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As lagrimas escorrem pelo meu rosto desesperadamente, eu nunca senti tanto medo em toda a minha vida como me sinto agora. Aquele homem deu vários golpes contra o rosto de Taylor e eu não consegui fazer nada para ajudar, só fiquei olhando, nem mesmo fui capaz de gritar para que ele parasse. 

Eu me aproximo devagar, meus pés se movem com dificuldade. Taylor está caído no chão imóvel.

- Taylor! – Eu me ajoelho ao seu lado. – Taylor! – Eu o chamo novamente, mas ele apenas tenta abrir o olho inchado. Ele tenta falar alguma coisa, mas não consegue. Sinto o meu coração se despedaçar ao vê-lo assim tão machucado. O canto da sua boca está sangrando e parte da sua testa e os olhos estão roxos.

- Taylor, precisamos sair daqui. – Tenho medo de que o homem volte e queira bater nele novamente, então eu tento levanta-lo, mas ele ainda está muito tonto e volta a cair no chão.

- Eu vou chamar uma ambulância, você precisa ir ao hospital.

- Não! Nada de hospital. – Ele diz com dificuldade.

- Taylor... Você está muito machucado. – Sinto as lagrimas quentes escorrendo no meu rosto.

- Madeline... Por favor. Não quero ir ao hospital. – Só agora eu percebi que ele também está chorando.

Respiro fundo para me acalmar e tentar recobrar o controle sobre mim. Olho para a porta da casa só para garantir que ainda estamos seguros e depois volto a olhar para o rosto machucado de Taylor e começo a me dar conta da situação. O homem bêbado que acabou de bater cruelmente em Taylor só pode ser o pai dele.

Eu gostaria muito de ajuda-lo agora, mas não sei o que fazer. Respiro fundo mais algumas vezes e tento levanta-lo mais uma vez. Com certa dificuldade eu consigo ajudar o Taylor a se levantar.

- Fique Tranquilo... Não precisamos ir ao hospital se você não quiser. – Eu o abraço forte.

- Madeline, você precisa ir embora antes que ele volte.

- Eu não vou te deixar aqui sozinho com ele.

- Madeline, por favor entenda..., eu não posso deixá-lo sozinho com a minha mãe. – Taylor fala olhando para os pés, envergonhado.

Eu não quero constrange-lo ainda mais porque parte da culpa de tudo o que acabou de acontecer foi minha. O pai dele ficou furioso porque eu vim até aqui, por minha culpa ele bateu no Taylor.

- Me desculpa... – Não consigo segurar o choro, toda a culpa e medo transbordam em lagrimas.

- Não foi sua culpa Madeline. – Taylor segura o meu rosto com as duas mãos para que ele possa dizer essas palavras olhando nos meus olhos.

- Então me deixe cuidar dessas feridas, por favor.

Taylor olha para a casa que parece quieta e silenciosa agora e depois volta a olhar para mim.

- Tá bom.

Levo Taylor para minha casa porque não consigo pensar em mais nenhum lugar para ir. Entramos escondidos na garagem para evitar esbarrar com os meus pais, provavelmente Taylor não vai se sentir à vontade em explicar como se machucou desse jeito. Depois de deixá-lo sentado no banquinho que meu pai usa para consertar o carro, eu entro em casa com cuidado para que meus pais não me vejam. Eles estão na sala assistindo ao telejornal e consigo passar sem ser percebida. Pego a caixa de curativos que minha mãe guarda no banheiro e volto para a garagem para limpar os machucados de Taylor.

Taylor não diz nada desde que saímos de sua casa, apenas emite alguns ruídos de dor quando eu encosto o algodão em seus ferimentos. Seus olhos estão tristes e sem brilho, ele deve estar se sentindo muito triste agora.

Enquanto termino de limpar seus machucados, começo a me perguntar se essa é a primeira vez que isso acontece? O meu coração aperta só de imaginar Taylor sendo espancado por aquele homem outras vezes.

- Aquele homem..., ele é seu pai? – Tomo coragem para perguntar.

- Sim... – Taylor olha para os pés envergonhado. – Ele é o meu pai, apesar de na maioria das vezes eu fingir que ele não é.

- E isso já aconteceu antes?

- Costumava acontecer com mais frequência. – Ele volta a olhar pra mim. O rosto pálido e machucado, consigo ver a dor em seus olhos. - Já fazia um tempo que ele não bebia, eu já estava começando a acreditar que ele tivesse parado. Mas hoje ele resolveu assistir ao jogo com uma cerveja. – Os olhos dele estão marejados. – Ele nem sempre é ruim, mas quando bebe fica violento.

- Eu..., eu sinto muito..., Taylor eu não fazia ideia... – Tento me controlar para não chorar. – Eu não deveria ter ido até sua casa.

- Não diga isso Madeline, nada disso foi culpa sua. – Taylor me abraça e eu começo a chorar novamente. – Você não sabia, eu não deveria ter te deixado preocupada sem notícias minha.

- Seu pai é militar, se ele bebe tanto, porque nunca o expulsaram?

- Meu avô tem uma patente bem alta, por isso eles tem medo de expulsa-lo. Mas podem puni-lo, por isso nos mudamos tanto e foi por isso que viemos morar aqui. Meu avô disse que mandaria ele para as menores cidades se ele fosse pego bebendo de novo e ele prometeu que aqui seria diferente.

- E a sua mãe? Onde ela está?

- Minha mãe está dormindo. – Ele se afasta e começa a andar pela garagem. - Ela toma alguns remédios bem fortes que tiram ela de órbita. – Suas mãos deslizam pelos seus cabelos e ele para com as mãos fechadas junto ao corpo. – Eu já estava pronto para sair de casa quando vi ele pegar uma cerveja..., então eu mandei a minha irmã para a casa de uma amiga e implorei para que minha mãe tomasse os remédios e se trancasse no quarto..., e é por isso que sempre que ele bebe eu preciso estar por perto, para garantir que ele não as machuque. Por isso eu não pude ir à praia hoje. Me perdoe.

- Taylor. – Eu me aproximo dele e caricio seu rosto machucado. – Por que você não me contou isso antes?

- Eu não queria que você achasse que eu sou só um idiota, filho de um bêbado.

- Eu nunca pensaria isso de você. Pelo contrário, eu te acho ainda mais incrível agora..., o que você faz pela sua mãe e pela sua irmãzinha, a forma como você cuida delas. Elas têm muita sorte em ter você.

- E eu tenho sorte em ter você.

Taylor me olha sorrindo, seu olho direito está quase fechado por conta do inchaço, mas um pequeno brilho começa a voltar neles. Fico imaginando tudo o que ele já deve ter sofrido sozinho, sem ter ninguém para ajudá-lo. Sinto um aperto no peito e um nó na minha garganta. Eu queria poder protegê-lo para que nada mais possa machuca-lo.

- Eu sinto muito Taylor, sinto muito que tudo isso aconteça com você.

- Madeline..., não chore, vai ficar tudo bem.

- Não Taylor. – Falo numa explosão de raiva. Me sinto impotente diante disso tudo.  – Não está nada bem. Você não merece ser tratado assim. Você merece amor e carinho e ser protegido..., você não merece isso. – Taylor envolve seus braços em volta do meu corpo me abraçando e eu enterro o meu rosto em seu peito.

- Eu vou ficar bem..., eu juro que ficarei bem. – Taylor diz sem me soltar.

- Eu não quero que você volte para aquela casa. Eu posso te ajudar a arrumar um lugar pra ficar.

- Eu não posso Madeline..., não posso sair daquela casa e deixar minha mãe e minha irmã sozinhas com ele. – Eu me afasto o suficiente para olhar nos olhos dele. Sei que ele tem razão em se preocupar com sua família, mas não é justo que ele sofra tanto.

- Então me diz como eu posso te ajudar?

- Você é a ajuda Madeline, apenas fique comigo..., você é a única coisa boa da minha vida. – Ele acaricia os meus cabelos. – Eu te amo Madeline.

É a segunda vez que ele me diz isso e o meu coração dispara porque eu também o amo. Eu o amo mais do que tudo, o que eu sinto que por ele é tão forte que me deixa assustada.

- Eu te amo Taylor. - Falo antes de beijá-lo.

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Agora Madeline sabe de toda a história de Taylor 😰

❤️🎶 Dica musical para ler esse capítulo: Runaway Run, do álbum This Time Around 🎶❤️

NÃO SE ESQUEÇAM DE CURTIR E DEIXAR SEU COMENTÁRIO 😘😘

https://youtu.be/QK8McGFAu18

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