16 - PAISAGEM DE MEDO

𝗙𝗔𝗦𝗘 𝟭 — 𝗗𝗜𝗩𝗘𝗥𝗚𝗘𝗡𝗧𝗘
𝙇𝙤𝙘𝙖𝙡𝙞𝙯𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤: 𝘌𝘳𝘶𝘥𝘪𝘤̧𝘢̃𝘰

Naquela manhã, infelizmente, cheguei quando estavam puxando um corpo de algum membro da Audácia que se jogou no Fosso. Ao longe, vi Eric reconhecer o garoto como sendo o de Albert. Suspirei, descontente, amaldiçoando como o garoto conseguia ser fraco.

Mas, bom, desde o começo avisaram que pelo menos um dos iniciados se mataria ali.

Quando Beatrice passou por mim, distraída e impressionada, a puxei para dentro de um dos corredores, a garota desesperada se lamentando.

— Ele morreu por minha causa.

— Melhor morrer do que virar um sem-facção — a lembrei, do meu ponto de vista. — Eu vi os resultados. Ele não ia passar no teste final.

— Nem eu vou — chorou ela. — Sabe porquê. E assim que os outros descobrirem vão me matar.

— Isso é algo que eu não vou permitir.

A voz de Quatro reverberou baixa pelas paredes de pedras. Meio rabugento e irritadiço, ele caminhou até nós de braços cruzados. Sorri falsamente para ele quando estava parado ao meu lado, ele retribuindo o sorriso mais falsamente ainda.

— Juliett, eu te odeio muito — declarou ele, depois respirando fundo. —

— Ah, eu sei.

Vendo de todos os lados se ninguém nos seguia, puxamos Beatrice pelos braços rapidamente. Enquanto ela fazia perguntas sobre onde estávamos indo e pedindo para que a soltássemos, foi o tempo suficiente para irmos até o andar de cima onde os testes estavam sendo aplicados. Felizmente, ninguém estava nos corredores.

Fechei a porta pesada assim que todos passamos, a trancando para garantir que ninguém entraria. Beatrice nos escarava confusa enquanto eu ligava os monitores e entregavas os fios e nano-impulsos para Quatro.

— Vamos praticar — expliquei. — Para você passar no teste.

— Na minha paisagem de medo?

— Não — respondeu Quatro. — Na minha.

— E vocês já fizeram isso antes? — perguntou ela, incerta.

— Não — respondemos juntos. — Nunca.

— Você tem certeza? — perguntou a Quatro, ele a encarando confuso. — Você nunca me fala nada sobre você e agora vai me deixar entrar na sua cabeça?

— Tem medo disso?

— Eu teria medo do que a sua mente guarda — sibilei, trancando o soro na agulha. — Agora, será que podem sentar ou vou ter que esperar a boa vontade de vocês até amanhã?

— A Juliett vai ficar nos monitorando — disse Quatro a ela, sentando-se na cadeira e abrindo as pernas para que ela se alojasse a sua frente. — Se qualquer coisa acontecer, ela nos tira de lá em um segundo.

— Esperem — pedi, retirando um pequeno vidro do bolso. — Eu achei que isso seria o mais certo a se fazer, então aqui está. Este é o Sistema Syrus, uma espécie de transmissor cognitivo. Você o injeta como um soro.

— Por quê? — perguntou Quatro a mim, tomando o vidro de minhas mãos.

— Teoricamente te deixa mais suscetível à sugestão, mas com a quantidade que foi fabricada, podem criar um exército — terminei. — Eu sei que isso é em parte minha culpa, mas eu não sabia que ele seria usado para derrubar a Abnegação. Quando meu pai o planejou, era com o intuito de ajudar os sem-facção a se enquadrarem em uma das facções, mas tudo saiu do controle.

— Tem como parar?

— Tem — respondi. — Precisam de um código que só a Jeanine sabe. Eles tiraram o Sistema Syrus das minhas mãos assim que perceberam que eu estava incerta ao fazê-lo. Então, eu sinto muito por tudo que eu possa ter causado.

Injetei o soro em seus pescoço, ele não levando mais de alguns segundos para fazer efeito. Se aquilo não a ajudasse, eu esperava criar um novo plano e rápido.

Sai da sala de testes antes que Quatro e Beatrice acordassem. Eu não poderia ser vista ali até o dia do ataque.

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— Os testes finais da Audácia são amanhã — comentou Jeanine, se sentando a minha frente na mesa do refeitório da Erudição.

Um laptop e vários cadernos estavam abertos ao meu redor em uma tentativa de espantar qualquer pessoa de querer se sentar ao meu lado. Infelizmente, isso não funcionava com a minha própria mãe.

Eu estava pesquisando nos arquivos do soro se havia alguma chance de fazer uma modificação genética de último minuto. Entretanto, eu não conseguia localizar onde eles estavam guardados na Erudição. Era como se aquela não fosse mais a minha experiência. Ela parecia ter sido alterada.

— O que está procurando?

— Onde estão os soros? — perguntei, ignorando a pergunta. — Eu achei que estivessem nas câmaras de refrigeração lá em baixo.

— Ele já foi levado para a Audácia está manha — disse ela, dando de ombros. — Algum problema?

— Não, claro que não — menti, negando. — Eu só queria fazer uma última avaliação nele. Para ver se está tudo certo.

— Ele está certo, Juliett — garantiu ela. — Afinal, foi você quem o construiu, certo?

— É claro — concordei. — Ele está até perfeito demais.


𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

Chegamos ao fim de mais um ano. Mesmo com todos os desafios e momentos críticos que estamos passando, eu desejo a todos vocês um novo ano melhor, repleto de saúde e harmonia.

E com o início de mais um ano, espero que estejam preparados para vários livros novos que já estão sendo preparados.

Obrigada por tudo! Por todos os votos, os comentários e, principalmente, por tornarem está e outras histórias possíveis!

— 𝓙𝓾𝓵𝓲𝓪
𝚊.𝚔.𝚊 𝐦𝐚𝐜𝐤𝐢𝐚𝐯𝐞𝐥𝐢𝐜𝐤


𝙁𝙀𝙇𝙄𝙕 𝘼𝙉𝙊 𝙉𝙊𝙑𝙊
➋⓿➋➊

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