Os créditos da ideia vão para a caathniss que me salvou quando indaguei sobre o que deveria ser o especial de 5K! Muito obrigado nenê.

EM UM UNIVERSO PARALELO:

Acordo com o despertador tocando insistentemente, tateio a cama e sorrio ao constatar que Romeu ainda estava ao meu lado, visto que ele costuma não estar aqui quando eu desperto.

Pelo visto o despertador tocou mais cedo hoje.

Ele se vira na cama, ficando com o rosto de frente para o meu e abre um sorriso.

— Bom dia, amor. — ele diz, sua voz sai calma e rouca

— Bom dia, bebê. — digo o olhando, nunca me cansarei de olhar para esse rosto, não importa quanto tempo passe

Romeu realmente é minha alma gêmea e nada tirará isso da gente. Nos imagino em um outro universo, diferentes versões da gente se amando e estando juntos.

Eu sei que é algo bobo de se imaginar, mas o amor nos deixa bobos, não é mesmo?

— Um beijo por seus pensamentos. — sua voz soa divertida e eu rio

— Apenas estava imaginando diferentes versões de nós dois, em universos divergentes. Todas unidas e se amando, tal como nós. Seria isso possível?

— Els, querida, não existem universos paralelos... porém, se existissem, tenho certeza de que estaríamos juntos. Somos destinados à isso.

Dou-me por satisfeita com sua resposta, apesar de eu acreditar — cegamente — na existência de universos paralelos, não entrarei em discussão sobre o tópico. Isto é algo sobre o qual jamais concordaremos.

Antes que eu seja capaz de contar o beijo que ele havia me prometido, Romeu se levanta e caminha rumo ao banheiro.

Ele está um tanto quanto atrasado para o trabalho, sendo assim, não o culpo por não me dar tanta atenção quanto daria normalmente.

Me enrolo mais por entre as cobertas, essa é a parte boa de ser sócia proprietária de uma empresa; você pode chegar um pouco mais tarde do que poderia se fosse empregado... apesar de eu odiar fazer isso.

O chuveiro é desligado e meu marido sai com a toalha envolta em sua cintura; o caminho até o closet é traçado e eu — finalmente — me levanto, rumando ao banheiro.

O tempo tende a passar incrivelmente rápido quando estou trabalhando; as reuniões que duram horas, aparentam durar segundos. Não estou reclamando, muito pelo contrário, quanto mais rápido o tempo passar, mais rápido estarei em casa... junto da pessoa que amo.

Ludovica anda ao meu lado, ela é meu braço direito por aqui. Nem sei o que seria de mim sem ela, Ludo é tão importante em minha vida que, até mesmo, foi madrinha de meu casamento.

— Planos para a noite? — ela pergunta enquanto apanhamos o elevador

— Nada além de me enfiar sob as cobertas, por quê? — aperto o botão do térreo

— Em sair pra beber entre amigos, eu, você, Steh... nossos maridos. O que acha?

— Bar? Porque balada está fora de cogitação.

Seu riso se faz presente ao que ela assente veemente. Não é novidade para ninguém a minha aversão por boates, desde que Beatrice morreu em um acidente devido à um motorista bêbado em frente à uma boate, há seis anos.

— Óbvio que será em um bar. — sua voz soa compreensiva

Uma música calma fazia o plano de fundo do bar, poucas pessoas entravam, a luz fraca dava uma conotação um tanto quanto misteriosa ao ambiente.

Ludo, Steh e eu conversávamos animadamente sobre a gravidez de Steh, que se limitava a tomar água com gás.

Estávamos discutindo sobre qual de nós seria a melhor madrinha enquanto minha melhor amiga ria e nossos maridos conversavam sobre o jogo da noite passada.

— Obviamente eu serei a melhor madrinha. — Ludo diz, exasperada, o nível de álcool em nosso sangue está altíssimo nesta altura do campeonato

— Nem vem — minha voz sai enrolada — você jamais seria melhor madrinha do que eu. Já fui madrinha de batizado varias vezes, quase tantas vezes quanto fui de casamento.

— Meninas, as duas dariam ótimas madrinhas, porém já tenho uma; minha irmã mais velha, sabe, ela merece isso por ter atirado meus surtos e dramas adolescentes.

— Poxa... decepcionada estou, porém ainda serei a tia que dará os presentes mais legais. — digo convicta

Nossos maridos finalmente parecem nos notar, visto que a curiosidade estava presente em seus olhos.

Ste pede, discretamente, para que não contemos à eles a pauta discutida por nós, ao que tudo indica ela quer fazer-lhe uma surpresa.

Ludovica e eu nos entreolhamos e soltamos uma risinho, tal como quando éramos crianças e escondíamos os brinquedos de Beatrice; aquele riso que diz que sabemos o que acontece mas que, ao mesmo tempo, entrega que não diremos sequer uma palavra sobre.

— Sobre o que discutem? — Romeu pergunta se levantando

Ele para atrás de mim e massageia meus ombros, fecho meus olhos aproveitando o momento.

— Sobre como amamos esse lugar, sabe, passamos nossa adolescência comprando bebida aqui... era o único bar que não exigia RG para vender bebidas. — respondo

Não é, de um todo, mentira; afinal realmente fazíamos isso quando mais novas... só não era sobre isso que falávamos momentos atrás.

Jogo meu corpo sobre a cama, ele está mais pesado do que deveria. Meus pés doem e minha cabeça parece girar, sabia que não deveria ter bebido tanto; porém eu nunca ouço minha razão nas raras ocasiões em que resolvo beber.

Romeu se deita ao meu lado e eu repouso minha cabeça em seu peito, fechando meus olhos logo em seguida.

Ele se tornou meu porto seguro após a morte de Beatrice, esteve lá quando eu mais precisei, me segurou firme quando pensei em desistir de tudo.

Não dependo dele para viver, isso é verdade, porém a vida se torna mais fácil com ele por perto. Pode parecer exagero dizer isso, ao menos parece quando se é um observador externo.

— Você está me devendo um beijo. — digo calma enquanto ele acaricia meus cabelos

— O que? — sua voz soa descontraída, porém confusa

— Você me disse hoje cedo, "um beijo por seus pensamentos", eu lhe contei meus pensamentos, mas você não me deu o beijo.

Ele ri e sela nossos lábios em um beijo calmo.

Um gostinho para as pessoas que shippam Els e Romeu.

Muito obrigada pelos 5K, de coração.

Não esqueçam aquela estrelinha marota caso tenham gostado do capitulo.

Tia Bia ama vocês!

O capitulo da semana sai sexta.

KISSUS DA TIA BIA!