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-Bárbara

Bebo um gole da minha taça de champanhe enquanto observo meu marido tirar sua gravata.

Deus...como eu o odeio!

Victor Ricci me lança um olhar enquanto começa a desabotoar sua camisa social.

——— Devemos conceber o casamento. ——— ele diz com sua voz insuportável.

Bebo mais um gole da minha bebida e me coloco de pé, tirando meu salto alto.

——— Estou ciente. ——— caminho em sua direção. ——— Pode ter certeza que já estou muito bem familiarizada com a tradição da sua família!

——— Ótimo.

Fico na ponta dos pés e junto seus lábios aos meus, com repudia.

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Algumas semanas antes...

Está complicado ver a minha mãe chorando pelos cantos da casa. Faz duas semana que meu pai morreu de câncer e a casa está com um clima péssimo.

Estou me mantendo ocupada com os preparativos pra minha faculdade. Me formei na escola no ano passado, porém com todos os problemas da doença do meu pai, adiei a faculdade para agora, aos meus 19 anos.

——— Está ansiosa? ——— minha irmã entra no meu quarto e me abraça de lado.

——— Sim. ——— abro um sorriso. ——— Era pra isso ter acontecido a um ano...esperei tanto.

——— Vou sentir sua falta quando for para a faculdade.

——— Também vou sentir sua falta, Rachel. Mas não vou estar tão longe, vamos nos ver sempre!

A porta do meu quarto se abre e uma das empregadas entra, nos cumprimentando com um sorriso que foi retribuído a ela.

——— Sua mãe está te chamando no quarto dela, Bárbara.

Deixo minha arrumação de mala de lado e saio do meu quarto, indo até o quarto da minha mãe.

Entrei e ela estava sentada em sua penteadeira enquanto passava alguns cremes em seu rosto.

——— Sim, mãe? ——— apoio as mãos no quadril e ela me olha pelo espelho.

——— Receberemos visitas no jantar hoje à noite, se arrume e fique bonita e agradável, é importante!

Franzo o cenho.

——— Visitas? Quem são?

——— Amigos antigos da família, nada demais, só querem ver como estamos depois do falecimento do seu pai e resolvemos jantar aqui em casa.

——— Então tá.

Fecho a porta do seu quarto e retorno ao meu.

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Assim que terminei de me vestir, mamãe entrou no quarto toda elegante, usando suas melhores roupas.

——— Nossa, está toda...chique demais para um simples jantar?!

——— Obrigada. ——— ela sorri para mim e me encara de cima a baixo. ——— Não vai usar essa roupa!

——— Ué? Por que? Essa roupa é bonita, foi você que me deu.

——— Te falei para ficar agradável. Hoje eu vou escolher o que você vai usar, espere aí.

Minha mãe entra no meu closet e eu bufo. Estou vendo que vão ser pessoas importantes que virão jantar aqui.

Ela sai de lá com um vestido meu nunca usado, ainda tinha a etiqueta. Meu pai me deu no meu aniversário de 18 anos, é uma peça exclusiva da Prada que ele trouxe de Milão, vale uma fortuna!

——— Mãe, quero usar isso em uma ocasião especial.

——— Isso é uma ocasião especial. Não retruque, faça o que estou mandando e desça, eles já estão chegando!

——— Sim, senhora...——— quando minha mãe está assim é melhor nem discutir com ela, pelo menos não está chorando.

Mamãe sai do quarto e eu me troco, colocando o vestido que ela mandou. Coloquei alguns acessórios e um salto, não dava pra usar esse vestido sem os complementos.

Me olhei no espelho uma última vez e saí do meu quarto, descendo para o andar de baixo. Quando eu estava perto da sala de jantar, escutei vozes, indicando que os convidados já estavam aqui.

Merda. Será uma longa noite.

Respiro fundo para ter paciência e entro na sala de jantar, fazendo todos se calarem e direcionarem o olhar para mim.

Eram os Ricci's, uma família importante para a Itália, assim como a minha.

——— Então é ela? ——— Adelaide, viúva do falecido Marco pergunta a minha mãe.

——— Sim, é ela. ——— mamãe responde.

——— Uma adorável moça. ——— Adelaide diz, mas sem um sorriso se quer no rosto.

Sem dizer nada, caminho até o lugar vazio na mesa e me sento, era ao lado de Victor Ricci que me causava enjoos.

Victor sempre está presente em sites de fofoca e noticiários do mundo inteiro, fotos saindo com diversas mulheres, bebendo até cair, entre outras coisas. Enfim, um nojento!

Engraçado, não me lembrava de nossas famílias serem amigas, nunca cheguei a vê-los pessoalmente.

——— Boa noite. ——— digo e estico minha mão para pegar minha taça de vinho, dando um gole pequeno em seguida.

Adelaide responde, Victor não. Metido, só porque está prestes a se tornar o novo CEO acha que não deve ter o mínimo de educação.

Rapidamente noto que meus irmãos não estão a mesa.

——— Cadê os meus irmãos? ——— pergunto para mamãe. ——— Não vão jantar com a gente?

——— Não, será somente nós quatro essa noite. Apenas adultos!

——— Ué, por que? ——— erga a sobrancelha.

——— Porque sim, Bárbara. Deus, não faça tantas perguntas!

Dou de ombros e começam a servir a entrada para a gente.

O jantar estava sendo tanto quanto chato, Adelaide e minha mãe tagarelavam enquanto Victor e eu estávamos em completo silêncio.

Estávamos esperando a sobremesa, minha vontade é me levantar agora mesmo e ir pro meu quarto assistir alguma coisa, porém seria falta de educação e a minha mãe ia acabar com a minha raça depois.

——— Filha. ——— minha mãe me chama e eu olho para ela. ——— Como eu te disse hoje é uma ocasião especial, nossa família e a família Ricci são importantíssimas e a um tempo vem sendo conversado sobre uma união entre as duas famílias.

——— Como assim? ——— pergunto.

——— Victor e seu pai, antes do falecimento dele decidiram que você irá se casar.

——— O que? ——— pergunto quase em um grito e abro a boca. ——— Que merda é essa mãe? Vou me casar? Como assim? Com quem?

——— Comigo. ——— Victor abre a boca pela primeira vez na noite. ——— Pensei que estivesse óbvio. ——— completa com total cinismo.

Lentamente viro minha cabeça para encarar o homem ao meu lado, com total desprezo.

——— Não mesmo, seu medíocre! ——— me coloco de pé e volto a olhar para minha mãe. ——— Nossa família não tem casamentos arranjados a décadas, mãe. Pelo amor de Deus, estamos no século XXI.

——— Pois agora terá. ——— ela me encara e serve mais vinho em sua taça.

——— Não me casarei! ——— dou a volta na mesa e saio da cozinha, caminhando em passos brutos antes de ser impedida pela minha mãe segurando o meu braço com brutalidade.

——— Escuta aqui, foi assinado um contrato antes do seu pai morrer, você não tem escolha está me ouvindo? Tem muita coisa em jogo, então volta para aquela sala de jantar agora.

——— Eu não vou me casar com aquele homem, mãe. Você está se ouvindo? Isso é loucura!

——— Você vai. A família Ricci tem muito mais poder que a gente, se o contrato não for seguido vão acabar com a gente, tiraram tudo que temos e viveremos na miséria, sem contar com...os assassinatos que poderão ter. Bárbara, eu também não quero isso tanto quanto você mas já está decidido, depois que seu pai morreu, tudo foi resolvido com seu avô, o seu avô minha filha...você não tem escolha e sabe disso.

Sinto lágrimas escorrerem pela minha bochecha. Sim...eu sei que não tenho escolha.

Minha mãe limpa minhas lágrimas e deixa um beijo em minha testa.

——— Eu te amo, minha filha. Sinto muito por isso, falo por mim e pelo seu pai...ele também não gostava nada disso. ——— ela solta o meu braço. ——— Anda, vamos voltar.

Respiro fundo e caminho novamente para sala de jantar com a minha mãe.

——— Peço desculpas pela Bárbara, ela só se assustou um pouco com a notícia.

Me sento ao meu lugar enquanto sinto o olhar de Victor em mim, me deixando totalmente desconfortável.

——— Então vai casar comigo? ——— ele pergunta.

——— Sim, vou me casar com você.

——— Certo. ——— Victor coloca em minha frente uma aliança de noivado. ——— Coloque.

Ele pega a sua e coloca em seu dedo anelar. Com as mãos trêmulas pego a minha e faço o mesmo.

——— Ótimo! ——— Adelaide diz com entusiasmo e se coloca de pé. ——— Vamos brindar.

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Deixo o vestido cair no chão, ficando apenas com uma calcinha. Tiro todos os acessórios e arrasto os pés até minha cama, me jogando lá e desabando em lágrimas.

Simplesmente não consigo acreditar nisso. Me casarei por conveniência, com alguém que eu não amo, pelo contrário, alguém que eu odeio.

Não acredito que meu pai teve coragem de fazer isso comigo. A décadas deixaram de fazer casamentos arranjados na nossa família, mas logo na minha vez ele decide voltar com isso a tona.

O pior é saber que não posso negar, não tem escolha. Minha família não é como as outras, é uma família de dinastia, que o dinheiro vale mais do que tudo. E mesmo com a fortuna de bilhões, ainda sim não somos mais poderosos do que os Ricci's.

Queria saber o princípio disso tudo, o porque decidiram se unir. Algo bom não é, com toda certeza.

Minha vida a partir de agora mudará drasticamente. Merda, não consigo acreditar!

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O que acharam do primeiro capítulo?

Opiniões sobre como será essa história?

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