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Let me know when you're ready to plea
O tempo foi passando e ele foi ficando bêbado, até que me ofereceu mais um drink.
— Não, obrigada. Estou bem assim — respondi, mantendo a postura.
Shin Donghee balançou a cabeça, rindo de forma descontrolada.
— Você sabe, Jennie, — ele começou, seus olhos já meio turvos, — eu gosto de pessoas ousadas. Tô tão cansado desse pessoal aqui, todo mundo com medo de dizer o que realmente pensa. Bom, eu posso acabar com eles se disserem algo que não me agrada — riu.
Parece até alguém que eu conheço.
Ele se recostou no sofá, quase tombando para o lado. A forma como ele estava agindo deixava claro que já tinha bebido demais. Os seguranças ao redor trocavam olhares preocupados, mas pareciam hesitar em agir.
— Você realmente deveria parar de beber, Donghee — comentei, tentando me manter neutra.
— Para de ser chata! — ele retrucou, gesticulando com as mãos. — Isso é uma festa! Você veio pra se divertir!
Ele pegou um copo e tomou um gole, antes de rir para mim.
— Olha, eu vou ser sincero. Essa noite, eu quero saber tudo sobre você. O que você faz? O que você gosta? — A cada palavra, ele parecia mais alterado, a fala arrastada e o olhar fixo em mim, mas com dificuldade de focar.
Eu precisava aproveitar isso.
— Eu sou apenas uma garota comum tentando aproveitar a vida — respondi, tentando me mostrar acessível, enquanto me esforçava para não dar muita informação.
— Com esse corpo e essa atitude? — Ele riu de novo, colocando a mão em minha coxa e apertando-a. — Você é muito mais do que isso!
Aquilo estava me deixando incomodada, mas sabia que precisava manter a calma. Ele estava embriagado e me via como um jogo, mas eu não era uma peça a ser manipulada.
— O que você realmente quer, Shin? — perguntei, olhando diretamente em seus olhos.
Ele hesitou, um pouco perdido em seus pensamentos.
— O que eu quero? — repetiu, balançando a cabeça. — Eu só quero me divertir! E você é a pessoa perfeita para isso!
Ele se virou para mim.
— Jennie, vamos fazer algo inesquecível essa noite — ele se levantou de repente, quase caindo, e eu me vi diante de um dilema. A situação estava saindo do controle e eu precisava agir rápido.
— Ok, Donghee, vamos dançar! — sugeri, tentando redirecionar a atenção dele. Ele parou e olhou para mim, ainda meio confuso, mas a ideia pareceu atraí-lo.
— Dançar? — repetiu, a expressão se iluminando um pouco. — Você dança bem?
— Vamos descobrir! — respondi, puxando-o para o meio da sala.
Enquanto a música tocava e as luzes piscavam, Shin Donghee começou a perder um pouco o controle. Ele se virou para mim.
— Sabe, Jennie! — gritou mais alto que música. — Eu não sou bonzinho. Eu gosto de ver sangue. Principalmente quando for de algum Manobal — riu.
Os seguranças trocaram olhares nervosos, mas ele parecia alheio a tudo ao seu redor.
— Eu quero matar a Lalisa! — ele soltou, a voz ecoando pela sala, fazendo com que todos olhassem para ele. — Se eu tirar ela do caminho, eu serei o DONO da máfia coreana!
Meu coração disparou. Eu sabia que ele falava em um tom de brincadeira, mas a loucura nos seus olhos não me deixava confortável.
Ele começou a andar de um lado para o outro, como se estivesse ensaiando uma cena em sua mente.
— Vou reunir todos os capangas que estão descontentes! Eles estão prontos pra seguir um verdadeiro líder! E quando eu matar a Lalisa, o país vai ser meu! — sua voz aumentava a cada palavra, enquanto ele gesticulava intensamente.
A tensão na sala aumentou, e os seguranças começaram a se mover em direção a ele, percebendo que a situação estava fora de controle.
— E você, Jennie! Você pode ser a minha… — ele hesitou, a mente claramente cheia de confusão por causa da bebida. — Pode ser a minha mulher! A rainha da nova máfia!
Aquela declaração me deixou em choque.
Ele parou e olhou para mim, os olhos vazios de raiva, mas uma pequena centelha de dúvida passou por seu olhar.
— Eu vou ser lembrado como o cara que finalmente derrubou a rainha! O rei já foi, só falta a rainha — ele gritou novamente, fazendo ecoar por toda a sala.
Se aproximou de mim, cada vez mais perto, enquanto eu me afastava rapidamente.
— Você não tem ideia do que tá fazendo! — eu disse, tentando manter a calma na minha voz.
— Eu sei exatamente o que eu tô fazendo! — ele rebateu, agora mais ofegante, sua expressão quase histérica. — E se você não estiver comigo, então você também é um problema!
— Não precisa ser assim...
— Você não entende, Jennie! — ele gritou. — Eu não vou parar até conseguir o que quero!
Neste momento, percebi que estava lidando com uma bomba-relógio. Precisava sair daquela sala rapidamente.
— Você quer que eu seja sua esta noite? — perguntei, com um plano em mente.
— Para a vida inteira — sorriu maliciosamente.
— Deixe-me me preparar para que você conheça cada pedacinho do meu corpo — falei lentamente, de forma sexy e seduzente, mordendo meu lábio. — Posso ir ao banheiro antes?
— Claro, minha donzela! Eu vou estar te esperando aqui, hein — riu suavemente, observando-me sair da sala.
Ao sair, suspirei pesadamente, acenando para alguns seguranças e começando a caminhar para fora daquele lugar.
Que cara idiota!
Assim que entrei no carro, o ar estava tenso. Lisa mantinha os olhos fixos no painel do carro, mas sua postura rígida denunciava que algo estava muito errado.
— Eu escutei tudo — ela afirmou de maneira fria, sem olhar para mim.
Senti um frio na barriga.
— O que você ouviu? — perguntei, tentando parecer despreocupada, mas a voz saiu mais trêmula do que eu pretendia. — Pensei que só o Jungkook conseguiria ouvir.
— Pensou errado, então. — Suspirou. — Aquilo que você disse pro Shin Donghee — começou, ainda sem desviar o olhar do painel.
— Ele tava bêbado. Eu só precisava de informações! — defendi-me rapidamente, mas a frieza de Lisa não diminuía.
— "Quer que eu seja sua esta noite?" — ela repetiu as palavras que eu tinha dito, com uma entonação de desdém. — Você tava se oferecendo pra um cara que quer me matar, Jennie? Perdeu a noção? E se você não conseguisse sair de lá? — perguntou, finalmente olhando para mim. Seu tom de voz aumentou.
Senti meu coração disparar com isso.
— Você não precisa ficar preocupada, eu tô bem — murmurei, mas isso só fez com que Lisa olhasse para mim com mais intensidade.
— Preocupada? — havia um brilho intenso em seus olhos. — Você acha que eu não tenho motivos pra me preocupar? Você não deveria nem estar em situações assim, especialmente com alguém como ele! Mas eu fui idiota de escutar o Jimin — se culpou, dando um soco no volante e voltando a olhar para o painel.
Arregalei os olhos, assustada. Fazia alguns dias que não via Lisa alterada assim.
— Eu só queria chamar a atenção dele pra descobrir o que ele estava planejando. — Tentei justificar, mas a expressão de Lisa permanecia severa.
— Não importa qual seja a sua intenção, você não pode se colocar em perigo desse jeito. — Ela balançou a cabeça, claramente desapontada. — E não me venha com essa de que você estava só jogando charme. Isso não é um jogo! Aquilo era sério. Tinha muitas outras de descobrir informações dele.
O silêncio ficou pesado entre nós, e eu pude sentir a preocupação dela em cada palavra.
— Lisa, eu...
— Apenas faça o que eu digo e tome cuidado — ela interrompeu, sua voz mais suave, mas ainda firme. — Eu não posso perder você, Jennie.
Suas palavras surgiram como uma luz na escuridão.
— Por quê? — perguntei, a surpresa fazendo minha voz sair mais suave do que eu pretendia.
— Porque você se tornou alguém importante pra mim — respondeu, finalmente virando a cabeça para me encarar. Seus olhos eram sérios, e o brilho que havia neles parecia revelar algo mais profundo.
Eu podia sentir meu coração disparar. A intensidade da sua declaração me deixou sem palavras.
— Mas nós estamos em lados opostos, Lisa — consegui murmurar, mesmo que a necessidade de desviar o assunto fosse forte. — Você é a chefe da máfia, e eu sou apenas uma refém.
Ela sorriu de forma amarga, mas não hesitou.
— Isso não importa agora. — A firmeza na voz dela era inegável, e isso fez meu estômago se revirar de forma estranha. — Eu não quero que você se transforme em mais uma vítima do Donghee. Não irei mais te colocar no meio desses planos idiotas.
— Você realmente se importa comigo — afirmei, um sussurro escapando dos meus lábios, quase sem querer.
— Eu só não quero que você se machuque mais do que eu já te machuquei, Jennie.
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