Capítulo 01

[Arquivo original - Sem Revisão]

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Saio de casa já um pouco atrasado para mais um dia de trabalho, então fui correndo pegar meu capacete, subo na minha moto que é uma Honda CB Twister, tipo assim, comprei com muito suor ainda pago as prestações, mas Deus vai me ajudar e logo ela vai estar quitada. Trabalho em um dos restaurantes mais caros da cidade de São Paulo chamado Benedetti, onde só vão os figurões da sociedade paulistana.

Desculpe eu não me apresentei, então farei isso agora, meu nome é Luiz Otávio, mas todos me chamam de Luti, um apelido carinhoso que meu pai me deu quando eu ainda era criança, por falar nos meus pais hoje eu acordei com uma saudade fora do comum deles, meus pais morreram em um acidente de ônibus, não quero falar sobre isso agora pois só de lembrar eu choro.

Meu amigo Beto me conseguiu esse trabalho, já vai fazer um ano que estou trabalhando de garçom no Benedetti, Beto fala que só continuamos lá por tanto tempo por sermos inteligentes e muito bonitos, quando ele fez esse comentário eu não contive uma risada, pois meu amigo as vezes fala muita besteira fora que é um convencido de primeira categoria.

Tenho que concordar que eu sou um cara boa pinta sou branco com cabelos e olhos castanhos claro, tenho 1,78 de altura, não sou um cara nem bombado, nem muito magrelo tenho um corpo proporcional a minha altura com algumas definições conseguidas indo para academia todo dia com Beto, tenho um sorriso bonito e admiro muito pessoas que tem o sorriso bonito, praticamente fico hipnotizado acho que é influência do meu sonho em ser um cirurgião dentista.

Nunca fui muito bom quando o lance é paquerar, diferente de Beto que passa o rodo em geral, tanto que até hoje eu só transei uma vez e foi uma experiência traumática, tenho até vergonha de assumir isso, pense comigo um homem de 19 anos ainda só teve uma parceira sexual por causa da incrível capacidade de ser muito tímido, claro que já dei uns beijos em algumas garotas mais não por incentivo meu.

Chego no restaurante e lá na frente está Beto com seu uniforme de manobrista, ele me vê e faz um aceno me cumprimentando, guardo minha moto no estacionamento de funcionários e sigo para o vestiário masculino, coloco meu uniforme que é basicamente uma calça social preta, uma camisa de manga comprida, um colete preto e para finalizar um sapato social preto, depois de arrumado saiu às pressas para a cozinha e logo de cara me bato com o chefe de cozinha e dono do estabelecimento Marco Benedetti.

Marco Benedetti é brasileiro com descendência italiana, é um renomado Chefe de cozinha pois seguiu os passos do avô paterno o antigo dono do restaurante. Marco é um ótimo Chefe tanto na cozinha como para com os seus funcionários, eu não tenho o que reclamar dele, sempre me tratou bem. Ele é um cara bonito tem os traços de uma mistura interessante entre os dois países, é branco com os cabelos cacheados, olhos negros,

- Isso são horas Luti? Pensei que não vinha mais. – Fala Marco assim que me ver.

- Me desculpe o atraso Chefe, isso não irá acontecer novamente. – Falei muito desconcertado e tenho certeza que estou vermelho.

- Assim espero, agora adianta, pois, temos muitas reservas e daqui a 20 minutos vamos abrir o restaurante. – Disse olhando o relógio de pulso.

Depois que Marco falou isso fui ajudar a arrumar algumas mesas que faltavam ser organizadas, dobrei guardanapos, verifiquei taças, ajeitei os arranjados, fiz tudo que eu já estava acostumado a fazer no meu dia a dia aqui no restaurante. 20 minutos depois o restaurante foi aberto e depois de um tempo os clientes foram chegando devidos as suas reservas feitas com antecedência.

Comecei a atender os clientes com muita seriedade e profissionalismo, no início era bem difícil ficar na frente dos clientes, devido a minha timidez que era absurda na época, só que devido ao trabalho melhorei um pouco, mas ainda travo quando aparece algo que sai do meu controle emocional.

Depois de um tempo sou avisado que Marco quer me orientar em alguma coisa, chego na cozinha e ainda mesmo de quase um ano trabalhando aqui, fico admirado com a beleza e eficiência dessa cozinha, toda em branco com as panelas brilhantes que dá gosto de se ver, mas na hora do expediente a cozinha se encontra como um campo de batalha, o Chefe está em tempo de estourar a veia da garganta de tanto gritar os ajudantes.

- O senhor mandou me chamar Chefe? – Perguntei assim que me aproximei de Marco.

- Sim Luti, você é um dos melhores garçons que temos aqui do restaurante, então eu quero te pedir para que quando o Senhor Aandreozzi chegar você faça o seu atendimento. – Disse Marco andando de um lado para outro nervoso.

- Claro senhor vou pedir a Analú que quando esse senhor chegar ela me chame. – Falei o mais calmo possível.

- Entenda uma coisa antes de mais nada, Aandreozzi é um empresário muito importante o atendimento dele tem que ser exemplar. Ele chegou a pouco tempo da Itália e é sua primeira vez aqui no Benedetti. – Disse com os olhos suplicantes.

- Tudo bem Chefe, farei o meu melhor pode deixar. – Falei e ele assentiu com a cabeça.

Sair da cozinha e vou ao encontro da recepcionista, Analú é uma mulher muita linda tem a pele negra, olhos incríveis cor de mel, cabelos compridos castanhos, ela parece muito uma índia tem uma beleza exótica, eu estou terminantemente proibido de olha-la com outras intenções já que meu amigo Beto é louco por ela. Analú é muito simpática e se veste muito bem.

- Olá Luti noite agitada não é mesmo? – Fala Analú assim que me ver.

- Verdade mais nós damos conta disso. – Falei sorrindo. – Ana você poderia me falar que horas está marcada a reserva do Senhor Aandreozzi?

- Claro que sim, deixe-me olhar aqui. – Disse abrindo a agenda eletrônica no tablet. – Aqui está, a reserva dele está para ás 20:30, mesa 10.

- Muito Obrigada Ana, e se por algum acaso ele chegar e eu estiver ocupado você me chama por favor.

- Pode deixar Luti!

A noite foi passando e fui atendendo os clientes, acabei de atender um rapaz que não entendia nada do cardápio ainda era teimoso e curioso ao estremo, ficava me perguntando o que cada prato levava, ou seja, foi muito chato mais eu já estou acostumado com esse tipo de cliente, então eu tive que ter toda

paciência possível com ele, para não me estressar.

Depois de um tempo sou chamado por chamado por Anderson outro garçom da casa, ele veio me informar que o Senhor Aandreozzi chegou, então deixei o cliente que estava atendendo com Anderson e fui para atender a mesa 10.

Quando estava andando avistei a mesa e percebi que tinha duas pessoas um homem e uma mulher, eles conversavam intimamente como se conhecessem a um bom tempo. Assim que cheguei não sei o que me aconteceu, quando o senhor Aandreozzi virou na minha direção eu paralisei, minhas mãos começaram a suar era como se eu já tivesse visto esse homem, que porra, ele era o cara mais bonito que eu já vi na minha vida, tinha cabelos negros como uma noite sem estrelas, olhos azuis da cor do mar do caribe, o rosto estava sério, muito sério para dizer a verdade, estava bastante formal de paletó e gravata que devem ser do valor da minha casa. Que diabos é isso que estou pensando? Parei respirei fundo e balancei a cabeça e fui atender os clientes.

- Boa noite Senhor, senhora. Bem-vindos ao Benedetti. – Falei com o tom mais profissional possível e passei o cardápio e a carta de vinho para eles.

- Ho pensato che si sarebbe continuare in piedi come un fantasma e non lo soddisferebbe. (Pensei que você iria continuar parado parecendo um fantasma e não ia me atender.) – Falou ele com uma voz incrivelmente rouca em italiano. Puta merda, meu! Eu não entendi nada.

- Desculpe senhor, mas eu não falo sua língua. – Falei muito, mais muito envergonhado que meu rosto está muito quente, naturalmente estou muito vermelho.

- Como você trabalha em um restaurante italiano e não entende nada da minha língua. – Falou ele sem olhar para mim, mostrando está bem irritado em um português quase perfeito, mas entendi perfeitamente bem. – Não importa. – Disse arrogantemente e direcionou seu olhar a mulher que estava com ele.

- Hai scelto quello che si vuole mangiare Antonella? (Já escolheu o que você vai querer comer Antonella?) - Ele naturalmente fez uma pergunta por que eu não entendi nada.

- Che cosa si sceglie di me va bene, miele. (O que você escolher para mim está bom, querido) – Respondeu a mulher com uma voz sedutora.

- Sì così, otimo (Se é assim, ótimo) – Disse ele ainda olhando o cardápio, então fechou e olhou para mim.

- De entrada vamos querer uma salada primavera, o prato principal risotto alla milanese, de sobremesa tiramisù, - Falou tão rápido que se eu não tivesse prestado a atenção não conseguiria anotar.

- E o vinho senhor, qual irá querer? – Perguntei tentando não desmontar meu profissionalismo na frente desse homem rude e arrogante.

- Traga o Gran Cru Corton-Charlemagne, 2008. É só isso pode ir. – Mandou fazendo gesto com as mãos para eu sair.

Sair de lá mais rápido possível como se eu tivesse fugindo da polícia, cheguei na cozinha entreguei o pedido a Marco que logo se adiantou em preparar, tive que voltar à mesa para poder encher as taças com água e voltei rapidamente para pegar as duas entradas que já estavam prontas, entrei os pedidos e só ouvir um "grazie" que foi Antonella que falou, depois fui a adega peguei o vinho, fui até o senhor Aandreozzi mostrei o vinho, ele levantou a taça sem nem ao menos me olhar e eu coloquei um pouco para degustação, ele tomou um gole fez aquela parada que todo mundo que entende de vinho faz, depois ele fez um sim com a cabeça para eu servi-los, coloquei até a metade em cada taça e me retirei.

Fiquei observando de longe para que quando eles terminassem eu recolhesse os pratos e levasse o prato principal. Agora poderia reparar na moça que estava jantando com o Aandreozzi, ela era bem magra, tinhas cabelos loiros, muito linda por sinal.

Assim seguiu o atendimento do senhor Aandreozzi, pude perceber com o passar da noite que ele é um homem muito bruto, e eu odeio pessoas assim que acham que só por que tem dinheiro devem maltratar as pessoas, e não foi só comigo não que sou pobre, ele também tratou com muita frieza a sua acompanhante, ela sempre puxando assunto e ele sempre monossilábico. Não sei por que mais o olhar desse homem me dá muito medo, sem querer eu sempre ficava muito tempo o observando, para meu desespero ele sempre percebia e me pegava no flagra.

Quando fui levar a conta percebi que a Antonella está muito irritada, como se tivesse reclamando de algo e o senhor Aandreozzi continuava com sua expressão séria e impassível como se aquilo não o afetasse de forma alguma. Depois de pagar a conta eles levantaram e para ir embora, foi aí que eu percebi o quando esse homem era alto ele deveria ter quase 2 metros de altura ele parecia um armário, eu perto dele me sentir um anão, eles nem se deram o trabalho de se despedir e foram andando para fora do restaurante.

Assim eu os vi porta a fora pude respirar aliviado e relaxar meus músculos, esse senhor Aandreozzi é jovem pelo o que eu soube é muito rico, mais pude ver que não existe nenhum pingo de humildade nele, cheguei na cozinha e Marco já me veio com interrogatório.

- E aí como foi atender o magnata? – Perguntou curioso

- Foi muito estranho Marco, esse homem me deu medo, fora que é mal-educado, grosso, rude, não sei, ele deve se achar o dono do mundo. – Falei bem irritado.

- Nossa, parece que o Aandreozzi arranjou mais um desafeto – Disse rindo e eu fiquei curioso.

- Como assim mais um desafeto?

- Soube por algumas pessoas que ele carrega consigo um número grande de inimigos, dizem que ele nos negócios é como um trator passa por cima de tudo e de todos sem se importar com nada. – Falou Marco mexendo na panela.

- Deixa eu voltar para eu trabalho, não sou um magnata como certas pessoas. – Falei saindo da cozinha.

Minha noite de trabalho acabou por volta de 1 da manhã, depois de ajeitar as coisas para que as pessoas do período do meio dia não tenham tanto o que fazer, fui para o vestiário coloquei a roupa que eu cheguei, acrescentei um blusão de frio, peguei meu capacete e fui ao encontro de Beto que sempre me espera para pegar uma carona. Cheguei no lugar que deixo minha moto e encontrei ele encostado mexendo no celular.

- Fala aê Luti, que cara é essa, mano? – Falou Beto assim que me viu.

- Nada não cara só estou cansado mesmo. – Falei realmente cansado.

- Irmão tu viu o ricaço que teve aqui no restaurante hoje? - Perguntou

- Claro mano, foi eu que atendi aquele sujeito. – Falei com desgosto.

- Tá falando isso por que não viu a máquina que o cara chegou, tipo assim Luti, uma Lamborghini meu. Quando eu entrei naquele carro você não tem noção do que eu senti cara. – Falou parecendo uma criança que ganha o presente que tanto queria.

- Muito legal amigo, quanto você ficou com a diversão, eu tive que aguentar a arrogância daquele sujeito de merda. – Falei irritado.

- Calma aê mano, sei que ficou com inveja de mim, mas não precisa ficar irritado. – Falou brincalhão.

- Tá ok, vamos embora que eu preciso dormi. – Falei cansado.

Montei na minha moto e Beto na garupa e fomos pra casa, Beto e eu moramos no mesmo bairro desde moleque, como o transito está calmo devido ao horário chegamos rapidamente. Deixei Beto na sua casa e seguir para minha, minha casa é pequena mais bem aconchegante tem uma pequena varandinha com um pequeno portão de ferro, coloquei minha moto no portão e entrei. Assim que abro a porta minha tia sentada no sofá assistindo um filme como ela faz sempre me esperando chegar.

- Boa noite tia Amélia, já falei que não tem necessidade de a senhora ficar até essa hora acordada me esperando. – Falei dando um beijo na sua testa e sentando no seu lado no sofá.

- Eu sei meu filho, mas você sabe que eu não consigo dormi até ver você são e salvo em casa. Ainda mais depois que você comprou esse troço que eu não suporto ver você montado. – Falou minha tia um pouco cansada.

- Já conversamos sobre minha moto tia, e ela me ajuda muito a senhora sabe como é o transito dessa bendita cidade.

- Vamos deixar pra falar sobre isso depois. Você está com fome, meu querido?

- Não tia, eu jantei lá no restaurante hoje. Aquilo lá estava um caos como sempre, mas ocorreu tudo bem.

- Tudo bem Luti, acho que vou me deitar então. – Falou se levantando mas perceber que ela estava estranha.

- Tia a senhora está entranha, aconteceu alguma coisa?

- Não aconteceu nada Luti, podemos falar amanhã? – Perguntou fazendo suspirando alto.

- Fala comigo tia, o que está acontecendo, seja o que for estaremos junto nisso.

- O pessoal do bairro está falando que tem uma empresa dizendo que comprou as terras do nosso bairro e que vai despejar todo mundo daqui.

- Como assim? Que empresa é essa? Eles não podem fazer isso! – Falei desnorteado ainda com essa novidade maldita.

- Pois é meu querido foi isso que eu pensei também, mas estão falando que as terras foram compradas e que essa empresa de construção vai demolir tudo por aqui.

- Isso não pode acontecer tia, tudo bem que essa casa não é nossa. Mas o que os outros vão que tem suas casas próprias?

- Eu de verdade não sei Luti, está todo mundo muito nervoso com medo de sair daqui do bairro. Aqui é muito bom de se viver, todo mundo conhece todo mundo a vizinhança é bastante amigável.

- Eu também adoro viver aqui tia, meus amigos, minha vida foi toda aqui. Gosto muito de morar por aqui. Todo mundo precisa se unir para não perder suas casas.

- Se isso fosse muito simples e fácil meu querido, mas você sabe que nem todo mundo pensa assim, tenho certeza que te várias outras pessoas bem ambiciosas por trás dessa venda de terrenos no bairro.

- A senhora com certeza está certa tia tem pessoas que são tão fáceis de serem compradas que me dá enjoo só de imaginar.

- Olha Luti, vamos conversar sobre isso depois tudo bem? Vá procurar descansar pois amanhã você vai para sua academia de maluco, vai para o cursinho, ou seja, seu dia é sempre cheio como sempre.

- Tudo bem tia, boa noite e até amanhã.

- Boa noite meu lindo, durma bem meu Luti.

Dei um beijo de boa noite em minha tia e seguir para meu quarto, meu quarto é tão simples como qualquer outro quarto de uma pessoa normal, nele tem uma cama de casal encostada na parede que eu fiz questão de comprar com o dinheiro do meu primeiro salário, um guarda roupa, e uma cômoda que eu coloco minha televisão e o meu vídeo game, tudo isso comprei meu suado dinheiro trabalho no restaurante.

Fui tomar um banho e de lá não conseguir para de pesar no homem mais arrogante que eu já tive que conhecer, mas eu não posso negar que esse maldito italiano é muito bonito, elegante, e tem uma presença tão forte que mais parece um o maior alfa de todos os tempos. Por que eu estou pensando essas coisas? Não deveria fazer isso, ele é só um homem! Sacudir a cabeça para clarear a minha mente traiçoeira e sair do banheiro.

Fazendo de tudo para parar de pensar naquele sujeito deitei na minha cama, amanhã será mais um grande dia e tenho muitas coisas para fazer minha vida tem que andar. Com isso meu corpo foi sucumbindo ao sono, pois meu corpo merece um pouco de descanso. 


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Esse livro me surgiu em um dia qualquer e eu decide compartilhar com vocês.

Espero que vocês gostem, pois eu amei escrever.

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Beijos não na boca por que eu sou casada! hahahahaa...

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