Capítulo 5.
Luna.
Estamos quase ao fim do segundo dia de observação quando a esperada movimentação acontece, agimos rápido para rastrear de onde vem o dinheiro e para onde ele foi transferido, conseguimos seguir o rastro mesmo passando por vários lugares.
- Quase todo ele foi colocado em algumas ilhas na Oceania. – Falei olhando para os homens reunidos na sala, assim que soubemos da movimentação chamamos todos eles. – Mas uma pouca quantia foi movimentada dentro do país, mais especificamente em uma das rodovias que liga Idaho a Utah.
- Pesquisando encontramos um antigo aeroporto particular em Utah que já foi usado por traficantes. – Jordan falou. – Achamos que eles podem tentar usá-lo para sair do país.
- Se nossa fêmea estiver com eles precisamos chegar o quanto antes para conseguir resgata-la. – Falei.
- Vamos levantar voo em 15 minutos. – Trey falou rapidamente. – Se preparem. – E saiu da sala com o telefone na mão.
Quinze minutos depois os helicópteros estavam prontos e Tim gritava ordens sem parar, parecendo mais nervoso que o normal, ele estava tão vermelho que parecia prestes a explodir, isso não pode ser saudável para um humano dessa idade.
- Ele é sempre assim. – Jericho se aproximando de mim. – Com o tempo você se acostuma.
- Não sei, ele fere meus ouvidos. – Reclamei. – Como lida com isso?
- Já falei, costume. – Se afastou.
Caminhei até o helicóptero com os demais, mas fui parada por Trey que me entregou um colete.
- Você usa isso. – Falou sem deixar brecha para discussão. – Fica atrás de nós e não banca a heroína.
- Tudo bem. – Revirei os olhos colocando o colete, machos.
Eu só queria que eles me tratassem como igual, mas humanos ou nova espécie, eles me tratam como se eu fosse fraca e incapaz, eu sou treinada e apta ao trabalho como qualquer um, não são uma incapaz, não preciso ser salva. Bufo subindo do helicóptero e levantamos voo, durante o voo as últimas orientações são passadas, eu presto atenção em tudo. Quando pousamos a uma distância curta é possível ver um grande jato na pista, os machos me deixam atrás deles e avançamos em formação.
Os guardas do desgraçado atiram em nós, revidamos matando alguns, mais deles saem do jato, eu sigo os machos que vão em direção ao avião, não podemos deixar que essa merda levante voo.
Mesmo com a ordem de não o fazer eu entro, se a presente estiver aqui eu preciso encontra-la enquanto ainda é tempo, mas ela não estava, apenas mais guardas e o maldito velho, matei dois dos guardas antes de Trey e Mike entrarem matando os outros três, seguraram o maldito velho, mais membros da força tarefa entraram no avião.
- Onde ela está? – Perguntei me aproximando dele que era segurado por dois machos.
- O maldito animal acha que pode me fazer perguntas. – Ele cuspiu as palavras.
- Assim como posso lhe matar. – Rosnei.
- Essa tem fibra eu pode... – O maldito se calou quando Rick o socou o fazendo desmaiar.
- Rick. – Mike o olhou.
- O que? – Olhou para o outro. – O desgraçado não ia falar, apenas tentar fazer acordo e não temos tempo.
- Ele tem razão. – Jordan falou. – Rick me ajude aqui. – Ele segurava um dos guardas.
- Harley leve esse monde de merda. – Rick entregou o velho ao canino.
- Saiam, vamos nos divertir um pouco com esse aqui. – O sorriso que Jordan dei era diabólico.
Saímos da aeronave, os humanos maus que não estavam mortos foram presos, eles esperaram uma equipe de carro para levar essa escória a fuller onde não voltariam a ver a liberdade em vida, outra equipe chegaria depois para a limpeza junto da polícia local que se livraria dos corpos. Eu conseguia ouvir gritos vindo do jato e alguns minutos depois Rick apareceu sozinho.
- A fêmea está em um rancho em Idaho. – Ele falou descendo as escadas apressado. – O maldito velho a entregou de presente para os guardas que iam ficar aqui. – Rosnei de raiva sabendo o que isso significa. – Temos que ir rápido, mas...
- Pode já ser tarde demais. – Uma dor profunda se instalou em meu peito ao falar as palavras.
- Puta merda. – Tim berrou. – Vamos rápido.
Os minutos seguintes se passaram em um borrão, Jericho me puxou para o helicóptero e eu só consegui me focar e controlar a minha mente quando já estávamos próximos do local, meus olhos se fixaram em Harley e Jericho e eu vi nos olhos deles a mesma fúria assassina que eu sentia em mim. O cheiro de raiva era quase sufocante dentro do espaço apertado, misturado com medo e angústia, imagino que os machos estão ainda mais atormentados pelo cheiro já que eles têm o olfato mais apurado que o meu.
O helicóptero nos deixou longe da propriedade para que não fôssemos avistados, avançamos a pé em direção a fazenda, pelo menos três veículos eram visíveis a frente, avançamos apressadamente e logo estávamos entrando pela porta da cozinha.
Harley avançou rápido sobre o macho de costas pegando algo na geladeira e lhe quebrou o pescoço, avançamos para a sala de onde vinham as vozes alteradas.
- Quem vai ser o próximo a foder a puta animal. – Ouvi um dos malditos falar e eu quase não reprimir um rosnado.
- Ela pode não ser nada, mas sua boceta é bem gostosa. – Outro ria e eu ouvi um tilintar de corrente.
Quando chegamos no lugar eu a vi, pequena e nua, uma corrente em seu pescoço e um macho a puxando, antes que qualquer um agisse eu avancei, atirei na cabeça do macho que a segurava e ouvi o grito dela quando se jogou no chão.
Gritos e estampidos machucavam meus ouvidos e eu queria ajudar a matar os desgraçados, mas eu a vi correndo por uma porta muito assustada, fui atrás dela pelo corredor e a encontrei no chão encolhida perto de uma porta fechada. O cheiro do seu medo era forte, quase sufocante.
- Oi. – Falei me aproximando. – Não precisa ter medo. – Ela parecia trêmula.
- Você. – Sua voz era baixa e suave. – Você parece comigo, mas é maior.
- Sim, eu sou como você, mas sou maior. – Falei sentando a sua frente. – Viemos lhe salvar e você vai conhecer outros como nós.
- Vieram me salvar? – Ela me olhou confusa.
- Sim, nada de ruim vai voltar a acontecer com você. – Lhe prometi. – Aqueles homens não vão mais lhe machucar.
- Vieram por mim, estão matando por mim? – Ela parecia mais confusa e eu só acenei. – Mas eu não valho o esforço, não valho nada. – Rosnei e ela se encolheu.
- Não estou com raiva de você. – Me apressei em falar. – Estou com raiva dos malditos que lhe fizeram mal, você é muito valiosa querida, nós faríamos qualquer coisa por alguém da nossa espécie, estamos procurando por você tem muito tempo.
- Você está falando a verdade? – Seus olhos caramelo estavam cheios.
- Sim eu estou, estamos aqui apenas para lhe resgatar e te levar pra casa.
- Eu tenho uma casa?
- E uma grande família. – O cheiro do seu medo diminuiu a medida que eu conversava com ela. – Vamos. – Me coloquei de pé e estendi a mão que ela aceitou.
Eu reparei mais nela, sua pele escura está cheia de cortes, alguns antigos, outros recentes, alguns ainda sangravam, ela devia ter menos de um metro de meio, suas características espécie suaves mesmo para uma presente deixam claro que ela é uma primata, os olhos caramelos agora carregam alguma esperança, seus cabelos cacheados estão desgrenhados.
- Eu me chamo Luna. – Falei sorrindo sem mostras as minhas presas. – Você tem um nome? – Ela balançou a cabeça.
- Sei que os nomes pelos quais eles me chamavam não são nomes de verdade, são insultos. – Ela falou e eu tive que reprimir outro rosnado.
- Eu também não tinha um nome até ser resgatada.
- Quem lhe deu esse nome?
- Eu mesma escolhi. – Falei. – Quando chegarmos você também vai poder escolher um nome. – Ela pareceu animada com isso.
Ouvi passos no corredor e senti o cheiro de Harley, ela se encolheu novamente.
- Eu trouxe uma roupa. – Harley falou parado a uma certa distância.
- Olhe pra mim. – Toquei o seu braço e ela me olhou. – Ele é como nós, veja. – Ela o olhou.
- Ele é tão grande.
- Sim, ele é. – Sorri. – Ele é como eu e você e veio para lhe salvar.
- Tudo bem. – Ela ainda estava apreensiva.
- Pode se aproximar Harley.
- Tem certeza? – Ele olhou diretamente para a pequena fêmea atrás de mim. – Eu não quero assusta-la.
- Não vai, ela é corajosa não é querida?
- Sou? – Sorri do seu jeito.
- Sim, você é. – Ela sorriu.
Ele se aproximou me entregou a roupa e saiu. A ajudei a se vestir e calçar meias para que pudéssemos a levar embora.
- Olha querida. – A olhei nos olhos. – Quando sairmos pela porta vamos encontrar machos humanos. – Ela tremeu. – Eles estão comigo, são bons humanos que nos ajudam a procurar por outros Nova Espécie. – Ela me olhou confusa. – Pessoas como nós.
- Entendi, somos chamados assim?
- Escolhemos esse nome também. – Sorri. – Eles resgatam pessoas como nós, prendem quem nos fizeram mal, arriscam suas vidas por nós. – Falei calmamente. – Nem todos os humanos são maus, fique ao meu lado e não se assuste.
- Tudo bem.
- Está pronta?
- Não sei.
Sorri mais uma vez e peguei sua mão a levando para a cozinha evitando os corpos, do lado de fora da casa eles nos esperavam, ela apertou minha mão com mais força quando viu os machos humanos, focando seus olhos em cada um deles, o cheiro do seu medo elevou um pouco, mas se manteve firme.
- O helicóptero está chegando. – Trey falou.
- Nós vamos voar.
- Voar? – Ela me olhou surpresa.
- Sim, é muito legal.
Ela se sobressalto quando ouviu o barulho do helicóptero e fixou atrás de mim enquanto ele descia, entramos na aeronave, a acomodei entre mim e Jericho deixando Harley a sua frente, acho que ela se assustaria se visse os olhos vermelhos do primata. Em algum momento do trajeto para Homeland ela adormeceu em meu ombro.
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Fico feliz que tenham encontrado mais uma fêmea presente com vida.
Rick teve uma folga nesse capítulo, mas isso não vai durar. Kakakakakak
Até a próxima. 😘
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