As Tribos e Seus Chefes II

O ambiente da tribo do deserto era tão impressionante quanto o de gelo. Não era a mesma aparência de um continente, mas era muito belo. As pessoas dali não eram tão límpidas, os rostos eram quase como a areia algumas rachaduras, a penugem era na maioria castanha ou meio amarelada. Eram diferentes e bonitos a sua maneira. Quando Nazca, Malévola e Diaval pousaram ali o homem-corvo não demorou pra perceber a diferença no clima. Era como sair de um freezer direto para um forno. Diaval se arrependeu instantâneamente das suas roupas pretas. A fada negra não disfarçou seu deleite em ver o seu amigo sofrer, quem mandou ficar de sorrisos para outras fadas? - não que eu tenha algum incômodo com isso. - pensou ela antes de se aproximar de Nazca.

O chefe dali foi apresentado por Nazca, Borra, qual Diaval reconheceu do dia do casamento de Aurora. Ele tinha um sorriso simpático quando fez uma reverência para Malévola e a anciã, mas sua expressão facial se fechou como um dia nublado ao olhar Diaval. O homem-corvo estendeu a mão como fizera com Udo, mas sua mão foi deixada no ar, Borra apenas acenou levemente a cabeça ainda de cara fechada. Polo, um outro fada da tribo, foi o responsável por apresentar os ninhos e as pessoas daquele local. Diaval sentia o olhar de Borra queimar em suas costas, não sabia porque o outro parecia não gostar dele. As crianças ali não foram menos curiosas com ele quanto as da tribo do gelo, ele ainda fez algumas gracinhas para elas. E por incrível que pareça ainda foi bem observado por algumas fadas. Pelo jeito ele estava chamando mais atenção do que imaginava.

A última parada do trio foi em um lugar tão verde e maravilhoso que Diaval soube na hora que se pudesse escolher um tipo de fada para ser, ele certamente seria uma fada da floresta. As cores, o clima agradável a quantidade de flores e frutos. As cores não estavam só na floresta e suas variedades, estava nas asas das fadas. Cada mistura de cores mais única que a outra, tinha algumas mais jovens com uma asa de cada cor. Diaval achou incrível. Flora era a fada chefe dali. Acompanhada por Malek eram de longe os mais animados. Cumprimentaram a anciã e os dois convidados com abraços acolhedores. Malévola parecia mais bonita naquele ambiente.

Assim como nas outras duas tribos Diaval foi apresentado aos ninhos, mas não fizeram o caminho a pé, ele foi feito em vôo. Na sua forma de corvo Diaval parecia uma criança e as crianças mais corajosas seguiram ele pela visita, voando ao lado do corvo. Os ninhos ficavam suspensos nas árvores, eram muito enfeitados e o corvo se pegou imaginando mil formas de enfeitar o ninho da sua senhora em Moors - o nosso ninho - ele pensou consigo olhando para trás para ver a grande fada negra voando de asas abertas, Malévola era magnífica.

Quando pousaram em um campo aberto, orientados por Flora, Malévola sentiu novamente um vento diferente, era estranho, um pouco incômodo, mas novamente ela guardou para si. Nem percebeu quantas vezes teve de se policiar observando Diaval, ele estava simplesmente radiante na floresta. O cabelo enfeitado, os olhos brilhantes e a quantidade de gracinhas que ele parecia ainda ter para entreter as crianças. Ela sorriu quando uma das fadinhas lhe trouxe uma flor amarela, Diaval os estava olhando, ela sentiu. Buscou os olhos negros no campo e eles estavam cravados nela. Sorriu para o outro e aceitou a flor agradecendo a menininha. Essa saiu correndo de volta até o homem-corvo.

Eles ainda permaneceram ali por mais tempo, Nazca parecia ter muito para conversar com Malek e Flora. Diaval se aproximou da fada negra sem avisar e ela levou um pequeno susto quando ele se sentou ao lado dela na mesma rocha.

- É incrível que mesmo sendo da mesma espécie vocês sejam tão diferentes. - Diaval comentou para ninguém em particular. Malévola estava atenta. - Eu se pudesse me tornar uma fada certamente iria escolher ser uma fada daqui. Não tão quente, não tão frio e tem muitas cores.
- Muitas cores e muitos pretendentes. - ela alfinetou.
- Acho que eu não tenho interesse... Nisso. - a pele pálida do corvo corou de leve. - Não em nenhum deles. - Malévola revirou os olhos para disfarçar o coração acelerado.
- Você nem os conhece. Alguma delas ou algum deles deve despertar seu interesse. - Diaval queria explicar que não tinha interesse nisso, mas não porque não tinha interesse, mas porque seu interesse era em outra fada.
- É, quem sabe. - o homem sorriu fraco voltando a olhar o campo. Malévola era tão boa observadora, como ela podia não ver? Ele pensou.

Nazca se aproximou dos outros dois vagarosamente sob o olhar deles.
- Esse ainda é meu clima favorito. - a anciã sorriu. - Agora que você já foi devidamente apresentado a todos, Flora e Malek propuseram uma cerimônia de boas vindas. Pretende ficar por mais tempo aqui conosco? - Diaval olhou os grandes olhos azuis a sua frente. Bom, de acordo com Malévola, eles ainda estariam ali por uma semana até voltar para Moors.
- Por mais sete dias. E então retornarei a casa. - ele explicou simples.
- Sete dias é tempo suficiente para organizar uma festa. - Nazca se animou, sorriu sem deixar transparecer os pensamentos que atormentavam sua cabeça cansada.
Se era festa que o momento pedia, então uma festa teria. Malévola precisava daquilo, precisaria se sentir aceita, saber que era amada. No fim só o amor no coração da última fênix é que vai poder salvá-los do terrível cruel.

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Eu tenho sempre a sensação de que gente velha esconde as coisas. É como se toda pessoa velha fosse um baú cheio de segredos. Estranho 😂

Cap grande hein. Então Borra e Diaval foi hate a primeira vista?! Ou não.

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Até o próximo

❤️

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