— Espero que não. — Jimin diz sem nem mesmo se virar para olhar para Jungkook, e vai direto para o elevador.

Ele se olha no espelho e parece fodido. Ele parece diferente. Não é por causa de seus lábios ligeiramente inchados, ou cabelo um pouco bagunçado, é mais porque ele ainda pode sentir o gosto de Jungkook em sua língua e o pensamento sobre isso faz suas bochechas ficarem quentes e coradas.

Depois de sair, o vento frio de outubro atingi seu suéter e ele estremece um pouco enquanto volta para casa.

Ele caminha um pouco e pensa em Jungkook e em como ele pensava que o mais novo era fofo e doce sempre que se olhavam na farmácia, mas agora, ele não tem ideia de quem é Jungkook.

E o mais estranho é que ele quer descobrir...

O toque alto ecoando pelas ruas vazias assusta Jimin, e quando ele vê que é Tae quem está ligando para ele, percebe que se esqueceu de enviar uma mensagem ou de ligar para ele para contar o que havia acontecido.

— Baby, você não ligou, eu estava preocupado... Você pegou o remédio? O que aconteceu com você e o cara fofo.

— Na verdade ele não é mais tão fofo...

— Encontro ruim, hein?

— Não foi um encontro Tae. Onde você está mesmo? — Jimin perguna porque consegue ouvir música ao fundo enquanto eles conversam.

— Estou no bar Cheers com Hobi hyung. Tomamos algumas cervejas mas ele tem que ir agora...

— Espere por mim aí. Estou bem perto e preciso falar com você.

— Ok. Apresse-se.

Cerca de 10 minutos após a ligação, Jimin chega ao pub e, felizmente para ele, Tae está sentado lá, sozinho, esperando por ele. Não que ele não confie em Hobi, que também é seu querido amigo, mas essa coisa toda foi super constrangedora e ele gostaria de manter isso em segredo de qualquer pessoa, bem, exceto sua alma gêmea.

— Aqui... — Tae acena assim que vê o mais velho, então Jimin vai e se senta ao lado dele. — Querido, o que aconteceu? Você parece que acabou de ver um fantasma. — Tae diz e coloca as mãos sobre as de Jimin que está sobre a mesa.

— Foi pior, na verdade... O cara fofo acabou sendo um cara pervertido e arrogante. — Jimin diz e revira os olhos.

— Oh, sinto muito em ouvir isso. Você parecia ter uma queda por ele a algum tempo...

— Eu não tenho uma queda por ele! — Jimin morde de volta assim que ouve as palavras, agora parecendo ainda pior para ele.

— O que aconteceu?

— Bem, ele teve essa ideia maluca de nós sermos como companheiros de foda porque ele só tem esse tipo de relacionamento, porque ele está tão ocupado, mas carente e ele me daria o remédio em troca... Algo assim... Você acredita nisso? — Jimin diz e a boca de Tae se abre em choque.

— Que estranho! Então, o que você fez? Você deu um tapa nele? Socou-o no nariz? Havia um copo d'água perto para jogar no rosto dele?

— Eu o masturbei. — Jimin simplesmente diz e Tae parece ter visto um fantasma agora.

— Você fez o que? — Ele pergunta porque ainda está tentando processar toda a conversa que eles tiveram.

— Eu o masturbei! — Jimin fala mais alto desta vez, certificando-se de que seu amigo o ouça claramente mas, infelizmente, ele gritou bem na hora em que houve uma troca de música, então agora muitas pessoas sabem o que ele estava fazendo recentemente.

— Shhhh! Já ouvi você, não grite! Por que você fez isso? Jimin, você não deveria ter feito isso, bebê... Nós descobriríamos uma solução. — Tae diz em tom de súplica, vendo o mais velho visivelmente chateado o faz perceber o quão mal ele está.

— O que eu poderia fazer? Onde posso conseguir tanto dinheiro? Como Tae? Já tenho dois empregos e as coisas estão difíceis, mas agora... não tenho escolha... É minha vó Tae... Ela precisa disso. — E então vem as lágrimas. Jimin esperava não ter que chorar na frente de ninguém, mas agora, dizer isso em voz alta faz seu coração doer ainda mais. — Eu não posso mais cuidar dela, e prometi que faria. — Ele diz e sente os braços de Tae ao redor dele, segurando-o com força.

— Ei, está tudo bem. Você está fazendo um trabalho incrível. Você sabe que faz. Vocês dois têm tanta sorte de terem um ao outro. Da próxima vez, eu vou emprestar o dinheiro. Você sabe que pode contar comigo.

— Não Tae, eu não posso. Não posso pegar o seu dinheiro porque nós dois sabemos que não poderei devolvê-lo.

— Mas você irá, um dia. Você só precisa se recompor e terminar a universidade para que eu possa me gabar de que meu amigo é médico. Seu salário será muito maior então, você poderá me emprestar também. — Tae brinca e Jimin finalmente para de chorar.

— Você é bobo. Vou estragar você assim que começar a trabalhar como médico. — Jimin diz enquanto segura as bochechas do amigo, e Tae começou a piscar os cílios para ele, ridiculamente rápido.

— Sim, por favor. Me mime, compre-me metade da loja Gucci, parte da Yves Saint Laurent também, vou escrever-lhe os detalhes. — Tae diz com um sorriso, olhando afetuosamente para seu melhor amigo.

O garçom vem anotar os pedidos e, em vez da cerveja ou o de costume, Jimin pede uma dose de tequila.

— Tequila? Sério?

— Eu preciso desinfetar minha boca. Para lavar o pré-gozo que eu lambi apenas meia hora atrás, Deus sabe onde aquele idiota esteve... — Jimin diz impassível, e Tae pressiona seus lábios em uma linha, incapaz de controlar a explosão de risos ameaçando escapar, porque as palavras de Jimin soam meio engraçadas.

— Kim Taehyung, você está rindo de mim? — Jimin diz enquanto olha para o rosto engraçado do amigo, que está tentando tanto não sorrir, mas as lágrimas o denunciam.

— Sinto muito, querido... — Tae finalmente se solta. Uma risada alta ecoa pelo bar, e depois de olhar para ele, Jimin começa a rir também.

— Eu te odeio pra caralho. — Jimin diz e bebe a tequila de uma vez, pedindo outro logo em seguida.

— Não lavou tudo? — Tae provoca, e Jimin dá um tapa em suas costas.

Duas horas depois, Jimin está bêbado, mas feliz por voltar para casa seguro e poder dar o remédio para sua avó. Quando ele chega em casa, a velha já está dormindo profundamente, então Jimin deixa o remédio dela na mesa de cabeceira e beija sua testa suavemente antes de ir para seu quarto.

O sono não vem facilmente essa noite, e ele não consegue parar de pensar sobre a oferta imoral que recebeu e as escolhas que tem que fazer. De alguma forma, entre todas as coisas absurdas que aconteceram, ele não consegue parar de pensar em Jungkook. Sobre seu corpo incrivelmente construído, bom pau e aqueles olhos de corça que pareciam tão inocentes, mas não há inocência neles. Pelo menos ele pensa assim.

"O que diabos aconteceu hoje, e o que diabos eu devo fazer na próxima semana?" Esses são seus pensamentos antes de adormecer...

 
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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O que estão achando da história? É difícil, realmente. Fazer sexo em troca de algo. Mas por enquanto é a solução onde ambos se beneficiarão.