Capítulo 21

-O que ?

Trevas perguntou se aproximando de luz

-Você já não fazia mais nada, simplesmente ficava sentado no quarto de Talio olhando pra nossa foto. Teve momentos em que você nem lembrava de mim, você nem sabia o que estava fazendo ali. Afetamos o equilíbrio, você já não mandava mais seu poder pra máquina e a noite já não vinha mais. Sersa voltou e disse que nós tínhamos que voltar, eu quase a matei, o que pra mim foi um absurdo pois eu não era assim. Ai ela disse "Está vendo, as pessoas de lá transformam até as mais puras e botam raiva nelas" eu não sabia o que fazer, eu tinha acabado de quase matar minha mestre, você estava em estado vegetativo... Sersa disse que eu tinha causado isso então era um problema meu, eu fui até você e tirei todas as suas memórias.

Trevas abre e fecha a boca várias vezes

-Eu implantei memórias falsas em que você apenas corria atrás de mim e eu te ignorava. Eu não sabia o que fazer. Quando tirei suas memórias você voltou ao normal, você estava bem de novo e por mais que me fosse muito dolorido ser a única a lembrar de tudo e te ver atrás de mim eu tive que me manter firme. Assim que cheguei lá e você entrou na máquina Sersa me entregou Talio, seu corpo estava tão molinho, mas estava vivo. Mas eu já não podia reverter o lance da memória, você poderia não aguentar e seu cérebro simplesmente parar, então fiz um feitiço pra reverter a idade dele. A cada ano que passava ele ficava novo. Enquanto isso Sersa me prendeu na máquina, ela achou melhor me deixar lá até o feitiço se completar...

-Ela tinha medo que Luz voltasse pra você.

Diz Paixão se levantando

-Eu era criança mas lembro bem, nenhum dos seres que tinham sido criados tinham direito nem de pensar. Eu só conseguia porque por algum motivo Luz mesmo na máquina conseguia me ajudar, ela precisava de alguém pra caso tudo desse errado, e mesmo eu só tendo 8 anos ela me escolheu. A humanidade estava avançando e os dons precisavam de "receptaculos" então estávamos todos em fase de criação. Eram muitos seres pra cuidar por isso você nem sentiu falta de Luz.

-Só depois do feitiço está concluído ela me soltou da máquina, aquela máquina me sugou tanto que eu não conseguia nem raciocinar direito. Quando vi que você estava chegando com ele em seus braços, eu te vi ainda mais feliz. Era como se você tivesse achado o maior tesouro do mundo. Então eu deixei que ficasse com ele... eu pensei várias vezes em te devolver sua memória mas tive medo do que aconteceria... Sersa também tinha bloqueado a pedra pra que eu não voltasse no tempo e você estava tão bem que eu não quis interferir

-E você sofrendo tanto.

Diz trevas segurando a mão dela

-Era um pequeno preço pela felicidade dos dois, por isso eu não deixava que nossos reinos mantivessem relações. Por isso fui totalmente contra Talio e Emile, e principalmente contra Vida e morte. Eu nem sabia de você amor, descobri um dia desses mas estava tão sem força que preferi nem brigar.

-Depois dizem que eu não sou discreto.

Amor diz rindo limpando as lágrimas

Vou até luz e trevas e os abraço, um abraço que nunca dei em ninguém na minha vida, meu coração acelerou e eu limpei as lágrimas de Luz

-Com a regressão suas memórias também foram apagadas, ou quase. Posso devolver a de vocês dois se quiserem mas tem risco, e vai doer...

-Eu quero.

Trevas falou sem nem pensar

Luz pega no livro duas pedrinhas, uma pra mim e outra pra Trevas... pra meu pai...

Ele fecha os olhos e aperta a pedrinha e eu faço o mesmo, de repente uma chuva de memórias começa a aparecer e minha cabeça começa a doer muito, sinto toda a dor de tudo de novo e meus olhos parecem que vão queimar até virar pó. Abro os olhos e abraço minha mãe de novo, Trevas ainda estava de olhos fechados e vejo que ele estava tremendo enquanto suava muito, depois de um tempo ele nos abraça de novo e beija Luz

-Espera um momento.

Ele fala olhando pra morte

-Isso significa que...

Morte arregala os olhos

-Meu filho corre perigo.

-Sim, se Sersa achar vocês não sei o que ela pode fazer... ela so não matou Talio porque não tinha poder pra isso...

-e agora ?

Vida falou segurando a mão de morte

-Não sei se lá é mais seguro, ela pode ter rastreado o portal.

Luz diz pensativa

De repente morte segura a barriga e começa a gemer de dor

-Ai não.

Fala ódio indo ajudar vida a segurar ela

-Vai nascer.

Fala amor desesperado

-Vou levar ela pra o meu quarto, o parto vai ser lá.

Morte se afasta

-Não, a terra é mais seguro.

-Então vamos pra lá.

Escutamos um estrondo vindo do portão principal

-Sersa.

Emile vai até morte e a puxa pra sí

-Abra um portal, nós vamos pra terra. Vocês tentam impedir ela.

-Não é melhor ficarmos juntos agora ? E se ela já souber a localização de vocês da terra?

Diz Trevas

-Eu vou com eles.

Eu falo indo até eles

Abro um portal e nós vamos parar na casa, morte se deita na cama e vida segura a mão dela enquanto Emile começa a tentar ajudar ela a realizar o parto

Morte

Talio vira de costas e Emile me manda abrir as pernas e empurrar, doía muito, era como se ele estivesse me rasgando por dentro. Apertava a mão de vida ao ponto dela ficar toda roxa e de repente escuto um choro. Emile sorri e puxa o bebê, a pele dela era dourada como ouro e ela brilhava muito. Emile corta o cordão umbilical e me entrega

-É uma menina.

Escutamos uma explosão e Emile pega a menina de volta, passa ela em um pano cheio de coração quando eu sinto outra dor

-AHHH.

-O que?

Diz vida confuso e Emile entrega meu bebê pra ele e volta pra mesma posição

-Tem outro, preciso que faça força.

E de novo eu fiz mas dessa vez sem a mão de Emile já que ele estava com nossa filha, quando escuto outro choro sinto minhas pernas ficaram fracas

-É outra menina.

Emile fala rindo e me entrega pegando a que estava com Vida

O barulho de explosão se intensifica e chega até o andar de cima que é onde nós estamos

-Me entreguem o bebê ou vou matar todos vocês.

Escutamos do outro lado da porta e Emile enrola mais o bebê e diz

-Vocês tem que fugir com elas, eu e Talio ficamos.

Eu tento levantar mas não consigo sentir metade dos meus membros, estava muito cansada, assim que Emile chegou perto da outra uma faísca começou a se formar entre as duas

-O que?

-Precisa levar ela, cuide dela até a ajuda chegar.

Vida diz

-Mas... e a outra ?

-Vai com Talio, ele vai com ela e quando achar um lugar seguro vá até Eltreal e a deixe lá. Depois volte com ajuda. Ela não vai nos matar, andem.

Talio

Pego a bebê e enrolo em um pano todo preto, eu e Emile pulamos a janela e eu a beijei

-Boa sorte.

-Igualmente.

Ela sai correndo pra uns becos e eu vou pra floresta, quando chego em um lugar seguro abro um portal até Eltreal

-E ai?

Era ódio, entrego a bebê pra tristeza que estava ao lado e puxo ele indo atrás dos outros

-Temos que ir, sua mestre está lá e ela não tá feliz.

Emile

Me escondo em um beco e fico segurando o bebê enquanto balançava

-Sabe, posso sentir o poder dela de longe...

Me levanto e puxo meu arco

-Não entende, ela é um monstro, estou protegendo a humanidade. Sabe quem sou?

-Não.

Falo me afastando mas ainda mantendo o arco apontado pra ela

- Servus sapientiae é meu nome, serva da sabedoria, mas eu abrevio pra Sersa.

-Se é tão sábia por que quer matar um bebê?

-Ela vai destruir a humanidade.

-Por que só não tira os poderes como fez com Talio?

Ela começa a rir

-Não querida, eu fui na intenção de matar, a sorte dele foi que ele era tão forte que o máximo que eu consegui foi tirar a maior parte dos seus poderes.

Ela olha confusa pra bebê

-Não entendo, no quarto eu estava sentindo que ela ia explodir a qualquer momento, agora ela me parece mais estável.

-Então não vai matar ela?

-Não posso arriscar, largue esse arco você não vai conseguir atirar segurando ela.

-Eu vou proteger ela.

-Boa sorte nisso.

Um monte de espírito começa a sair dela e vir na minha direção. Largo o arco e começo começo correr

{A ajuda vai chegar logo}

Corro o mais rápido que posso mais os espíritos são muito rápidos, pego uma Barra de ferro que estava no chão e jogo em um espírito, não acontece nada...

{Ai merda}

Volto a correr e escuto alguém me chamar, era vida?

-ESTOU AQUI.

Um espírito volta e me derruba, ele ia enfiar sua garra no bebê mas eu seguro com minha mão; a garra corta minha mão toda mas eu continuo segurando. Quando sinto algo me atravessando, e por pouco não acertando o bebê, era uma espada, olho pra trás e vejo Sersa

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