Ao ele vencer o jogo de basquete, eu estou impressionado com ele porque os movimentos que ele acabou de fazer são de jogadores profissionais. O sinal toca, ele e os outros vão para o vestiário tomar um banho antes da aula, suponho eu. Eu saio da quadra indo para a sala de aula já no banheiro feminino da escola. Amara está em uma das cabines até entrarem duas garotas para retocar a maquiagem, elas começam a conversar:
- Nossa, o meu cabelo está horrível.
- Não pode estar pior do que o cabelo da Bombril Amara Akello.
- Ela é da África, né?
- Tá, mas ela não conhece chapinha.
Após as falas das garotas, eu não tive coragem de sair da cabine. Esperei em silêncio até que elas saíram. Saio da cabine, vou lavar as mãos e olho no espelho fixamente para o meu cabelo. Sinto vergonha e raiva e os espelhos na minha frente começam a se rachar e quebrar. Caem pedaços de espelho na pia. Olho assustado e saio correndo do banheiro, indo para a sala de aula. Finjo que nada aconteceu.
Alex está sentado em sua cadeira, esperando o professor até Victor chegar e sentar atrás dele. Alex tenta reunir coragem para trocar palavras com Victor, mas nada passava por sua mente. Nenhuma palavra foi dita durante a aula inteira com aquele sentimento de ser observado. A aula acaba, eu me levanto, pego a minha mochila e saio da sala, não olhando para o Victor no corredor da escola cheio de alunos saindo das salas.
Sirena se aproxima de mim e fala:
- E então, você vai para a minha festa hoje?
- Claro que eu vou.
- Você quer que eu te busque?
- Não, eu vou de bike.
- Então eu te vejo lá e coloquei uma roupa legal.
- Ok.
Sirena então sai e entra em uma sala. Amara chega atrás de mim, coloca a mão no meu ombro. Eu me assusto, viro e a vejo.
- Você está se assustando fácil. - Diz ela rindo.
- Droga, não chega assim de surpresa.
- Eu vim confirmar se nós vamos à festa juntos.
- Sim, eu passo na sua casa.
- Legal, eu vou te esperar.
- Esteja já arrumada.
- Tá, eu acho que Sirena está gostando de você.
- Como assim? Ela é super popular, eu sou o novato e contra as regras da popularidade da escola a popular namorar o novato.
- Ela não liga para a popularidade.
- Como você sabe disso?
- Eu sou da mesma sala que ela desde o fundamental e ela é legal.
- Mesmo assim, ela não tem chance comigo.
- Porque? Ela é uma super gata, quase uma Barbie humana.
- Ela não faz o meu tipo, o Victor Martins faz mais o meu tipo.
- Espera Alex, você é gay?
- Sou, tem algum problema?
- Não, isso é legal.
- Você é a primeira pessoa que eu contei além da minha mãe.
- Então você está afim do Victor Martins. Olha, ele nunca deu bola para as garotas, talvez quem sabe você tenha uma chance.
- Quem sabe. Eu tenho que ir agora, mas eu te vejo depois. Tchau.
- Tchau.
Eu saio da escola, pego a minha bike e começo a andar em direção à minha casa. De repente, um homem aparece na minha frente. Eu desvio, mas acabo caindo. Um homem para na minha frente e estende a mão para me ajudar a levantar. Eu pego na mão dele e digo:
- Me desculpa.
- Não, tudo bem. Eu não te vi.
- Você está bem? Se machucou?
- Tô bem.
- Você é novo aqui na cidade, nunca te vi.
- Sim, eu me mudei para cá com a minha mãe.
- Então seja bem-vindo à cidade. Ah, o meu nome é Mackenzie Morrissette.
- O meu nome é Alex, Alex Castanhão.
- Castanhão, sua mãe se chama Zoé?
- Sim, você conhece ela?
- Digamos que sim. Eu tenho que ir agora, nós vemos depois. Tchau.
O homem sai andando para o lado direito, entrando na floresta.
- Que cara estranho.
Eu levanto a minha bike e começo a andar em direção à minha casa. Ao chegar, eu entro dentro da minha casa e a minha mãe está na sala, sentada no sofá.
- Oi querido, como foi o seu primeiro dia de aula?
- Foi bom, mas ser o garoto novo é difícil.
- As pessoas foram legais com você?
- Sim, todos bem hospitaleiros.
- Que bom, achou algum gatinho?
- Mãe!
- Ah, vai me conta, eu sou a sua mãe, eu quero saber se eu tenho um potencial genro.
- Para a sua informação, tem um garoto, o nome dele é Victor Martins, mas eu acho que ele é hétero.
- Que pena, mas você não tem certeza de que ele é hétero.
- É, quem sabe. Hoje fui convidado para uma festa de uma garota mais popular da escola.
-Sério? No seu primeiro dia de aula já foi confiado para a festa da garota mais popular?
- É, eu tô me enturmando, mãe.
- Ok, tenho que te mostrar uma coisa.
- O que, mãe?
- Vem comigo.
Eu deixo a minha mochila em cima da mesa de madeira onde a gente come. Minha mãe diz:
- Temos que ir de carro para você ver a surpresa.
- Por quê?
- Você só vai saber se você vir comigo.
Eu e minha mãe vamos para a garagem onde entramos no carro e saímos.
Enquanto isso, na casa de Amara:
(Amara chegou em sua casa)
Ao entrar na sua casa, ela vê sua avó sentada em uma pequena mesa de madeira, segurando cartas de tarô.
- Oi, já chegou? - diz enquanto guarda as cartas.
Eu não digo nada, apenas subo as escadas indo em direção ao meu quarto. Ao chegar, eu abro uma pequena gaveta e pego uma tesoura, olhando fixamente para o espelho. Quando corto algumas mechas do meu cabelo, elas caem no carpete do chão do quarto.
Minha avó Marina aparece na porta do meu quarto, que estava aberta. Ela vê essa cena e já entra com tudo, tirando a tesoura da minha mão, e ela diz:
- O que você está fazendo com o seu cabelo? (diz com tom de voz brava.)
- O meu cabelo é horrível ( diz com tom de voz triste e com olhos cheios de água.)
- O seu cabelo não é horrível, ele é muito, muito lindo ( diz com um tom de voz acolhedor.)
- Não é? Já faz dois anos que nós viemos para cá e as pessoas ainda acham que eu vim da África. As pessoas acham meu cabelo horrível, estou cansada ( diz com lágrimas em seus olhos.)
- Então é esse o problema, minha querida ( diz enquanto ela se aproxima de mim, me dando um abraço acolhedor.)
- Existem várias pessoas nesse mundo, algumas serão ótimas, outras serão horríveis. Elas vão te julgar, vão te achar inferior só pela cor da sua pele, pelo seu cabelo. Mas você tem que entender que o problema não é você, são as outras pessoas. Você nunca pode abaixar a cabeça para essas pessoas, porque você é incrível.
As palavras da minha avó me acalmaram. Eu seco minhas lágrimas com a minha mão e um choque de consciência vem em mim. O problema não era em mim, nunca foi. Meus pensamentos foram interrompidos pela minha avó, que fala:
- Eu tenho uma surpresa para você.
- O que é, vó?
Marina sai do quarto, eu fico esperando ela voltar com uma caixa branca embrulhada com presente. Eu pego muito ansiosa e curiosa e percebo que a caixa está se mexendo. Eu tiro a parte de cima da caixa e qual foi a minha surpresa quando vejo que é um gato preto de olhos amarelos. Eu o pego e estou muito feliz, dou um grito de felicidade.
- Ele é muito bonito, obrigada, vó.
- De nada, eu achei que estava na hora dessa casa ter algum bichinho. Ah, ele é macho, qual vai ser o nome dele?
- Será Lunar - digo acariciando a cabeça do gato.
Na casa de Sintia, a vizinha de Alex:
Eu acordei naquela manhã tranquila, sabendo que teria um dia inteiro só para mim. Morar sozinha tinha suas vantagens, e eu aproveitava cada momento de paz e silêncio em minha casa. No entanto, algo parecia fora do lugar naquele dia.
Enquanto caminhava pela sala, ouvi um barulho vindo dos fundos da casa. Meu coração acelerou, mas tentei ignorar, atribuindo o som a algum animal que provavelmente estava no quintal. Mas o barulho persistiu.
Curiosa e um pouco apreensiva, me dirigi até a janela da cozinha e espiei lá fora. Nada parecia estar fora do normal. Respirei aliviada por um momento, mas então um odor fétido invadiu minhas narinas, me fazendo franzir a testa.
Segui o cheiro desagradável, e quando chequei uma das salas, pude ver com horror uma área inteira da casa manchada com um líquido escuro e malcheiroso. O que poderia ter acontecido? Certamente não era algo que eu tivesse derramado.
Enquanto tentava entender o que estava acontecendo, um arrepio percorreu minha espinha e eu virei lentamente minha cabeça para olhar o corredor escuro. Meus olhos se arregalaram ao encontrar um par de olhos brilhantes, ameaçadores e penetrantes.
O medo correu através de minhas veias enquanto eu instintivamente recuei, buscando desesperadamente um lugar para me esconder. Corri para o quarto, fechando a porta atrás de mim, mas sabia que não seria o suficiente para impedir uma criatura.
A corrida começou. Eu tropeçava nos meus próprios passos, ouvindo as patas pesadas do lobisomem se aproximando rapidamente. Meus pensamentos se embaralhavam enquanto lutava para encontrar uma maneira de escapar dessa situação terrível.
Enquanto o lobisomem se aproximava cada vez mais, eu agarrei uma vassoura, buscando qualquer coisa que pudesse me dar uma chance de sobrevivência. Meu coração batia descontroladamente enquanto enfrentava o confronto iminente.
A perseguição continuou, meu corpo tremendo de pavor. Eu mergulhei atrás de um móvel, desesperada para esconder minha presença. O lobisomem rosnou ferozmente, suas garras arranhando o chão ao meu redor.
O tempo parecia congelar enquanto a criatura vasculhava o ambiente em busca de seu próximo alvo. Eu mal ousava respirar, temendo que mesmo o menor som pudesse desvendar minha localização.
Mas parece que a criatura começou a cheirar, ela me achou e eu gritei.
A criatura foi com toda força para cima de Sintia, fazendo ela gritar e partes do seu corpo se espalharem pelo ambiente.
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