01. Um Local Desconhecido


Fazia 3 meses, 4 dias, 3 horas e 16 minutos que Alexander Lightwood havia assumido a empresa de sua família.

Agora ele se encontrava sentado na cadeira que antes era de seu pai, observava atentamente cada centímetro daquela enorme sala totalmente entediado.

Como um método de distração bateu com a ponta de sua caneta na enorme cabeça do mini Elvis, que balançou com o toque. Ainda se lembrava de quando Isabelle, sua irmã o deu de presente de aniversário de 18 anos, pois somente ela sabia a paixão que Alec tinha pelo Elvis Presley — Na verdade, essa era uma das muitas coisas que somente Izzy sabia.

Afinal não era somente sua irmã, também era sua melhor amiga, e ela sabia mais sobre Alec do que ele próprio o que o incomodava um pouco.

O telefone ao seu lado tocou o assustando, ele apertou o botão e a voz de Alicia sua secretaria ecoou pelo pequeno aparelho.

— Senhor Lightwood, mandaram-lhe avisar que a reunião com os colaboradores começara às 16 horas.

— Tudo bem Alicia, obrigada por avisar! — Respondeu Alec, desligando.

Ele respirou fundo com as mãos sobre o rosto, odiando cada minuto que permanecia naquela empresa. Mas Alec não podia fazer nada tinha um péssimo hábito de colocar os desejos de sua família na frente dos seus.

Izzy sempre lhe aconselhava a seguir seu coração, mas Alec sabia que para ela era fácil, ser o "exemplo" de filho era algo que ele carregava desde pequeno.

Para algumas pessoas pode parecer trivial se importa tanto com a opinião dos pais, mas para Alec era tudo, sua família era tudo e ele faria o possível para deixa-los orgulhosos.

Até mesmo sacrificar seus sentimentos.

                            🔹🔹🔹

A reunião havia sido extremamente cansativa, Alec passara metade de sua tarde escutando as mesmas baboseiras de antes, quanto iriam investir em tal procedimento, materiais que custavam absurdos, pesquisas, e outras coisas que ele nem ao menos prestou atenção.

Por mais que estivesse estudado tudo aquilo, e se formado em Biomedicina, não era exatamente ali que ele queria estar. Sentado a uma mesa, com várias pessoas discutindo sobre dinheiro, vacinas e doenças.

Assim que a reunião acabou já começava a escurecer, todos os colaboradores e sócios saíram deixando apenas Alec e seu pai naquela imensa sala.

— Filho o que houve? Você ficou a reunião toda distraído! — Robert perguntava, com um ligeiro tom de preocupação.

O que fez Alec estranhar um pouco, pois demonstrar sentimentos era algo que Robert Lightwood evitava a todo custo.

— Não é nada... Ah... É só minha cabeça — ele respondeu ainda confuso, precisava sair daquela empresa e esquecer tudo pelo menos por uma noite — Eu já vou embora, tchau.

Alec não esperou que seu pai respondesse, apenas saiu sem olhar para trás. A única coisa boa de ter assumido a empresa foi que agora ele tinha um apartamento só para si, do qual não precisava ouvir 24 horas por dia os discursos de seus pais sobre o que era certo ou errado para o futuro herdeiro dos negócios da família.

Alec se perguntou o porquê de fazer aquilo com ele mesmo. Ele queria orgulha sua família? Sim!? Mas por quê? Ele nem ao menos conseguia ficar no mesmo local que Maryse e Robert sem adquirir uma tremenda dor de cabeça.

A verdade era que ele não tinha resposta para aquilo, em seus 23 anos Alec estava completamente perdido, mentalmente, espiritualmente, mas principalmente sexualmente.

O que o deixava extremamente irritado.

Já fora da empresa ele preferiu não pegar o carro e cambaleou pelas ruas de Nova York sem rumo, em busca de algo que chamasse sua atenção, e depois de algumas ruas ele encontrou.

Era um lugar escondido atrás de um prédio, não havia muito movimento do lado de fora, mas se podia ouvir a batida da música alta do lado de dentro. Alec se aproximou da porta da qual logo acima havia um grande e chamativo painel com luzes vermelhas em escrito "Pandemonium" que piscavam uma hora ou outra.

Ele não teve dificuldade em entrar, apenas mostrou sua identidade para o segurança que o examinou de cima a baixo com um olhar nada agradável deixando-o passa em seguida. Já do lado de dentro luzes em tons de vermelho, azul, e roxo piscavam quase no ritmo da música o deixando ligeiramente cego por alguns segundos.

Havia muitas pessoas dançando e outras bebendo, mas Alec percebeu algo diferente. Inúmeros homens estavam se beijando e mulheres fazendo o mesmo com suas parceiras, ele ficou meio confuso no início até saber sobre o que se tratava.

Era uma boate GLS.

Alec já estivera em algumas, essa era extremamente discreta comparada as que sua irmã Izzy o levava a força, mas ele quase não frequentava festas. Por onde andava homens e algumas mulheres o seguiam com olhares indiscretos, o que o deixava totalmente sem jeito.

Ele pediu um copo de uísque ao garçom que demorou apenas alguns minutos para lhe entregar. Com um gole rápido, Alec fez uma típica careta de quem não estava acostumado a beber.

Depois de algum tempo sentado ali, foram-lhe feitos pedidos de dança negados rapidamente e cantadas que o fizeram pensar que talvez não devesse ter entrado naquele estabelecimento.

Ele checou o local novamente, quando seus olhos encontraram algo que definitivamente chamou sua atenção. Não muito longe sentado em um sofá com algumas pessoas ao redor estava um homem, vestindo roupas extravagantes com um ligeiro sorriso travesso no canto de sua boca.

Aqueles olhos que lembravam os de um gato o fitavam sem o menor pudor.

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