15. O NATAL DOS VOLTURI

Volterra, dezembro de 2052

Olhei para a imagem refletida no espelho, pensando se valia à pena me reunir a todos no salão.

Era Natal, e apesar de não comemorar essa data pelo mesmo motivo que os humanos comemoravam — de fato, pra os Volturi era só uma desculpa para festejar —, todos foram convidados a comparecer no salão da torre com vestes de gala.

Eu estava usando um longo vestido vermelho de costas nuas que abraçava cada curva do meu corpo e tinha uma fenda que ia do meio da minha coxa esquerda até o chão. Havia um par de luvas da mesma cor que cobria até acima dos cotovelos, e eu calçava stilletos dourados que combinavam com uma bolsa Chanel exclusiva.

Aro me deu o vestido de presente, dizendo que foi da princesa Margareth, da Inglaterra, mas que ficava muito melhor em mim. Ela costumava usar roupas escandalosas para a sua época, mas quem diria que tinha um vestido que se encaixaria na moda de quase um século mais tarde.

Caius me deu a bolsa e os sapatos, o que desagradou muito Athenodora, e Marcus me deu um conjunto de colar, brincos, pulseira e anel, todos de ouro com rubis polidos.

Os irmãos eram absurdamente ricos, e a maior parte dessa fortuna foi adquirida de maneira escusa, o que era normal entre imortais, para falar a verdade. Os únicos que não necessariamente roubavam, ainda assim trapaceavam para conseguir enriquecer, como no caso dos...

Eu suspirei, colocando a mão no peito.

Uma semana se passou e ainda doía. Eu sentia falta da risada de Alice e de como ela parecia uma força da natureza. Sentia saudade das lutas com Emmett e Rosalie, e das minhas conversas com Carlisle, Esme, Edward e Jasper... Ah, Jasper... A dor e a dúvida em seus olhos me assombrava.

Uma batida na porta me tirou do meu devaneio.

— Entre.

Jane entrou e colocou a mão na cintura em atitude de reprovação.

— Seu cabelo ainda está assim?

Eu olhei para meu cabelo ondulado solto sobre meus ombros.

— Qual o problema com o meu cabelo?

— Eles escondem os brincos maravilhosos e encobrem quase todo o colar. Senta aí, vou fazer um coque chique.

Revirei os olhos, mas puxei uma poltrona que ficava perto do espelho e me sentei.

Tudo no castelo era antigo, mas bem conservado. Os móveis do meu quarto eram opulentos, desde o lustre no teto até a cama de dossel. Todos os quartos tinham móveis da melhor qualidade e decorações caras. Isso era o que Aro oferecia a toda a sua guarda, tanto a fixa quanto a temporária: uma eternidade luxuosa como nunca nenhum de nós teve em nossas vidas humanas.

Mas isso não me atraía. Riqueza e luxo não adiantaram de nada sem relacionamentos profundos. O que me atraía para os Volturi era a sede de conhecimento. O que me mantinha em minha posição era o treinamento pesado em combate físico que me divertia. O que me fazia amar aquele lugar eram as pessoas que se tornaram importantes para mim.

O problema era que agora meus irmãos não eram os únicos com quem eu me importava. Agora havia uma família toda magoada comigo, e eu gostaria de voltar atrás e ter sido sincera com eles, para que não pensassem que eu tinha fingido o tempo todo.

— Pronto! — A voz de Jane me tirou de meus pensamentos. — Agora sim, você está fabulosa.

Olhei para meu reflexo no espelho. Meu cabelo estava arrumado em um coque frouxo, mas elegante, com mecha soltas emoldurando meu rosto, e Jane pegou um espelho menor, posicionando-o para que eu pudesse ver no outro espelho o penteado atrás, decorado com um delicado enfeite dourado em forma de flor. Meu pescoço à mostra dava um ar sofisticado muito diferente do que era meu costume.

— Obrigada, Jay. Você estava certa. Ficou muito melhor.

— É claro que ficou. Aprenda uma coisa, maninha. Eu estou sempre certa.

Eu bufei.

— Não mesmo! Mas dessa vez você está. E está incrível também. Que vestido lindo!

Ela trajava um vestido violeta ajustado no busto e cintura, onde se abria em uma saia de chifon com babados que desciam verticalmente do lado esquerdo para o direito, em um degradê que seguia o comprimento assimétrico da saia. No lado esquerdo, a saia terminava acima de seu joelho, e no direito, no meio de sua canela, com um resquício de babado que ia até o tornozelo.

Seu cabelo estava solto, o que raramente se via, em um corte curto que emoldurada seu rosto fino. Eu nem sei como ela conseguia manter um cabelo desse comprimento e muito liso em coques todos os dias.

Os sapatos combinavam com o vestido na cor e no estilo, e ela não carregava bolsa. Usava brincos e colar de ouro branco com pequenas pedras arroxeadas, e um anel lindo incrustado de diamantes em seu dedo anelar direito.

Ela deu uma volta e fez uma pose, então peguei o celular e rapidamente tirei uma foto. Depois ela tirou uma selfie nossa e uma foto minha de corpo inteiro.

— Aposto que o viking dos Cullen ficaria louco se te visse assim, Bella.

Eu bufei.

— Por que você insiste nesse assunto, Jay? Já disse que não existe nada entre nós.

— Eu não sou cega, Bella. Agora falando sério, eu estava só te provocando na frente dos outros, mas vi como ele te olhava. Ele não conseguia manter o olhar longe por mais que alguns segundos. Está caidinho por você.

— Esse assunto é complicado, Jane. Você conhece meu histórico com homens.

— Você se relacionou com um filho da puta psicopata, Bella. Isso não é exatamente um histórico.

Lancei-lhe um olhar atravessado, mostrando meu descontentamento com o assunto. Ela levantou as mãos em rendição.

— Ok, já entendi, você não quer falar sobre o assunto. Mas então... Conta um pouco sobre a morena...

Eu bufei e a encarei.

— Sério, Jane? Você nunca desiste?

— Agora é sério, Bel. De verdade. Ela me chamou a atenção, era difícil parar de olhar. Tem alguma coisa sobre ela...

— Olha, eu nem sei quais são os gostos dela com relação a outras pessoas. Nós conversamos sobre quase tudo, exceto relacionamentos amorosos.

Jane suspirou.

— Ela é tão bonita. E aquela voz, os lábios... Eu fiz tudo que podia para não mostrar que sequer estava prestando suficiente atenção ao assunto do exército e sua criadora. Só conseguia olhar pra ela e pensar como seria beijar aquela boca...

— Não acredito! Você está apaixonada por Alice Cullen?

Encarei minha irmã com o queixo caído. Ela nunca sequer mostrou interesse por outra pessoa, dava até pra pensar que Jane era assexual, tamanho o seu desprezo por demonstrações de carinho entre casais.

— Isso seria tão ruim? Você parece gostar dela, então deve ser uma garota incrível. Até o mestre Aro me repreendeu por perder o foco na clareira, mas disse que nós duas faríamos um belo casal, desde que ela viesse para cá.

Ela parecia tão esperançosa que eu não quis dizer que, provavelmente, Alice jamais aceitaria se separar de sua família.

— Você nunca me falou se alguma vez já gostou de alguém, então estou surpresa — comentei, desviando o assunto sem que ela percebesse.

Ela me encarou com o olhar vazio, talvez se lembrando de alguma coisa.

— A única vez que me apaixonei foi por uma vizinha. Cabelos escuros bem longos, pele clarinha e bochechas rosadas, era a garota mais linda do vilarejo. Eu pensei que ela também gostava de mim, mas aí ela falou pra todo mundo que Alec e eu éramos estranhos, que podíamos fazer coisas que ninguém mais podia...

— Oh, Jane. Eu sinto muito!

— Tudo bem. Eu me vinguei. Quando Phoebe e outras garotas nos acusaram de bruxaria e fizeram o vilarejo todo nos amarrar em postes para sermos queimados... Enquanto eu sentia as chamas subirem por meu corpo, desejei que todos eles sentissem aquela dor também. Então Demetri e Félix nos tiraram de lá, e depois da transformação, quando vi o que conseguia fazer, eu voltei e sequestrei Phoebe.

Ouvimos alguém se aproximando, e Alec abriu a porta, fazendo um gesto para que saíssemos.

— Jane a torturou durante dias até que ela ficasse completamente louca, e a levou de volta para sua casa. — Alec riu, balançando a cabeça. — Você poderia pensar que minha irmãzinha iria matar a garota que traiu sua confiança, mas não, ela é sádica o suficiente para ter voltado todas as noites ao vilarejo só para ouvir os gritos de pavor de Phoebe enquanto tinha pesadelos com Jane queimando seu corpo com a mente.

— No fim, ela se jogou de um penhasco, e eu vi seu corpo todo quebrado lá embaixo — Jane completou com um sorriso. — Meu rosto foi a última coisa que aquela maldita viu.

— Uau! E eu pensei que era a vingativa da família.

Alec me lançou um olhar zombeteiro.

— Você fez aqueles desgraçados cometerem canibalismo no amigo deles, Bella. Se isso não é ser vingativa, então não sei o que é.

Dei de ombros displicentemente.

— Bom, pelo menos agora eu sei que não sou a única. Mas e você? Nunca se vingou de ninguém, Al?

— Não. Sadismo é coisa de vocês, eu sou civilizado.

— Ah, qual é? Se Jane desejou que todos queimassem enquanto vocês eram queimados, então você...

— Só desejei parar de sentir aquela dor. — Ele me olhou com expressão insondável. — Talvez a forma como nós lidamos com isso foi o que moldou nossos poderes. Jane queria que sentissem a dor dela, e é isso que ela faz com os outros. Eu quis não sentir, então eu tiro os sentidos dos outros. Faz sentido pra você?

— Acho que sim. — Dei uma olhada de cima a baixo nele. — Você está muito elegante, Al.

Ele vestia um conjunto de terno e calças Armani, blusa e gravata de seda, e sapatos de couro italiano, tudo de muito bom gosto.

— Obrigado, Bel. Vocês também estão incríveis. Humm... — Ele coçou o queixo e me olhou por um instante. — Posso conversar a sós com você? Não vamos demorar.

— Tudo bem.

Jane revirou os olhos e foi para o elevador enquanto Alec e eu esperamos até que ela entrou, fechou as portas e subiu.

— Bella, o que você pode me dizer da mulher mais linda dos Cullen?

Eu franzi a testa. Ele estava falando de Rosalie?

— Por que o interesse?

— Bom, ela é a coisa mais preciosa em que já coloquei meus olhos, e não consigo parar de pensar naqueles lábios e no corpo que parece se encaixar tão bem no meu...

— Alec, a Rosalie é casada.

Ele fez uma careta.

— Mas você disse que ela e o loiro não estavam juntos.

— Loiro? Estamos falando da mesma pessoa? Rosalie é a loira casada com o moreno.

— Ah... Você achou que eu estava falando da Barbie vampira? Não, eu quis dizer a moreninha de cabelos espetados. Ela é a imortal mais linda do mundo.

Eu arregalei os olhos ao entender de quem ele estava falando.

— Alice?

— Sim... Alice, até o nome dela é lindo. Ah, Bella... Você não imagina os esforço que eu tive que fazer pra não atravessar aquela clareira e beijar aquela boca... Não consigo parar de pensar nela, acho... Acho que estou apaixonado.

— Oh, merda! — eu murmurei, preocupada.

Isso não podia estar acontecendo.

Os dois irmãos apaixonados pela mesma mulher? Isso não ia dar certo. Jane e Alec iam se matar quando descobrissem.

Felizmente, Demetri e Bianca apareceram no fim do corredor, e eu tive a desculpa que queria para escapar.

— É melhor nós irmos. Aro não gosta de esperar.

— Mas...

— Outra hora, Alec.

Ele suspirou, frustrado, mas concordou.

— Depois da festa.

Mas eu esperava fugir dele por toda a nossa imortalidade para não lidar com um problema dessa magnitude.

O salão da torre estava mais cheio do que o normal. Aro, Caius e Marcus não estavam sentados como na maioria das vezes, mas passeavam de braços dados com suas esposas, exceto Marcus, é claro, que apenas conversava com alguns convidados.

Olhando ao redor, reconheci alguns vampiros asiáticos e do sudeste africano que costumavam vigiar o mundo sobrenatural perto de seus lares e manter os Volturi informados. Outros eram americanos e europeus, antigos conhecidos dos governantes.

Contando os trinta e dois membros do clã Volturi e os visitantes, tinha cinquenta vampiros ao todo.

Eu passei as próximas duas horas me esquivando de Alec e Jane, sem saber como lidar com o fato dos dois estarem apaixonados por Alice, pois só de pensar nela, meu peito doía.

Havia música clássica ao vivo e alguns vampiros com humanos a tiracolo, todos dopados com alguma substância. Os imortais pareciam se divertir com os passos trôpegos e as falas enroladas dos humanos drogados. Era bizarro, na verdade.

Depois de passear por todo o salão e conversar com vários grupos como eu não costumava fazer, Aro veio me cumprimentar.

— Isabella, querida, é muito bom ter você na nossa festa. Raramente nos brinda com a sua presença.

— Hoje é uma noite especial, tio Aro. E você sabe o que eu penso sobre as festas de pescaria. Não me apetecem.

— Oh, é claro, cada pessoa tem uma forma própria de fazer as coisas. Mas hoje, para homenagear a nossa líder da guarda que investigou e inocentou um clã cujo líder é querido para mim, além de caçar e executar a responsável pelo exército que quase nos expôs em Seattle, a pescaria foi diferente.

Franzi a testa, confusa. Como assim?

Caius sorriu, de mão dada com Athenodora, que me olhou com desdém, observando a bolsa e o sapato que seu marido me deu.

— Hoje eu tomei a liberdade de fazer uma encomenda especial para a minha cria. Você fez um trabalho excelente no território dos Cullen, o que deixou nossos amigos americanos aliviados, por isso merece se divertir e se banquetear como todo mundo.

Athenodora bufou.

— Ela cumpriu uma missão, não fez mais do que a obrigação.

— Você está certa. — Eu sorri com deboche. — Minha obrigação é fazer com que a sua vida seja mantida intacta nessa torre protegida. E eu faço isso me expondo aos perigos lá fora para eliminar ameaças que poderiam destruir o estilo de vida que seu marido e seus cunhados passaram séculos lutando para proporcionar às esposas. É minha obrigação, e eu a cumpro tão bem que você ainda está aqui, esbanjando simpatia. — Olhei para ela muito séria. — Deveria ser grata. Sem os guardas, sua vida se resumiria a fugas e ameaças de morte. Isso se você ainda estivesse viva.

Ela se virou para seu marido com uma careta de indignação.

— Caius, você vai permitir que essa subordinada fale assim comigo?

— Ela falou alguma mentira, minha querida? — questionou Aro.

— Eu já falei que Bella não é uma subordinada, minha amada. Ela é minha cria. Foi o meu veneno que a transformou e ela me representa da mesma forma que Jane representa Aro. Tudo que Bella diz, eu permito e apoio.

— Você a coloca acima de sua própria companheira! — Athenodora já estava chamando atenção, como sempre. Ela adorava isso.

Caius a fitou com olhos duros.

— Não, meu amor. Você sempre será minha amada, essa posição jamais será tirada de você, mas Bella não está abaixo das esposas. Ela conquistou uma posição de respeito diante de todo o nosso clã, e é ela quem garante a sua segurança e bem-estar. Agora pare com os seus ciúmes, isso me irrita.

Ela me lançou um olhar venenoso antes de se virar para ele com cara de choro e ir para perto de Sulpícia, resmungando:

— Sujeitinha abusada!

Caius enrijeceu a mandíbula e me repreendeu em um sussurro:

— Você a provoca, Bella. Por que tem que sempre dar uma resposta ácida para ela? Gosta de dificultar minha vida?

Eu dei um sorrisinho de canto.

— Não, eu só acho que ela precisa de uma dose de realidade de vez em quando. Você a idolatra e eu nunca demonstrei interesse afetivo por você, não existe razão para essa implicância toda comigo.

Ele fez uma careta.

— Só tenta não responder às bobagens da minha esposa, Bella. Ela se sente desafiada e fica insuportável. E sou eu que tenho que ficar agradando até ela me perdoar pelas coisas que você diz.

Aro colocou uma mão no ombro de Caius.

— Acalme-se, irmão. Basta dar a ela sua caça favorita, e ela vai te mostrar gratidão depois da festa.

Caius riu.

— Eu mandei Demetri providenciar isso quando ela viu o presente que dei para Bella. Elas estão nas masmorras.

Segurei a vontade de revirar os olhos e lançar a Athenodora um olhar de asco. Ela adorava drenar garotas muito jovens, no auge da beleza. E costumava manter os corpos secos durante dias em seu “estúdio”, brincando com eles como se fossem bonecas. Nojenta era pouco.

— Esse olhar de julgamento não ajuda! — Caius rosnou. — Eu não entendo, você diz que odeia humanos, mas se recusa a participar de nossos banquetes e julga minha esposa porque as presas escolhidas não se encaixam nos padrões que você estabelece.

— Odiar humanos não significa sair matando indiscriminadamente. Veja da seguinte forma: em algumas ilhas do Caribe existem infestações de peixes-leão, que são invasores e se alimentam dos peixes locais, destruindo a biodiversidade e ecossistemas inteiros porque eles não têm predadores naturais. São verdadeiras pragas. Para tentar controlar essas pragas, os humanos os pescam e comem. O que eu faço com minhas presas é exatamente isso. Criminosos sexuais são pragas que invadem a sociedade e não têm predadores naturais, então eu me torno essa predadora para que eles não destruam toda a fonte de alimento que vocês tanto amam.

Aro me olhou com admiração, algo que podia ser considerado frequente.

— Você me surpreende todas as vezes que argumenta sobre qualquer assunto, querida. Pois bem, como estávamos falando antes de minha amada cunhada interromper, hoje você vai poder desfrutar o banquete conosco. Heidi e Félix foram pescar os peixes-leão que você tanto gosta. E Caius encomendou outros de várias partes do mundo. Nossos amigos trouxeram muitos deles.

Ele bateu palmas e os guardas abriram a porta dupla do salão. Ouvimos passos arrastados no corredor, e o som de metal arranhando o piso de concreto era persistente.

Então, um a um, foram entrando homens das mais diversas etnias, com uniformes de prisão de vários lugares e correntes nos pés, com os pulsos algemados, alguns olhando ao redor com desconfiança e outros com olhares ferozes e famintos ao ver as belas mulheres no salão.

Eu contei cerca de cento e sessenta. Três para cada um de nós, e ainda sobrava alguns.

— Criminosos sexuais e serial killers de mulheres e crianças, diretamente dos corredores da morte de quarenta países diferentes — sussurrou Caius ao meu ouvido. — Aproveite, minha cria.

— O banquete está servido, meus caros! — Aro cantarolou.

Antes que ele terminasse de falar, eu já tinha afundado os dentes no pescoço de um deles.

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