerimônia.
Toda alcatéia tem um alfa lúpus, ele é o líder supremo, toma todas as decisões importantes e o cargo é passado para aquele que teve melhor desempenho, podendo ser questionado através de um duelo. Mas alfas lúpus ficam mais fortes depois do ritual de transição, afinal não é só um cargo, tem toda uma preparação, cerimônia e Balacobaco. Os betas devem realizar as cerimônias de casamento e ômegas devem cuidar dos partos e ajudar com a fertilidade.
Já presenciei alguns nascimentos da alcateia, mas tinha que ser uma escolha da ômega ter o bebê no lugar onde seu culto era realizado, por isso muitos ômegas moravam próximos para poder chegar rapidamente ao local indicado.
Os cultos da lua na alcatéia Rhea eram incríveis, porque as pessoas nela faziam com que fosse dessa forma e por isso eu gostava de ir. Até o escândalo que gerou a loucura do Taehyung por amor eles abraçaram sem julgamentos. Eu tinha passe para ir quando quiser, mas depois meu pai colocou na cabeça que continuar com essas pessoas me tiraria do caminho que ele tinha traçado.
Sai do banho, me aproveitando da colônia de amoras presente no quarto. Arrumei uma das minhas mochilas com duas trocas, um pijama e peças íntimas a mais pois é sempre bom precaver. Penteei meu cabelo e em seguida limpei as lentes do meu óculos, por baixo coloquei uma blusa de mangas longas amarela, uma calça mais colada e meus ALL star pretos. Peguei minha mochila e antes de sair do quarto, procurei pelo principal, sem o encontrar.
— Cadê minha túnica?
— Aqui, querido! — Tomei um susto com a voz da tia Hyunsoo, vendo a túnica amarela com lobos adornados em bege nela, pendurada em uma proteção transparente. — Eu lavei e passei, vou colocar certinho lá no carro junto da dos meninos! Vem, já temos que ir!
Preferi não comentar e a segui até o andar debaixo, vendo Taehyung sentado no sofá, todo largado, olhando pra cima e Yoongi falando no celular.
— Vamos crianças, já está na hora, a gente vai atrasar! — Tia Hyunsoo pegou na mão do Taehyung, puxando ele que se levantou com preguiça.
Tio Jihoon já estava colocando as coisas no carro do lado de fora e depois de colocar minha mochila no porta malas, me sentei atrás do banco do motorista, verificando a bateria do meu celular, vendo estar totalmente carregado. Tirei uma foto e mandei para minha mãe, aproveitando que ainda tinha sinal.
Omma
Está lindo!
Bom culto amor
Manda um beijo para todo mundo
Se comporte
Amo você 💗
[Enviado às 16:26]
Pode deixar, também amo muito você mãe 🥺💓
[Enviado às 16:26]
Taehyung se sentou no meio, o Yoongi ao lado dele, tio Jihoon ficou com a direção e a tia Hyunsoo no banco do passageiro. O carro deu partida e a música que tocava pelo rádio era da Shakira, a tia amava demais ela, sabia todas as letras de cor e o tio seguia o fluxo cantando com ela. Não demorou muito para o Taehyung se apoiar em mim e dormir. Cerrei os olhos, o namorado dele tava ali do lado e eu que era o travesseiro? Muito abuso! E acha que acabou por aí? Nada, o Yoongi sorriu e se apoiou no Taehyung e fechou os olhos. Pelo espelho retrovisor pude ver o motorista rir de mim e eu fiquei ainda mais indignado.
Era muita folga mesmo!
Porém parei de drama rapidamente, pois também peguei no sono com a cabeça apoiada na do Taehyung, despertando somente quando chegamos a floresta, uma hora e meia depois. Saímos do carro, pegando nossas coisas e subimos a trilha em fila, Tio Jihoon atrás por ser o alfa mais velho, eu e o Taehyung no meio, tia Hyunsoo na minha frente e o Yoongi de guia por também ser um alfa. Deveríamos sempre seguir o caminho da trilha acompanhado de um alfa.
Chegamos ao centro após caminhar por quinze minutos, tinha um arco de entrada e eu já consegui ver a fogueira acesa. Tia Hyunsoo nos parou e colocou as túnicas em nós, Yoongi ficou até sem jeito, acho que só a mãe dele costumava fazer isso, mas agora ele teria novos membros em sua matilha.
As túnicas dos lobos mais velhos eram verdes se fossem solteiros, vermelhas se estiverem noivos e laranja se fossem casados. Os azuis eram para os casais que esperavam uma criança, as crianças pequenas de até cinco anos devem usar branco. Os betas que eram cerimonialistas cinza bem claro, ômegas parteiros bege e por fim o alfa lúpus deve usar preto com os adornos em dourado.
— Bem-vindos! — Duas meninas estavam posicionadas uma de cada lado, segurando velas. Elas deviam ter uns doze anos cada.
— Obrigada, Eujin e Mina. — Tio Jihoon agradeceu e elas fizeram uma breve reverência para ele.
Após cumprimentá-las e passarmos pelo arco, tia Hyunsoo parou e nos olhos de modo sério.
— Como Yoongi não é originalmente da nossa alcatéia, ele vai dormir na nossa tenda. — Ela recapitulou olhando para o Taehyung e para ele. — Sem safadezas e Jimin, nada de fugir pra tenda de outro alfa.
— Pode deixar, tia.
— Relaxa aí mãe, eu não preciso vir aqui pra transar não, posso fazer isso lá no meio do mato. Mas acima de tudo eu respeito as regras sagradas, fica tranquila. — Taehyung provocou, recebendo um olhar enraivecido, mas ela respirou fundo e preferiu não esticar o chiclete.
— Se forem sair do centro do acampamento, saiam com o Yoongi, com o Jungkook podem sair também, o pai dele é o nosso Lúpus e muito gente boa.
— A Bo é daqui também, sogrinha.
— Ah, Bora! Aquela menina é o meu orgulho, podem sair pra andar com ela também, mas vocês dois sozinhos... sem chance! Tudo certo?
— Sim, não vamos sair sozinhos sem um alfa, mamãe.
— Ótimo, meia noite lá no círculo, tirem as túnicas e as roupas na tenta e deixem o lobo sair, presença só lupina para o ritual.
— Tranquilo sogrinha! — Yoongi bateu em contingência e ela nos deixou, andando em direção a outros ômegas.
— Ela é tão exagerada... — Taehyung cruzou os braços, um pouco entediado.
— Ela é mãe, Taehyung. — Yoongi a defendeu.
— Meu pai não é assim...
— Seu pai é um alfa, você sabe bem que a nossa criação é diferente da de vocês. Se hoje ela tem toda essa preocupação é para que nada de ruim aconteça, infelizmente é um cuidado necessário, tem muita gente ruim por aí.
— Tá, tá. Mas ela podia ficar mais de boa com a gente aqui. — Taehyung me olhou pedindo apoio.
— Mas aí não seria a dona Hyunsoo. — Coloquei a mão em seu ombro. — Deixa de ser implicante, depois de agosto, lindo... os problemas acabam, você vai ter duas marcas no seu corpinho e ninguém vai te encher as paciências.
— Não sei se fico nervoso ou ansioso... — Taehyung soltou um suspiro e depois negou com a cabeça.
Fomos até a tenda colocar nossos pertences e voltamos para o lado de fora, dando de cara com a princesa da alcatéia, vulgo esposa do lúpus. Ela deve vestir túnicas na cor roxa. Posso afirmar que ela com certeza fazia juz ao posto e era muito bonita. Hein Jiwon era o padrão de uma ômega perfeita, altura mediana, cabelos hidratados e nesse caso lisos e pretos, olhos azuis piscina e magra. Seu rosto é jovial, ela definitivamente não parece ter a idade que tem.
— Crianças, boa noite. — Ela cumprimentou com um sorriso e fizemos uma reverência. — Chegaram a muito tempo?
— Apenas alguns minutos, minha senhora. — Yoongi respondeu e ela riu baixinho.
— Juro que prefiro o dona, mas se puderem me chamar só de Jiwon, eu agradeceria.
— Mãe, mãe, mãe, ma-... — O chamado parou assim que ele se aproximou o suficiente e nos viu.
— Que foi, querido?
— Papai tá te chamando. — Respondeu-a com um rubor nas bochechas.
— Com licença, meninos e Jungkook, fique perto dos jovens, dos adultos não, eles falam besteira! — Ela sorriu para gente dando um tchau com as mãos e se afastou.
— Ai que vexame... — Ele murmurou baixinho.
— Quando você se machuca, é assim que faz? — Taehyung não pode deixar de implicar.
— Eu devia ter gravado. — Yoongi foi até ele o abraçou de lado. — Relaxa, tá bem? Tá tranquilo.
— Então, no que os filhotes estão trabalhando? — Resolvi que era melhor mudar de assunto.
— O refeitório, vamos lá ajudar? — Jungkook me olhou agradecido e eu apenas esbocei um sorriso leve, tentando conter as borboletas no estômago.
Jungkook é realmente a minha perdição, ele tinha os lábios finos e bem desenhados, seus olhos eram muito escuros e lembravam uma Ônix e sua pele era mais clara, não tão pálida quanto a do Yoongi, atualmente ele estava com um corte curto, os fios castanhos escuros pareciam muito gostosos de passar a mão. A túnica amarela deixava ele tão lindo com a pouca luz do dia que eu sentia que morreria no momento em que a luz de Lumina ficasse sobre ele.
— Jimin! — Me assustei com o grito e olhei Taehyung já estando bem a frente com os dois alfas.
Sorri amarelo, envergonhado por quem ter passado vexame no momento fui eu e corri para alcançar meu melhor amigo. Taehyung sorria de modo sugestivo para mim, enquanto Yoongi distraía Jungkook com assuntos da Caramelo. A parte do refeitório era composta por mesas de madeira e bancos de troncos e a maioria dos adolescentes estavam arrumando ele, seja em questão de limpeza ou organização.
Era bizarro o fato de que alfas tinham a obrigação de ajudar com qualquer tarefa nos cultos e fora deles se lavassem um prato a mão iria cair, eu nunca iria entender a lógica da sociedade maluca.
Recebi a caixa com os talheres e fui rapidamente até a única construção de tijolos, onde ficavam os eletrodomésticos, a cozinha, os banheiros, a copa e o armazém. Fui lavar as mãos, seguindo todos os protocolos e depois deixei os braços levantados como se fosse um cirurgião e cheguei até os talheres envolvidos por um plástico biodegradável. Primeiro tirei o pano da proteção e sequei minhas mãos com ele, um beta mais velho passou com uma bandeja perto de mim, solicitando que eu colocasse ali. Comecei a posicionar os talheres com cuidado, o plástico derrete quando a água entra em contato com ele, então facilitava muito o descarte. Percebi que Jungkook estava atrás de mim e minha respiração ficou um pouco descompassada, mas continuei minha função e ele posicionou os pratos logo em seguida.
Havia um vozerio alto de fundo.
— Mimi, eu preciso por o prato aí. — Olhei de repente para o moreno ao meu lado e depois para onde eu estava, sorrindo envergonhado.
— Desculpa. — Pedi indo para o lado, colocando uma mecha do meu cabelo loiro atrás da orelha. E que bom que eu já tinha terminado de colocar os talheres.
— Não tem que se desculpar, imagino que estava distraído.
— A iluminação aqui é muito bonita.
— Não acha que já está ficando muito escuro? Você usa óculos, não pode ficar forçando a visão. — Ele mordeu os lábios e eu contive um suspiro. — Vou pedir pro pessoal conferir as velas das lamparinas.
— Não, não precisa, Jun. De verdade! — Impedi antes que ele se afastasse. — Ainda não escureceu totalmente e eu estou realmente curtindo a vista, minha miopia não deve estragar isso.
— Você é um fofo, Sr. Park. — Ele expressou um sorriso meigo. — Você não tem vindo muito aqui, aconteceu algo?
— Ah, meu pai ficou um pouco mais rígido depois que descobriu que Rhea aceitou o casamento do Taehyung. — Soltei um suspiro ao contar. — Ele considera vocês má influência para mim e blá blá blá, mas eu adoro essa alcatéia.
— Seu pai parece ser um alfa bem difícil... mas ele querendo ou não você faz parte dessa alcatéia. Desde pequeno eu vejo você por aqui, chegou antes de mim.
— Onde você morava antes de Busan?
— Em Masan, com a família do meu pai. Mas aí minha mãe terminou a formação e minha avó quis que ela viesse para casa.
— Um menino do interior, então.
— Sim. Meus avós paternos acham um absurdo eu não puxar tanto o R mais. — Riu negando com a cabeça e eu acompanhei. — Mas fazer o que se eu tinha... oito anos quando vim pra cá?
— Rhea é a alcatéia da sua mãe, não é?
— Acredita que um dos meus medos era continuar tendo cultos? Lá no interior as coisas eram bem diferentes de como é por aqui, sempre fica muito chato. Mas aqui é diferente, minha avó sempre foi muito diferente e dou graças a Lumina por ter me trazido pra cá.
— Eu também amo muito a Rhea, eu me sinto muito acolhido por todo mundo. A Alcatéia do meu pai é até legal, mas eles não tem essa energia de todos se respeitarem e ajudar como a gente tem. — Ele sorriu orgulhoso quando me referi a essa ser a minha alcatéia. — E infelizmente nunca pude conhecer a de origem da minha mãe, já que ela abandonou após se casar com o meu pai.
— Pelo menos você tem duas visões diferentes e pode escolher qual concorda mais.
— Lindos, tudo bom? — Fomos interrompidos por Bora, a melhor amiga do Jungkook, ela está com lã e palitos de madeira na mão. — Tricô, irmãos, tricô! — Ela estendeu os objetos para nós. — Temos que nos entreter até a hora do jantar, o Lúpus disse que tricotar ia acalmar nossos hormônios adolescentes.
— Meu pai deu uma dessa? — Jungkook perguntou perplexo.
— Falou, mas tinha um ômega idosa falando no ouvido dele, acho que foi isso. Mas ele deu a ordem né, ele é o cara, o maioral, que manda nessa porra e a gente? A gente obedece.
— Ainda bem que eu tenho prática no tricô, minha mãe vive fazendo. — Tentei ver o lado positivo.
— Mimi, você é um amor. Venham, vamos sentar lá no círculo com os outros!
Bora nos guiou até o círculo perto da fogueira e sentamos nos panos sobre o chão. Começamos a tricotar e logo uma conversa aleatória começou, Taehyung e Yoongi não demoraram para se juntar a nós e ficamos ali até a hora do jantar.
O jantar era sempre um banquete, com comida para todos os gostos. A parte que eu mais gostava eram as sobremesas e me empanturrar delas junto com o Yoongi era tradição. Depois dos nossos buchinhos estarem cheios, esperamos a meia noite para deixar a forma lupina assumir nossos corpos.
Sempre achei curioso e muito interessante ter duas formas. Quando transformado eu não tinha problema de visão, o que era muito estranho, mas eu vou questionar a natureza quando meus ossos mudavam completamente e cresciam pelos por todo meu corpo? Óbvio que não, eu agradecia e boiolava pelas minhas patinhas. Nos reunimos em frente ao lúpus, que ficava em cima de uma pedra, com a princesa da alcatéia em uma pedra um pouco mais baixa.
O culto da Lua era simples e básico, nós apenas agradecíamos a Lumina por tudo de bom que ela criou para nós, por estar presente e manter a Alcatéia unida. O agradecimento era interno, tínhamos dois minutos de silêncio para um momento íntimo, cada um em sua mente até o primeiro uivo começar, vindo do Lúpus. Em seguida nós devíamos acompanhar e fazíamos uma sequência de dez uivos bem cumpridos. Sempre me maravilhei com o quanto a lua ficava mais brilhante e eu sentia uma paz no fundo do peito me aconchegando.
[...]
As tendas ficavam na área mais plana e variava pelo tamanho da família, nelas havia apenas alguns suportes para por as coisas e o local para dormir. Quando estávamos aqui, eu preferia dormir na forma de lobo, mas a tia Hyunsoo não gostava pois dizia que ia embolar o nosso pelo, por isso fui na parte isolada para deixar a mutação tomar conta de mim novamente. Era sempre mais confortável mudar para o corpo humano do que para a forma de lobo. Quando transformados nossos ossos ficavam maiores e doía um pouco.
Quando minha visão ficou sem foco e toda embaçada, já estava completamente sem pelos e com a minha altura normal. Olhei para o montinho com o meu pijama e andei até às camas feitas de vários tecidos. Me deitei na parte vaga do canto onde Taehyung e Yoongi já estavam capotados e devidamente abraçados.
Acordamos por volta das seis e quarenta, era sempre dormir tarde para acordar cedo. Tínhamos que colocar as túnicas antes de sair para fora e eu tinha um Taehyung muito preguiçoso, grudado no meu pescoço, praticamente cochilando enquanto eu guiava a gente até o refeitório.
No caminho, contemplei a guarda da alcatéia, diferente de nós eles não deviam usar túnicas e sim roupas que possibilitassem agilidade e camuflagem. Havia também um pequeno grupo que não saia do acampamento e as túnicas deles eram verde limão, com adornos dourados em formato de flores. No dia dos cultos eles sempre acordam mais cedo para preparar o café antes dos cozinheiros.
— Bom dia, crianças! — Dona Adélia nos olhou de forma doce. — Vocês fizeram roupinhas de animais muito fofas ontem e vão ser devidamente lavadas e entregues a ongs.
— Ficamos felizes em ouvir isso, Dona Adélia. — Taehyung murmurou, ainda meio dorminhoco.
— Yoongi está ajudando o pessoal da percussão, vamos ter música ambiente durante o café. Muitos filhotes ainda não saíram das tendas, vocês se importam de ir arrumar os arranjos de flores?
Entendendo a ordem Taehyung e eu começamos a arrumar as flores e uni-las como achávamos que ficaria bonito. Depois de terminar mais de cem arranjos, tivemos que os posicionar nos vasinhos das mesas e outras pessoas colocaram pratos e talheres. Após isso nós nos sentamos e tomamos café. Como forma de agradecimento, sempre elevamos o prato um pouco acima da cabeça e fazíamos uma pequena adoração a Lumina e depois podíamos comer.
Como os filhotes eram responsáveis pela limpeza, Taehyung me fez companhia enquanto lavamos os pratos do jantar e do café. Eu preferia lavar a louça a limpar os banheiros, coisa que o Yoongi e o Jungkook tinham ido fazer e pelo que pude observar, a Bora ficou com a parte da reciclagem.
— Bom dia a todos, temos alguns avisos essa manhã.
Agora estávamos na parte de cerimônias, o Alfa lúpus estava em sua pedra, desta vez na forma humana. E ele era igualzinho ao filho, Jungkook não deveria ter puxado muitas coisas da mãe.
— Alfas estão proibidos de entrar na tenda 24, ômegas são bem vindos na ajuda no nascimento de um novo membro, mas se tiverem problemas com sangue... melhor evitar o estresse da mãe. Quando o bebê nascer, ela diz que está confortável a receber visitas para apresentá-lo. — Anunciou e depois olhou para a prancheta em sua mão. — Aos filhotes, uma caça ao tesouro foi organizada, vocês devem formar duplas e seguir as pistas da floresta. Quem encontrar o Tesouro ganha duas cestas de chocolate recheadas com muitas guloseimas. O prêmio de consolação é uma caixa de bombom e duas barras de chocolate trufado. — Enquanto ele falava, trocava um olhar animado com o Taehyung. — E hoje pela tarde vamos ter o jogo da garra do lobo, todos podem participar, informem os times no formulário de sempre e que vença o lobo mais esperto!
A gente levantou animado, seguindo com os outros filhotes e eu estava muito empolgado, abracei o braço do Taehyung pois ia ser incrível. Chegamos até o Yoongi, ele estava com o Jungkook e a Bora e o Taehyung me traiu.
— Yoongi, você vai na caça ao tesouro como minha dupla, não é? — Ele se soltou de mim, para pular no pescoço do namorado e eu o olhei descrente.
— Claro que sim, amor. — Yoongi beijou sua testa.
— Taehyung... — Cruzei os braços, chamando sua atenção.
— Você pode fazer com o Jungkook, Mimi.
— Mas eu ia fazer com a Bo-...
— Eu vou fazer com a Somin, ela tá sozinha coitada. A família dela é nova aqui, esqueci de te avisar, Jun. — Bora foi rápida em responder, colocando os braços ao redor do meu corpo. — A não ser que você queira que eu faça com o Mimi, e você vai lá fazer sala para alfa nova da Alcatéia.
— Então você não vai ficar triste? — Jungkook olhou com atenção para ela.
— Você não é meu único amigo, nem a última bolacha do pacote.
— Mas sou o seu melhor amigo.
— Diferente do Jimin que tá nitidamente chateado pelo Taehyung ter abandonado ele, eu penso em uma nova estratégia de trazer gente pro meu lado.
— Sempre tão política, Bora. — Yoongi sorriu de lado para ela.
— É o meu jeitinho vegano, more. — Ela sorriu, ainda me abraçando. — Agora, Jimin, meu príncipe, cê quer fazer dupla com o Jun? Se você preferir fazer comigo, eu super entendo. Eu sou incrível.
— Não quero estragar seus planos maléficos. — Foi o que respondi, constrangido pela situação.
— Tá vendo, gente? Vou te dar meu chocolate depois, só por agradecimento.
— Mentira dela, é que ela tá de regime.
— Eu só quero emagrecer dois quilos, seu filho de grilo! — Bora me soltou para empurrar o Jungkook. — Gente, não se grilem com isso ou se preocupem tá? É que eu realmente ganhei dois quilinhos a mais nessas férias e ok, continuo gostosa, mas meus terninhos estão apertados e infelizmente eu não sou rica que nem esse filhote de cruz credo.
— De grilo ou cruz credo, se decide linda. — Jungkook cruzou os braços.
— Eles são um par de amigos fenomenal. — Comentei como se não estivessem aqui.
— Feitos um pro outro. — Yoongi concordou.
— Só não digo que são os melhores amigos do mundo, porque esse posto já tem dono. Mas Mimi, temos concorrentes. — Taehyung comentou rindo.
— Vocês são sem graça. — Tanto Bora quanto Jungkook, falaram ao mesmo tempo, fizeram uma careta e ao notar o ocorrido, riram também.
— Então, eu vou indo lá atrás da Somin, vejo vocês mais tarde! — Bora se despediu, andando em direção ao refeitório.
Nós quatro fomos até o orientador e recebemos um mapa da região, limitando a área que podíamos ir. Também recebemos uma folha com charadas que eram iguais a pistas. Taehyung e Yoongi se afastaram começando a procurar em outro local e eu fiquei com o papel de enigmas e Jungkook com o mapa.
— É bem legal terem feito mapas, meu pai nem para me avisar. — Jungkook fez bico e eu sorri.
— Acho que por mais que confiasse em você, não queria estragar a surpresa ou que alguém comente que ele te deu vantagens.
— Gosto dessa opção. — Ele respondeu com um sorriso e eu abaixei a cabeça, um pouco nervoso por saber que passaríamos no mínimo uma hora sozinhos. — A primeira charada é: Eu preciso ser forte e cresço onde não me vêem, o que eu sou?
Fiquei pensativo por um momento, mas Jungkook parecia saber exatamente a resposta, segurou na minha mão e me guiou para a entrada da floresta. Andamos por cinco minutos, vendo vários campistas procurando pelas pistas, mas logo estávamos em frente a uma árvore enorme com raízes salientes.
— Raíz, claro. Como não pensei nisso? — Me senti burro.
Jungkook riu, colocando a mão no buraco no centro da árvore e tirando de lá um papel.
— É um número, 4. — Ele disse após abrir, olhei para o papel e ao redor, procurando a resposta e então para o alfa a minha frente.
— "Existo em vários tamanhos, meus materiais podem ser distintos, as cores depende do gosto, mas no geral as travessias são meus objetivos."— Observei ao redor, enquanto andávamos, Jungkook parecia pensativo, mas foi ao olhar para o alto que encontramos dois colegas cruzando a ponte. — Claro que é uma ponte!
— Essa colina é sempre tão cansativa de subir. — Jungkook comentou, parecendo tenso.
— Eu não costumo vir muito para essa área, tia Hyunsoo implica bastante.
— Meu pai gosta da amoreira que tem lá em cima.
— Eu gosto de amoras.
— Vai me achar estranho se eu preferir as vermelhas?
— Sendo sincero? Sim, elas são azedas. — O olhei de soslaio.
— Ah, mas são gostosinhas, poxa.
— Bom, o lado positivo é que eu deixo todas as vermelhinhas pra você e não tenho que dividir as roxinhas!
— Achei perfeito!
Acabamos rindo baixinho do assunto banal e continuamos subindo até a ponte de madeira. Existia uma enorme depressão mais abaixo. Eu ia cruzar a ponte de cordas e madeira, quando olhei para trás, percebi meu companheiro paralisado.
— Tudo bem, Jun?
— Eu preciso mesmo atravessar? — Engoliu em seco e eu inclinei a cabeça para o lado, tentando entender.
— Hum... não sei se a escada lá de baixo ainda funciona, Jun. — Observei o chão.
— É que... eu tenho medo de altura. — Confessou de modo totalmente envergonhado e eu soltei um riso. Ele me olhou ainda mais constrangido e eu notei o meu erro.
— Não, eu não tô rindo do seu medo, juro! — Me apressei e peguei na sua mão. — Eu só não esperava, mas tá tudo bem ter medo, sabe? Eu tenho medo de água, tipo não dela em si, mas de piscinas, lagos e a praia. Vamos fazer assim, você pode segurar a minha mão e fechar os olhos se for mais fácil.
Ele concordou, parecendo meio em dúvida, quando começamos a atravessar. Conseguia sentir ele tremendo pelos balanços que a ponte fazia e quando estávamos na metade, atém da minha mão, ele grudou na divisão entre o braço e o antebraço com a mão esquerda, respirando fundo e com os olhinhos bem apertados. Não desistiu e não tivemos nenhum acidente, exceto quando já estávamos do outro lado e ele flexionou os joelhos, parecendo que ia vomitar.
— Você foi muito bem, sério. — Afaguei suas costas, enquanto ele regulava a respiração com as mãos nos joelhos. — Eu não sei se teria a sua coragem.
— Obrigado, Jimin. Obrigado por não achar que é besteira. — Me olhou realmente agradecido e eu senti uma vontade imensa de abraçá-lo e proteger da maldade do mundo.
Como Jungkook podia ser tão fofo? Argh, eu vou tacar ele daqui para deixar de me causar sensações estranhas da paixão.
— Medos não são besteiras, Jungkook. É o mínimo respeitar e entender eles. E eu agradeço muito por você ter enfrentado ele para continuar na caça comigo.
— Se você não tivesse segurado a minha mão, eu teria desmaiado.
— Amigos são pra isso, certo?
— Sim, amigos são pra isso. — Assentiu de forma contente e ajeitou a postura, olhando o mapa. — Tem uma marca aqui, acho que deve ser alguma pista.
Observei o ponto que ele me mostrava e era marcado no centro de algumas árvores mais a frente. Seguimos andando em silêncio, procurando por uma pista.
— É outro papel. — Falei ao encontrar a cesta cheia de quadradinhos coloridos. — Aqui aponta para o 2.
— Mas não tem 2 nas instruções. — Pegou delicadamente a lista de charadas da minha mão. — Estranho...
— Eu não tinha reparado... o que diz a três?
— "Se não burlaram as regras e acharam o caminho correto. Eu sou o que predomina no planeta". — Ele franziu o cenho e eu fiz do mesmo modo. — Burlar as regras?
— Algumas pessoas devem ter trapaceado. — Mordi o lábio inferior, pensativo.
— Hum... — Ele me olhou, depois olhou para o número na minha mão e por último deu a volta em seu próprio eixo. — Tem dois caminhos mais a frente!
— Será que dois é isso ou dois é o caminho que a gente pega?
— Acho que as duas coisas, Gui. — Estendeu a mão para mim e eu aceitei.
Andamos em frente, pelas árvores até chegar na encruzilhada. A da esquerda levava para um local ainda mais alto e a direita era a nossa descida até o lago, consideramos ir até o lago já que a coisa mais predominante no planeta é a água.
Descemos tranquilamente entre as árvores em um silêncio confortável. Eu tentava não surtar por estar tão perto dele e ainda por cima de mãos dadas. Estávamos sozinhos, em um local repleto pela beleza da natureza e tirando a parte que meu cérebro me sabota e diz que ele pode querer me deixar sem ossos, era tão romântico estarmos juntinhos assim.
— Tá tudo bem? — Minha atenção voltou para a Terra assim que ouvi sua voz.
— Eh, sim. Por que?
— Você soltou um suspiro pesado. — Respondeu e eu quis enfiar a cabeça em um buraco. — Se você estiver passando mal, me avisa, tá?
— Uhum, eu só... tô nervoso porque o rio é fundo. — Justifiquei com a primeira coisa que veio na minha cabeça.
— Não se preocupe, se a gente tiver que entrar nele, eu vou.
— Muito obrigado, Jun.
Por dentro eu estou explodindo, mas mantive um tom meigo.
— É, eu não vejo nada aqui...
— Mas eu vejo, a pista tá dentro d'água. — Apontou para centro do rio, podíamos ver garrafinhas flutuando. — Eu vou lá pegar. Pode virar?
— Ah, claro. — Obedeci, ficando de costas para si.
Demorou alguns segundos, mas logo ele estava me entregando as roupas dele e depois escutei um som de mergulho, não me atrevi a olhar, pois ele tinha me pedido para não observar. Observei os pássaros brincando e alguns insetos andando pelo chão.
— Eu não acredito... — Escutei Jungkook rir e mesmo curioso, não virei na sua direção.
— O que foi?
— "Muito bem, vocês encontraram. Sejam rápido e entreguem primeiro o papel disposto em suas mãos e vocês acharão o Tesouro."
— Entregar? Mas pra quem?
— Para quem entregou as instruções para gente.
Um pouquinho decepcionado, depois dele se vestir, fizemos a volta até o acampamento pelo caminho mais longo, pois queria evitar do Jungkook ter que passar por aquela ponte de novo. Não tinha um filhote presente quando chegamos até o senhor de idade, um alfa bem antigo e muito fofo para conversar, Jungkook entregou a pista para ele e ele sorriu de modo empolgado, nos entregando duas pulseiras.
— Isso é uma jóia? — Jungkook arregalou os olhos.
— É sim, vocês foram os únicos que não burlaram as regras e fizeram a prova no tempo certo.
— Como assim?
— Os outros pularam alguns passos e simplesmente iam seguindo os outros e alguns voltaram para cá depois de pegar a pista falsa no caminho 1. Acharam que o tesouro estava no mais alto e ignoraram o que a charada dizia.
— Então, nós ganhamos? — Jungkook me olhou empolgado e o senhor assentiu. — Jimin você é o melhor parceiro do mundo! — Me abraçou e eu sorri, retribuindo com força, pois ele estava me apertando bastante. — Primeira vez que eu ganho um dos jogos aqui.
— Eu já ganhei alguns com o Taehyung. — Comentei quando ele se afastou.
— Vocês pegam as cestas com o pessoal da cozinha, basta apresentar as pulseiras!
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Perdão não ter postado ontem, eu estava cansada do trabalho e minha mãe estava usando o notebook!
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