Diaval voava para onde seu pequeno e agitado coração parecia chamá-lo. O vento parecia querer incentivar o pássaro, mandava hora ou outra uma brisa úmida e levinha para refrescar as asas cansadas. Será que já passava das duas da tarde? Pela posição do sol Diaval deduziu que podia já ser três horas. Mas nada o enviava se quer um pouco de esperança, só via mar e água salgada. Sabia que teria de voar sempre para o sul, Malévola sempre falava do frescor de lá quando se dispunha a falar. Diaval tinha que estar certo, pois se não estivesse, quando suas asas se cansassem, e ele previa que seria logo, morreria afogado sem chance de lutar.

O céu se anuviou de repente. O calor do sol era fraquinho e Diaval começou a se arrepender do seu momento de coragem. Poderia estar com Aurora agora, ou em Moors comendo frutas ou alguns vermes. Mas não, estava perdido no meio do oceano tendo como bússola somente a sensação de calor no seu peito coberto de penas. Soltou alguns cra's irritado e se arrependeu no segundo seguinte quando se chocou com a folhagem molhada de alguma árvore. Ao olhar para baixo notou enfim a ilha enorme que surgiu por entre as nuvens. Ele havia encontrado e a tempo. Desceu num vôo ainda meio desnorteado e entrou pelo único buraco aparente na rocha. O frio abraçou seu pequeno corpo de um jeito inesperado.

Sobrevoou a área já exausto. Queria pousar, mas precisava encontrá-la primeiro. No meio da sua exploração, entrou em muitos túneis e passagens e teve de voltar várias vezes para onde havia entrado. Estava tudo bem até ser interceptado por duas grandes fadas que lembravam malévola pelo tamanho. Eram como seres humanos só que com chifres e alados. Um era quase todo branco, e o outro tinha asas coloridas.

- O que faz aqui, intruso? - os fadas pareciam desconfiados e não demoraram a prender Diaval em uma rede. Aquilo lhe trouxe lembranças, não tão boas lembranças do seu passado.

O corvo começou a grasnir desesperado, batendo as asas para se soltar mesmo sabendo que não funcionaria.

- Pare de se debater. - um dos outros gritou com ele. - O que acha que isso é? Um mal agouro? Uma feitiçaria mal feita? Algum espírito brincalhão?
- Seja o que for precisamos levar até Udo, ele vai saber desfazer qualquer que seja a armadilha. - o de penagem branca afirmou friamente.

O caminho foi sonorizado pelos cra's de Diaval. Ambos os fadas pareciam aborrecidos. Enquanto isso em sua cabeça Diaval gritava que ambos iriam pagar pela insolência. Na entrada da cabana de Udo, Diaval sentiu-se ser abraçado pelo cheiro que ele tanto estava acostumado. Malévola estava ali, ele sabia.

- Mestre Udo olha o que encontramos se aventurando por aqui. - o fada que era todo branco foi quem se pronunciou, tirando o corvo da rede e segurando na mão.
- Não é um animal comum dessas regiões e dependendo de onde veio é difícil que tenha voado tanta distância sem nenhuma pausa. Deve ser magia. - o outro de asas coloridas se aproximou. Nenhum dos dois estava realmente prestando atenção em Udo. Os dois estavam curiosos olhando a fada que se encontrava ali com ele, quase oculta pelas sombras. Malévola estava alí.
Udo estendeu a mão para pegar o pássaro, mas assim que se viu livre das mãos alheias Diaval voou na direção daquela que não demorou se quer um segundo pra reconhecer seu... Amigo. A forma da qual Diaval sentiu falta logo dominou seu corpo. De repente ele teve que se equilibrar em seu tamanho humano.
Os dois rapazes que o haviam interceptado estavam de olhos arregalados, e Udo não precisou de um aviso para saber que os dois precisariam de privacidade. Só com o olhar orientou os outros dois a sairem da caverna que estavam, e os três partiram dali deixando Malévola e Diaval sozinhos. 

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Eae pessoinhas.

Bom, deu pra notar que não tá tão grande, mas a parte II vem aí pq ficou com mais de mil palavras aí eu decidi dividir.

A dois vem em breve, continuem lendo que vai valer a pena 😌

Deixem os comentários e aquela estrelinha marota pra fortalecer a gang.

Até o próximo!

❤️