Claustrofobia

Onde estou? Por que caralhos eu estou aqui? Quanto mais bato nesse maldito cachão de madeira, mais terrível me sinto. O gosto de ácido e esse maldito cheiro de mirra. A garganta tentando encontrar palavras. Socorro! Alguém poderia abrir isso aqui? Porém quanto mais penso na situação, mais o aperto pressiona meus pulmões. A traqueia dói, o tórax dói, a porra da minha vida toda evitei elevadores e lugares assim!

Os ombros formigam, a fome chega e as pernas têm a vaga lembrança do que é caminhar. Até que em meio ao desespero eu vejo a porra de uma aranha com as patas longas caminhando, deslizando em plena diversão de minha tortura.

E lá estou eu me debatendo compulsivamente como um rato em uma ratoeira. Um coelhinho refém de uma autopsia porca.

Morrendo aos poucos. Até que ao bater a nunca com a força de um urso. Sinto a visão embaçar e a aranha já não é mais a preocupação. A língua incha dificultando minha faringe, laringe de trabalharem, ela incha até parecer um maldito pão de forma. Precedendo a brisa da morte.

Entre urros de agonia. Sinto que estou ficando mais pesado e a aranha desaparece assim como a vida em mim. 

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