O que era para ser um dia qualquer, fosse me distraindo com os clientes que perambulavam pela loja vintage, almoçando uma marmita requentada ou ficando até mais tarde para dividir segredos com meu ruivinho, virou algo enfadonho onde eu precisava me controlar para não olhar Jimin de cinco em cinco minutos, tendo o senhor Cha na minha cola para não passar o troco errado ou me aproximar do manequim.

Ficou acertado que, "por meu trabalho ser menos cansativo comparado ao de Taehyung", eu teria que ficar responsável pela limpeza cinco dias por semana. Puff.... mal sabia ele que já fazia isso... mas não quis dar mais motivo para discórdia, na real nem tinha mais forças para isso.

Me sentia desolado.

Em outra ocasião eu teria escutado os gemidos vindo do quarto ou notado as roupas femininas largadas no chão da sala, mas como minha cabeça estava à mil anos luz, focado na dor da saudade de Jimin, abri a porta do quarto sem hesitar e vi algo que desejaria apagar, exterminar da minha mente, se fosse possível: Yoongi do jeito que veio ao mundo, completamente nu em cima da cama com uma garota!

Virei o rosto e tratei de sair mais rápido que pude. Sexo hetero não era a coisa mais interessante de se ver e a imagem da bunda branca e murcha de Yoongi me assombraria por um bom tempo... Até hoje assombra!

— Espera Jungkook! — o compositor me alcançou, ainda abotoando as calças, assim que desci o segundo lance das escadas. — Caralho... Foi mal, cara. Pensei que iria chegar tarde...

— Beleza, acontece. — suspirei. Só queria chegar em casa e me enfiar embaixo do cobertor. Minha cabeça doía e meu corpo explorava por descanso. — Mas tinha que ser no meu colchão?

Yoongi ficou vermelho como um pimentão.

— Desculpa, saeng... — pigarriou. — Foi tudo muito inusitado. Era para ser uma visita rápida para conhecer onde eu trabalho fazendo minhas letras e... Sabe? — balancei a cabeça, entendendo sua linha de raciocínio. — Eu gosto dela... Estou totalmente, perdidamente apaixonado, louco de amor por ela! — confessou rindo soprado, depois coçando os ombros branquelos, tomando um ar pensativo, ficando em silêncio ainda que estivéssemos no meio da escada estreita parcialmente escura, eu ofegante de um lado por te saido correndo, e o mais velho sem camisa. Uma dupla estranha, em um lugar suspeito, tendo uma conversa melosa... — Eu sabia que a Sara era uma mulher incrível, mas estar com ela aqui, agora é... foda demais? — abriu os braços, sorrindo mais até as gengivas aparecerem. — 'Tá vendo? Como pode um rapper esquecer adjetivos para definir um outro alguém? Ela me deixa assim, mudo, abobalhado...

— Então o "bagulho" é sério? — repeti uma de suas gírias, me deixando contagiar pela sua alegria.

— Super sério, pirralho... Inclusive, penso seriamente em ir com ela para o Brasil. Acho que o que temos é forte demais para negar. Quero juntar nossas escovas, dividir o mesmo teto... ter uma vida com a Sara. — engoli em seco, meu sorriso aos poucos sendo desfeito.

— Tem certeza, hyung? É uma decisão bem...  — dessa vez foi eu quem fiquei sem palavras.

— Por isso irei com ela. Preciso firmar meu compromisso, falar com os pais dela.

— Sei... — mordi meus lábios com uma maldita vontade de chorar. Não bastava me tirarem Jimin, agora Yoongi me abandonaria também. — E quando você volta?

— O problema é esse, Jungkook... — fitou meu rosto de perto, com um certo pesar. — Talvez eu não volte mais.

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Me desculpem pela vibe bad, tá ruim, mas uma hora vai melhorar.
Tudo tem uma explicação, galera, uma moral no final da história que não está longe de acabar. Confiem na unnie.
Até amanhã💜