CAPÍTULO 33

Ver Ayden sendo levado pela polícia foi uma das piores coisas que presenciei. Ele não reagiu, não lutou, não reclamou. Ayden simplesmente caminhou tranquilamente ao lado do policial como se já soubesse exatamente o que fazer.

Alguns minutos depois uma ambulância chegou e levaram Phillip que ainda estava desmaiado para um hospital.

Tento me aproximar para perguntar a qual delegacia eles o levariam, mas bastou apenas um olhar seu para que eu entendesse que não deveria me meter.

Olho para todos os lados procurando algum rosto conhecido que possa me ajudar, mas não encontro ninguém.
Com as mãos tremendo, procuro meu celular no bolso e ligo para Tamara que aparece segundos depois correndo.

— Lily, que diabos acaba de acontecer? Escutei que Ayden foi preso? - Ofega com a chave do carro nas mãos.

— Sim... ele viu Phillip me dando um tapa e não se controlou. - Confesso e vejo a expressão de fúria no rosto da minha amiga.

— AQUELE VERME FEZ O QUE? - Grita puxando meu braço para um lugar mais reservado.

Conto tudo o que aconteceu desde o momento em que Phillip me abordou e Tamara me observa com uma expressão culpada, me deixando desconfiada.

— O que você não está me contando, Tamara? - Questiono e ela respira fundo antes de começar a falar.

— Eu meio que contei a Ayden que foi Karen quem te deu o endereço e mostrei o papel a ele... por isso ele foi atrás de você, para pedir desculpas. - Sinto minha visão nublar por alguns segundos.

— Não acredito que fez isso... achei que tivesse jogado aquele maldito papel fora - Sussurro e ela segura minha mão carinhosamente.

— Me desculpa amiga, mas eu já não aguentava ver vocês dois sofrendo. Ayden estava mal e você pior... tudo por culpa daquela vaca. - Rosna. — Eu fiz o que eu deveria ter feito há muito tempo atrás e não me arrependo.

Não sei o que responder diante da sua confissão.

Por um lado estou agradecida por finalmente Ayden saber a verdade, mas por outro lado, por causa disso ele foi preso.

Tamara percebe meu dilema e segura meu rosto com uma mão.

— Se precisar eu deponho a favor dele, Lily. E aposto que as meninas também farão o mesmo... vamos ajudar o seu amor a sair dessa, prometo. - Declara e balanço a cabeça confiando plenamente nas suas palavras.

Envio uma mensagem para Rachel e Lucy indicando onde estamos.

Conforme os minutos vão passando, fico cada vez mais nervosa.

Quase uma hora depois, as duas finalmente aparecem e minha vontade é de gritar com elas, mas sei que ambas não têm culpa de nada.

Lucy aparece correndo com um celular nas mãos e Rachel caminha tranquilamente ao lado de duas meninas que não faço ideia de quem sejam.

— Lily, tudo foi gravado, olha! - Lucy aproxima o aparelho do meu rosto e sinto um frio na boca do estômago ao ver a cena novamente. O rosto de Phillip estava irreconhecível, como se ele fosse outra pessoa e não o meu ex-melhor amigo.

Encolho meu corpo quando ele me dá um tapa, como se estivesse sentindo outra vez o impacto, e segundos depois, Ayden pula em cima dele e todos caímos.

Depois disso é uma confusão e a pessoa que gravou parece que não conseguiu manter o celular parado e vemos apenas borrões de pessoas passando e entrando na sua frente, talvez para ver a briga de um melhor ângulo.

Sem perceber, lágrimas caem pelo meu rosto ao ver o desespero de Ayden enquanto ele bate em Phillip.

— Ei, vai ficar tudo bem... - Rachel me abraça e nego com a cabeça. Elas não sabem que Ayden já tem um antecedente e isso só vai piorar as coisas para ele, tudo por minha culpa.

— Lily, é sério, tudo vai ficar bem. Essas são Melissa e Rebecca, elas viram tudo e disseram que querem ajudar. - Continua e levanto a cabeça para dar uma olhada nas duas meninas.

— Ayden nos ajudou alguma vez, e queremos devolver o favor. Além do mais, todos viram que foi Phillip quem começou. - A tal Melissa diz e balanço a cabeça. Pelo menos isso é certo.

— Obrigada meninas, mas não faço ideia de qual delegacia ele está. - Digo com a voz embargada.

— Meu pai é delegado, posso pedir para ele averiguar para onde Ayden foi levado. - Dessa vez é Rebecca quem se pronuncia. Onde Rachel achou essas duas?

Aquiesço e ela imediatamente liga para o pai e conta tudo o que aconteceu.

Fico nervosa enquanto ela diz apenas frases monossilábicas escutando o pai do outro lado da linha.

Depois de quase dez minutos de conversa, ela encerra a ligação com uma expressão séria no rosto.

— Você não vai acreditar, mas ele foi justamente para a delegacia que meu pai trabalha, tenho certeza que meu pai não vai prendê-lo, até porque eu já disse a ele o que aconteceu. -Um sentimento agridoce me invade ao escutar essa informação e respiro fundo tentando pensar positivo.

Rebecca me explica mais ou menos como funciona o processo e garante que tendo provas de que Ayden agiu em minha defesa, ele não vai ser detido.

Vamos todas até o carro de Tamara e em questão de minutos, estamos a caminho da delegacia em questão.

Rebecca prefere ficar dentro do carro com Tamara para não colocar o pai em problemas enquanto eu, Rachel, Lucy e Melissa entramos no lugar.

Respiro fundo sentindo meu coração se apertar e um medo invadir meu corpo.

Vou até o balcão de informações e procuro pelo nome que Rebecca me deu.

A moça me diz para esperar um pouco que o homem já vai sair.

Pelo que entendi, Rebecca já o deixou avisado que iríamos aparecer.

Alguns minutos depois, um homem robusto e muito bonito trajando um terno preto passa pela porta e lança um olhar curioso na nossa direção.
— Qual de vocês é Lily? - Diz com uma voz grossa e fico de pé engolindo seco. — Okay, venha comigo. - Ele faz um sinal com a cabeça e lanço um último olhar para minhas amigas que sorriem me encorajando.

Caminhamos por alguns corredores até chegar em uma sala daquelas parecidas com as que fazem interrogatórios e sinto meu corpo inteiro tremer.

Ele puxa uma cadeira e me sento calada.

— Okay Lily, eu sou o delegado Héctor Ferreira, e pelo que tudo indica, estou com o seu namorado na outra sala. - Começa e sinto meu coração bater cada vez mais forte.

— Agora eu quero que você me diga exatamente o que aconteceu. - Pede autoritário e anuo respirando bem fundo antes de começar a contar a minha versão dos fatos.

Conto que Phillip me abordou, que segurou meu braço apertado e não queria me deixar ir, até que lhe dei um tapa e ele me devolveu o tapa, e esse foi o motivo de Ayden bater nele.

O delegado me escuta atentamente, anotando tudo em um papel sem dizer absolutamente nada.

Sua expressão concentrada me deixa nervosa e sinto que a qualquer momento vou desmaiar.

Ele pede que eu mostre o vídeo que gravaram e retiro o celular da bolsa, colocando-o para reproduzir.

As meninas enviaram tudo no nosso grupo de amigas, para caso ele pedisse.

Ele segura o aparelho nas enormes mãos e faz uma careta na hora que Phillip estapeia meu rosto.

Sem nem acabar de ver o vídeo, ele coloca o celular na mesa e anota mais algumas coisas no mesmo papel.

— Ayden vai ser p-preso? - Pergunto agoniada e pela primeira vez o homem sorri.

— Não querida, eu vou liberá-lo. Ficou claro que ele agiu por impulso ao ver o garoto bater em você... pode ficar tranquila. - Diz suavemente e suspiro aliviada.

Pelo menos uma notícia boa hoje.

O delegado pergunta se quero fazer um boletim de ocorrência contra Phillip e por alguns instantes penso em fazê-lo, mas decido que ele já teve o seu merecido.

Assino uma ata para corroborar meu testemunho e depois de quase meia hora de papelada, finalmente sou liberada.

Vou até o hall e minhas amigas me recebem discretamente, tão nervosas quanto eu mesma.

Me sento outra vez na cadeira para visitantes e rezo para todas as divindades que o delegado esteja dizendo a verdade quanto a Ayden não ir preso.

Passa outra meia hora e começo a me desesperar. Rachel segura firme minha mão em um apoio silencioso.

— Vai ficar tudo bem... - Ela sussurra no meu ouvido. Balanço a cabeça bem a tempo de ver Ayden saindo pelo mesmo corredor pelo que entrei mais cedo.

Sem conseguir me controlar, me levanto e corro até o seu encontro, esquecendo de tudo o que passamos antes e abraço-o apertado.

Ele envolve seus braços no meu corpo e respiro fundo absorvendo seu cheiro que tanto sentia falta.

Nos abraçamos por alguns minutos até que alguém coça a garganta atrás de nós. É o delegado que entrega um papel para Ayden antes de nos mandar sair dali, em um tom de brincadeira.

Caminhamos em silêncio até o carro de Tamara e ele agradece Rebecca e Melissa pela ajuda.

Como obviamente não entramos todos para voltar para a faculdade, despacho minhas amigas. Preciso conversar com Ayden.

Elas se vão com um sorriso no rosto nos deixando a sós.

Sinto meu estômago embrulhar de nervoso e caminho até uma árvore, me sentando em um dos banquinhos de cimento, acompanhada por um Ayden calado.

Meu corpo inteiro se arrepia quando ele enrosca seus dedos nos meus.

— Senti tanto sua falta... - Sussurra e balanço a cabeça. — Me perdoa por não acreditar em você, Lily. Eu fui um idiota. - Continua envergonhado.

— Eu também fui tonta em levar Karen a sério. - Acaricio seu rosto com a mão livre. — Eu te amo, Ayden, meus dias longe de você foram horríveis. - Confesso e ele me dedica um sorriso triste.

— Pode acreditar que os meus foram uma tortura sem fim. - Murmura e aproxima seu rosto do meu, colando nossos lábios em um beijo cheio de nostalgia e perdão.

Me separo dele por alguns segundos e ele me observa temeroso.

— Ayden eu jamais vou te julgar pelo seu passado, o único que peço é que a partir de agora você seja sincero comigo, não tenha medo de contar o que seja que estiver acontecendo, porque eu sempre vou te apoiar. Só me prometa que vai se controlar, porque não suportaria ver você sendo preso outra vez. - Digo suavemente e ele balança a cabeça beijando minha testa em seguida.

— Eu prometo isso e muito mais Lily, desde que fique comigo. Jamais amei alguém como eu te amo e vou fazer de tudo para ser o homem que você merece. - Sussurra no meu ouvido e sinto aquele famoso arrepio no meu corpo. — Sonhei todos os dias com esse momento, desejei ter você nos meus braços outra vez, sentir seu cheiro, seu sabor. - Beija meu pescoço e não consigo evitar gemer. — Não sei mais viver sem você. - Completa e sorrio preguiçosa.

Como ele veio com a polícia, sua moto acabou ficando na universidade, então pegamos um táxi de volta para buscá-la.

Ayden segura minha mão durante todo o caminho, como se tivesse medo de que tudo aquilo fosse real.

Estacionamos na entrada depois de alguns minutos e ele entrega o dinheiro para o taxista que se vai rapidamente.

Caminhamos até a sua moto e fecho a cara ao ver Karen sentada no meio fio.

Seu olhar recai imediatamente nas nossas mãos unidas e seu rosto adquire uma expressão carregada de fúria que ela se apressa em disfarçar.

— Ayden, graças a Deus! Fiquei tão preocupada! - Ela grita correndo até parar bem diante de Ayden e puxá-lo para um abraço, mas ele é mais rápido e a empurra sem cerimônia.

— Não chega perto de mim. - Rosna e Karen o fita confundida.

— E-eu não estou entendendo. - Murmura.

— Já sei o que você fez, Karen e jamais vou te perdoar por isso. - Ayden proclama e o olhar dela recai sobre mim.

— O que essa vadia te disse, heim? - Se aproxima raivosa e espalmo o peito de Ayden para detê-lo.

Já passou da hora de eu resolver esse assunto por minha conta.

— Escuta aqui sua infeliz, eu não disse nada a Ayden, mas ele já sabe a vaca que você é, então eu vou dizer só uma vez, dá o fora antes que eu arrebente essa sua cara lavada. - Digo calmamente e ela arregala os olhos supreendida.

— Vai acreditar mesmo nessa garota, Ayden? Depois de tudo o que passamos? Vai trocar sua melhor amiga por essazinha? - Solta ofendida e Ayden se aproxima dela com tristeza no olhar.

— Eu te agradeço por ficar comigo quando mais precisei, mas isso não te dá o direito de interferir na minha vida. Eu amo Lily e isso não vai mudar. Nossa amizade acaba aqui, Karen, não consigo mais confiar em você. - Por um milésimo de segundo chego a ficar com dó de Karen, mas depois de tudo o que ela causou, sinto que ela apenas colheu o que plantou.

— E-eu te amo, Ayden! Por favor me dê uma chance! - Ela grita desesperada.

— Eu jamais vou te amar dessa maneira Karen, só... esqueça isso. - Declara antes de me entregar o capacete e subir na moto. Karen começa a chorar e observo a cena calada. — Vamos? - Pergunta me tirando do transe e me sento atrás dele.

Voamos pela cidade chegando em poucos minutos no meu dormitório.

Ele estaciona de qualquer jeito e corremos até o quarto. Nem bem fecho a porta, voltamos a nos beijar e tirar nossas roupas com urgência.

Ele aprecia meu corpo nu e passa a língua nos lábios franzindo o cenho de repente.

— Lily, isso é uma tatuagem? - Aponta para o meu quadril e sorrio envergonhada.

— Sim... fiz depois de uma noite de muitas bebidas e saudades de você. - Confesso e ele solta uma gargalhada se virando.

No começo não entendo nada, até que vejo uma flor enorme tatuada nas suas costas.

— Também fiz essa enquanto definhava de saudades de você. É uma lilium, mais conhecida como Lili. - Explica e me aproximo beijando a tatuagem com carinho.

— É linda, eu amei. - Passo o dedo pelas linhas contornando o desenho, me sentindo a mulher mais sortuda do mundo.

Ele fica de frente para mim outra vez e se ajoelha, beijando a pequena tatuagem no meu quadril.

Sinto meu corpo ferver ao toque dos seus lábios e ele parece perceber isso. De repente seus lábios migram para outra zona, provando novamente o meu sabor, me levando à loucura como só ele sabe fazer.

— Oh por Deus... isso. - Murmuro e ele se levanta me beijando ao mesmo tempo em que enfia dois dedos dentro de mim.

Seguro seu membro bombeando na mesma velocidade que ele.

— Não sabe quantas vezes desejei estar dentro de você outra vez. - Sussurra no meu ouvido. — Seu corpo é minha perdição, Lily e só quero adorá-lo. - Continua dessa vez lambendo um mamilo duro de excitação.

De repente ele me vira e me coloca contra a parede de costas para ele. Instintivamente empino minha bunda, dando acesso ao seu membro duro que me penetra de uma só vez.

O som de gemidos invade o quarto, e percebo que eu sou a que está gemendo como nunca.

Ayden bombeia com força enquanto gira meu mamilo com uma mão e com a outra esfrega meu clítoris.

— Ayden, eu não vou aguentar muito tempo! - Gemo alto e ele lambe meu pescoço me virando de frente para ele outra vez.

Sou levantada como se não pesasse nada, sem desfazer nosso contato íntimo e ele me encosta na parede enquanto enrosco minhas pernas no seu corpo.

— Se libere para mim, amor. Só para mim. - Ordena enquanto me penetra ainda mais forte, seu piercing fazendo maravilhas no meu interior.

— Te amo Ayden... sempre te amei. - Digo com dificuldade sentindo os primeiros espasmos de um orgasmo potente.

— Você é muito mais do que eu mereço Lily, eu vivo para você, e morreria por você. - Ofega entre cada estocada e entendo perfeitamente o que ele quer dizer, pois faria o mesmo. 

NOTA DO AUTOR

Olá gatos e gatas passando pra desejar um feliz natal a todos e também pra deixar esse presentinho ❤️
Espero que gostem, não se esqueçam de votar e comentar
Amo vcs 😍

Bjinhosssss BF ❤️

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top