Capítųlo 26 - Encontros

  - Ele é apenas um amigo. - falei inexpressiva - e porquê todo esse drama relacionado a Glodrel?

Rapidamente, sua expressão caiu de irritada para envergonhada,até pensei que ela iria me responder mas, ela fez o que sempre fez,citar o nome de Glodrel em alguma pergunta é como o ponto final.

- me responda mãe. - falei levantando a voz - porquê pouco tempo antes odiava-o e agora se incomoda?

Ela permaneceu quieta, mas todas as palavras estavam presas em minha garganta, e queriam sair o mais rápido possível, era algo tão confuso. Puxei meu braço e subi para meu quarto,observei a cama, o lugar onde eu e Glodrel tínhamos lido o livro de Rettory,revivi a cena em pensamento, quando ele tentou me convencer a namorar ao invés de ler,quando uma das mensageiras arranhou o vidro da janela e Glodrel assustou-se, me lembrei de tudo, o início dessa bola de neve,que foi crescendo mais e mais.

Sentei na beirada da cama,meus olhos ardiam apenas em reviver estas lembranças,deslizei a mão pelo lençol branco,e engoli em seco,foi então que meu Blackphone começou a vibrar,peguei-o rapidamente e atendi

- Alexia? - a voz conhecida perguntou pelo meu nome - Preciso falar com você.

- Amanhã. - Respondi, a voz seca e esganiçada - no colégio.

- Então Até amanhã. No colégio.

Ele desligou,respirei fundo e me lancei sobre o colchão,lágrimas começaram a escorrer,soluços de saudade,tudo relacionado ao meu passado,e eu precisava viver o presente. A maior parte da noite foi de lágrimas enxugadas por mim mesma,foi um momento de fraqueza, mas prometi a mim mesma que aquilo não iria acontecer novamente.

- Olá Alexia .- meu pai sorriu ao me ver - dormiu bem?

- Possivelmente.

Respondo pegando uma fatia de bolo,era inacreditável, ele não perguntar o motivo de eu ter voltado pra casa

- Tenho que ir para o colégio.- falei antes de mais nada - Estou atrasada.

Ele deu de ombros e pôs mais uma fatia de bolo na boca.
Pessoas vinham de todos os cantos em direção ao colégio, para muitos,era normal, mas para mim,Alexia Constantine, era diferente,parece que eu não o-via há anos,fui até meu armário e retirei alguns livros que eu havia deixado,os cartazes do baile de formatura já tinham sido colados nas paredes,quando hesitei em caminhar,senti uma mão segurar meu pulso com força

- Bom dia Lexi? - perguntou o garoto - está bem?

- James? - perguntei assustada - O que está fazendo aqui?

Ele deu uma pequena risada

- Você está vendo o organizador da festa de sua formatura.

- não acho que você possa conversar com alunas.- deixei um sorriso escapar dos meus lábios - mas eu quero pedir um favor.

-diga.

- depois da aula.

Dei um sorriso de despedida e voltei a caminhar,quando me sentei na carteira,senti uma mão roçar meu ombro, virei-me para trás e vi o garoto de olhos azuis cintilantes e cabelos loiros

- O que você quer falar comigo?- perguntei rígida,e ele assustou-se com o modo rude - porque me ligou?

- descobri onde está a Lua de Prata. - disse ele contente pela descoberta - está na Ponte do Brooklin.

- podemos ir hoje? - perguntei demonstrando ansiedade - É só pegarmos e entregar.

- Sim. - disse Glodrel - hoje á noite.
- Então Até hoje á noite.

A lua já estava no céu,mas iluminava um pouco mais que a noite passada,eu estava sentada em frente á minha casa,ao longe, vi o garoto loiro com capacete sobre a moto azul,rapidamente me levantei e hesitei em subir

- onde está sua moto? - perguntou ele - você não vai com ela?

- Se estiver incomodado,eu fico aqui mesmo.

- Só estou um pouco surpreso. - disse ele dando de ombros - sobe logo.

Montei sobre a moto e segurei-me o bastante para não demonstrar nada em relação á ele

- Segure mais forte.- disse ele - ou então irá cair.

Suspirei e fui obrigada a abraçar-lo,ouvi o pequeno riso que ele deu mas não dei atenção, Glodrel acelerou e em poucos minutos, já estávamos na pista em direção á nossa primeira missão, a Lua de Prata.

Depois de algumas horas de viagem,chegamos enfim ao lugar,haviam pouquíssimos carros,mas o bastante para parar o trânsito,Glodrel estacionou a moto ao lado

- temos que ir á pé.

Avisou ele,fizemos a curva e caminhamos pela beirada da ponte, eu conseguia ouvir as ondas de água abaixo de nós,foi então que ele parou próximo á uma barra de ferro

- acho que é aqui.

Disse ele,me aproximei e vi meu reflexo na água,mas não consegui ver nada além disso,ele respirou fundo e começou a descer uma pequena escada de metal que estava presa a lateral da fonte,quanto mais ele descia,mas eu sentia medo do que poderia acontecer,ele poderia cair no mar e morrer afogado,ser devorado por tubarões,apesar que talvez não tenha nesta região,ou talvez crocodilos de esgoto, se é que existem,mas o que mais me deixava aflita era vê-lo daquele jeito,heróico, corajoso e valente

- Lexi? - perguntou ele enquanto eu o-procurava, sendo que estava escuro - a entrada é pequena pra mim.

Eu já sabia meu futuro,eu iria descer,escorregar num degrau e ser devorada por tubarões inexistentes, mas o que eu poderia fazer?
Depois que ele subiu novamente,ele fez questão de amarrar uma corda em minha cintura caso eu escorregasse, mas seria pior,a calça de couro Preta já apertava minhas pernas que tremia pelo frio congelante

- tivermos sorte pelas reformas.

falei dando um sorriso forçado,mas era verdade,construíram uma grande parede embaixo da ponte, pois houve uma vez que as suspensões se quebraram e algumas pessoas morreram afogadas

- Tenha cuidado. E não olhe para baixo.

Disse ele preucupado comigo,respirei fundo e tentei o máximo possível, mas era impossível não olhar para baixo,depois de uns sete degraus,eu respirei ofegante e procurei o degrau seguinte,senti-o mas quando pus o pé,ele escorregou,por sorte, eu me segurei na barra acima e fiquei suspensa no ar, os pés balançando ao vento e as mãos presas,eu pensei que aquele era meu fim, mas não podia ser assim,com mais um pouco de esforço, encontrei o degrau novamente e apoiei meus pés

- Lexi? Você está bem?

Glodrel perguntou lá no Alto

- Sim. Estou.

Meu estômago revirava mas eu precisava controlar,desci mais três degraus e cheguei á uma espécie de buraco, um grande buraco na parede,com dificuldade,estiquei minha perna até alcança-lo,quando senti firmeza, segurei a lateral da entrada com a mão,agora, metade do meu corpo estava na entrada e a outra na escada,com um grande impulso, eu consegui me lançar de vez,caí no chão de cimento duro,suspirei aliviada e levantei-me,logo após,liguei a luz do Blackphone e iluminei o espaço,vi uma pequena escrivaninha , e sobre ele havia algumas ferramentas,mas quem havia deixado-as? Abri uma gaveta e vi algumas fotos e documentos, numa das fotos, aparecia uma família de cinco integrantes, ambos sérios e rígidos,foi então que subitamente,luzes iluminaram o local, e percebi que ali na verdade era um túnel,e alguém estava vindo,de longe pude ouvir grunhidos,certamente eu já ouvira algo assim antes,lembro-me de quando fomos perseguidos por noturnos, uma onde de desespero tomou conta de mim,era o grunhido de um noturno,e junto á ele, a voz grave dizia

- onde está a maldita?- outros grunhidos seguiram-se - onde está a Lua de Prata?

Reta final! Vocês estão gostando da história? Então vota e comenta. Beijos do Angel😚😘😙😗

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