CAPÍTULO II

"Ser madrinha da sua irmã quando ela está casando com o cara que você ama não é uma tarefa agradável." — Meneghello, Eleonora

CAPÍTULO SURPRESA!

— Você tem certeza absoluta disso? — Stefani pergunta pelo o que eu julgo ser a quinquagésima quarta vez

— Sim! Eu vou te mandar o print da conversa. Eles vão se casar. Estão noivos Stefani! — Praticamente grito o final

Sim, eu estou muito indignada com isso. Admito que nunca imaginei que a história dos dois pudesse tomar tamanha proporção, pelo visto os julguei mal. Talvez eu deva começar a aceitar o fato de que o amor deles é real, talvez eu deva começar a aceitar o fato de que Beatrice não ficou com ele apenas por ter percebido que eu o queria.

— Calma que eu não quero ficar surda. — Stefani diz com tom de mãe que está dando bronca no filho, retirando-me de meus devaneios — Mas eles namoram há, sei lá, seis fucking anos Eleonora... queria o que!? Isso ia acontecer uma hora ou outra.

Se há uma coisa que minha melhor amiga é capaz de fazer, essa coisa é dar broncas de forma educada. Tomar um choque de realidade realmente poderia me fazer bem, me dói admitir que estou necessitando de um no presente momento.

— Stefani! — Grito novamente — Eu não te liguei pra você me puxar a orelha, tenho minha mãe pra isso. Eu quero um ombro amigo pra chorar... — Ela me interrompe

— Chorar? Só se for em um bar enchendo a cara. Se arruma, to indo de buscar.

— Giancarlo não liga?

— Giancarlo tem o cu dele pra cuidar. Do meu cuido eu, ele sabe que eu jamais trairia ele, puta homem gostoso desses.

— Acho que não é bem assim que casamentos deveriam funcionar, mas eu to solteira e você não. Claramente você entende mais do assunto e eu não quero ir pra bar; Stefani, só me deixa curtir minha bad.

— Se você não estiver pronta assim que eu buzinar na frente da sua casa, eu juro que arrombo a porta e te arrasto pro bar de pijama.

Ela desliga na minha cara, sem nem ao menos me dar tempo para contestar.

— Filha da... boa mãe, tia Lena, te amo. — Penso alto ao que me levanto do sofá

Às vezes me pergunto como eu me meti nessa vida de ser amiga de Stefani. Sério, não temos nada a ver uma com a outra; ela ama sair, eu prefiro ficar em casa, beber até cair é com ela mesmo; eu odeio bebida alcoólica e por aí vai.

Tudo pra ela se resolve em "vamos para o bar" e para mim; bom, eu ouço Ed Sheeran e Shawn Mendes, sabe, pra chorar até desidratar.

Se eu tenho vergonha em dizer que, aos vinte e seis anos, sou tiete de Mendes? Por favor, óbvio que não; quem nunca quis apertar ele que atire a primeira pedra.

Estava indo para meu quarto quando sou abordada por minha irmã; ela me olhava com aquela cara de Gato de Botas, sabe, aquela que ele faz pro Shrek. Pela sua expressão sou capaz de perceber que nada de bom sairá de sua boca quando ela resolver abri-la.

— Oi pra você também. — Digo meio assustada, ela nunca me olhou assim, admito que estou muito preocupada

— Eu estava pensando, você entende muito de casamento, afinal, foi madrinha tantas vezes. —  E ela já começou errado — E eu meio que não entendo nada.

— Desembucha logo criatura! Que aflição.

— Quero que você seja minha madrinha. — Ela me olha esperançosa

Ah não; não mesmo. Sem chances, não sou masoquista à esse nível. — Era exatamente isso o que eu queria dizer, o que eu precisava dizer

A olho extasiada por alguns instantes.

Eu realmente posso dizer "não" para minha irmã?

Talvez eu possa, talvez eu deva. Porém eu sei muito bem que se eu o fizer jamais me perdoarei; assim como tenho plena certeza de que Beatrice nunca faria o mesmo por mim. É fato que ela está longe de ser a pessoa mais altruísta do mundo.

— E então? — Minha irmã chama a minha atenção, retirando-me de meu transe momentâneo

— Claro, será uma honra. — É o que eu digo

Sorrio amarelo, torcendo para que ela não perceba que eu tenho zero vontade de ser madrinha do casamento dela com Romeu.

Maldita hora que eu fui apresentar esses dois.

Eu poderia simplesmente ter fingido demência quando ela me pediu o número dele, poderia ter me feito de surda quando ele me perguntou qual era a flor predileta dela e; definitivamente, poderia não ter dado uma de correio amoroso para os dois. Isso me livraria deste momento completamente constrangedor.

— Ai, muito obrigada. De verdade. — Ela diz animada e eu quase me sinto culpada — Poderia chamar Stefani também? Eu não tenho muitas amigas.

"Mas é óbvio que eu vou chamá-la, não passo por isso sozinha nem que me pague." — Penso e sorrio assentindo

— Claro; aposto que ela adorará ser sua madrinha. Olha, eu tenho que me arrumar, fiquei de sair com Steh e ela está vindo me buscar. Sabe como ela é com atrasos né? — Beijo a bochecha dela e corro pro meu quarto

Eu posso odiar beber, sobretudo quando sei que trabalharei no dia seguinte, mas hoje eu encho a cara, quero esquecer até mesmo meu nome. Tenho certeza que minha amiga me matará por tê-la posto nesta roubada.

Stefani buzina assim que eu acabo de passar meu batom. Time perfeito.

Pego minha carteira e saio correndo de casa, entrando em seu carro.

— Nem fala de Crossfox. Não vou comprar um. — Ela diz séria e eu rio encostando minha cabeça na janela

— Ele vai casar com minha irmã — corto o silêncio que havia se instaurado entre nós — estou me sentindo em um clipe do Ed Sheeran.

— Por que do Ed? — ela pergunta parando no semáforo e me olhando com curiosidade

— Foco no meu problema, Steh!

— Oh, okay, desculpa se eu não acho isso o fim do mundo! Como já disse anteriormente, estava mais do que na cara que isso iria acontecer. Sabe, você teve sua chance de dizer à ele o que sentia, mas a desperdiçou... — a interrompo

— Ela me pediu pra ser madrinha. — Solto a bomba bem na hora que Stefani da partida no carro

— Você disse que não, né? — Ela me olha indignada

— Foco na rua, criatura! Não quero morrer hoje. E, bem, eu disse "será uma honra".

— É definitivo, eu vou te matar! — Ela exclama exasperada

— Não se eu fizer isso primeiro. E tem mais; ela quer que você seja madrinha também.

— Nem a pau; eu nunca nem conversei com ela, Eleonora. Você disse que eu não faria isso, estou certa?

— Eu disse que você amaria a ideia. — Stefani me lança aquele olhar assassino — Por favorzinho, não me deixa sozinha nessa.

— Eu preciso encher a cara e refletir sobre isso.

O silêncio volta, fecho meus olhos e fico pensando no que eu fiz; eu poderia, sim, ter conversado com Romeu acerca de meus sentimentos para com ele, todavia optei por não fazê-lo.

Stefani está certa, eu tive minha chance e a desperdicei, agora não adianta chorar sobre o leite derramado. Beatrice está feliz e creio que seja isso o que realmente importa no momento.

Tem tantos caras solteiros por aí, eu definitivamente não preciso ter uma queda — lê-se, penhasco — pelo noivo de minha irmã.

E eu darei um jeito nisso, nem que seja a última coisa que eu faça. — hashtag momento drama queen

Chegamos no tal bar e saímos do carro, ótimo, mais um lugar lotado, com caras bêbados que se acham os donos do mundo. Por que é que eu deixei minha amiga me convencer a vir mesmo?

Ah, tá, eu me deixei convencer pois preciso digerir melhor o fato de que serei madrinha no casamento de minha irmã com o cara que julguei amar.

Respiro fundo ao que atravessamos a porta, juntando toda a simpatia e paciência que ainda existem em meu ser.

— Boa noite, duas tequilas, por favor. — Minha amiga diz para o barman e eu sorrio

Hoje esquecerei tudo.

HEY MEU POVO QUE COME PÃO COM OVO!

Como é que vocês estão? Espero que tenham gostado do capítulo, o próximo será — um pouco — mais tenso, mas nada tão intenso assim.

Aceito sugestões e críticas construtivas. Eu sou uma pessoa bem acessível, se quiser falar comigo não tenha medo de me chamar; mesmo que for pra dar um toque sobre algo que não lhe agrada.

Não esqueçam a estrelinha caso tenham gostado da história!

Até segunda meus chuchus!

KISSUS DA TIA BIA!

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