cp21


Capítulo 21

Querido diário, bom, essa é a primeira vez que eu escrevo em você. Ultimamente, eu tô muito estressado. Eu preciso conversar com alguém, mas se eu contar para alguém que eu tô passando, ela vai achar que eu tô maluco. Eu tenho a minha amiga Amara, mas não converso muito com ela sobre isso. Ontem, já fazem três dias que eu quase morri. Fui atacado por um lobisomem e fiquei muito mal. Mais um anjo chamado Benjamin me salvou. Eu e o Victor não estamos nos vendo, ele está espionando o Mackenzie. Estou ansioso para vê-lo de novo.

Após eu acabar de escrever no meu diário, eu o fecho e ouço minha mãe me chamar na sala. Saio do meu quarto e vou até ela.

- Sim, mãe, o que foi?

- Alex, eu estava pensando, nós deveríamos sair daqui, nos mudar. Vender a lanchonete e começar nossas vidas em outro lugar.

- Mãe, eu não posso sair daqui, eu tenho que ficar.

- Porque essa coisa do lobisomem não é problema nosso.

- Mãe, o Victor só está nessa situação porque ele me conhece. Eu sei que é muito cedo para dizer isso, mas eu amo ele.

- Você ama ele?

- Sim, mãe.

Ela colocou a mão no meu ombro, sua expressão suavizando.

- "Tudo bem, então. Se você não quer se mudar, eu não vou te forçar. Mas prometa que vai ter cuidado, ok?"

Assenti, tocado pelo gesto dela.

- "Eu prometo, mãe. Sempre."

Ela me abraçou com força, e eu me senti grato por ter uma mãe tão amorosa, mesmo que às vezes fosse um pouco superprotetora. No final das contas, sabia que ela só queria o melhor para mim, mesmo que suas preocupações com lobisomens...

Uma horas depois, ela foi embora, arrumou uma mala e disse que ia depositar um dinheiro na minha conta. Mas antes de ir, ela me confessou uma coisa.

- Alex, antes de eu ir, tenho que te confessar uma coisa. Eu já conhecia o Mackenzie.

- O que? Como assim?

- Na época que eu era escreva, ele era o melhor amigo do seu pai. Ele sempre foi gentil comigo, mas ele e o seu pai brigaram. E eu não soube mais nada dele.

- Sério? Nossa, todos falam que ele era um homem bom. Mas como de uma hora para outra ele se transformou em um homem horrível?

- Eu não sei, Alex.

Eu vi minha mãe indo embora. Uma parte de mim estava triste, mas outra compreendia porque ela estava indo. Um dia se passou, eu acordei, saí do meu quarto indo para a cozinha, e sem pensar, eu falei:

- Bom dia, mãe.

Aí, me lembrei que ela não está mais aqui. Abri a geladeira e peguei uma maçã para comer enquanto ia para a escola.

Ao ouvir um murmúrio, ouso a companhia tocar. Desço as escadas e abro a porta, e vejo um homem alto, jovem, negro, de cabelos dreads meio loiros.

- Oi, como eu posso ajudar?

- Olá, é que eu já morei nessa mansão e só vim dar uma olhada.

Ele fala com olhar penetrante.

- Desculpa, mas quem é você?

- Meu nome é Chris.

- Eu sou a Sirena Maclean.

- Seu nome é muito lindo.

- Desculpa, você disse que já morou nessa mansão, mas eu nasci e cresci aqui, e você parece ter quase a mesma idade que eu.

- Pois é, plásticas de hoje em dia. Mas eu posso entrar?

- Eu acho melhor não.

Ele olhou para mim, e de repente os seus olhos castanhos ficaram vermelhos.

Enquanto ele me encarava, eu podia sentir minha mente se tornando mais turva e eu perdendo o controle do meu corpo.

- Vai, me convide a entrar.

Sem resistência, o chamo para entrar em minha casa.

- Amara, espera aí.

Ela olha para trás e dá um sorriso.

- Oi, você hoje não se atrasou, que milagre.

- Minha mãe não mora mais comigo, e agora tenho que fazer tudo.

- Tá difícil para você?

- Sim, tá. A minha vida parece uma história mal escrita no Wattpad.

Amara ri.

Mas vejo o carro do Victor estacionar no estacionamento da escola.

- É o Victor?

- Sim, é ele.

Eu me despeço da Amara e vou até o Victor, que estava saindo do carro.

- Eu falo bravo, aonde você estava? Por que você não me ligou ou respondeu as minhas mensagens?

- Calma, eu estava espionando o Mackenzie. Eu não te mandei mensagem porque você é uma distração, porque quando estamos juntos, você é tudo em que eu penso.

- Isso foi fofo, mas então, o que você descobriu?

- Nada de mais, só que ele tem uma mulher esquisita e parece que ela manda nele.

- Como assim?

- Estava escondido entre as sombras das árvores, observando a cabana solitária de Mackenzie na densa floresta. Permaneço imóvel, meu coração batendo tão alto que tenho medo que ele possa me trair. Através da janela da cabana, vejo Mackenzie sendo confrontado por uma mulher, cujo olhar é tão frio quanto a neve que cobre o chão lá fora. Ela parece estar dando ordens a ele, e vejo o brilho perigoso em seus olhos enquanto ele balança a cabeça em concordância. Então, um ruído sutil escapa de meus lábios, um ramo quebrando sob meu pé. Eles ouvem. Pânico me envolve enquanto percebo que fui descoberto. Mas eles não viram que era eu. Sem hesitar, viro-me e fujo, correndo o mais rápido que posso pela floresta escura.

- Você acha que essa mulher está dando ordens para o Mackenzie?

- Tenho quase certeza que sim.

- Mas eu quero saber mais uma coisa: o que o Benjamin quer? A sua ajuda?

- O Benjamin quer voltar para o céu. Ele está achando que se me ajudar a ser o alfa e parar com os assassinatos, ele pode conseguir voltar para o céu.

- Vamos entrar no colégio antes que fechem as portas.

Embora nossas vidas estejam de cabeça para baixo, eu queria fingir que estamos vivendo um dia normal.

Estou na biblioteca da escola, porém, estou aqui por um motivo diferente. Caminho até um dos computadores disponíveis, sentindo o peso da curiosidade e da incerteza pesando em meus ombros.

Com cuidado, coloco meus fones de ouvido, criando uma bolha de privacidade sonora ao meu redor. Digito palavras-chave cuidadosamente escolhidas na barra de pesquisa, meu coração batendo mais rápido à medida que as letras na tela se transformam em resultados.

Começo a ler, mergulhando em páginas virtuais que exploram diferentes identidades e orientações sexuais. Cada palavra é como uma peça de quebra-cabeça, ajudando-me a entender um pouco mais sobre quem eu sou e quem posso ser.

E então, em meio a uma avalanche de informações e relatos pessoais, encontro algo que ressoa dentro de mim. Uma palavra que ecoa como um eco familiar nos corredores silenciosos da minha mente: bissexual.

Meus olhos se fixam na tela, absorvendo cada linha, cada detalhe. Uma sensação de compreensão e aceitação começa a florescer dentro de mim, como uma flor brotando em um deserto árido.

- Eu sou bissexual.

A realização é como um farol de luz brilhando em meio à escuridão da minha confusão anterior. De repente, tudo se encaixa.

Eu saio da biblioteca e pego o meu celular, mandando uma mensagem para Esther.

"Oi Esther, eu queria saber se você está livre hoje à noite?"

Ela respondeu imediatamente:

"Estou sim, por quê?"

"Você quer sair comigo, tipo um encontro?"

"Sim, eu quero. Às 6 está bom para você?"

"Está ótimo."

Eu fico feliz, mas um pouco insegura. Eu vou contar para o Alex. O sinal toca e nós entramos para sala. Eu me sento de frente para Alex.

Eu me viro antes para trás para falar com Alex, antes da professora chegar para dar aula.

- Alex, hoje eu tenho um encontro com a Esther.

Eu falo muito animada.

- Sério? Então você é lésbica?

- Não, eu sou bissexual.

- Legal. Vocês vão fazer o quê?

- Eu não sei bem. Eu gosto muito dela. Eu acho que vou improvisar.

- Você e a Esther. Ela é a única lobisomem que não faz parte da alcateia.

Victor diz.

- Já é um ponto para ela.

Eu digo, ainda caminhando nas nuvens. A professora entra na sala e a aula se inicia.

- Nossa, aqui mudou muito!

- Quantos anos você tem?

- Eu não sei, eu parei de contar.

- Por que eu me sinto assim?

- Porque eu te hipnotizei. É uma voltagem de ser vampiro.

- Você é um vampiro?

- Sim, eu sou um vampiro.

- Como você se tornou um vampiro?

- Tudo começou em 1750...

Eu lembro-me dos dias em que fui vendido como escravo, arrancado de minha terra natal e jogado em um mundo desconhecido de dor e servidão.

Mas então, tudo mudou. Aquele homem alto, tão branco quanto a própria lua, entrou em minha vida como um raio de esperança em meio à escuridão. Ele não me tratou como um escravo, mas sim como um amigo. E mais do que isso, como um igual.

No entanto, à medida que o tempo passava, eu percebia que havia algo estranho em relação a ele. Seus modos eram diferentes, seus olhos refletiam uma profundidade sombria que eu não conseguia compreender. Até que finalmente, a verdade veio à tona.

Ele era um vampiro.

A revelação me atingiu como uma tempestade, mas ao invés de temer por minha vida, senti-me estranhamente aliviado. Porque ele não me transformou em sua presa, mas sim em seu igual. Ele me concedeu a imortalidade, libertando-me das correntes do tempo e da morte.

- Por que ele não te matou?

- Porque ele viu uma escuridão em mim. Eu vejo essa mesma escuridão em você.

- Como você sabe as coisas do nosso tempo?

- Quando eu mato uma pessoa sugando o sangue dela, eu sugo todo o conhecimento dela.

- Minha querida Sirena, eu vou te dar um presente.

A minha aveia diante de mim. Minhas presas se projetam para fora quando me preparo para cortar a minha aveia eu Gravo as minhas presas nela a cortando.

Com um movimento rápido, aproximo-me dela e faço-a beber do meu próprio sangue, alimentando-a com a energia sombria que flui através de minhas veias. Sinto a conexão entre nós se fortalecer enquanto ela sucumbe ao meu controle, entregando-se completamente ao meu domínio.

Então, sem hesitar, quebro sua cabeça com um movimento brusco, o som ecoando como um trovão no silêncio. Seus olhos vazios encontram os meus enquanto ela desliza para a escuridão da morte.

Carregando seu corpo inerte nos braços, saio pela porta dos fundos da mansão. Encontro um lugar tranquilo atrás da mansão, uma terra virgem esperando para receber os restos mortais da Sirena.

Com um suspiro pesaroso, começo a cavar sua sepultura, a terra fria e úmida se amontoando ao meu redor enquanto enterro os vestígios.

- Oi Benjamin, eu trouxe um pouco de café para você.

- Obrigado, dona Marina. Eu não sei como te agradecer por você ter me deixado eu ficar na sua casa.

Eu falo, estendendo uma xícara de café para ele.

- Relaxa, não é todo dia que hospedo um anjo em minha casa.

- Eu queria te fazer uma pergunta.

- Pode fazer

- Por que você não está no céu?

- Eu não sei. Um dia eu acordei e estava aqui na terra. Eu já tentei de tudo para voltar para o seu céu, mas nada deu certo. Então, se eu talvez parar com esses assassinatos, eu consiga voltar para o céu.

- Nossa, nem imagino o que você deve ter passado.

O sinal tocou, a aula acabou.

- Alex, você pode ir à floresta comigo?

- Por quê, Victor?

- Eu quero te mostrar algo.

- Nós nos vemos depois, amarra.

Eu sigo Victor na floresta. O sol da manhã começava a filtrar entre as folhas das árvores, criando padrões de luz e sombra no chão da floresta. Eu, Victor e eu, em frente a uma árvore imponente que se erguia majestosamente à nossa frente. Victor sugeriu que eu subisse em suas costas, e eu prontamente o fiz, sentindo a firmeza de seus músculos sob mim.

Com um salto habilidoso, Victor iniciou a escalada da árvore, sua agilidade impressionante me deixando maravilhado. Enquanto ele avançava, eu me segurava com firmeza em seus ombros, sentindo a brisa fresca da manhã acariciar meu rosto. A cada ramo superado, a floresta se abria diante de nós, revelando um mundo de verdejantes copas de árvores e trinados de pássaros.

Finalmente, chegamos ao topo, onde a visão era verdadeiramente espetacular. A cidade se estendia aos nossos pés, seus prédios se erguendo contra o horizonte distante. O sol dourado, criando reflexos cintilantes nos edifícios de vidro. Era como se estivéssemos em nosso próprio pedestal no meio da natureza, contemplando o mundo lá embaixo com admiração e gratidão.

- Isso é muito lindo.

- Só não é mais lindo que você.

Eu vou até Victor e dou um beijo.

- E então, o que você vai fazer?

- Eu vou até o Mackenzie e desafiá-lo para uma luta e pedir um tempo para eu treinar.

- E você acha que ele vai dar esse tempo?

- Vai, por mim. Uma coisa que ele nunca recusa é um desafio.

- Victor, até uma boa decisão, se for tomada por motivos errados, pode ser uma má decisão. Você tem certeza?

- Eu tenho. Obrigado por você ter ficado comigo agora.

- Victor, eu estava pensando se você quer ir morar comigo?

- Espera, você está me chamando para ir morar com você?

- Sim, mas se você achar que está rápido demais, eu vou entender.

- Não, eu quero Muito.

Nòis nós beijamos

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