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A vida é uma droga.

Então vamos começar por falar das coisas ruins da vida.

Estou brincando, você sabe que nunca sairíamos daqui.

Então talvez seja melhor começar pelas boas, não?

Preste um pouco de atenção. Você sabe que as drogas são uma coisa má, não é? Você sabe que não são totalmente benéficas para si, mas, mesmo assim, elas ainda acabam o proporcionando um bom momento, ou um pouco de tempo talvez.

Estamos falando das ruins. Eu disse para prestar atenção...

São más, péssimas, horríveis. Não use drogas.

Mas e se eu lhe disser que o amor é uma droga? Você não vai mais usar?

Se eu lhe disser "N Ă O S E A P A I X O N E", você não sente aquela adrenalina que um adolescente sente quando os pais lhe dizem "N Ã O F A Ç A I S S O" e você vai e faz, só porque pode e, meu Deus, você está sendo rebelde, você é um adolescente rebelde!

Então vá... Vá e faça o que fizer, N Ã O S E A P A I X O N E.

O amor é uma coisa bonita, uma droga leve em seus dedos, uma droga pesada em seu coração. Uma droga que você não pode resistir, porque você não percebe quando está tomando. Uma coisa feia, porque usada demais, não em demasia, apenas demais, de forma errada, vai te destruir, lentamente... assim... lentamente.

N Ã O U S E D R O G A S E N Ã O S E A P A I X O N E !

Essa deveria ser a conclusão disso tudo. Mas, se lembre, eu te falei para prestar atenção, que você tem que sentir essa vontade ruim de me contrariar quando eu lhe digo para não se apaixonar. Porque se você não está sentindo... oh, só faça.

Porque se apaixonar é uma coisa bonita.

Se apaixonar te leva aos extremos, em cada categoria sua, em cada ponto seu, a cada limite que achava que tinha imposto. Ah, você estava tão enganado, não estava?

Eu não sei te explicar o amor, tal como você não sabe me explicar outro sentimento qualquer.

Mas o amor é o mais bonito, é garantia. É a droga mais bonita, aquela que você deve usar e abusar, aquela que mesmo quando te magoa você não pode desistir dela, porque um dia irá te fazer tão bem que você poderá morrer feliz.

E você está entendendo onde Jungkook e Jimin se encaixam nisso, não é?

Me deixe te explicar.

Quando Jungkook colocou os olhos na droga pela primeira vez, ele sabia que seria errado usar, mas era culpa dele querer tanto?

Quando Jungkook pensou em experimentar a primeira vez, mesmo que ainda não fosse correto, e o coitadinho nem achava que tinha idade para entrar nessa vida, tão novo, ele resistiu. Ele pensou que não precisava, estava bem sem o problema das drogas.

Mas, assim, nesse piscar de olhos, Jungkook queria a droga sem as demais consequências, ruins e boas, mas ele não estava ciente que estava experimentando a droga que tomaria conta de si.

E dali para a frente, Jungkook se tornou um viciado. Tão viciado que não via outra coisa, e graças a Deus que tinha a droga em suas mãos e ela continuava vindo até ele, como se fossem um íman.

Então, já drogado, irremediavelmente, Jungkook teve dificuldade em controlar a sua necessidade, o seu desejo, o vício, entende? Mas você imagina a droga dele, então... Você não faria igual?

Os efeitos colaterais... Ah, os efeitos. Ou você pensava o quê? Que a droga não tinha o lado ruim? Você não está prestando atenção...

A droga de Jungkook não era diferente e quando ele teve a sua primeira overdose, ele não pensou que podia ficar mais ruim do que aquilo.

Adivinhe... Ficou. É, ficou mesmo.

Passou um tempo sem aderir, sem consumir, mesmo que sentisse falta, a maior falta, porque não era mais só vício, estava mais para a adesão.

Segunda overdose. Jungkook quase morreu. Estava piorando, não havia saída. O único remédio era não parar, era ter aquele momento feliz não interessava o quê.

Mas a droga não estava mais em suas mãos, não estava mais vindo... O que ele faria?

O que você faria?

Foram tempos duros e Jungkook não estava melhorando. Você pensou que ele estava? Não estava!

Depois aquela droga perdida, porque um consumidor de grande porte como Jungkook guardava sempre um pouco, acabava esbarrando em pequenas quantias de vez em quando, não dava para nada, mas no estado dele dava para o gasto, tinha que dar, afinal.

Você ainda lembra de Jungkook, não é?

Jungkook estava arrancando cabelos, fazendo coisas ruins, chorando na sua cama, porque tinha tanta saudade de sua droga...

Mas do mesmo modo que a droga entrou na sua vida, já com mira, sem aviso, mas reconhecível, ela apareceu de novo, o levando a voltar a consumir, aos poucos, a apalpar terreno.

E, dessa vez, ele não teve uma overdose. Mas não se engane, porque não deixou de ser... bom, você sabe.

Então Jungkook finalmente desvendou o seu estado, olhando-se no espelho, o seu reflexo consumido, sorrindo. Porque Jungkook nunca mais teria uma overdose.

Jungkook estava tendo uma overdose desde a primeira vez! Jungkook tinha uma overdose dentro de si, consumindo-o por inteiro! E não era ruim!

Jungkook estava morrendo!

(Porque estamos todos, afinal)

Mas Jungkook estava morrendo com a sua overdose... Estava tendo aquele momento feliz, com sua droga infinita, com seu vício do seu lado. E já pareciam dois viciados, um no outro.

Sua overdose de Sete Minutos havia se tornado a overdose da sua vida. Sua overdose de Sete Minutos no Paraíso havia se tornado sua overdose de Vida no Paraíso, mas não se engane, porque foi um longo caminho e você sabe.

Eu acho que você entendeu... Jimin é uma droga. 

s e v e n   m i n u t e s 

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