Capítulo 1 - Lumuria

Atenção!
Essa obra possuí gatilhos, menção e atos "canibais", sinais de tentativa de suicídio, depressão, baixa-estima, além de uma breve apresentação sobre a obra.
A fic terá 3 caps, no máximo 4 se não der para escrever o suficiente em 3, cada cap com até 3K de palavras, haja paciência...

Espero que gostem!

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Entre uma tentativa e outra, o rapaz se via obrigado a buscar uma nova alternativa.
Ele não teve culpa de nada, nunca teria.
Quando lágrimas grossas pingaram de seus olhos e o sangue escorreu de seus pulsos para a banheira, aquele enorme jardim de lavanda surgiu sobre os seus pés.
Um sorriso escapou de seus lábios, ele foi forte. Ele aguentou.
Amar e não ser amado doía.

Quando os olhos opacos se viraram para a imagem ao lado, apenas sua própria versão nova era vista, ao invés de castanho, seus fios eram negros como o breu mais profundos.
Ele estava cuidado e amado.

Aquele sim, era quem ele queria ser.
Mas infelizmente, ele não foi aquela versão.

Novamente a dor o abateu, o sorriso se murchou, deixando as lágrimas consumirem seu sangue, enquanto sua vida era retirada por seus pulsos.

Doeria menos morrer ali, do que aguentar mais.
Ele aguentou demais.

Amar e não ser amado... Realmente doía muito.


– JISUNG! – aquela voz chata berrou, fazendo o Han revirar os olhos, odiava seu vizinho barulhento, na realidade, ele odiava muita gente.

O Han ignorou os berros na porta, voltando a ler seu tão depressivo e sangrento livro, porém sua barriga já estava roncando fazia um tempo.
Suspirando, Jisung precisou fechar o livro. Precisava fazer compras.

Pelo visto não terminaria de ler o Túmulo das Borboletas naquele dia. Pelo menos ele teve tempo de ler muitos livros, como Rebellion, Rua de Rosas e Máscara.

Infelizmente devido ao trabalho, cursos e correria de fugir de homem estava tirando seu tempo.

Bom, era melhor explicar tudo do começo.

Jisung é um virgem, um dos bem loucos para perder a virgindade.
Não por falta de oportunidade, o que mais existem por aí são pessoas que dão mole para o Han, afinal, ele era um baita gostoso, porém, para entenderem o pavor do rapaz, precisamos chegar no mercado.

Enquanto isso não acontece, prefiro narrar mais sobre a cidade. Como eu disse, estaremos sabendo tudo do zero e por início, vamos falar sobre a cidade.

Em Lumuria, uma cidade pacata no interior de Verbena, existe uma lei, uma entre milhares, mas a que realmente pega diversas pessoas desprevinidas, uma lei aonde estupro resulta na morte do estuprador.

Isso não seria uma lei ruim, de fato muita gente merecia virar defunto nessa vida, porém, isso vai além. Em Lumuria, não existe canibalismo, pois é a carne de estuprador, a única que realmente pode ser comercializado normalmente em estabelecimentos e mercados.

Em Lumuria não há criadouros, então não há comércio voltado a carne animais, já que de anos, sua cultura impedia a alimentação a base de animais irracionais, isso de acordo com a lei, então nada melhor do que uma nova lei para que a anterior fosse superficialmente burlada, mas de forma legal, afinal, estupradores não eram animais irracionais.
Eles sabiam muito bem a merda que faziam.

Tudo perfeito, uma lei que muitos apoiaram, isso é, se não fosse uma onda de golpes aonde três pessoas anônimas fazem uma sequência de golpes envolvendo as mortes de pessoas inocentes. Histórias e pessoas contam que são mais de três golpistas, mas pela quantidade de denúncias sobre pistas largadas ao vento, chegaram a apenas três possíveis culpados e por mais incrível que fosse, a polícia até os dias atuais não os prendeu.

Três homens realizam o coito consensualmente com suas vítimas, tudo delicioso e as dez maravilhas, semanas depois chega na porta a carta judicial e a pena de morte sem legítima defesa. De acordo com o parente de uma das vítimas, que teve a chance de ouvir suas últimas conversas, a polícia estava sendo comprada pelos homens, além da justiça e o mercado estarem todos juntos nisso.

Lumuria não recebia muito visitante e aos poucos, não existiam mais estupros, como manter a venda de carne sem a própria carne? Pois é, eles deram um jeito.
Com isso, a onda de estupro novamente cresceu e mais mortes ressurgiram, assim, mais e mais carnes, como um ciclo infinitos.

Era exatamente esse o pavor de Jisung, ultimamente até elogiar virava estupro, eles ignoravam a cadeia, não existia mais, apenas pratileiras com bife humano crua nos mercados.

Como se não fosse o suficiente, além de todo esse complô, ultimamente três gatões estavam na sua cola e a paranóia do rapaz atacou como nunca.
Um desses três, era Hwang Hyunjin, ou o tal vizinho barulhento, que não estava mais lá quando o Han saiu as compras, o que facilitou sua vida.

Hyunjin era o primeiro a sorrir de forma galanteador, se pendurar sobre a parede do prédio como se fosse a porra de uma puta.
O homem usava sempre uma saia rodada rosa clara ou branca, sempre de detalhes distintos, meia calça 7/8 rendada da cor da saia e a blusa as vezes cobria seu tronco todo, as vezes era um croped que fazia sua mentalidade ir para a puta que pariu.
Além daqueles fios rosinhas até os ombros e o gloss de morango, este que o Han descobriu quando Hyunjin soltou do nada procurando o tal produto na bolsa.

Jisung tinha fobia deste homem, pois ele fazia questão de dar em cima de si, fazia questão de gemer alto no apartamento ao lado, dando como uma cadelinha escandalosa, pelos céus, Jisung era só um virgem, ele não conseguia lidar nem com uma punheta direito.

O Han balançou a cabeça, não poderia perder tempo assim, acabaria com uma ereção no meio da rua.
Engolindo seco, precisou apertar os passos, porém não teve uma chance muito boa.

Ao caminho do mercado, aquele maldito beco escuro e estreito era obrigatório de passar, afinal, sua casa não tinha tantas oportunidades de caminhos, Lumuria não existia tantas oportunidades de caminhos, afinal, era quase uma cidade totalmente composta por ruas estreitas e com chão repleto de flores laranjas.
Estas chamadas Lumurias, pequenas flores que deram origem ao nome da cidade ou a cidade que deu origem a flor, já que só nasce ali.

Enfim, nunca saberia.

O Han suspirou, caminhando depressa, mas não foi desta vez.

Agora vocês poderiam conhecer a segunda alma penada que perseguia o cu do Han como se fosse a última bunda do mundo.

Minho era um homem de estilo gungster, bem vingativo quando provocado, isso foi descoberto da pior forma possível.
Os fios castanhos cacheados batiam nos ombros, o sorriso ladino sempre brincava em seus lábios, suas roupas sempre pretas e aquela maldita jaqueta jeans preta.
O homem lambeu os lábios, olhando para o Han, dos pés a cabeça, enquanto se escorava sobre a parede.

Ao contrário de Hyunjin, que era só um rodado famoso no prédio, afinal, já ouviu de quase todo homem da cidade que já fodeu o Hwang, pois ele gostava de sexo.
Minho já o fazia por trabalho, era um gigolô nato, que queria apenas um trabalho gratuito exclusivo para o Han, mas sempre recebia uma resposta negativa.

O Lee já até apareceu com a calça desabotoada e a blusa aberta, mas só recebeu um olhar tímido e o Han correu mais rápido que carro de corrida de Fórmula 1.
A única vez que Jisung o tocou, foi no dia que Minho havia sido realmente abusado e estava desmaiado naquele beco.

Maldita hora que o Han o ajudou, agora estava sendo alvo daquele gostoso do caralho, pois é, ninguém mandou ser educado, bondoso e gostoso. Agora se fodia.
Mas pelo menos o Han teve gosto de comprar a carne daquele desgraçado, cozinhar ela e na manhã seguinte, entregou a Minho, vendo o homem se deliciar com a carne de quem o abusou.

Jisung não podia ficar tanto tempo ali, por isso ralou o pé quando viu Minho, querendo mais uma vez, dar em cima de si.

O Han finalmente chegou no mercado, escolhendo suas compras da semana, afinal, seu apartamento não era grande o suficiente para compras do mês.

Finalmente chegando sua vez no caixa.

O Han resmungou, havia se esquecido que era sábado. Logo sábado, dia em que Lee Felix estava ali.

Quem é este? Ah, eu te explico.

Lembra que eu disse sobre três homens gostosos dando em cima do Han, tentando tirar sua virgindade a todo custo? Pois é, Felix é um deles.
O terceiro, para ser exato, ao mesmo tempo, podia ser o pior.

Não que ele fosse um psicopata, mas o Han pensava que fosse.

O sorriso doce para si era uma faca no coração, as sardas atiravam em sua cabeça, os fios rubros eram um surto coletivo eterno, agora os fios estavam loirinhos.

– Posso ajudar? – pelos céus, aquela voz grossa gostosa do caralho, era o contrário total, o oposto direto da face infantil, os lábios de coração vermelhinhos naturais, além de que, o rapaz amava roupinhas largas e de cores alegres. Ele era sinônimo de perigo – Está a um tempo me encarando.

O Han engoliu o seco, sorrindo fraco para o rapaz, antes de pôr suas compras sobre o caixa.

– Coração de mulher? Não sabia que teve carne tão rara no freezer. – murmurou o rapaz, atingindo em cheio o pavor de Jisung, pelo caralho, ele tinha que comentar sobre isso.

Okay que não era tabu falar de carne humana. Era a cultura da cidade, mas para Jisung, ouvir qualquer um desses três falando de carne era assustador, principalmente Felix, o caixa do mercado, pois ele sempre comentava algo.

– Eu gosto de sentir o coração masculino, é mais duro... As veias ainda ensanguentadas é mais agradável. – o Lee sorriu – Já tentou marinar coxa em limão e alho?

O Han negou, ele odiava alho.

– Pena... Fica perfeito. A coxa de homem é tão dura... Tive caninos bem mais afiados e fortes depois que comecei a comer apenas carne de homem. Mulher é macio demais. – o caixa sorria, como se não soubesse que esse sorriso atirava em sua alma.

Quando tudo foi pago, o Han ouviu um "volte sempre", mas quando olhou para o mercado através dos vidros, suspirou, Felix realmente só sorria quando Jisung estava na fila e só comentava qualquer coisa consigo.

O Han voltou para casa, iria cozinhar aquele coração, porém quando passou por aquele mesmo maldito beco, seu estômago embrulhou.

Algo estranho corrompeu seu coração, estava com... Ciúmes?

Minho estava transando no meio do beco, outra coisa normalizada em Lumuria, contando que tivesse em um beco bem escondido e com cordão de indentificação de puta ou gigolô, a pessoa poderia realizar o coito em público.
Porém ver Minho transando com um estranho lhe doía.

Não era em cima dele que Minho dava?

O Han suspirou, cruzando os braços com as compras na sacola em seus braços, caminhando reto, não queria olhar.
Ignorou as estocadas que Minho recebia, ignorou os gemidos baixos, até ouvir o que ele não deveria.

Jisung era bonzinho demais...

– P-favor... Por... Por favor... Não aguento... Está doendo. – Minho murmurou, ele estava jogado sobre a parede e recebia esticadas fortes, sua bunda estava avermelhada e aquilo era claramente sangue.

O Han arregalou os olhos, sentindo sua respiração falhar.
Aquilo não era consensual, era um tipo de estupro, aonde o coito era consensual e depois, havia passado dos limites do parceiro, deveria parar e não continuar.

Jisung não deixaria, por isso pegou o telefone, fazendo o certo.
Ele deu o lugar e toda a aparência do homem que parecia fora de si, ao ponto de nem nota-lo ali.

Minho precisou aguentar bastante, quase duas horas de dor, choro e desespero, finalmente a polícia chegou e sem um pingo de humanidade, simplesmente o arrastou para a viatura, o homem que foi levado parecia estocar o pênis no vento, como se ainda imaginasse Minho ali.

O Lee caiu sentado, se agarrando nas próprias pernas enquanto chorava.
Jisung engoliu seu orgulho, pois a polícia não pedia nada, nem precisava, agora o homem já estava fadado sem legitima defesa e Minho largado sem apoio do governo... Como sempre foi...

– Eu... Queria apenas um emprego decente. – o Lee murmurou, sentindo os fios castanhos sendo acariciados – Não pedi para nascer aqui... Em um puteiro.

O Han suspirou, afinal, estavam na porta de um prostíbulo, Minho cresceu, nasceu, morava ali, trabalhava para eles.
A dívida seria sua vida, afinal, foi criado pelo cafetão, não poderia abandonar aquele lugar.

O Han não podia fazer nada.

– Sinto muito, Minho... – o Han sussurrou, acariciando a face machucada do rapaz – Realmente não posso ajudar em nada? A empresa est-

– Seríamos mortos se eu fugisse... Eu devo minha vida a esse lugar... Eu entendo ele... – o Lee sorriu fraco, empurrando a mão de sua face – Não queria que você visse aquilo... Agora vai ter mais pena de mim.

– Você não teve culpa. E... Não é a primeira vez que vejo isso... Infelizmente não será a última... Mas assim como todas as outras vezes, eu os fiz virar carne naquele mercado. – o Han sorriu, vendo o rapaz sorrir com a piada de mal gosto – Trago sua janta.

– Obrigado de novo, Han. – o Lee assistiu o rapaz saindo, antes de entrar no prostíbulo, abatido e dolorido, se dirigindo ao próprio quarto antes de se jogar sobre a cama, buscar no bolso o pequeno vidro com o líquido transparente e no outro bolso, vinte notas de cem dólares, jogando ambos sobre o chão, sem se importar com os cacos se espalhando.

Seu corpo tremia sobre o efeito do sexo anterior, relances do momento se passavam em sua cabeça, antes de tentar esquecer mais uma vez e dormir.

– Eu não o mereço, Han... Nunca irei merecer... Sou só... Um prostituto. – o castanho sorriu fraco consigo mesmo, permitindo o sono o apegar.

Não havia sonho, não havia pesadelo, apenas o breu profundo e o cheiro de alimento que provavelmente colocaram para si ao pedido de Jisung.
Deveria se lembrar de agradecê-lo quando o visse.

– Han... É errado amar você?

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