19. exonerated
Três anos atrás
Jungkook abre a porta da casa de seus pais e desliza para dentro. Ele é imediatamente atingido com o cheiro de kimchi fresco e canela e sorri com a familiaridade de tudo.
– Mãe. – Ele chama, largando a bolsa da câmera no sofá. – Mãe.
– Estou na cozinha, querido. – A mãe dele chama do corredor.
Jungkook dá um pulo no corredor e vira a esquina, ele caminha até sua mãe e a abraça por trás.
– Senti sua falta. – Ele diz docemente.
Ela se derrete no abraço e coloca a mão no braço dele.
– Eu também senti sua falta.
Eles ficam ali por um momento, balançando de um lado para o outro, até Jungkook decidir quebrar o silêncio.
– Tenho boas notícias.
Ela gira para encará-lo.
– O que é isso?
Jungkook pula animadamente na ponta dos pés enquanto pega um cartão de visita.
– Eu tenho um artigo.
Sua mãe pisca confusa, sem saber do que o filho está falando, é só quando ela lê o cartão de visita que recebe, que compreende. Seus olhos se arregalam e ela pega o cartão de Jungkook.
– Um artigo nesta revista?!
Jungkook assente, colocando as mãos nos quadris com orgulho.
– J-Jungkook, isso é grande!
– Eu sei mãe. – Ele a levanta nos braços e a gira.
– Me desça, Jungkook. – Ela grita alegremente.
Jungkook sorri enquanto a coloca no chão.
– Estou tão feliz por você, querido.
– Estou feliz por poder te contar. – Ele engole. – Inicialmente eu não ia contar, mas pensei, por que não?
Uma expressão terna cai em seu rosto e ela se inclina na ponta dos pés para beijar sua testa.
– Não, não, fico feliz que você tenha me contado. Estou tão orgulhoso de você.
Jungkook sorri e leva sua mãe para sentar.
– Eu vou cuidar da comida.
Seus olhos se iluminam por um nano segundo antes de se encherem de ceticismo.
– Você tem certeza?
Ele assente enquanto arregaça as mangas da camisa.
– Claro, não vou queimar a casa. – Ele pisca para ela.
Ela ri nervosamente, mas decide deixá-lo fazer isso. É bom tê-lo de volta em casa. Ela o observa em silêncio por algum tempo, enquanto ele ajusta as configurações no fogão e, de repente, ela se sente cheia de culpa por não ter acreditado nele. Quando Jungkook começou a fotografia pela primeira vez, como mãe, ela teve suas dúvidas. Simplesmente querendo o melhor para ele, ela o repreendeu por amar algo que só poderia ser um "hobby". Eles brigaram muito com isso, mas foram capazes de reparar as feridas ao longo dos anos.
– Encontrei uma garotinha mais cedo. – Diz Jungkook de repente. – Ela era a coisinha mais fofa.
Sua mãe levanta uma sobrancelha curiosa.
– Você está pensando em nos dar netos?
Jungkook zomba.
– De jeito nenhum, não tão cedo.
– Não faria mal perguntar. – Ela ri levemente.
– Mas ela era tão curiosa, e suas perguntas me lembraram porque é que eu gosto de tirar fotos. – Ele explica e então ri. – Ela disse que o pai dela é como a luz do sol e eu pensei que era tão puro.
Sua mãe cantarola em resposta.
– Ela me inspirou a começar outro projeto.
– Realmente? Como você nomearia este?
Jungkook encolhe os ombros enquanto corta uma cebola.
– Eu não pensei nisso, mas talvez... – Ele inclina a cabeça. – Ensolarado?
Presente | 16:45
– Sunny! – Jimin chama enquanto ele tropeça pelo corredor, pasta na mão. – Só voltarei para casa mais tarde.
Sunny coloca a cabeça para fora da porta do quarto e olha para o pai.
– OK.
– Você conhece as regras, certo?
– Bem, duh. – Ela responde secamente.
Jimin coloca uma expressão severa em seu rosto e Sunny encolhe os ombros se desculpando.
– Verifique a fralda de Mera e, se precisar de ajuda, sabe o número da tia. – Jimin continua, caminhando até ela e agitando o topo de sua cabeça.
– Outro caso? – Ela pergunta.
– Mm, você poderia dizer isso.
Sunny pisca e depois de um momento ela dá um passo à frente e envolve seus braços em volta dele. Os olhos de Jimin se arregalam, mas ele sorri e envolve seus braços em volta dela também.
– Estou bem.
Sunny aumenta seu aperto, sem dizer uma palavra enquanto o abraça.
Jimin respira fundo, batendo-a gentilmente nas costas.
– Eu tenho que ir.
– Eu sei…
– Sunny. – Ele baixa a voz para um sussurro. – Eu estou bem, raio de sol.
Ela finalmente dá um passo para trás e olha nos olhos de Jimin.
– Eu não gosto de ver você machucado, pai.
O coração de Jimin dói com as palavras dela e ele faz uma careta.
– Eu sinto muito.
– Jinyoung sente o mesmo também. – Sunny acrescenta.
Jimin se ajoelha para ficar ao nivel do olho da filha.
– Terminará depois deste caso, ok? E então podemos ir a Jeju, brincar na areia e nos divertir. – Jimin coloca a mão na lateral do rosto dela.
– Isso não importa, e você sabe disso, só queremos que você seja feliz. – Sunny explica enquanto inclina a cabeça em seu toque.
– Estou chegando lá. – Ele sorri docilmente. – Confie em mim.
Jimin a abraça mais uma vez antes de ir para a porta da frente. Ele lembra Sunny que há comida na geladeira e lanches no balcão; Jinyoung vem pulando pelo corredor e bate com força no estômago de Jimin abraçando-o.
– Vejo você mais tarde, papai. – Ele diz alegremente.
Jimin sorri enquanto se inclina para beijar o topo da cabeça de Jinyoung.
– Até logo.
Jimin sai pela porta da frente e Taehyung acena para ele. Faz um dia que o apelo foi aprovado e que So-hee voltou. Jimin não a viu, não tentou vê-la, seu único foco é o caso de Jungkook.
Taehyung abre a porta do passageiro para ele antes de contornar o carro e pular no banco do motorista. Apesar da hora tardia, Taehyung e Jimin estão a caminho de se encontrar com Ji-eun e sua mãe. Com apenas três dias para o julgamento, Jimin está se certificando de que todas as pontas soltas estejam atadas.
– Ei, você tem notícias de Yoongi ultimamente? – Jimin pergunta de repente.
– Eu realmente tenho.
– Como está indo o caso deles?
Taehyung suspira:
– Está indo devagar; Não tive a chance de falar com ele esta semana porque ele está muito ocupado.
Apesar dos altos e baixos do caso, Yoongi e Hoseok fizeram progressos. Eles encontraram novas evidências e várias testemunhas que podem falar sobre o que viram naquele dia miserável. Alguns podem considerar o doente tão determinado em matar alguém. Mas Yoongi não tem nada além de ódio em seu coração por Lee Chan. Não há um pingo de simpatia por ele, nenhuma culpa ou desejo de entender suas ações. O que o homem fez com eles continua afetando suas vidas diárias.
– Sabe, quando Yoongi me contou pela primeira vez sobre o que aconteceu com os filhos dele, quero dizer... teriam sido filhos dele. – Jimin murmura. – Eu me coloquei no lugar dele e... – Jimin faz uma pausa. – O pensamento por si só me fez querer morrer.
Taehyung assente.
– Só posso imaginar a dor que ele... eles passaram.
– Ele é mais forte do que imagina.
– Isso é certeza.
Eles ficam em um silêncio confortável e, após trinta minutos de carro, chegam ao hospital. Jimin respira fundo para se preparar mentalmente antes de abrir a porta e sair. Taehyung prontamente caminha ao lado dele e aperta a mão de Jimin na dele. Jimin olha para cima e Taehyung sorri para ele. Eles não dizem nada enquanto andam de mãos dadas em direção às portas da frente do hospital.
Quando chegam ao quarto do hospital, Ji-eun os deixa entrar com um sorriso.
– Ela acabou de acordar então deve estar de bom humor. – Ela explica, conduzindo Jimin e Taehyung a dois assentos ao pé da cama.
Taehyung e Jimin se estabelecem em uníssono e Ji-eun cuida de sua mãe antes de se dirigir a eles novamente.
– Obrigado por vir.
Jimin balança as mãos para frente e para trás na frente do rosto.
– Obrigado por nos receber, apesar de tudo o que aconteceu.
Ji-eun sorri timidamente, de repente seu olhar se volta para Taehyung.
– Me lembro de ter conhecido você brevemente.
– Ah, eu sou Kim Taehyung, sou melhor amigo de Jimin e trabalhamos juntos há anos. – Ele responde enquanto sorri brilhantemente.
– Você tem um sorriso encantador. – A senhora Lee comenta.
As cabeças deles giram simultaneamente na direção dela; Taehyung cora enquanto agradeçe educadamente seu elogio.
– Haha, você é muito gentil.
– Não, estou apenas sendo honesta. – A sra. Lee sorri enquanto tenta se sentar.
Ji-eun corre para ajudá-la.
– Mãe, fique parada.
– Estou bem, querida. – A Sra. Lee levanta a mão e Ji-eun relutantemente se acomoda. A Sra. Lee respira fundo antes de adicionar. – Eu queria me desculpar com você, Jimin. – As sobrancelhas de Jimin se erguem interrogativamente. – Eu realmente pretendia estar lá naquele dia, mas... o inesperado aconteceu e me assombra até hoje.
Os olhos de Jimin se arregalam e ele rapidamente responde:
– Não, não, não, o que aconteceu com você estava fora de seu controle. Não te culpo por nada, sra. Lee.
A sra. Lee sorri cansada.
– Não posso deixar de pensar no que aconteceria se eu estivesse lá.
Jimin estende o braço e coloca a mão em seus pés. Ele olha nos olhos dela, tentando transmitir a ela sua compreensão.
– O que importa agora é que estamos todos aqui e estamos trabalhando juntos para libertar Jungkook.
Ji-eun concorda com a cabeça, enquanto entrelaça os dedos com os da mãe.
O olhar de Taehyung permanece em Jimin antes de finalmente olhar para a Sra. Lee.
– Nós podemos fazer isso; Jungkook ficará livre após o julgamento. – Jimin dá um sorriso. – Eu prometo.
Sentado neste quarto de hospital com as pessoas que estão tão profundamente envolvidas na vida de Jungkook, faz Jimin se sentir de uma certa forma, como se ele finalmente encontrasse seu lugar não apenas na vida de Jungkook, mas no mundo. Ele quase consegue imaginar Jungkook com sua câmera, tirando uma foto desse momento e emodurando-a para que todos vejam.
Eles estão sentados no quarto do hospital discutindo todos os possíveis buracos no caso e sobre o pai de Ji-eun. Eles mencionam brevemente levá-lo para o interrogatório, mas Ji-eun rejeita essa ideia e, em vez disso, opta por se colocar no banco.
– Deixe-me falar.
Uma expressão rasgada passa pelo rosto da sra. Lee.
– Querida…
– Isso beneficiará a nós dois. – Ela aperta a mão da mãe de maneira tranquilizadora.
– Se Ji-eun permanecer em silêncio, seu possível castigo poderá piorar. – Jimin diz. – É melhor que ela fale agora e torne claro o seu envolvimento na morte de Minhyuk. Você tem que ser honesta e forte, deixe-os saber o que ele fez com você.
– Eu vou.
– Farei várias perguntas e a promotoria também, apenas diga a sua verdade, Ji-eun. – Jimin a aconselha.
Eles continuam falando por mais uma hora até Jimin precisar sair para cuidar dos filhos.
– Voltarei assim que puder. – Ele diz a eles enquanto se levanta.
– Obrigado por vir. – A sra. Lee murmura com uma voz fraca enquanto seu remédio começa a entrar em ação.
– Obrigado por nos receber. – Jimin responde enquanto ele e Taehyung saem para o corredor.
Enquanto caminham, Taehyung fica perto de Jimin, perto o suficiente para os ombros roçarem a cada passo.
– Eu queria perguntar mais cedo, quando estávamos a caminho daqui, mas... – Taehyung começa.
Jimin olha para ele pelo canto dos olhos.
– O que?
– Como estão... as coisas com você e Jungkook?
Jimin está um pouco surpreso com a pergunta repentina, mas ele a esconde com um sorriso relaxado.
– As coisas estão... indo bem. Jungkook é tão gentil e compreensivo, e ele tem muita fé em mim, apesar de tudo o que passou.
Eles esperam um momento do lado de fora do elevador para que as portas se abram.
Taehyung assente enquanto ouve Jimin.
– Realmente não tivemos muito tempo para pensar em nós, mas assim que tudo acabar, estou animado e ancioso com a ideia. – Jimin divaga vertiginosamente. – Ele me faz feliz, Taehyung, tão, tão feliz e eu senti tantos sentimentos novos enquanto estava com ele.
– Isso é maravilhoso.
As portas se abrem com um toque e uma enxurrada de pessoas sai, Taehyung reage rapidamente puxando Jimin para o lado e envolvendo-o em seus braços. Jimin é surpreendido pelo contato repentino, ele olha para cima e encontra os olhos de Taehyung, que o olha com uma intensidade inexplicável. Quase como se ele quisessem fazer algo que sabe que não deveria.
– Taehyung, o que...
– A primeira e a última vez. – Taehyung sussurra antes de se inclinar e beijar Jimin levemente nos lábios. Quando ele se afasta, Jimin olha para ele atordoado.
Taehyung solta Jimin e dá um passo para trás. Ele se inclina a um ângulo de 90° e exclama um pedido de desculpas.
– Antes de me dar um tapa, saiba que eu amo você e seus filhos, e meus sentimentos por você terminam oficialmente aqui.
Jimin pisca confuso para Taehyung antes de dar um passo à frente e dar um tapa forte nas costas dele.
– Idiota! – Ele grita.
Taehyung se endireita com um sorriso torto e leva cada um dos golpes de Jimin.
– Seu imbecil! – Jimin bate nele outra vez. – C-como você pode me beijar!? – Ele bate em Tae novamente.
Algumas pessoas param e olham, mas nenhuma delas interfere, eventualmente as portas do elevador se fecham.
– Que diabos há de errado com você! – Jimin bate os punhos contra o peito de Taehyung e sua voz estável balança no final. – Que diabos... Tae.
Taehyung gentilmente envolve as mãos ao redor dos pulsos de Jimin, e ele olha para ele se desculpando.
– Desculpe.
– Eu pensei... pensei que tínhamos repassado isso semanas atrás, pensei que você estava me esquecendo.
– Eu estou agora. – Taehyung brinca.
Jimin olha de volta para ele.
– Não é engraçado.
Taehyung ri nervosamente e lentamente, seu sorriso desaparece.
– Percebi, quando você estava falando sobre Jungkook, como você está realmente feliz por estar com ele e eu não sei, isso me emocionou. – Taehyung explica rapidamente. – Depois de tudo o que você passou com So-hee, fico feliz que alguém como Jungkook tenha entrado em sua vida.
As portas do elevador se abrem novamente e desta vez eles correm para dentro. Eles ficam no pequeno espaço em silêncio, nenhum dos dois fala até sair do hospital e chegar à casa de Jimin.
Jimin fica na frente da porta com as mãos colocadas ao lado do corpo.
– Obrigado por... hoje. – Jimin murmura e ele se vira para abrir a porta.
Taehyung estende a mão e segura o pulso dele.
Jimin olha por cima do ombro.
– O que?
– Apenas... – Taehyung sorri. – saiba que farei qualquer coisa por você.
– Eu sei, eu sempre soube. – Jimin desliza a mão do aperto de Taehyung e entrelaça os dedos. – Eu quero que você comece a fazer as coisas por você agora.
Taehyung mostra um sorriso e eles se separam felizes. Jimin dorme naquela noite sabendo que as coisas estão indo na direção certa. Este inverno pode ser o mais frio, mas ele sabe que não importa o quê, o sol sempre sai para brilhar.
O dia do julgamento | Tribunal da justiça de South Busan
Há mais repórteres em comparação com o último julgamento, e de repente as mãos de Jungkook começa a ficar suadas, e ele não consegue se concentrar. "Apenas respire fundo. Respirações lentas e constantes." Isso diminui um pouco a ansiedade, mas seu coração continua acelerado demais.
"Jimin. Pense em Jimin: seu cabelo loiro, lábios macios e risadas doces." Gradualmente, o batimento cardíaco de Jungkook se acalma e ele segue atrás dos agentes de segurança. Eles gesticulam para ele se sentar, então ele se senta em uma das cadeiras. Enquanto olha em volta para o número cada vez maior de pessoas na sala de audiências, Jungkook é sobrecarregado com deja-vu. Tudo está como antes, o juiz é diferente e alguns oficiais mudaram, mas ele parece que está revivendo o julgamento de dois meses atrás.
De repente, as portas se abrem com um estalo e o promotor Namjoon entra, maleta a tiracolo e capa preta fluindo ao seu redor. Ele é impressionante com sua alta estatura, ombros confiantes e inúmeras vitórias em casos, mas Jungkook não será influenciado desta vez.
– Bom dia. – Namjoon cumprimenta secamente.
Jungkook educadamente inclina a cabeça.
– Bom dia.
O olhar de Namjoon permanece no de Jungkook antes de virar as costas para ele e caminhar até o lado oposto da sala.
Namjoon não parou de pensar neste caso desde que surpreendentemente o ganhou há dois meses. O olhar no rosto de Jungkook o assombra desde então e a crescente culpa quase fez Namjoon desistir do caso, mas ele está aqui agora e é tarde demais para recuar.
As portas se abrem novamente e os olhos de Jungkook encontra o rosto familiar. Taehyung! Ele levanta de seu assento e acena para Taehyung em sua direção com os olhos.
Taehyung aponta para si mesmo, e olha por cima do ombro com um sorriso conhecedor.
Jungkook inclina a cabeça confuso.
Taehyung balança a cabeça enquanto fala.
– Jimin.
O coração de Jungkook pula uma batida.
– Jimin está aqui. – Taehyung pisca quando se instala em um dos bancos.
Como se fosse uma sugestão, as portas se abrem pela terceira vez e Jimin entra. Seu cabelo está penteado com perfeição e caído para um lado da testa. O terno azul marinho que ele está usando se ajusta ao seu corpo, e ele está deslumbrante.
Uau, Jungkook engole em seco enquanto seu advogado se aproxima, mas logo antes dele chegar, uma mulher bate ansiosamente no ombro de Jimin.
Um olhar de confusão se instala no rosto de Jungkook enquanto observa a interação deles; Jimin olha para a mulher com olhos arregalados e horrorizados quando ela toca seu ombro e depois seu braço. Jungkook percebe que sua breve troca de toques parece levemente íntima. Lentamente, ele afunda de volta em seu assento e continua a encará-los intensamente. "O que está acontecendo?"
Jimin olha para sua esposa... ex-esposa em desprezo.
– O que você está fazendo aqui? – Ele pergunta
Um sorriso minguado aparece nos lábios de So-hee enquanto ela toca levemente o braço de Jimin.
– Estou aqui para relatar este caso... não esperava ver você.
Jimin bufa.
– Sério? Semana passada ouvi dizer que você foi ao meu escritório.
– Apenas para perguntar sobre os detalhes do caso.
Jimin afasta a mão da ex e vira as costas para ela.
– Relate o que quiser, mas nunca mais se aproxime de mim.
– Jimin...
Ele olha por cima do ombro para ela.
– Eu não quero ver você, So-hee.
Sua expressão cai e Jimin se afasta, sem parar por um segundo para dar-lhe outro olhar. No momento em que alcança Jungkook, ele cai na cadeira e pega a mão do mais novo embaixo da mesa.
– Estou tão feliz em vê-lo. – Jimin confessa sem fôlego.
Jungkook pisca intrigado, mas aperta a mão de Jimin da melhor maneira possível, apesar das algemas.
– Estou feliz em ver você também.
Jimin sorri e Jungkook fica momentaneamente sem palavras pela quantidade de amor nos olhos do mais velho. Seu olhar é tão terno e amoroso, até o jeito que ele está falando é baixo e rouco.
Jungkook olha em volta antes de se inclinar para perto de Jimin e sussurrar.
– Eu quero beijar você.
Os olhos de Jimin se arregalam e ele solta a mão de Jungkook para apertar a coxa do mesmo.
– Eu também. – Seus olhos caem nos lábios do mais novo antes de voltarem para cima.
Eles se entreolham por um bom tempo até Jimin limpar a garganta e se virar. Gradualmente, os bancos começam a encher e a conversa desaparece quando a aparição do juiz é anunciada.
Jimin se endireita em seu assento e concentra sua atenção à sua frente. Hoje é sua única chance de libertar Jungkook, a segunda e a última chance. Jimin respira fundo.
– Todos se levantem... – O martelo ressoa por toda a sala. – Este tribunal está em sessão agora.
Três anos atrás
A luz do sol bate em Jimin enquanto ele segura firmemente Jinyoung, que está balbuciando bobagens em sua linguagem infantil. Ele deixou sua casa há aproximadamente trinta minutos para dar a So-hee uma chance para si mesma, pois ela está ocupada com o trabalho. Por causa do estresse, ela disse algumas palavras duras a Jimin sobre os casos dele e os abusos que ele enfrentou no passado, mas ele desculpou a dureza dela e decidiu levar as crianças para tomar sorvete.
– Sunsun? – Jinyoung gagueja, babando pelo canto da boca.
Jimin sorri para ele e usa o polegar para limpar suavemente os lábios de Jinyoung.
– Sua irmã.
– Sunsun! – Jinyoung repete o apelido que ele chama de Sunny. Desde que ele começou a falar, ele teve dificuldade em dizer o nome inteiro de Sunny, então ele a chama de 'Sunsun'.
– Ela está ali. – Jimin aponta do outro lado da rua e seus olhos se arregalam ao ver sua filha conversando com um estranho. O pânico toma conta de seu coração e ele passa todos os cenários possíveis em sua mente sobre como salvar sua filha. No entanto, quando ele está prestes a atravessar a rua, Sunny se inclina para o homem e olha para os dois lados antes de atravessar.
– Papai! Papai! – Ela chama animadamente, derrapando até parar na frente do pai.
Jimin olha para ela.
– Você conhece aquele homem, Sunny? – Ele pergunta severamente.
Ela balança a cabeça.
– Não.
– O que eu te disse sobre conversar com estranhos.
– Ele não era um estranho. – Ela faz beicinho. – Ele era um fotógrafo.
(😄Kkkk FOFA)
– Oho, serio agora? – Jimin pergunta, divertido com a condescendência em sua voz.
– Mhm, ele me contou sobre um apetree. – Sunny continua com os braços cruzados orgulhosamente contra o peito.
Jimin levanta as sobrancelhas, confuso, enquanto usa a mão livre para segurar a dela.
– Apetree?
– Sim, ele controla a quantidade de luz que sai. – Ela explica quando eles começam a andar pela calçada.
Jimin pensa no que um fotógrafo usaria uma 'apetree', mas quando ele está prestes a questioná-la sobre isso, ela gira em sua direção com olhos brilhantes.
– Abertura! – Ela exclama. – Na verdade, é chamado de abertura.
– Realmente?
– Uh-huh. – Ela volta para frente novamente. – Eu disse ao fotógrafo que a mamãe é como uma abertura.
Jimin solta a mão dela para segurar Jinyoung, que está começando a mexer em seus braços.
– Como assim?
Sunny encolhe os ombros.
– Como você é o sol, a mamãe é a sua abertura, ela controla a luz do sol.
O sorriso de Jimin vacila. Controle.
– Porque você é muito brilhante.
Jimin ri rapidamente para mascarar o sentimento terrível em seu peito.
– Eu sou, não sou?
Sunny assente:
– O mais brilhante!
Presente
O dia do julgamento
Jungkook não havia notado no começo, mas seus pais estão aqui. Eles estão sentados à esquerda na última linha, como se tentassem se esconder do público. Ele não pode culpá-los, ele está feliz por eles estarem aqui. Surpreendentemente, sentado ao lado deles está seu irmão. Ele não está olhando para Jungkook, mas para Jimin, que atualmente está falando com Ji-eun, que assumiu a posição.
– Então, você admite ter assassinado Minhyuk?
Ji-eun assente.
– Sim.
– Por que você não confessou isso no começo?
Ela mexe com os polegares, mas seu olhar não vacila.
– Porque ele decidiu levar a culpa por mim.
– E você pensou que estava tudo bem?
Ela balança a cabeça:
– Eu sabia que não, mas... Jungkook prometeu que tudo ficaria bem, e eu não estava no perfeito juízo.
– Não estar em sã consciência não desculpa suas ações, Ji-eun. – Comenta Jimin.
Sua cabeça cai e ela assente compreensivamente.
– Quando percebi que não... era tarde demais.
Ela então explica a conversa telefônica com o pai e o que ele disse a ela. Eventualmente, Jimin pergunta sobre o abuso.
Ji-eun se move em seu assento.
– Minhyuk abusou de você?
Um tenso silêncio passa e então ela assente.
– Sim.
– Por quanto tempo, Ji-eun?
Ela levanta a cabeça e seus olhos brilham com lágrimas não derramadas.
– Quanto tempo? – Jimin pergunta novamente.
– Um longo tempo. – Ela responde com uma voz tensa.
Jimin lhe dá um momento para se recompor antes que ele continue seu questionamento. Depois que ele termina de perguntar sobre o abuso, ele pede que ela explique o envolvimento de seu pai no assassinato. Em seguida, é entregue à promotoria que fornece registros da saúde mental de Ji-eun e sua relutância em testemunhar durante os primeiros julgamentos de Jungkook.
O julgamento continua por uma hora, com questionamentos constantes e inúmeras testemunhas, mas Jimin permanece equilibrado e confiante. De vez em quando, seu olhar muda rapidamente para Jungkook e ele lança um leve sorriso. 'Como se dissesse, eu vou te proteger dessa vez, eu tenho você.'
Quando é hora de Jimin dar suas declarações finais, ele respira fundo, se aproxima da mesa do juiz e mantém a cabeça erguida.
– Meritíssimo, com as evidências que lhe apresentei hoje e com as testemunhas que testemunharam, espero que Jeon Jungkook não seja culpado pelas acusações de que foi acusado no julgamento anterior. – Jimin inala. – Jungkook foi apenas vítima da bondade com a qual vive sua vida e, apesar dos erros que cometeu, aprendeu muito com essa jornada e merece uma segunda chance de corrigir seus erros.
Jimin olha por cima do ombro para Jungkook, que está olhando para ele. Eles trocam sorrisos carinhosos antes de Jimin olhar para o juiz novamente.
– Obrigado, Meritíssimo. – Jimin se inclina profundamente e se vira; o ritmo do seu coração acelera a cada passo que dá e Jungkook não afasta o olhar nenhuma vez. Ele mantém o olhar fixo em Jimin até o momento em que o mais velho se senta ao seu lado. Suas mãos se encontram embaixo da mesa e os dedos se entrelaçam.
Eu tenho você.
O juiz chama o tribunal à ordem assim que Namjoon termina sua declaração. O aperto de Jimin na mão de Jungkook fica forte e suas mãos estão suadas e quentes. Mas Jimin não consegue pensar, não consegue respirar agora, porque é isso.
– Sobre a acusação de perjúrios em primeiro grau...
Jimin engole em seco e respira fundo.
– ... e atuando como cúmplice no assassinato de Lee Minhyuk.
Jungkook ouve o tique-taque do relógio, pode sentir seu suor se misturando aos de Jimin enquanto seguram as mãos, e tudo isso de repente parece que está acontecendo em câmera lenta.
O juiz faz uma pausa, olha para o júri e depois para Jimin:
– O réu é considerado...
O relógio bate e bate, e Jimin prende a respiração.
"Por favor, por favor, esta é a única coisa que eu quero - realmente quero - em toda a minha vida. Eu amo Jungkook." Jimin se vira para o mais novo e ele olha calorosamente para ele. "Eu amo você, Jungkook. Quero dizer isso para você quando você andar livre, quero que você tire fotos minhas, quero que você me abrace forte. Eu quero que você me ame - tudo de mim - como eu sei que você vai."
Taehyung está sentado nos bancos com a cabeça abaixada e as mãos entrelaçadas ao colo, o pé bate com ansiedade enquanto espera.
Jungkook merece ser livre, Taehyung percebeu isso enquanto trabalhava com Jimin e seu raciocínio se solidificou ainda mais quando ele conheceu Jungkook no hospital. Jungkook tem uma aura intimidante, mas calorosa, sobre ele. Tal calor envolve as pessoas ao seu redor como um escudo.
Taehyung exala e olha do outro lado da sala para Jimin, que parece extremamente equilibrado, mas ele pode facilmente dizer quando Jimin está ansioso: ele morde os lábios e estala o pescoço. Geralmente Taehyung confortaria Jimin após um julgamento, tratando-o com sua refeição favorita e assistindo a um filme com ele. Mas não é mais o lugar dele, é a vez de Jungkook agora.
– É melhor você sair daqui hoje. – Taehyung murmura baixinho.
O juiz lê o veredito para si mesmo antes de finalmente anunciar.
– O réu, Jeon Jungkook, é considerado inocente.
Os olhos de Jungkook se arregalam e sua mão sai da de Jimin quando ele se levanta em choque.
Inocente.
Ele fica lá por um momento e o rugido de aplausos desaparece em ruído branco.
– Inocente. – Ele engasga com os olhos cheios de lágrimas. Pouco antes da primeira lágrima escorrer por sua bochecha, ele vira para a esquerda e encontra os olhos de Jimin.
Imediatamente, um único pensamento corre pela mente de Jungkook:
"Eu quero beija-lo. Porra, eu quero beijá-lo forte e levantá-lo em meus braços, prendê-lo em uma parede e beijá-lo um pouco mais. Eu quero beijá-lo e beijá-lo e nunca parar de beijá-lo."
Lentamente, os lábios de Jimin se abrem em um sorriso torto.
Jungkook pisca e uma única lágrima escorre por sua bochecha.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Ficaram ansiosos? Eu fiquei. E muito. Espero que tudo esteja começando a fazer sentido e que você esteja empolgado com a fofura, o romance e, sim, o sexo nos próximos capítulos. Vou esclarecer um pouco mais sobre as possíveis punições de Jungkook no próximo capítulo, mas ele está livre!
Obrigado pelos comentários preciosos que me ajudaram a continuar essa tradução. Amo todos eles.
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