Capítulo 29.
Luna.
Bato na porta da pequena cabana afastada, a casa de Slayer é bem afastada dentro da zona selvagem, ele tem apenas os diversos animais que abrigamos aqui como companhia, não se socializa com quase ninguém e está bem resistente a aceitar tratamento psicológico, felizmente Sharp tem o visitado com frequência e os dois tem formado uma espécie de vínculo na dor e culpa pelo que sofreram.
Ele finalmente depois de semanas escolheu um nome, se chama Slayer agora, escolheu esse nome por se sentir um assassino, ele se culpa pelo que aconteceu a uma das fêmeas enquanto estava com a droga de reprodução e acredita que não deve viver, por isso estamos todos tão preocupados com ele, sobretudo ficando tão afastado de todos.
Bato novamente quando ele não me atende e finalmente escuto seus passos e seus bufados quando se aproxima da porta a abrindo, sua casa é pequena e toda de madeira, do tipo rústica com madeira maciça em toras, mas é muito bonita, ele fica parado na porta, mas quando dou um passo se afasta para me deixar passar. Sinto o cheiro de Sharp mostrando que o macho esteve aqui recentemente.
Por dentro sua casatem pouco a móveis e é bem rústica também, o sofá é feito a partir de um tronco com um estofado macio, a mesa é um tronco cortado ao meio, a única coisa de pedra aparentemente é o balcão que separa a cozinha.
- Como você tem passado? – Perguntei me sentando em no sofá.
- Você não tem mais o que fazer com o seu companheiro do que vir aqui me incomodar? – Rosnou fechando a porta. – São recém acasalados.
- Você é tão gentil. – Revirei os olhos. – Rick está trabalhando agora.
- E vocês não precisam vir aqui a cada horas para se certificar que eu não me matei com a faca da cozinha. – Ele fala se sentando em uma cadeira.
- Não é isso. – Me olhou profundamente com seus olhos esverdeados. – Nós nos preocupamos com você.
- Eu sei. – Ele rosnou novamente. – Vocês parecem não se importar com minha vontade ou com o que eu fiz.
- Nós somos uma família Slayer. – Falei rosnando frustrada. – Cuidamos dos nossos.
- E dela quem cuidou? – Ele rosnou e eu rosnei de volta irritada.
- Cada um de nós passou por situações horríveis naquele lugar de merda, nós apenas tentamos sobreviver mais um dia. – Rosnei. – Você não podia fazer nada por ela, a culpa não é sua meu amigo, você sequer sabe o que aconteceu.
- Vocês encontraram uma ossada, deveria ser eu morto, não ela.
- Você já sabe que não é sua culpa. – Falei pela milésima vez suspirando cansada. – Tenho certeza que a doutora Joyce já falou com você sobre a culpa do sobrevivente. – Não sabemos se os ossos eram da presente albina, mas não adianta falar novamente isso para ele.
- Ela vive me falando sobre isso. – Ele suspira. – Aos poucos eu vou entendendo sobre isso, não quero mais morrer, embora ache que deveria ter sido eu a morrer na época, não quero fazer isso agora, não traria ela de volta, não muda nada.
- Já é um avanço.
- Estou empenhado a ajudar o nosso povo agora, esse vai ser o meu propósito. – Sorri. – Já que eu sobrevivi quero ser útil.
- Fico feliz, isso já é um avanço. – Falei mais animada. – Dito isso eu vou fazer o convite que fez eu me deslocar até aqui. – Sorri novamente. – Eu e Rick vamos nos casar segundo as leis humanas.
- Mas vocês já são companheiros. – Ele falou.
- Sim, mas os nossos papéis são mais para nos dar garantias. – Ele me olha confuso. – Somos companheiros, estamos acasalados, mas queremos nos casar perante a lei humana.
- Acho que entendo. – Ele falou.
- Então, vamos fazer uma festa no nosso casamento e quero você presente.
- O que? – Ele parece surpreso.
- Claro que sim. Você é um importante convidado.
- Não vai ter muita gente?
- Vários Nova Espécie, os membros da força tarefa, a irmã de Rick e alguns amigos dele. – Falei como se não fosse nada.
- Luna eu não acho que seja lugar pra mim. – Franze a testa.
- Claro que é, você faz parte da minha família agora.
- Luna...
- Slayer, você é um dos nossos. – Falei. – Eu ficaria muito grata se você viesse.
Ele continuou relutante e eu tentando convence-lo, depois de vários minutos de conversa acabou por aceitar, mas acredito que mais para se livrar de mim do que qualquer outra coisa, pelo menos eu consegui que ele aceitasse ir ao casamento.
Depois de conversar mais um pouco e verificar se tinha comida suficiente em sua casa eu me despedi e fui embora.
- Luna. – Nille abriu os braços animada para me abraçar.
- Nille. – Sorri a abraçando e a puxando para dentro de minha casa.
- Chimes. – Abracei sua acompanhante.
As duas entraram. Nille foi a presente que resgatamos na minha última missão com a força tarefa, ela deve ter menos que um metro e meio, é toda delicada até em suas características espécie, é uma primata, não se aproxima muito de machos pelos traumas que sofreu, mas é bem mais sociável que a maioria das fêmeas presentes que resgatamos. Por vezes ela se irrita com a proteção que é colocada sobre ela e eu lhe dou total apoio.
- Obrigada por virem meninas. – Sorri olhando para elas.
Layla, Hope, Amália, Rachel, Chimes, Nille, Bela, Creek e Trisha estão hoje aqui em nossa casa para me ajudar a escolher meu vestido de noiva. Meu casamento com Rick acontece em breve e eu preciso escolher meu vestido de noiva, faremos isso pela internet, foi sugerido que eu poderia optar por chamar uma costureira até aqui para desenhar e fazer o meu vestido, mas eu não quero nada demorado, acho que comprar o vestido pronto vai ser mais adequado para as minhas necessidades.
- Eu sinto cheiro de comida. – Chimes sorriu.
- Preparei comida para nós. – Falei sorrindo. – Vou buscar para podermos começar. – Me virei indo até a cozinha.
Rachel foi comigo para me ajudar e Hope acabou vindo também, pegamos as bandejas com nossa comida que são salgados e algumas torradas com patê e humos e levamos para a mesa, colocamos as bandejas e voltamos para a cozinha para pegar nossos refrigerantes.
- Vamos começar. – Amália estava animada.
- Eu já estou ansiosa. – Layla sorriu.
Me sentei na cadeira logo a frente da tela e as outras se amontoaram a minha volta, começamos a passar pelos anúncios olhando atentamente cada um deles a procura do vestido que me agradasse por completo.
Depois de horas acabamos por escolher três modelos de uma loja que se dispôs a manda-los até aqui para eu escolher um deles, eles eram lindos.
No dia seguinte ocupamos um apartamento vazio na residência humana para poder receber a vendedora da loja, depois de discuti e com a segurança achamos que aquele era o melhor local para isso. Sharp e Jinx estavam presentes sentados na cozinha. A porta se abriu e Field passou acompanhado de uma fêmea humana, ela era baixa, apenas um pouco maior que Nille, seu corpo era cheio como o de Layla, seus olhos de um azul quase transparente e os cabelos pretos cortados curtos, ela trazia uma bolsa no ombro e Field carregava os sacos com os vestidos. Field deixou os vestido sobre o sofá e falou que esperaria do lado de fora.
- Olá. – Ela acenou nos olhando. – Me chamo Helena e vim atender vocês hoje.
- Olá Helena. – Falei me aproximando dela. – Eu sou Luna fico feliz que tenha vindo. – A apresentei para as demais aqui presentes.
Ela olhou para todas nós com curiosidade, fixou seus olhos em Nille provavelmente por não imaginar que tivesse uma Nova Espécie do seu tamanho, mas não disse nada e logo desviou os olhos de volta a mim.
- Então você é a noiva?
- Sim, essa sou eu. – Falei a guiando pela sala.
Ela tinha cheiro de criança, sabe aquelas colônias de bebê, leite materno e cachorro, tinha também cheiro de panqueca, mas não tinha cheiro de nenhum macho nela.
- Você tem filhos? – Ela me olhou surpresa.
- Como você sabe? – Se olhou, provavelmente procurando por alguma sujeira.
- Sinto.ujeirao cheiro de criança e leite materno.
- Vocês realmente tem um olfato apurado. – Ela falou. – Eu tenho, uma bebê de sete meses chamada Cristy.
- Interessante. – Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa Rachel interveio.
- Vamos, comece a experimentar. – Ela falou rapidamente. – Estou bem ansiosa.
- Sim, claro. – A vendedora pareceu agradecida. – Eu tomei a liberdade de trazer mais um modelo ele é no mesmo estilo dos outros e como é novo ainda não está no catálogo. – Seguiu para o sofá. – Espero que não se incomode.
- De maneira alguma. – Falei.
Experimentei os vestidos uma a um, todos eram leves e fluidos que me permitia movimento eu não queria nada que parecesse me prender, isso seria desconfortável. Por fim o que eu mais gostei foi o que ela trouxe por conta própria, um vestido em um tecido fino de um branco levemente amarelado, alças finas, na parte do busto uma renda e uma saia longa soltinha que me conferia um belo movimento ao meu corpo, ele ficou perfeito, parecia feito especialmente para mim, sua barra quase chegava ao chão.
- Eu gostei desse. – Falei virando para as meninas.
- Ele é lindo.
Elas me apoiaram na escolha e nós comunicamos a Helena a minha escolha, ela prontamente disse que faria os poucos ajustes necessários, soltou o restante da Barra para que a saia tocasse o chão, fez um ajuste nas laterais, pois estava levemente largo demais.
Depois que os ajustes estavam concluídos eu fiz o pagamento, a agradeci e nos despedimos dela, já era quase noite quando a vendedora foi embora ao lado de Field, Creek levou o meu vestido com ela para o hotel e eu voltei para a minha casa ansiosa para encontrar meu companheiro, já estava doendo de saudade dele.
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Aí que o casamento está muito perto.
Gente o próximo capítulo é o último.
Até a próxima. 😘🥰
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