Capítųlo 16 - Precauções

   Raios solares refletiam em meu rosto,e pássaros cantavam o soneto do amanhecer pelo céu azulado,com cuidado,balancei a perna lentamente temendo a dor de ontem, no entanto ela não doeu,felizmente,estava melhor, virei o rosto, e observei o interior do pequeno coreto, quase um cubículo,tinha alguns ramos num tom verde-oliva pendurados sob o teto. Ao meu lado estava Rachel, tal tinha os cachos enegrecidos esparramados pelo piso coberto de folhas secas, sua pele morena era iluminada pelo sol. Me levantei apoiando os braços num monte de folhas secas, talvez o vento tivesse trazido-as. Então fui surpreendida com Glodrel e Leon sentados a beirada, seus pés sobre as rochas,os cabelos loiros de Glodrel esvoaçando, ambos falavam sobre algo, mas não conseguia ouvir,pareciam resmungos. Num bocejo, fui até eles dando passos leves pelo chão

- estou exausta - falei soando preguiçosa - preciso de um banho.
- Encontramos um riacho aqui perto. - disse Leon atencioso - se quiser, posso te levar até ele.

Ouvi Glodrel bufar,e ignorando-o respondi

- bem. Obrigada. - falei nervosa, e então forçei um sorriso - é muito longe?

- como já disse, é aqui perto. - respondeu olhando para a trilha entre a grama verde - e é melhor sermos rápidos, não queremos nos encontrar com uma matilha de noturnos novamente.

Ele sorriu afetuoso, não tinha aquela inquietação de quando voltara da maldição, agora tinha um pouco mais de suavidade em suas palavras,eram gentis

- Acho que aquela matilha seria uma boa companhia agora.

Sibilou Glodrel olhando para o horizonte, nuvens brancas cintilantes dançavam lentamente pelo céu azulado, enquanto a floresta se expandia em árvores altas. Após um tempo calados, voltei o olhar para Leon, que me fitava com os olhos já dourados, irradiando simpatia

- então? Podemos ir?

Ele assentiu,num pulo, se levantou e segurou uma das minhas mãos, deu um beijo leve e molhado, fazendo minhas bochechas queimarem

-É uma ordem,Srt. Constantine.

Glodrel bufou irritado, sentia ciúmes? Descemos as escadas feitas de rochas lascadas e seguimos a trilha, moitas e arbustos se misturavam entre os galhos espessos das árvores, e algumas orquídeas cresciam no chão

- e então? - perguntei num suspiro - como você se transformou em tigre exatamente?

- já disse, Sharice me amaldiçoou por desilusão amorosa.

- não. - falei quase gritando, com a entonação curiosa - eu quero detalhes.

- aviso logo que a história é longa, mas como você está pedindo. - ele deu de ombros e eu sorri - quando eu tinha mais ou menos trezentos anos, meus pais, amigos da família Raymond, me apresentou a Sra. Ceres, mãe de Sharice.Ela tinha se casado com Gullord, um dos bruxos de seu reino, fazendo com que Sharice nascesse com sangue de anjo e feiticeiro misturado - engasgou ele por um momento, mas prosseguiu - é bem estranho ver duas raças totalmente diferentes numa única pessoa, e como eu era um garoto novo...

- Novo? - exclamei rindo para descontrair sua seriedade - você me disse que tinha trezentos anos.

- os feiticeiros são imortais, sabe? - ele bocejou - enquanto os anjos, podem morrer com uma fireblood. Mas prosseguindo, fomos apresentados em sua festa de duzentos e noventa e cinco anos, naquela noite,ela me disse que tinha gostado de mim, sem jeito, eu falei o mesmo, sem querer ser mau educado, entende? Depois de um tempo, ela confessou que me amava, e me pediu em namoro...

- uma garota pedir um garoto em namoro? - sibilei rindo - é um tanto diferente para a época.

- Sim, mas eu neguei, eu respondi que não poderia ficar com ela, mas ela não se contentou em me proibir a entrada em seu castelo,fez feitiços horrendo para me matar, mas felizmente sobrevivi. Até que ela me amaldiçoou como um tigre, e disse que eu só seria libertado pela pessoa certa.

- você esperou todos esses anos para enconpara essa pessoa?

- Sim, quer dizer, não - gaguejou, olhando para as árvores ao redor - no inicio, pensei que fosse Tina, a sua avó, depois veio Cristina,que se casou, mas daí veio você.

Ele sorriu torto, seus olhos dourados eram como chamas quentes que queimavam todo meu interior, sem jeito, direcionei os olhos para um dos botões de margaridas que crescia. Leon tinha os cabelos castanhos penteados, e seu ar era gentil que às vezes ele me deixava sem jeito

- pronto - falou pondo as mãos no bolso - chegamos ao riacho.

Assenti,ele pegou em minha mão e sorriu

- Acho que deu minha hora, preciso ir, damas não podem se despir em frente á um homem.

- Acho que não irei tirar toda minha roupa, Leon.

Observei ele indo pelo longo caminho, olhando daqui,mais parece um túnel, de longe dava pra ver aquele pequeno riacho de águas esverdeadas,o ar puro flutuava ao seu redor, pinheiros rodeavam-no. Ajoelhei a beirada, juntando as mãos para pegar um pouco de água; minha garganta estava seca, meus lábios secos ansiosos para sentir aquele líquido correr pela minha garganta refrescando o meu corpo esquentado pela luz do sol que já se levantava no horizonte, elevando a mão, entreabri os olhos, mas antes que eu desfrutasse daquilo, fui interrompida por uma voz terna e doce

- não aconselho que beba dessa água.

levantei os olhos, e lá na outra beirada, um pouco longe,tinha uma garota ruiva sentada sobre um tronco caído, ela usava um vestido branco que ia até seus pés,uma parte dele submerso na água, encharcada, seus cabelos ruivos molhados grudados em sua nuca, igualmente o tecido grudava em seu corpo

- nunca diga "dessa água não beberei".

Retruquei, a garota deu de ombros e respondeu

- se quiser ter um ataque de dor no estômago como se borboletas assassinas o comessem por dentro - falou - pode beber.

Entreabri as mãos, deixando toda a água escorrer entre os dedos,me levantei, num movimento rápido, limpei a bainha do vestido e voltei o olhar para ela

- Quem é você? - perguntei - e porque não posso beber dessa água?

- pequenos vermes noturnos vivem aí. - respondeu deslizando a mão sob a água - são como dejetos deixados por eles,e algumas folhas venenosas que matam a qualquer criatura.

Ela pousou os dois pés na água e prosseguiu

- Está vendo essas vitória-régias, são um modo de camuflagem.

Olhei para a água, na beirada estava limpa como águas doce de uma cachoeira, já do outro lado, era suja e num tom marrom-esverdeado, limpei a garganta, lembrei das antigas aulas onde me disseram sobre não beber águas em lugares sem trata-las, mas no entanto, eu passava o tempo admirando Glodrel nesses ocasiões.

- e respondendo sua primeira pergunta - prosseguiu - meu nome é Amber Davenport,encarregada de proteger a toda a criatura que excitar em beber dessa água.

Balancei a cabeça,e ela se aproximou, chegando cada vez mais perto da beirada, o tecido branco flutuando sob a água, a garota sorriu de lado

- e você? - perguntou - qual é seu nome?

- Alexia. - respondo firme - Alexia Constantine.

- então é você? - gritou ela dando ênfase, como antigas amigas se encontrando novamente - tenho algo para você, sua avó que deixou.

Num assobio melodioso, uma pequena ave de plumas amareladas que se tornavam brancas, aparentava ser um canário, mas eu não tinha certeza. consigo, trazia uma moeda, ele pousou sobre sua mão, deixando o objeto, e voltou ao seu vôo

- aqui está. - disse ela baixinho, entregando-me a moeda de prata,com o desenho de um corvo entalhado - sua avó, Valentina, pediu-me que lhe entregasse, falou que você precisaria muito.

Assenti com a cabeça observando a moeda que refletia a luz, era do tamanho de uma tampinha de garrafa, e chegava a ser engraçado olha-la na palma da mão, pequenina demais, voltei a observar a garota, ela soltou um leve sorriso, com a expressão suave

- é melhor ir. - disse enquanto adentrava o riacho novamente - seus amigos te esperam.

- espera! - exclamei, então pus a mão em seu ombro - o que eu vou fazer com essa moeda?

A garota continuou a andar,fazendo a mão deslizar pelo ombro até solta-lo

- se você realmente filha de Valentina - sibilou - terá algo para fazer com a moeda.

Em alguns minutos, a garota já estava sentada sobre o tronco novamente, na mesma posição de antes, mas agora, o pássaro dançava pelo ar, às vezes, quando pousava no tronco, ela o-acariciava, dei de ombros, e como forma de educação gritei

-obrigada. Eu acho.

***

-Lexi - disse Leon - você é rápida, estou surpreso.

Subi os degraus fitando a moeda,tinha alguns detalhes como linhas curvadas formando desenhos, com curiosidade, Rachel perguntou enquanto pegava uma toalha na mochila

- O que é isso?

- não tome banho lá - falei sem tirar atenção da moeda - está cheios de vermes noturnos, dejetos dos noturnos.

- quem te disse? - perguntou ela soando curiosa - virou alguma vidente?

- uma tal de Amber me disse isso. - respondi - ela avisa as pessoas para não entrar, nem tomar daquela água.

-hum, sei.

Rachel pareceu não acreditar, mas enfiou a toalha na mochila novamente,me virei para os garotos, que revisava o que tínhamos, como precaução, pois a viagem a pé seria longa

- Leon - exclamei - você entrou no riacho?

- Sim, mas não se preucupe, vermes de noturnos não afetam feiticeiros.

Glodrel pegou o mapa e estendeu no chão, Leon se aproximou e se ajoelhou ao lado de Glodrel

- falta algumas horas para chegarmos na metade do caminho- falou deslizando o dedo pelo papel - se saímos agora, será mais fácil e rápido - ele olhou para minha perna e perguntou - Lexi, sua perna está melhor?

Assenti com a cabeça e ele prosseguiu

- vocês devem prometer uma coisa a si mesmos, lutar até o fim, sem caminho de volta, entendido?
Leon parecia um daqueles generais de guerra recrutando seu exército, e num uníssono respondemos

- Sim.

E então? Estão gostando? Votem e comentem, para ajudar o Angel 😜😜😜😜

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