Capítulo 40


"Cada movimento que você faz,
Cada voto que você quebra,
Cada sorriso que você finge
[...]
Eu estarei te observando.
Oh, você não percebe? 
Que você pertence a mim."
-Every Breath You Take
The Police

Eu sabia que aquela vadiazinha estava me escondendo a verdade.

Ela pode até ter terminado com o idiota do namorado, mas depois que voltou a ir para a faculdade, ficou evidente que algo mudou. Eu via como ele olhava para ela, como o brilho nos seus olhos se intensificava quando ela aparecia ou como ele a seguia como um cão farejador para cima e para baixo.

Foram tantos sinais que até um cego poderia ver que eles estão juntos outra vez e não vou permitir isso.

Ela é minha.

E o que eu quero, eu sempre consigo. Sempre foi assim.

O mais engraçado, é que embora no começo tenha sido algo complicado descobrir para onde ela teria ido, Ava sequer foi criativa ao vir direto para a cidade onde a avó mora e se transferir para uma universidade onde tenho uma enorme lista de contatos.

Bastaram apenas algumas ligações e uma quantidade generosa de suborno para que me contassem tudo o que ela fez desde que chegou até o momento.

Ava Rice não vai escapar de mim.

O que me deixa ainda mais furioso, é o fato dela pensar que me engana, como se não me conhecesse da vida toda. Ela pensa que sou um estúpido.

Como se não soubesse quem eu sou.

Por isso eu deixei que ela assumisse que estava tudo bem, que não tinha notado nada, que desapareci por completo apenas para ter o prazer de ressurgir e ver o espanto nas suas íris castanhas.

É até engraçado vê-los agindo como se nada estivesse acontecendo.

Idiotas.

No começo foi divertido, mas já estou cansado de esperar.

Minha paciência se esgotou assim como a dos seus pais e embora não me permitam mais entrar na faculdade porque não sou aluno, mesmo assim fiquei escondido no estacionamento todos os dias, só esperando o momento correto para pegá-la.

E quando a vi subindo naquela moto horrorosa com os lábios curvados em um sorrisinho estúpido, soube que tinha chegado a hora.

Sem perder mais tempo, segui Ava pela cidade inteira sem que ela percebesse e no momento em que a garota estacionou na frente de uma casa colonial com a tranquilidade de alguém que não sabe o que está prestes a acontecer, senti meu sangue ferver e meu corpo inteiro se arrepiou em um frenesi.

Chegou a hora de reivindicar o que é meu.

— Ora, ora, ora... então é aqui que você se esconde, sua filha da puta. -Me aproximo do seu corpo esguio e sorrio ao ver como ela se encolhe ao me ver.

— O que está fazendo aqui, idiota? -Levanto as duas sobrancelhas.

Ava não faz a menor ideia de como essa sua atitude me deixa enfurecido.

Mas tudo bem, eu vou consertá-la como das outras vezes.

Vou fazê-la entender que terá sérias consequências se seguir me tratando dessa maneira.

— Vim te levar para casa. Já me cansei de toda essa merda, Rice. -Rosno dando passos na sua direção, no entanto, ela se afasta rapidamente se colocando atrás da moto em busca de proteção.

Solto uma gargalhada sonora.

— Você é tão ridícula. Continua tentando evitar o inevitável. -Puxo o guidão com força e a moto cai estatelada no chão.

— Qual é a sua heim? Ficou maluco? Não irei com você a lugar nenhum, Roberto! -Ava grita, suas bochechas adquirem um tom avermelhado em segundos e lembro de que é exatamente assim que ela ficava quando estava embaixo de mim enquanto me enterrava fundo entre as suas pernas.

— Já chega, garota. Você não é nenhuma criancinha e tem um dever a cumprir. Agora você vai entrar no meu carro e irá caladinha para casa. -Seguro seu pulso e puxo o corpo esguio com força.

Quando tirei a sua virgindade, ela fazia tudo o que eu queria, no entanto, algo aconteceu e ela mudou.

Começou a questionar minha forma de agir, não gostava mais de como era a nossa dinâmica e passou a reclamar.

E então ela desapareceu. Sumiu do mapa como se nunca tivesse existido.

Isso me deixou em vergonha com os seus pais, com os nossos conhecidos e até mesmo com os meus amigos mais íntimos.

Mas ela vai pagar por isso.

Será um prazer castigá-la por tudo o que ela me fez.

— Me solta, Beto! Já te disse que não irei voltar! -Seu pedido desesperado me faz rir.

Mesmo assim, não solto seu braço.

Continuo andando até o meu carro, arrastando-a facilmente.

Pelo menos o fato dela ter emagrecido me ajudou com isso.

— Fique quietinha, sua puta, ou vou te jogar no porta-malas e te liberar só quando chegarmos em casa. -Ameaço, minha paciência se esgotando lentamente.

— Por favor, não faça isso! Não me obrigue a voltar! -Ela começa a se debater no meio da rua chamando a atenção de algumas pessoas que passam, mas para a minha sorte, ninguém se detém.

Aproximo seu rosto do meu e quase colo nossas bocas antes de falar.

— É melhor parar de fazer esse escândalo todo ou não vou responder por mim, Ava. -Sussurro a centímetros dos seus lábios.

— Se você acha que vou permitir que me leve sem lutar, está muito enganado seu verme! -Ela declara com convicção antes de literalmente cuspir na minha cara.

Limpo a bochecha com a mão livre e aperto ainda mais o seu braço, quero que ela sinta a dor, quero ouvir os seus gemidos e os pedidos desesperados por piedade.

Ela se contorce ainda mais, parece que gosta da força bruta, de ser tratada como a vadia que ela é.

Tudo isso me acende de uma maneira que ela não faz ideia.

Só de pensar em tê-la debaixo de mim implorando para que eu pare, já fico duro.

Seguro seu queixo e desfruto ao ver como sua pele fica vermelha com o aperto.

— Vamos fazer o seguinte, vou te perdoar por esse pequeno deslize, é só você ficar quietinha e entrar no maldito carro. -Digo em uma oferenda de paz.

— Vá se foder Beto! -Seus olhos ficam ferozes rapidamente e sei que isso não é bom. — SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA! -Ava começa a gritar sem parar de se debater nos meus braços.

— Fique quieta porra! -Grito, no entanto, ela abre um enorme sorriso antes de continuar gritando.

Tento contê-la mais uma vez, no entanto, ela se move com tanta força que acabo sendo obrigado a soltá-la e ela cai no meio da rua de maneira desajeitada, apoiando as palmas das mãos no asfalto quente.

Me ajoelho para ficar na sua altura.

Seu olhar agora parece o de um cervo assustado.

Inferno, preciso que ela ceda logo, mas ao mesmo tempo, esse olhar amedrontado de deixa com vontade de mais.

O fácil nunca me agradou, quanto mais ela foge, mais eu a quero.

— Está vendo o que ocorre quando você não me obedece? -Enrosco as mãos no seu pescoço e levanto-a até que ela fique de pé outra vez.

— Nunca vou te obedecer, tenho nojo de você! Pode até conseguir me levar, mas eu vou lutar cada maldito dia, vou gritar, pedir ajuda, vou fazer da sua vida um inferno. -Promete e sorrio decidindo que isso vai ser muito divertido. — Não pense que vai sair impune dessa... -Ava ofega puxando o ar com dificuldade e aperto ainda mais o seu pescoço para que ela se cale de uma vez.

— Oh, coitadinha! Depois de todos esses anos ainda não aprendeu como as coisas funcionam, não é mesmo? -Aproximo minha boca da sua e puxo seu lábio inferior com os dentes, mordendo a pele macia até sentir o gosto metálico do sangue.

Como senti falta disso.

Uma vez que me afasto, Ava cospe outra vez em cima da minha mão e puxo uma longa respiração limpando-a na calça jeans.

Isso vai ser mais difícil do que esperava.

Dou um tapa no seu rosto e ela fica calada imediatamente.

— Veja bem, amor, eu não quero fazer isso. Não quero te bater, mas você não me deixa escolha. -Acaricio a bochecha que fica avermelhada em segundos.

As lágrimas escorrem pela sua face e se misturam com o sangue na sua boca.

Porra.

— Me deixe ir, Beto. E-eu prometo que não vou te denunciar, não vou ligar para a polícia nem nada disso, só me deixe ir, por favor... -Dessa vez sua voz se suaviza e balanço a cabeça para os lados respirando profundamente.

— Vamos. -Puxo-a para o carro.

Ela começa a caminhar em silêncio ao meu lado, finalmente parecendo entender que não há escapatória.

— Está vendo? Tudo fica mais fácil quando você colabora. -Aliso seus cabelos embaraçados sem soltar seu braço.

Quando estamos quase chegando na porta da Range Rover preta, a vadia aproveita um momento de distração enquanto pego a chave e se solta em um movimento brusco.

Então ela corre até a porta da casa e começa a praticamente socá-la com os punhos.

— Vovó! Me ajuda! -Ela grita sem parar.

Rodo os olhos com impaciência enquanto caminho de volta.

Pobrezinha, está tão desesperada que pensa mesmo que uma velhinha qualquer vai me deter.

— Ava Rice, não vou repetir! Entre na porra do carro agora! -Advirto enrolando as mangas da minha camisa sentindo o calor inundando meu corpo.

Odeio o clima dessa cidade de merda, não vejo a hora de voltar para casa.

Estou quase chegando até ela outra vez, quando a porta se abre de supetão.

Ava arregala os olhos aliviada e uma senhora aparece ao seu lado me encarando com o semblante carregado de fúria.

— Escuta aqui, velha, não se meta no que não é da sua conta. -Peço ao ver que ela se coloca na frente da neta. — Não quero lhe machucar, então...

Cruzo os braços esperando que ela faça o que peço, no entanto, ela estende a mão para algo atrás da porta e arregalo os olhos ao dar de cara com uma escopeta de cano duplo.

— Acha mesmo que isso vai me deter? -Deixo escapar mais uma gargalhada. — Essa coisa não deve estar sequer carregada! -Sorrio negando com a cabeça.

Então a velha aponta a arma para cima e dispara com agilidade, o barulho da explosão me deixando surdo por alguns segundos.

— Dê o fora daqui antes que eu encha essa sua cara nojenta de chumbo até ela virar uma maldita peneira. -Seus dedos pairam sobre o gatilho, os canos esfumaçantes apontados na minha direção e fico sério de repente.

A velha parece saber muito bem o que faz, seu agarre firme na escopeta deixa bem claro que ela está familiarizada com isso.

Encaro a arma por alguns segundos e enrugo o nariz.

Droga.

Sei muito bem que, pelo menos por enquanto, estou em desvantagem.

Mas isso não vai ficar assim.

Não vou permitir que uma velha me detenha.

— Por hoje você se livrou, Ava, mas uma hora você vai estar sozinha. Sua vovó não vai poder te proteger para sempre. -Prometo antes de dar meia volta e caminhar a passos firmes até meu carro.

Se essa vadia pensa que vou desistir dela assim tão fácil, ela está muito enganada.

Ava Rice não faz a menor ideia de que ela acabou de comprar uma guerra onde não tem nenhuma chance de sair vencedora. 

NOTA DO AUTOR
Vou deixar esse capítulo aqui e sair correndo kkkkk
Não vou nem esperar que gostem pq bom... 
Não se esqueçam de votar  e comentar!

Amo vcs🥰
Bjinhosss BF🖤🖤🖤

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