Capítulo 14

Os preparativos para que tentasse me conectar com o poço, eram apenas medidas de segurança para que não acabasse transportando tudo num raio de cinquenta quilômetros, junto comigo para onde quer que fosse. Nenhuma das pessoas ali presentes conseguia me explicar ao certo como fazer para conseguir que o poço me levasse para Fantasy e, mais especificamente, para onde estava o livro de Lewis. Nem ele mesmo sabia onde havia deixado o livro!

Talvez essa fosse como uma missão impossível. Impossível ou não, tinha que tentar descobrir se o poço era mesmo o portal que procurávamos (e era muito provável que fosse) ou se era apenas mais um local mágico qualquer.

Tentava ignorar as lembranças que me foram tiradas e que agora apareciam a todo o momento em minha mente, como pequenas bombas desnorteadoras. O pior era que todas as lembranças tinham alguma ligação com o Mestre das Sombras. Enquanto me aproximava do poço, recordei algo que me disse, embora não tivesse certeza se foi realmente ele. "Esse lugar respira o poder das trevas". A frase era referente ao poço e a clareira em que estava localizado, mas no momento não fazia sentido para mim. Será que os portais eram magias específicas das trevas? Ou será que foi por causa de todas as mortes que se tornou agora um local sombrio?

Dahlie, Ônix e Ethan se afastaram do poço, quando me aproximei segurando uma seringa para retirar meu sangue. Combinamos que seria uma conexão rápida, porque a situação era perigosa. Cristian estava mais perto de mim, para o caso de acabar desmaiando novamente. Contei a versão distorcida do que senti após ter visto a cena de Leslie chicoteando a criatura no castelo de Fantasy, e acharam melhor alguém ficar perto para me segurar antes que batesse a cabeça no chão.

Chegou a hora que esperávamos. Cristian me deu o sinal e espetou a seringa em meu braço direito para retirar o sangue, depois me entregou o conteúdo e se afastou um pouco. Cheguei o mais perto possível da beirada do poço e olhei para a escuridão lá embaixo, estendi o conteúdo da seringa e despejei tudo na abertura.

No instante em que fiz esse movimento, ouvimos um uivo feroz, diferente do uivo que os híbridos fazem. A água estava começando a subir com o brilho e a névoa clara, mas já não queria ver o que estava ali dentro. Estava alerta e preocupada com a criatura que uivava cada vez mais perto e parecia despertar outras, pois depois de três uivos, começamos a ouvir outros que pareciam respondê-lo.

— Temos que sair daqui! — Ethan berrou, saindo de onde estava.

— O que é isso? — Gritei me afastando do poço, que parou de brilhar no mesmo instante e fez um enorme fluxo de luz subir aos céus e depois explodir como fogos de artifício.

— Alessia! Não deveria ter interrompido a conexão! — Disse Cristian em meio aos uivos.

— Por quê? O que houve? — Sentia-me um pouco atordoada e confusa.

— O poço rejeitou sua oferta e expeliu energia pura! Se essa energia tivesse atingido algum de nós, seríamos apenas um punhado de cinzas agora! — Explicou.

— Desculpe, mas estou mais preocupada com essas criaturas que não param de uivar e estão se aproximando cada vez mais! — Retruquei irritada.

— Que criaturas são essas? Lobos, talvez? — Dahlie se aproximou, tentando parar a discussão.

— Tenho um palpite, mas não estou a fim de descobrir. — Ethan disse e todos nos entreolhamos.

— Não podemos sair daqui! Temos que saber se o poço funciona... — Cristian estava com um olhar desesperado.

— Não vamos descobrir nunca se acabarmos morrendo. — Ethan me puxou pelo braço, mas quando Cristian ia falar, Ônix se intrometeu e deu a ordem para que saíssemos todos dali. Dahlie confirmou e ele não teve escolha a não ser fugir conosco.

Estávamos correndo o mais rápido que conseguíamos. A lua não ajudava muito estando encoberta por nuvens escuras, que ameaçavam derrubar uma tempestade sobre nós. As criaturas ainda uivavam e estavam claramente nos seguindo. Para nós era difícil correr no escuro, mas para os animais parecia muito fácil. Fácil até demais....

Já estava ofegante e meu coração estava acelerado. A adrenalina corria solta e o medo latejava em minhas veias. Ethan fingia acompanhar meu ritmo, porque não conseguia correr mais rápido. A verdade é que estava ficando para trás e ele tentava me proteger correndo ao meu lado. Os uivos cessaram de repente e o vento parou de soprar, a lua estava totalmente coberta e não havia qualquer indício de luz.

Meus olhos estavam tentando desesperadamente se adaptar ao escuro, mas só conseguiam ver sombras e escuridão. Acabei tropeçando em alguma coisa e caí no chão, só tendo tempo de me apoiar com os cotovelos para não bater a cara. Ethan parou no mesmo instante e gritou para que os outros voltassem. Veio até mim e perguntou se havia me machucado. Os outros retornavam ainda em estado de alerta e o silêncio da floresta tornava-se cada vez mais assustador e suspeito.

Ethan ajoelhou ao meu lado e estava me ajudando a levantar, quando vimos o primeiro par de olhos amarelos do tamanho de laranjas. Em seguida, presas mais brancas que a lua, apareceram junto com um rugido que fez as copas das árvores balançarem. Ônix, Dahlie e Cristian estavam tão espantados com a criatura, que ficaram em estado de choque e não conseguiram fazer nada quando o animal investiu para cima de nós, mais especificamente para cima de mim.

Ventus Protector! — Ethan gritou, me puxando mais para perto de si. Senti uma brisa forte envolver a atmosfera ao meu redor, como se estivéssemos dentro de uma cúpula feita de ar. Todo o corpo de Ethan estava com um leve brilho prateado e parecia realmente estar lutando contra os ataques das criaturas, que se juntaram à primeira para tentar quebrar nossa proteção.

— O que vamos fazer? — Sentia meu corpo tremer de medo. Aquelas eram as feras noturnas? Não deveriam ter morrido junto com seu Mestre?

— Tente invocar as Sombras! Mas antes tire esses idiotas do estado de choque! — Ethan falava entre dentes e sem me olhar. Levantei rapidamente, ignorando as partes do meu corpo que latejavam com a queda brusca, e corri até os fundadores e Ônix. Como faria para tirar eles do transe?

Renovavem Anima! — As palavras vieram à minha boca antes mesmo de meu cérebro processá-las. No mesmo instante, os três voltaram ao seu estado normal e a sequência de eventos que ocorreram foi realmente rápida.

Ônix, de alguma maneira, conjurou um arco e uma aljava de flechas de prata e acho que eram encantadas, pois assim que o escudo de Ethan rompeu, lançou-as em direção às criaturas, que explodiram em cinzas quando tocadas por elas. Ethan foi arremessado uns três metros para trás quando o escudo foi rompido e no instante em que outra criatura ia atacá-lo, Ivan berrou algumas palavras que fizeram a criatura ficar imóvel em pleno ataque. Lançou o mesmo ataque mais três vezes: Raidus Debilitatio, mas não conseguiu atingir o alvo e foi nesse instante que Dahlie entrou em ação. Dahlie se moveu graciosamente até um certo ponto e gritou três coisas diferentes, que tiveram efeitos fantásticos.

Convallis Navitas! — Foi o primeiro feitiço que falou e este fez seu corpo todo ser tomado por um brilho da cor do aço. — Ferrum Terram! — Foi o segundo e com esse uma espécie de espada brilhante e esverdeada apareceu em sua mão direita. A espada parecia ser feita de pura energia. Talvez fosse mesmo isso. — Lectio Animae! — Com esse último feitiço, toda a cena da batalha começou a brilhar em tons arroxeados, mas isso só durou alguns segundos. Assim que o brilho desapareceu, se virou para mim e gritou para que invocasse as Sombras.

Todos estavam lutando incrivelmente bem, parecia até cena de filme, só que essa cena era real e poderíamos morrer se por acaso errássemos o "script". Ethan ainda não havia levantado, embora estivesse acordado, e as criaturas eram numerosas e persistentes. Pelo menos com as Sombras, poderia nos encobrir e talvez conseguíssemos fugir. Tentei focar a minha mente na presença delas e chamá-las para me ajudar. Pela primeira vez isso funcionou sobre tensão e elas atenderam.

"Prepare-se! Vamos proferir um encantamento através do seu corpo e isso esgotará suas energias, mas vocês terão apenas dez minutos de vantagem para fugir!"

"Estou pronta." Respondi imediatamente, mesmo que meu corpo ainda tremesse e não tivesse muita certeza sobre conseguir correr.

Fortitudor, Ignis, Ventus et Umbrae, coeperit dimicare impetum! — Ouvi minha voz amplificada e cheia de poder, proferir um ataque que derrubou todas as feras noturnas. Um vento forte bateu junto a uma névoa roxa, do chão brotaram labaredas azuis e roxas e as criaturas foram arremessadas por mãos invisíveis contra as árvores.

Quando tudo acabou, todos me olharam embasbacados e surpresos. Ethan havia se levantado e seguiu até onde eu estava. Agora toda aquela energia e poder pareciam ter sumido e estava me sentindo tonta e fraca. O mundo estava girando e senti mãos fortes me segurarem antes que caísse.

— Dez minutos.... Fugir. — Senti meu corpo sendo erguido. Alguém estava me carregando, provavelmente Ethan, e corria apressado pela floresta ainda escura. Havia mais gente correndo conosco e estavam todos discutindo fervorosamente. Desisti de lutar contra o cansaço e deixei a inconsciência me levar.

...

Acordei deitada em uma cama bonita e bem entalhada, feita de madeira escura, cor de tabaco. Cobertores de coloração creme estavam cobrindo meu corpo e ao lado da cama havia uma mesinha com um copo de água e um prato repleto do que pareciam ser biscoitos, como os que comi no restaurante onde Julie trabalha. O quarto não era muito grande, mas além da cama e da mesinha, tinha um armário de porte médio e uma escrivaninha com cadeira e diversos papéis, penas e tinteiros.

A noite ainda reinava lá fora e me perguntei como havia chegado aqui, quando mais uma lembrança de sonho me envolveu. Estava no poço novamente, mas havia mais alguém ali. Zein estava parado e olhava o poço com uma expressão intrigada.

Então, as feras noturnas apareceram e o atacaram. Tentei gritar novamente, mas era inútil. As feras o haviam dominado e agora estavam mordendo alguns pontos do seu corpo e lambendo o sangue. Não estava aceitando a ideia e se debatia violentamente, até ser imobilizado. As feras obviamente não o mataram, só estavam se alimentando dele.

Dessa vez, notei algo que não havia visto no outro sonho. A cena se desenrolava como se a estivesse assistindo em uma tela de televisão ou algum aparelho do tipo, e nas bordas da cena havia uma densa névoa esbranquiçada com pontos brilhantes, ora dourados, ora vermelhos. Ele soltou um grito de agonia e mal percebi quando voltei a mim e comecei a gritar como louca no quarto.

— Alessia! O que está havendo? — Ethan foi o primeiro a entrar, seguido por Dahlie, Ônix, Cristian e três mulheres que não me lembrava de conhecer. Logo após as três mulheres, Julie entrou no quarto com expressão assustada.

— Nada. — Lancei um olhar significativo para ele. — Só um pesadelo.

— Ah, querida, isso é normal depois do que vocês passaram. — Uma das mulheres desconhecidas se aproximou e imediatamente minha mente detectou que era uma fada. Sua pele era rosada e o vestido que usava era branco, decorado com o que me pareceram rosas cor de rosa. Os cabelos também eram brancos e seus olhos de um tom diferente de rosa.

— Sim. Foi um ataque assustador e você esgotou quase toda a sua energia. — Falou a outra mulher. Essa era muito parecida com o que minha amiga Carla havia se tornado antes de morrer.... Isso fez meu coração doer, mas me recusei a chorar. Provavelmente era uma fada do anoitecer. Seus cabelos em um tom mais claro de roxo e as vestes, mesclavam do roxo ao violeta, que era também a cor de seus olhos.

— Foi uma manobra arriscada, garota. — Disse a terceira delas. Esta tinha a pele morena e suas roupas mesclavam tons de verde e de marrom. Os cabelos eram bonitos e ondulados, como o das outras, mas eram de um tom escuro de verde. Essas deviam ser as três irmãs fadas sobre quem Julie me contou. — Sou Gardênia, uma fada da terra. Minhas irmãs são Rosa e Violet, fadas da primavera e do entardecer, respectivamente.

— Prazer em conhecê-las. Sou Alessia.

— É uma honra conhecê-la, Princesa. — Rosa me lançou um sorriso delicado.

— Não pensei que tivesse poder para acabar com aquelas criaturas, mas você foi incrível, pelo que me contaram. — Disse Violet, com tom de aprovação.

— Acho que foi imprudente. Os fundadores poderiam ter cuidado da situação sem esgotar as energias. — Gardênia usou um tom de reprovação, encarando os dois fundadores, Dahlie e Cristian. Ambos pareciam desconfortáveis e saíram do quarto apressados, dando desculpas de que estavam cansados e que iam se deitar.

— Precisa de alguma coisa, Alessia? — Ônix se aproximou de mim.

— Não. Obrigada pela preocupação.

— Então, também vou me retirar. Aliás, todos vamos. — Disse como um sinal para que me deixassem em paz.

— Vou ficar aqui. — Ethan puxou a cadeira da escrivaninha e sentou ao lado da cama.

— Então, eu também fico! — Julie protestou e sentou-se na cama.

— Nada disso! Você precisa terminar suas tarefas! Nós deixamos que você tocasse com as outras ninfas e agora você cumprirá a sua parte do trato! — Falou Gardênia, irritada, e Julie nem tentou discutir. Essa fada era realmente rígida para conseguir isso de Julie.

— Você vai ficar bem? — Ela perguntou para mim antes de sair, lançando um olhar para Ethan.

— Sim. Posso cuidar de um vampiro. Cuidei daquelas criaturas... — tentei dar um tom de piada, mas não fui muito convincente. Julie saiu com uma expressão preocupada e deixou a porta apenas encostada.

— Muito bem. O que você sonhou dessa vez? — Ethan foi direto, me encarando de braços cruzados e olhar sério.

— O sonho.... Ahn.... — Não sabia como dizer que sonhei com Zein de novo. Dessa vez, não poderia encerrar o assunto dizendo que o odiava por ser um traidor. Abaixei a cabeça, tentando descobrir uma maneira de contar e depois encerrar o assunto.

— Você sonhou com ele de novo, não foi? — Seu tom era indiferente. Assenti com a cabeça, mas ele não disse nada. — Já pensou em conversar com a Luzia sobre isso? É perita em sonhos e seus significados.

— Pensei em falar com ela. Só estou esperando o momento certo.

— Que nunca vai chegar, se ficar esperando tanto.

— Tudo bem. Falo com ela amanhã, tudo bem? — Joguei-me nos travesseiros e fitei o teto, pensativa. Um longo silêncio pairou no ar, até que ele veio até minha cama e sentou ao meu lado.

— No que está pensando? Não minta, quero saber a verdade.

— Estava pensando em como aquelas feras conseguiram voltar se seu mestre está morto. Isso aconteceu por que são feitas de trevas? São feitas de um dos Poderes?

— Não. Aquelas feras foram conjuradas e um Poder não pode conjurá-las sem um corpo. — Passou a acariciar meus cabelos de uma maneira desajeitada.

— Você está querendo dizer que... — não me deixou continuar a falar, baixou a cabeça e me beijou. Não durou muito seu momento gentil e delicado. Logo separou o beijo e esticou as pernas em cima da cama, se ajeitando ao meu lado.

— As feras não foram conjuradas pelo Mestre das Sombras. — Disse por fim, e seus braços tentaram me manter perto, num abraço forte e protetor, mas também sabia o que suas palavras fariam comigo. Matamos um inocente e fizemos dele um vilão. Isso era terrível! Imperdoável! Como pudemos...?

— Nós... o transformamos em uma espécie de vilão.

— Alessia. Pare. Assim que contarmos a todos o que aconteceu ontem, saberão que não era Zein o responsável.

— Ou pensarão que não está morto. Ou que voltou dos mortos!

— Nenhuma dessas criaturas é assim tão idiota e ignorante. Vão entender que o verdadeiro mestre daquelas coisas ainda está vivo e por aqui. E que não era o Mestre das Sombras.

— Se você estiver errado, não teremos como provar.

— Teremos sim, Alessia. O coração que bate em seu peito é o dele. Nós podemos provar isso através de nossas memórias, porque vimos você morrer e ele se oferecer para o Encantamento de Sacrifício.

— Só você e Lewis viram isso de verdade!

— Mas há outro encantamento que pode mostrar se estamos mentindo ou não ao relatar o que vimos.

— Vocês fariam isso para provar a inocência dele? — Não pude evitar encarar seus olhos, no momento, estavam iluminados pela lua que provinha da janela e pareciam duas esmeraldas brilhantes. Duas pedras de jade encantadoras.

— Faria isso para que ficasse, o mínimo possível, feliz novamente depois de tudo.

Novamente não pude evitar quando meus olhos marejaram e mal percebi quando segurei seu rosto com as duas mãos e o beijei da maneira mais desajeitada que alguém poderia ter feito. O importante é que foi sincero. Talvez não dissesse exatamente com as palavras mais óbvias, mas me amava. Será que estava sendo orgulhosa ao concluir isso? Não. Com certeza me deu muitas provas de que me amava, de um jeito estranho, é claro, mas não deixavam de ser provas. Restava saber agora se também sentia o mesmo por ele.

— Ethan... por que você demorou tanto a se curar quando foi chicoteado? Isso ficou na minha cabeça desde aquele dia em que descobri que... Zein já estava saindo do castelo e você ainda estava no quarto. — Desviei um pouco do assunto sobre estar ou não gostando dele.

— Não foi nada demais. Só não havia me alimentado. — Falou rápido demais e no mesmo instante algo me disse que era mentira.

— Você está mentindo.

— Ah. Você também tem poderes com a alma... — disse, revirando os olhos. — Tudo bem. Lembra quando te dei aquele colar com pó de fada?

— Lembro.

— Você misturou seu sangue no que pertencia a mim e misturei o meu ao que pertenceria a você.

— E isso fez com que você trocasse de lugar comigo e salvasse minha vida.

— Também, mas não foi só isso.

— O que houve, então?

— Quando fizemos aquela troca e salvei sua vida, acabei te doando metade dos meus anos de imortalidade. Não daqueles que tenho sobrando, mas dos que me pertencem, e isso me deixou mais vulnerável. Na verdade, podemos dizer que agora sou um quarto humano e três quartos vampiro.

— Você... — não conseguia encontrar palavras para expressar quão surpresa estava. Não precisava mais de nenhuma prova de amor. Com toda a certeza me amava, mesmo que jamais admitisse isso de fato.

— Tudo bem. Não precisa dizer. Fui idiota, imprudente, louco e....

— Não. — Ri, sem saber o motivo. — Você foi um verdadeiro herói! Você provou que se importa com mais alguém além de si mesmo! Isso é maravilhoso!

— Certo... não é exatamente o que esperava ouvir. — Estava claramente sem graça. — Agora é melhor você dormir. Amanhã temos que voltar para o castelo e ouvir o sermão do idiota do Ivan.

— Algumas coisas nunca mudam... — sorri e o abracei, mais como uma forma de mantê-lo ali até que tivesse caído no sono. Esperava não voltar mais a sonhar, mas com ele ali do lado, de certa forma, me sentia mais segura. Que diferença de quando cheguei a Fantasy e tive medo até de cumprimentá-lo por ser um vampiro.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top