Sentimentos de borboleta nas folhas
Ficar acordado até tarde apenas para me ver dormir
Podemos sempre ser assim, sim-sim
Sempre podemos ser?
Perdendo nossa mente, presos um no outro, faça isso o tempo todo
Perdendo cada segundo fazendo o que gostamos
Amor, eu só quero ser, eu quero ser sua
- Love me Hard
Elley Duhé

Me sento na cama com a visão nublada pelo sono e tateio o colchão à procura de Jhonatan encontrando o outro lado vazio.

Onde será que ele se meteu?

Vou até o banheiro para fazer xixi pela milésima vez e quando saio, o garoto está sentado na poltrona ao lado da escrivaninha.

Encosto no batente da porta e observo sua figura por alguns minutos sem que ele perceba.

O corpo musculoso coberto por tatuagens, os dedos longos adornados com vários anéis de prata e o seu rosto perfeitamente esculpido.

Jhonny é lindo, isso é um fato, mas sua beleza não se resume apenas ao físico.

Esse garoto tem um coração gigante e cada vez que lembro de como ele me ajudou no pior momento da minha vida sem pedir nada em troca, me sinto ainda mais apaixonada.

É como dizem por aí: nunca julgue um livro pela capa.

Depois de alguns minutos vendo-o, noto que ele está com uma postura diferente da que estou acostumada a ver.

Os ombros caídos, o olhar triste e o semblante preocupado.

Franzo o cenho e me aproximo sorrateiramente parando sua frente.

Seguro seu rosto e o levanto até que ele finalmente olha para mim.

— Aconteceu alguma coisa, amor? -Indago sentindo um aperto no meu estômago.

Será que ele está bravo com algo? Ou farto de toda essa confusão?

Jhonny não responde de imediato, é como se ele estivesse arquitetando algo para dizer.

Algo que me convença de que está tudo bem, como sempre.

— Só estou um pouco cansado, não precisa se preocupar. -Levanto uma sobrancelha e ele abre um sorrisinho antes de levar as mãos até a minha cintura e acariciar minha barriga carinhosamente.

Cada vez que Jhonatan faz isso, sinto vontade de chorar.

Jamais pensei que ele aceitaria tão fácil a ideia de que seria pai, mas ver como ele cuida de mim, como não permite que passe muito tempo sem comer ou que sempre faz questão de dizer o quanto sou linda, mesmo sabendo que provavelmente devo parecer um balão inchado, meu coração fica quente e sinto que vou desmaiar de tanto amor.

— Tem certeza? -Passo uma perna de cada lado da sua cintura e me sento no seu colo.

Suas mãos apertam minhas coxas de leve e encosto a testa na sua respirando profundamente.

— Sabe que pode me contar qualquer coisa, não é mesmo? -Insisto passando os braços pelo seu ombro.

Jhonny desliza o nariz pela minha pele até chegar no meu pescoço e o gemidinho rouco que ele solta me faz esquecer por alguns segundos o que estava falando.

— Meus pais vão ficar fora praticamente o final de semana inteiro, o que acha de vermos um filme ou se quiser, podemos almoçar com suas amigas... faz tempo que não vê Julieta ou Bianca. -Inclino a cabeça para o lado tentando entender onde ele quer chegar com tudo isso.

— Jhonatan... -Não consigo evitar o tom de preocupação e o garoto solta mais uma risadinha antes de me abraçar com cuidado.

— Só não quero que você perca o contato com os seus amigos, Ava. Além do mais, acho que deveria lhes contar a verdade, eles se preocupam com você e... -Beijo seus lábios para impedir que ele continue falando porque por mais que não queira admitir, ele tem razão.

Desde que vim morar no apartamento dos Cross, quase não conversei com Julio, Julieta e muito menos com Bianca.

Vovó me liga praticamente todos os dias, mas pedi que ela não viesse por enquanto.

Não quero colocá-la em risco e muito menos dar a minha localização de bandeja para Beto.

— O que acha de um jantar hoje à noite? -Ofereço depois de alguns minutos e Jhonny concorda animado. — Vou ligar para eles e ver se estão livres.

— Tudo bem, eu vou ligar para um restaurante italiano para fazer o pedido assim que você me confirmar.

— Ei, não precisa ser nada pomposo, algumas pizzas são suficientes. -Beijo sua bochecha. — Além do mais, Júlio não é muito fã de macarrão e toda essa comida chique. -Completo e ele revira os olhos me arrancando uma gargalhada.

— Julio hã? -Um sorriso bobo se forma no meu rosto.

— Você é tão fofo quando fica com ciúmes, sabia?

— Quem disse que estou com ciúmes? -Ele desconversa sem nenhuma vergonha na cara.

— É bom mesmo que não esteja, porque sabe que eu sou completamente sua... -Beijo seus lábios apaixonadamente e de repente ele se levanta me segurando no colo e me levando até a cama.

Sou deitada com cuidado no colchão e Jhonny sobe em cima de mim me cobrindo com o seu corpo musculoso, se apoiando nos cotovelos para não acabar me espremendo.

— Vou esperar a sua resposta para preparar tudo. -Recebo um beijo na ponta do nariz e balanço a cabeça hipnotizada pelo seu cheiro, pela cor dos seus olhos e principalmente pela sua ereção crescente. — Agora vamos nos livrar dessa roupa, que preciso matar a saudade de estar dentro de você... -Engulo em seco sentindo um arrepio percorrendo minha pele.

— Mas nós transamos de manhã... não está cansado? -Provoco arranhando suas costas por baixo da blusa e ele balança a cabeça para os lados com veemência.

— Jamais vou me cansar de você, Ava. -Jhonny declara me penetrando lentamente e aperto as pálpebras aproveitando a sensação de preenchimento.

— A mesa já está arrumada e a pizzaria já avisou que vai me mandar o pedido daqui meia hora. -Jhonatan diz entrando no banheiro depois de alguns minutos. Ele retira suas roupas e abre a porta para se unir a mim debaixo do chuveiro.

Estou animada e ao mesmo tempo nervosa para essa reunião.

Faz alguns dias que não os vejo e tenho quase certeza de que vão notar que algo está acontecendo, nem bem passem pela porta do apartamento.

Mas mesmo assim eu não posso mais esconder minha gravidez.

Não é justo com eles, não é justo com Jhonatan.

Depois de ligar para os meus amigos, eles concordaram rapidamente em vir.

Menos Bianca.

Devo confessar que sua resposta me surpreendeu.

"Me desculpe, Ava, mas ainda não me sinto preparada para compartilhar uma mesa com Jhonatan e ver como ele está tão apaixonado por você. Eu realmente gostava dele e ainda tenho alguns sentimentos em conflito..."

Não fiquei brava com ela. Sua sinceridade deixou bem claro que ela está mudando, que não é mais aquela garota mimada e egoísta de quando cheguei aqui.

De todas maneiras, vou dar um jeito de conversar pessoalmente com ela, afinal de contas, foi graças à loira que Jhonny conseguiu me encontrar a tempo e evitar que fuja como de costume.

Solto uma longa respiração enquanto esfrego efusivamente meus cabelos para retirar o excesso de xampu.

— Não precisa ficar nervosa, eles são seus amigos e vão ficar felizes por você. -Jhonatan me puxa para trás e me abraça escorregando os dedos pela minha barriga molhada.

— Eu sei, é que às vezes sinto vergonha, sabe? -Confesso sem ter coragem de me virar.

— Vergonha do quê, meu amor? Não há nada de errado em estar esperando um filho...

— Não é isso, Jhonny. Não tenho vergonha do nosso bebê e sim do momento e da forma dele ter chegado... -Suspiro. — Quer saber esqueça o que eu disse, não quero estragar nossa noite. Me desculpe. -Aperto as pálpebras me sentindo uma idiota, mas então sou virada devagar e seus dedos seguram minhas bochechas carinhosamente.

— Não precisa se desculpar, entendo o que você quer dizer e sei que com o tempo esse sentimento vai desaparecer. -Recebo um beijo na testa.

— Garoto, você existe de verdade ou será que é uma idealização minha? -Brinco abraçando-o e ele solta uma risadinha rouca.

— Vamos nos secar antes que acabe pegando um resfriado. -Ele sussurra desligando o chuveiro e me cobrindo com o roupão antes de pegar uma toalha e enrolar na sua cintura.

Nos secamos em um silêncio confortável, um milhão de cenários se passando pela minha cabeça enquanto deslizo a toalha macia pela minha pele.

Quando termino, paro na frente do guarda roupas e encaro o seu interior com as mãos na cintura.

De repente não sei o que vestir.

Tudo o que tenho são roupas justas que vão deixar em evidência minha barriga que já começa a aparecer e embora eu saiba que não devo esconder nada, esse nervosismo não me deixa pensar com coerência.

— Qualquer coisa que escolha, vai ficar lindo em você. -Jhonny me abraça apoiando o queixo na minha cabeça e respiro profundamente.

— A maioria das minhas roupas está começando a apertar e as blusas são justas... Deus, o que vou fazer? -Esfrego o rosto com as mãos.

Jhonny então se afasta e começa a puxar vários cabides com uma expressão concentrada.

Me sento na cama me segurando para não rir da cena enquanto ele tenta fazer várias combinações com as poucas peças de roupa que tenho.

Depois de quase vinte minutos, ambos percebemos que não vamos chegar a lugar nenhum, então coloco uma calça de lycra preta e por cima uma camisa listrada que para a minha sorte, ainda fica levemente folgada na parte da barriga.

Jhonny me passa um tênis baixinho e segura minha mão para me manter estável enquanto enfio os pés para dentro do calçado.

Quando estou completamente vestida, passo perfume, desodorante e faço uma maquiagem leve sob o seu olhar atento.

De repente ele se levanta de repente e caminha até parar na minha frente.

— Está perfeita. -Seus dedos deslizam pela minha bochecha e colocam uma porção de cabelo atrás da minha orelha.

— E você é um galã. -Abraço sua cintura esguia.

— Pode até ser, mas já te disse que não sou mentiroso. -Seus dentes ficam à mostra quando seus lábios se abrem em um enorme sorriso.

Abro a boca para responder à altura, mas sou interrompida pelo barulho da campainha e imediatamente meus batimentos cardíacos se aceleram e respiro fundo várias vezes para tentar me tranquilizar.

Jhonny enrosca seus dedos nos meus e segura meu queixo com a mão livre me atraindo para um beijo caloroso.

Dentro de mim a ideia de que serei julgada pelos meus amigos está me deixando maluca, no entanto, não quero dizer nada para não acabar deixando o garoto preocupado.

Sei que tanto Julio quanto Julieta não são assim, só que minha mente costuma pregar essas peças e preciso de todas as minhas forças para não acabar cedendo a esses pensamentos negativos.

— Vamos. -Jhonatan me leva pelo corredor e caminhamos lado a lado até a sala.

Paramos ao lado da porta e uma vez que ele coloca a mão na maçaneta, puxo uma longa respiração enquanto ele a abre devagar revelando Julieta e logo atrás Júlio que segura uma sacola de papel nas mãos.

— Ava! -Minha amiga corre para me abraçar e se não fosse Jhonny me segurar, teríamos caído no chão com o impacto. — Senti tanto sua falta! Achei que não voltaríamos a nos ver... -Meus olhos se enchem de lágrimas ao perceber como fui uma péssima amiga para os dois.

Julio entra em silêncio atrás da namorada e deposita a sacola em cima do balcão que separa a sala da cozinha antes de me puxar para um abraço apertado.

— Como está, querida? Espero que esse playboyzinho esteja te tratando bem ou terá uma conversa com meus punhos. -Ele sussurra no meu ouvido e solto uma risada engasgada.

Oh Julio, você não faz a menor ideia de como Jhonatan está me tratando maravilhosamente bem.

Opto por não responder nada, em vez disso, levo os dois até a sacada onde Jhonny montou a mesa para que comamos.

Ele aparece minutos depois com uma garrafa de vinho nas mãos e engulo em seco.

Droga.

— Obrigado por isso, Júlio. -Meu namorado agradece e pressiono os lábios sentindo minhas bochechas esquentarem sem nenhum motivo aparente.

— Não foi nada, na verdade, obrigado vocês dois pelo convite. Estávamos com saudades dessa sua cara feia. -Julio brinca e Jhonny revira os olhos como de costume.

A pizza chega minutos depois e cada um serve uma porção no seu prato enquanto conversamos sobre assuntos variados.

Jhonatan coloca um pouco de vinho para os três e água para mim sob o olhar curioso da minha amiga.

— Finalmente conseguimos te ver, estava começando a ficar preocupada já que não apareceu mais na faculdade. -Julieta comenta entre uma mordida e outra.

— Eu... -lanço um olhar desesperado para Jhonny e ele aperta de leve minha mão.

— Ava passou mal esses dias e pedimos um atestado, além de que é meio perigoso ela ir e seu ex idiota lhe encontrar.

Julio balança a cabeça para os lados.

— Ele que se atreva a chegar perto dela. -Meu amigo rosna apertando a taça de vinho com tanta força que por um segundo imagino ela se desintegrando na sua enorme mão.

À essa altura ele já deve saber de tudo e é totalmente compreensível sua raiva.

— Não precisa se preocupar, já dei um jeito nisso. -Jhonatan resmunga e Julio concorda sério.

— Mas como você vai fazer com os trabalhos e as provas? -Julieta indaga com o cenho franzido e solto uma longa respiração.

— Já terminei a maioria e solicitei acabar o semestre de maneira remota e Jhonny leva o que é preciso para a faculdade. Faltam apenas uns dois ou três e uma prova final. -Explico para os dois que me encaram com uma expressão quase idêntica.

Bem que me disseram que quando duas pessoas passam muito tempo juntas, elas acabam ficando parecidas.

Depois de esclarecer suas dúvidas sobre minhas aulas, tudo ocorre bem, até que de repente, meu estômago começa a ficar embrulhado ao sentir o cheiro do pepperoni e sou obrigada a sair correndo para o banheiro.

Vomito tudo o que comi até agora e quando estou quase terminando de escovar os dentes, Julieta aparece na porta com os braços cruzados e uma expressão furiosa no rosto angelical.

— Até quando estava pensando esconder de nós dois? -Seu olhar recai sobre a minha barriga e não preciso ser uma gênia para descobrir do que ela está falando.

— Juli eu... -Ela levanta um dedo em riste e paro de falar no mesmo instante.

— Qual é, Ava! Pensei que fôssemos amigas. Achou mesmo que eu não ia notar? Agora entendo o motivo desse jantar...

Caminho pelo quarto e me sento na beirada da cama. Ela se aproxima ocupando o lugar ao meu lado.

— Me desculpe, ok? Eu estava com medo de ser julgada. -Admito e minha amiga arfa irritada.

— Até parece que eu faria algo assim.

Solto um longo suspiro.

Julieta tem razão e eu sou uma idiota por chegar a cogitar essa ideia ridícula.

— Eu sei que não, mas é que não queria que pensasse que eu sou uma burra por não saber usar uma maldita camisinha. -Esfrego o rosto com as mãos e dessa vez ela solta uma risada sonora.

— Ninguém vai pensar isso, garota! Você não é a primeira e nem a última a engravidar por um deslize, agora quero que me conte tudo, não ouse poupar nenhum detalhe. -Juli pede com a cabeça levemente inclinada para o lado e começo a relatar desde o momento em que fomos à farmácia até o presente.

Ela escuta atentamente a cada palavra e parece nem mesmo piscar enquanto falo e falo sempre parar.

— Oh, eu sabia que Jhonatan era um fofo, mas não imaginei que fosse tanto. -Seus olhos brilham conforme conto como ele está se comportando desde que cheguei.

— Nem eu, e às vezes penso que estou colocando uma carga nos seus ombros, uma responsabilidade que ele não deveria ter pelo menos não agora. -Me contenho para não chorar novamente. — E sabe o que é pior? Que por mais que não seja o momento correto, eu estou feliz com a chegada desse bebê... e-eu o amo mais que a mim mesma. -Sussurro sentindo um nó se formando na minha garganta.

Apesar de Jhonny ter me garantido que está tudo bem, sei que ele se cansa, que não está dormindo direito e que se sente mal por ainda não ter contado tudo para os seus pais.

— Deus, eu sou uma maldita egoísta. -Digo para mim mesma e Julieta envolve meu corpo em um abraço lateral.

— Você não é, Ava, só está com medo. Além do mais, ele parece estar mais apaixonado por você do que da última vez que o vi, se é que isso é possível. -Sorrio levemente. — Por falar nisso, é melhor voltarmos antes que o seu príncipe da armadura reluzente venha te socorrer.

Nos levantamos ao mesmo tempo e caminhamos para fora do quarto de braços dados.

Julio e Jhonny estão na sala conversando animadamente e ao me ver, ele se aproxima até parar na minha frente e leva as mãos até minha barriga sem nenhuma discrição.

— Está tudo bem? -Seu olhar preocupado não é nenhuma novidade e balanço a cabeça para cima e para baixo sorrindo de leve.

— Sim, acho que toda essa mistura de cheiros me fez mal, mas já passou.

Meu amigo se junta a nós três e me puxa para um abraço.

— Jhonatan já me contou tudo, mas não fique bravo com ele, eu fiquei preocupado com você e depois de pressionar o bonitão aqui, ele revelou a novidade. Estou muito feliz por vocês, Ava. Se precisar de algo, de qualquer coisa é só me ligar. -Ele oferece e concordo em um aceno emocionado.

— Obrigada Julio, vocês não fazem a menor ideia do alívio que sinto... agora só falta contar para minha avó, para os seus pais e sua irmã. -Jhonny desvia o olhar do meu e um mal pressentimento se instala dentro de mim.

Decido deixar essa paranóia para trás e me concentro apenas em me distrair ao lado dos meus amigos.

Eles me enchem de perguntas sobre tudo relacionado com a gravidez e Jhonatan responde a maioria com aquele brilho no olhar que me faz suspirar a cada instante.

As horas passam rapidamente quando estamos distraídos e em um piscar de olhos, já passa das onze da noite e começo a bocejar incontrolavelmente.

É engraçado como estar grávida te deixa extremamente cansado mesmo que você não tenha um dia agitado.

— Acho que já vamos, Ava, você precisa descansar. Nosso neném deve estar consumindo toda a sua energia. -Juli alisa minha barriga com carinho e sorrio percebendo que toda a raiva que ela sentiu por não saber sobre a gravidez, ficou no passado.

— Essa gata linda aqui tem razão, mas prometo que voltaremos outro dia para te visitar outra vez. -Julio beija minha testa e me abraça apertado. — E você, faça o favor de me avisar se precisar de algo, porque Ava é muito orgulhosa para pedir ajuda. -Ele aponta para Jhonny que acena devagar.

— Vou acompanhar vocês até a portaria, preciso caminhar um pouco, meus pés estão horrivelmente inchados, acho que será bom também respirar um pouco de ar puro. -Informo já passando pela porta antes que Jhonatan se oponha.

Como sabe que não adianta querer me convencer do contrário, ele simplesmente dá de ombros e pega a chave da porta trancando-a em seguida.

Descemos todos pelo elevador, os dedos de Jhonatan colados nos meus durante todo o caminho.

A noite está fresca e respiro profundamente, deixando a brisa noturna invadir meus pulmões.

Julio, Julieta e Jhonny conversam sobre os possíveis nomes para o bebê e observo-os em silêncio me sentindo a pessoa mais sortuda da face da terra.

Tenho amigos que me amam, uma família maravilhosa que me ajudou sem nem mesmo me conhecer, minha avó, Lanna...

Por um breve momento, quando estava planejando fugir de novo, cheguei a pensar que estava sozinha, que ninguém sentiria falta de mim, no entanto, agora percebo que estava completamente equivocada.

Jhonatan apareceu e me fez entender que tudo isso não passou de mais um reflexo dos meus medos.

Do medo de decepcioná-los, de me decepcionar outra vez.

Mas agora todo esse temor ficou no passado.

Eu sou uma pessoa renovada.

Alguém que não teme mais o desconhecido.

Me tornar mãe foi como uma injeção de coragem, um sentimento de proteção irracional surgiu dentro de mim e sei que eu faria tudo por esse bebê.

Daria minha vida por ele se fosse necessário.

— Posso saber por que anda tão calada, amor? -Jhonny sussurra no meu ouvido e sinto meu corpo inteiro se arrepiar.

— Nada, só estava pensando no quanto eu amo vocês. -Digo com sinceridade e ele responde com um enorme sorriso.

— Nós também te amamos, sua boba. -Julieta afirma com a voz embargada e seu namorado concorda com um movimento de cabeça. — Só faça o favor de não sumir de novo.

Acompanhamos os dois até o carro de Julio e abraço um por um já começando a sentir falta da sua companhia.

— Obrigada por vir, não vejo a hora de nos reunirmos outra vez. -Murmuro com os olhos cheios de lágrimas e Julio limpa minhas bochechas com um carinho fraternal.

Benditos hormônios da gravidez.

— É só nos chamar que aparecemos correndo. -Ele promete solene. — E obrigado novamente pelo convite, esse seu namorado até que não é um pé no saco. -Jhonny ressopra como sempre.

Esses dois não querem assumir, mas amam se provocar.

E o melhor de tudo, é que sei que as brincadeiras não passam disso. De brincadeiras.

Julio retira a chave do bolso e está por apertar o botão do alarme quando um carro que conheço muito bem, estaciona logo atrás do dele.

Meus batimentos cardíacos se aceleram a um nível extraordinário quando ele abre a porta e desce com sua pose altiva de sempre, acompanhado pela esposa andando com o queixo erguido até parar bem na minha frente.

— Finalmente te achamos. É hora de ir para casa, sua garota mimada.

NOTA DO AUTOR

Hellooo amores da minha vida! Deixo aqui esse capítulo 
fresquinho pra vcs surtarem até segunda hahaha
Como puderam ver, ele ficou enorme então precisei dividir.
Espero que tenham gostado, 
Não se esqueçam de votar e comentar!

Amo vcs🥰
Beijinhossss BF 🖤🖤🖤