"Não gosto do jeito que ele te olha,
Estou começando a pensar que você também o quer."
-Jealous
Nick Jonas
Devil's está lotada hoje, infelizmente mais do que o normal.
Já deve ser a terceira dose de whisky que tomo e ainda não sinto nada.
É como se o álcool simplesmente não estivesse fazendo efeito no meu corpo.
De todas maneiras, nem sei porque caralhos eu vim, para dizer a verdade.
Deveria ter ficado em casa, deitado na minha cama e pensando em como sou um maldito idiota por não conseguir parar de pensar em uma garota que não dá a mínima para mim.
Pedro apareceu por cinco minutos para me cumprimentar, depois teve que atender ao chamado de um dos seguranças com alguma emergência e me deixou sozinho nesse balcão sorvendo lentamente a bebida que desce queimando pela minha garganta.
Pensei que vindo até a boate eu esqueceria de Ava pelo menos por um tempo, mas o efeito foi totalmente o contrário.
As horas passam e eu permaneço sentado no mesmo lugar sem vontade de sequer socializar com ninguém.
Bato um papo com o barman enquanto ele serve alguns coquetéis e quando ele se afasta para atender a um grupo de meninas na outra ponta, fico sozinho novamente.
— Posso me sentar aqui? -Alguém diz do meu lado e dou de ombros sem desviar a vista da prateleira com várias garrafas de licor na nossa frente. — Sabe, estive te observando por alguns minutos... -A voz feminina desliza para dentro da minha cabeça e finalmente me viro para ver de quem se trata.
Um sorriso preguiçoso se forma nos seus lábios e levanto uma sobrancelha em curiosidade.
— E chegou a alguma conclusão? -Indago baixinho girando o copo quase vazio entre os meus dedos.
— Sim... -ela se aproxima até ficar bem perto do meu rosto. — Notei que você está sozinho há pelo menos meia hora.. -Ela desliza os dedos pelo meu braço, as unhas compridas pintadas de uma cor vermelho sangue fazendo minha pele se arrepiar com o contato.
Chacoalho a cabeça sorrindo e ela pisca lentamente os cílios, me dando uma visão do belo rosto por trás de toda a maquiagem bem elaborada para parecer que ela de fato não está maquiada.
Garotas.
Ela é muito bonita, os olhos de um castanho claro quase âmbar, cabelos loiros caramelo e um corpo escultural coberto por um vestido colado que não deixa quase nada para a imaginação.
— Hum... -bebo mais um gole lentamente. — E pensa fazer o quê a respeito? -Sussurro chegando bem perto dos seus lábios, o cheiro adocicado do seu perfume impregnando meu nariz.
— Deixe-me ver... -seus dedos golpeiam suavemente o queixo angulado. — Acho que não preciso dizer nada, você tem cara de ser um garoto inteligente. -Ela aperta a minha perna e puxo uma longa respiração antes de terminar a minha bebida.
— Você tem razão.
Pago a minha conta rapidamente e me levanto do tamborete enroscando meus dedos nos dela. Caminhamos com certa dificuldade entre as pessoas dançando na pista e levo a loira até uma parte mais afastada da boate onde algumas poltronas estão distribuídas de tal forma que quem se senta nelas fica de costas para todo o movimento.
Me sento em um dos lugares vazios e a garota imediatamente se posiciona no meu colo entendendo perfeitamente a minha intenção.
Ela espalma meus ombros em busca de estabilidade e seguro suas coxas aproveitando para apertá-las sem pudor sentindo a suavidade da sua pele lisa.
Por sorte, estamos em um lugar tão mal iluminado, que eu poderia literalmente transar com ela e ninguém notaria.
Mas é óbvio que não farei isso. Pelo menos não aqui.
— Me chamo Jessica, por certo. -Ela diz ofegante. Os lábios carnudos distribuem beijos pelo meu pescoço e atraio seu corpo para mais perto do meu em uma tentativa de sentir algo. Pelo menos uma faísca que seja.
— Hã... Jhonatan. -Suspiro profundamente quando ela balança a cintura roçando a virilha contra a minha. Nada.
Percorro suas costas com a ponta dos dedos, aperto sua bunda e abraço-a imaginando que outra pessoa completamente diferente ocupa o seu lugar enquanto nos beijamos como se não houvesse amanhã.
Mas que caralho!
O rosto de Ava assume o seu por trás das pálpebras dos meus olhos e de repente me vejo envolto em uma ilusão provavelmente causada pela boa quantidade de álcool que ingeri desde que cheguei.
Continuamos com a diversão por mais algum tempo. Jessica levanta minha blusa alguns centímetros e arranha minha pele com força me arrancando um gemido rouco.
— Então você gosta disso... -Ela sussurra no meu ouvido e mordo seu ombro como resposta.
— Não faz ideia do quanto. -Murmuro e seu corpo se sacode com uma risada baixa.
Aperto seus peitos por baixo do vestido com cuidado para que ninguém nos veja.
Dou uma atenção especial aos mamilos endurecidos e observo-a fechar as pálpebras com força, como se quisesse se controlar para não fazer alguma besteira como tirar a roupa aqui, na frente de todo mundo.
Continuo massageando-os me divertindo com seus gemidos e expressões até que de repente um casal passa pelo nosso lado e abraço seu corpo em um movimento instintivo para não expor sua nudez parcial.
Ao fazer isso, percebo que cometo um grave erro, já que acabo lembrando do dia que abracei Ava contra mim naquele parque e senti como seu corpo se encaixa perfeitamente no meu.
— Mas que porra! -Grunho levantando o vestido da loira para cobri-la e empurro seu corpo para o lado com delicadeza.
— Aconteceu alguma coisa? -Ela pergunta alarmada terminando de se arrumar.
— Me desculpe, por favor, é que... -Esfrego o rosto com ambas mãos tentando me tranquilizar.
— Oh, não. Não me diga que você tem namorada. -Sua voz sobe algumas oitavas e solto uma gargalhada debochada.
— Não sou desse tipo de idiotas, gata. -Resmungo ficando cada vez mais irritado comigo mesmo.
Jessica se senta ao meu lado e me observa atentamente.
Seus olhos me analisam de cima para baixo e o canto dos seus lábios se curvam em um sorriso quando ela parece entender o que está acontecendo.
— Pode até não ter uma namorada, mas com certeza está pensando em outra, não é mesmo? -A pergunta é feita com certo desânimo e sou obrigado a concordar.
— Eu... eu sinto muito. -Solto uma longa respiração. — Você é linda, tipo... muito linda mesmo, é só que há uma garota que simplesmente não sai da minha cabeça.
Me preparo para ser xingado de todos os pronomes possíveis, mas ao contrário do que pensei, Jessica encosta na poltrona e cruza os braços sorrindo abertamente.
— E essa garota sabe disso?
Me jogo para trás e cubro meus olhos com o braço.
— Não... -suspiro outra vez. — E talvez nunca saiba. Hoje eu... eu meio que a vi com outro cara.
Escuto um ofego indignado e rio baixinho.
— Nós não temos nada sério, ela até me disse que não estava afim de relacionamentos quando a chamei para sair...
— Caramba, então a coisa está realmente feia para o seu lado. -Faço uma careta percebendo que por mais que não queira admitir, ela tem razão.
— O problema é que às vezes ela parece se afetar quando estou por perto, ou quando nos tocamos... -Lembro das vezes que consegui me aproximar de Ava sem que ela fugisse de mim e de como ela reagiu cada instante que estivemos juntos para alguma aula ou até mesmo quando caminhamos em silêncio até o estacionamento.
— E você já tentou conversar com ela? -Jessica acende um cigarro enquanto conversamos e nego com a cabeça.
— Digamos que ela é meio... complicada. -Confesso. — Não sei o que aconteceu com ela, mas desde que chegou na minha faculdade, percebi que se assusta com facilidade quando alguém se aproxima de supetão, ou que ela parece não ter dormido bem porque sempre está com sono ou quase não come direito...
— Oh que bonitinho, você está caidinho por ela. -A loira zomba levando o cigarro até a boca e soltando uma boa quantidade de fumaça para o lado, e só consigo sorrir diante da provocação.
— Para ser sincero, não sei se é isso que está acontecendo, hã... digamos que as garotas geralmente vem até mim e não o contrário. -Digo a última frase levemente envergonhado ao perceber como ela soa ridícula fora da minha cabeça.
— Só não vou te dar um tapa porque literalmente acabamos de nos conhecer e você realmente é um gato, mas tenho quase certeza de que o que acontece, é que não está sabendo lidar com isso justamente porque nunca precisou correr atrás de ninguém. -Jessica observa com o rosto sério e então as peças começam a se encaixar uma por uma dentro da minha cabeça.
— Nesse caso, o que sugere que eu faça? -Mordo o dedão apreensivo.
— Se abra com a garota, diga como está se sentindo e que embora tudo isso seja uma experiência nova, mesmo assim você quer tentar algo com ela.
Balanço a cabeça para cima e para baixo fazendo uma nota mental para conversar com Ava assim que nos virmos na faculdade.
Jessica está certa. Preciso deixar bem claro o que quero. Fazer Ava entender que embora digam um milhão de coisas sobre mim, eu sou muito mais do que um galinha que dormiu com uma enorme variedade de garotas.
Eu posso ser alguém que ela chegue a gostar, só preciso de apenas uma chance.
— Obrigado, Jessica. -Beijo seu rosto em um gesto desprovido de qualquer tensão sexual e ela cai na risada.
— De nada... -Seus olhos brilham animados. — Vá conseguir a sua garota, estou torcendo por você. -Ela me abraça lateralmente. — Agora se me der licença, acho que vou nessa. Estou um pouco cansada para ser sincera. Só vim hoje, porque queria me distrair um pouco de toda essa loucura que é a minha vida.
— Quer uma carona para casa? -Ofereço me levantando junto com ela.
— Oh, isso seria ótimo. -Algumas pessoas se sentam rapidamente na poltrona que ocupávamos minutos atrás e puxo Jessica pelo braço para guiá-la até a saída.
Andamos lado a lado desviando de algumas pessoas bêbadas pelo caminho e preciso me controlar para não socar a cara de alguns idiotas que tentam passar dos limites com a garota.
Quando chegamos no estacionamento, levo-a até o meu carro e entramos em silêncio.
Jessica me explica como chegar até o seu condomínio e durante o trajeto conversamos sobre coisas aleatórias. Acabo descobrindo que ela é uma fã de carteirinha do meu pai e prometo lhe mandar uma foto autografada.
Ela não é do tipo de fãs que apenas vê a sua beleza, muito pelo contrário, a garota parece saber muito sobre luta e até mesmo comenta que treinou durante muitos anos antes de se mudar para cá para seguir seu sonho de ser uma piloto de aviões profissional.
— Chegamos. -Afirmo baixinho ao mesmo tempo que estaciono bem na entrada do seu edifício.
— Obrigada, Jhonatan, você é um cara legal. -Ela aperta minha bochecha de leve. — Tenho certeza de que essa garota vai se render rapidinho, confie em mim. -Concordo sério em um movimento de cabeça e nos despedimos rapidamente.
Espero que ela atravesse o portão e esteja em segurança para dar partida no carro e ir para casa determinado a conquistar Ava, leve o tempo que for.
NOTA DO AUTOR
Helloooooo gatos e gatas.
Acharam que não ia ter cap hoje?
Pois acharam errado kkkkkkkk
Não queiram me bater fazendo favor, senão vão ficar de castigo.
Espero que tenham gostado do cap.
Não se esqueçam de votar e comentar!
Amo vcs, 🥰
Bjinhossss BF🖤🖤🖤
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