16. Court
Lábios inchados, franja desfiada e bochechas coradas; o olhar que Jimin tem em seu rosto é digno de uma fotografia quando Jungkook olha em seus olhos hesitando em tirar uma foto do mais velho com as mãos. Ele quer mapear seu corpo centímetro por centímetro, sentindo cada fenda do corpo de Jimin com suas próprias mãos.
Ele quer que Jimin fique encostado em seu corpo como a lente encaixa tão facilmente na câmera. Assim como a água do banho abraça todos os cantos do corpo depois de um longo dia.
Jungkook quer encaixar seus corpos exatamente assim.
– Então fique. – Ele desliza as mãos para cima e para baixo nas coxas de Jimin. – Fique comigo esta noite, Jimin. – Ele beija o ouvido de Jimin. – Por favor. – Ele chupa o lóbulo da orelha enquanto segura a frente da calça de Jimin, que se sente tão cheio na mão de Jungkook, cheio e quente.
A respiração de Jimin falha e seus joelhos se afastam, forçando Jungkook a se aproximar. Eles se encaram pelo que parece uma eternidade até o mais novo se inclinar. Ele lambe o lábio inferior de Jimin antes de beijá-lo profundamente. Eles se beijam por um tempo enquanto Jungkook apalpa preguiçosamente o pau gradualmente endurecido do mais velho. A cada beijo, ele engole um dos gemidos de Jimin. Eles são suaves, doces e excitantes. Antes que Jungkook perceba, ele já está se contorcendo em sua cueca.
Eles finalmente se separam, sem fôlego e excitados pela presença um do outro. Jimin é o primeiro a falar.
– Jungkook... nngh. – Ele suprime o desejo de rolar os quadris na palma da mão do mais novo e gentilmente afasta a mão. – Eu não posso... ficar.
As sobrancelhas de Jungkook se unem em preocupação.
– Seus filhos?
Jimin sem palavras assente, lutando para recuperar o fôlego.
– Claro, duh, eu deveria ter percebido mais cedo. – Jungkook recua quando enfia a mão em sua franja úmida. – Desculpe.
– Porque você está se desculpando? – Jimin pula da bancada, coxas um pouco doloridas onde o mais novo as apertou. – Você não fez nada errado.
Ele suspira profundamente, se chutando mentalmente por solicitar uma coisa dessas a Jimin.
– Francamente, acho que gostei muito. – Jimin confessa suavemente, olhos baixos e bochechas vermelhas.
Essa afirmação faz Jungkook cambalear, mas ele consegue se controlar. Ele limpa a garganta e se afasta para que Jimin possa passar por ele.
– Eu... – Jungkook hesita em falar.
Jimin o olha com curiosidade e espera pacientemente que ele continue.
– Não posso agradecer o suficiente. – Jungkook deixa escapar as bochechas de repente tão vermelhas que a cor ardente o faz parecer muito mais jovem do que ele. É precioso. – Por tudo.
– Jungkook, não me agradeça até amanhã.
– Mas é mais do que isso, Jimin. – Ele diz, voz tão suave que o advogado teve de se inclinar para ouvi-lo. – Estou agradecido por você... – Jungkook puxa o olhar das mãos para olhar nos olhos de Jimin. Em seus olhos, ele pode ver seu próprio reflexo nublado pela luxúria em que Jimin não ousa agir.
Jimin desvia o olhar.
– Isso é…
– Você não está acostumado com isso, está? As coisas estão indo rápido demais, hein? – Jungkook divaga. – Eu deveria ter me impedido.
– Jungkook...
– Eu sempre faço isso. Porra. – Ele pragueja baixinho, virando as costas para Jimin. – Eu nem verifiquei se estava tudo bem com você. Eu não pensei nos seus filhos ou algo assim.
– Jungkook, espere, se acalme. – Jimin o toca levemente na parte de trás do ombro.
O leve toque é abrasador para Jungkook, tanto que ele pula e encara Jimin com uma expressão cansada. Seus olhos estão arregalados, frenéticos, e ele mastiga ansiosamente o lábio inferior.
Jimin sorri calorosamente.
– Está tudo bem, eu estou bem.
Os olhos do garoto dançam sobre o corpo de Jimin, procurando por algo que ele ainda não sabe. De repente, ele pega o pulso do mais velho e o puxa para perto.
– Você está bem? – Jungkook pergunta, sua voz soa tão doce, mas insegura, nada como o suspeito Jimin conheceu há muito tempo.
Jimin toca seu peito.
– Sim.
– Me diga de novo. – Ele murmura enquanto se inclina para descansar o queixo na curva do pescoço de Jimin.
– Estou bem.
– Você está bem. – Jungkook ecoa.
Jimin assente.
– Estamos bem, querido.
Eles permanecem assim por algum tempo; olhos fechados e corações imóveis enquanto se aquecem na presença um do outro. Jimin segura Jungkook mais apertado, não acostumado a ser envolvido por tanto calor. Jungkook é caloroso, mente, corpo, coração e alma. Ele é tão quente. Eventualmente, Jimin abre os olhos e se inclina para olhar nos olhos de Jungkook e fica surpreso com a maneira que o mais novo o olha.
O olhar inexplicável de Jungkook faz Jimin corar e se virar.
O mais novo sorri.
– Você sabe... – Ele passa um dedo ao longo da curva da mandíbula de Jimin. – Eu tenho fé absoluta em você.
– Você não deveria... – Jimin murmura.
Se ele fosse o velho Jimin, o Jimin que faz isso há anos, diria algo diferente. Ele diria a Jungkook para confiar nele - confiar nele. Mas Jungkook quebrou completamente o vidro com o qual Jimin se protegeu. Permitiu que as pessoas olhassem de fora, mas nunca as deixou entrar completamente em seu mundo. O advogado e pai, Park Jimin, se perdeu na briga.
– Por quê? Porque você é humano? – Jungkook pergunta com um sorriso.
Jimin assente.
– Sim. – Ele se inclina para perto. – Porque sou humano. – Sem pensar, Jimin beija seus lábios levemente e ele pode sentir o jeito que Jungkook sorri contra o beijo.
– Você é Park Jimin. – Ele beija Jimin de volta. – Meu advoga... – Jungkook faz uma pausa. Ele olha nos olhos de Jimin e dentro deles vê o quanto o mais velho quer isso e, então, ele sorri. – Meu namorado. – Ele corrige.
Algo brilha nos olhos de Jimin, luz das estrelas, outro universo decadente, ansiedade? Jimin não sabe, o que ele sabe é que gosta - ama - de ser chamado namorado de Jungkook.
– Você aguenta ser meu namorado? – Jimin pergunta, lábios carnudos puxados em um sorriso.
Jungkook encolhe os ombros.
– Talvez. Quero dizer, lidei com você esse tempo todo. – Suas mãos nos quadris de Jimin passam pelo arco das costas dele até suas nádegas.
Jimin olha.
– Mãos ao ar.
– Jimiiiin. – Jungkook geme enquanto descansa as mãos na bunda do mais velho.
– Eu vim aqui inicialmente para falar com você sobre o pai de Ji-eun. – Jimin agarra os pulsos do mais novo e os puxa para cima, forçando as mãos dele a descansar em seus quadris.
– O pai dela?
– Uhuh, ele se tornou um personagem suspeito.
Jungkook se inclina um pouco para trás para olhar nos olhos de Jimin.
– Como assim? – Seus dedos dançam impacientemente ao longo dos quadris de Jimin. – Espere, podemos conversar sobre isso mais tarde?
Jimin engasga em descrença.
– O julgamento é amanhã.
– Eu sei. – Jungkook engole em seco, os dedos ainda dançando ao longo dos quadris do advogado – Apenas...
– Precisamos conversar sobre isso.
– Sim, amor, eu quero, eu sei o quão importante é o caso, mas... – Jungkook respira fundo. – Nos últimos dez minutos, você esteve pressionado contra mim e eu realmente não consigo me concentrar com você tão perto de mim.
Jimin pisca confuso...
Três: ele percebe que seus quadris estão pressionados juntos.
Dois: o pênis de Jungkook está duro e pressionado ao lado da virilha de Jimin.
Um: Jimin também está duro desde o início.
... seus olhos se arregalam em realização e ele pula para trás.
– Desculpe! Oh meu Deus, sinto muito, Jungkook.
Jungkook ri envergonhado.
– Não é sua culpa…
Jimin tosse.
– Assim que... o julgamento acabar... devemos...
– Sim? – Ele responde em antecipação.
– Planeje uma data.
Jungkook sorri.
– Gostaria disso.
– Posso fazer com que minha vizinha olhe as crianças... durante a noite.
Jungkook engole em seco.
– Tudo bem. – Ele aponta desajeitadamente por cima do ombro na direção do corredor. – Eu vou cuidar de...
Jimin assente rapidamente, desviando o olhar da ereção óbvia atrás da calça de Jungkook.
– Sim, vou me sentir confortável no sofá.
Jungkook sai da cozinha com uma expressão engraçada no rosto, como se estivesse dilacerado. Ele lança um sorriso torto para Jimin antes de desaparecer na esquina.
Jimin cai no sofá, colocando um braço sobre o rosto. Ele exala.
– Essa foi por pouco. – Teria sido fácil ceder, mas ele sabe que seus filhos estão esperando por ele e por mais que Taehyung não se importe de cuidar de seus filhos, Jimin entende que Taehyung precisa descansar. Especialmente na noite anterior a um caso tão grande quanto o de Jungkook.
Jungkook volta vestindo uma camiseta branca decotada e shorts rasgados. Jimin o engole em seco e continua observando-o até o garoto se sentar ao lado dele no sofá. Seus joelhos se tocam.
– Continue me olhando assim e eu vou querer fazer algo indecente com você. – Jungkook adverte, um brilho brincalhão em seus olhos.
– Talvez eu queira que você faça. – Ele responde.
O brilho brincalhão do mais novo muda para algo mais perigoso.
– Jimin.
Jimin ri brilhantemente.
– Brincadeira, brincadeira.
Jungkook estica a mão para apertar a coxa do mais velho. Ele recolhe seus pensamentos e afasta sua libido antes de perguntar.
– E o pai de Ji-eun?
– Ela ligou para ele no dia do assassinato.
Jungkook torce uma sobrancelha.
– E?
– Ela ligou para ele logo depois que aconteceu. Ela falou com ele antes de chamar a polícia.
O mais novo cantarola em pensamento.
– O que você estava fazendo quando ela saiu?
– Nada. Olhei para o corpo e o sangue de Minhyuk e estava pensando em maneiras de proteger Ji-eun. Para ser sincero, não percebi que ela foi embora.
– Havia algo estranho quando ela voltou? Suas ações ou a maneira como ela falou? – Pergunta Jimin.
As sobrancelhas de Jungkook franzem em pensamento.
– Ela... ela parecia calma.
Jimin se endireita.
– Como assim?
– Bem... quando ela esfaqueou Minhyuk logo no início, estava gritando e chorando. Ela não parou nem quando eu disse que assumiria a culpa por ela. No entanto... – O olhar de Jungkook desvia dos olhos sondadores de Jimin. – quando ela voltou, agiu de forma impassível e a maneira como ela me olhou era... distante.
– Você pode descrever em mais detalhes como ela estava? – Jimin pressiona.
Jungkook estala os nós dos dedos.
– Foi como…
Olhos castanho e frios, lábios trêmulos e, de repente, ela sorri. É forçado e vazio - vazio. Jungkook olha de volta para ela, seus olhos arregalados e vermelhos de fortes lágrimas e choque. Ji-eun continua sorrindo, rindo de uma piada que só ela conhece.
– Foi tipo o que, Jungkook? – Jimin se inclina na direção ele.
Jungkook agarra suas mãos firmemente. Ele se dá conta como o sol nascendo lentamente. Ele se infiltra em seus pensamentos e uma dor surda lateja em seu peito.
– Foi como se... ela tivesse desistido de mim.
Hospital Médico de Busan | 9:37
Dara usa uma toalha úmida para limpar a testa de Ji-eun. Ela faz isso cautelosamente com olhos vidrados e pensamentos desenfreados. O julgamento é hoje, ela usa a toalha para passar os lábios rachados de Ji-eun, é hoje. Ela tenta se endireitar, mas tem espasmos nas costas. Dara respira fundo antes de tentar se levantar novamente. Desta vez, suas costas cooperam e ela fica ereta. Ela caminha até a porta e quando a abre, seu marido olha para ela.
Dara engasga.
– Woosung, o que você está...
– Nós precisamos conversar. – Ele interrompe segurando seu pulso.
– Agora? Eu tenho que sair para o julgamento.
– É sobre isso que tenho que falar com você. – Ele olha por cima do ombro para olhar Ji-eun antes de puxar Dara para o corredor.
– Me solte primeiro. – Ela puxa seu braço livre e o encara com agrado. – O que é isso? Você não estava aqui quando nossa filha quase morreu, então por que você está aqui agora? – Dara estala.
Woosung exala profundamente e continua como se não a tivesse ouvido.
– Não vá ao julgamento hoje.
– Porque eu faria isso?
– Apenas... – Ele grita; sua voz atrai a atenção de enfermeiras e pacientes no corredor que param e olham. Ele faz uma pausa para se acalmar. – Apenas me escute. – Ele assobia por entre os dentes.
Dara observa o marido - ele está ansioso - ela percebe pela maneira como ele está constantemente olhando por cima do ombro. Ela o olha com ceticismo.
– Woosung...
– Não me questione, Dara.
– Eu não ia. – Ela hesita. – Eu devo? Você fez alguma coisa?
Ele passa a mão pela franja grisalha.
– O que diabos você fez, Woosung? – Ela se aproxima dele. – Tem algo a ver com a nossa filha?
Woosung não responde.
– Me responda. – Ela procura seu olhar desviado. – Isso tem a ver com Ji-eun? Conte-me.
Woosung engole, seu pomo de adão balancando e depois responde:
– Sim...
– Não, não, – Dara dá um passo trêmulo para trás. – não não.
– Não é o que você pensa, querida, me escute. – Ele aperta os ombros dela.
Seu corpo fica rígido em seu aperto.
– Então, o que é?
– Você provavelmente ouvirá isso no julgamento hoje... mas ela me ligou logo depois que aconteceu.
A expressão de Dara se transforma em horror.
– Ela ligou para você?! – Uma pausa. – O-o que ela disse?
– Ela me disse que o matou...
– E... – Dara hesita. – O que você disse a ela?
Woosung pressiona os lábios. Ele desvia o olhar dos olhos dela.
– O que você disse a ela Woosung!
– Não aqui, – ele pega a mão dela na dele. – me siga.
Eles andam pelo corredor, de mãos dadas, sorriem para as pessoas que os encaram questionando antes de entrar em uma sala vazia. Woosung deixa cair a mão e fecha a porta. Ele gira a fechadura, dá um suspiro e conta a Dara tudo o que aconteceu naquele dia.
《 "Flashback" 》
PhotoBOX Studio | 21 de agosto
Com mãos trêmulas, Ji-eun disca o número de seu pai. O telefone toca e toca e toca até finalmente atender.
– Pa-pai!
– Ji-eun? Querida, o que é isso?
– Eu... eu... pai... eu fiz algo, eu fiz algo pai.
Woosung ouve atentamente captando o tremor da voz de sua filha e o fraco som do vento ao fundo.
– Onde você está?
– Eu ainda estou no estúdio de fotografia.
Woosung gesticula para a secretária antes de sair do escritório.
– Ele fez alguma coisa com você? Minhyuk te machucou?
Ji-eun balança a cabeça fervorosamente.
– Não…
– Onde ele está? Coloque-o no telefone. – Woosung já recebeu ligações assim antes; no meio da noite, durante as reuniões do conselho, etc. Mas Ji-eun mentia e dizia que Minhyuk havia lhe dado um "pequeno susto" e ela minimizava a gravidade da situação. Ela defendia continuamente os abusos de Minhyuk. Em uma ocasião, Woosung disse a Minhyuk que "o mandaria para a prisão se ele tocasse nela novamente".
– Ji-eun, coloque-o no telefone. – Woosung repete.
– Ele está... ele está morto.
Woosung para.
– O que?
– Minhyuk está morto.
Não, não há como ele ter ouvido corretamente.
– Querida, o que você disse? Não brinque comigo.
– Por que eu brincaria sobre algo assim?! Minhyuk está morto! Ele está morto e eu o matei. – Ela soluça.
Ela o matou?
– Calma, eu preciso que você se acalme.
– Eu o matei. Eu o esfaqueei até a morte. – Ela soluça.
– Ouça-me. – Acalma Woosung. – Acalme-se e me escute.
Ji-eun inala trêmula enquanto ela se concentra na voz dele. Ouvir. Ouvir. Respirar.
– OK. OK.
– Bom, agora me diga o que aconteceu.
Ji-eun conta tudo para o pai, desde Minhyuk forçando-se sobre ela, até ela escapando e depois voltando com uma faca e esfaqueando Minhyuk repetidamente e repetidamente e...
– Tem mais alguém com você? – Woosung pergunta permanecendo calmo.
– Sim. Jungkook está aqui.
– Jungkook?
– Ele ia tirar nossas fotos. Ele me viu esfaqueando Minhyuk.
Woosung suspira. Merda.
– O que ele está fazendo agora? Onde ele está?
– Ele está no estúdio com Minhyuk. – "Não Minhyuk. O corpo dele. Ele está lá com o corpo de Minhyuk". Ji-eun estremece. – Jungkook disse que vai assumir a culpa.
Os olhos de Woosung se arregalam.
– Ele disse o que?
– Ele disse que vai para a prisão em meu lugar. – Ji-eun morde com força as unhas. – Ele pegou a faca de mim e colocou sangue nas mãos e disse que tudo ficaria bem. Ele me disse para não me preocupar.
– Ji-eun. – Woosung exala em descrença.
– E pai, eu quase deixei. Por alguns segundos, pensei que deveria deixá-lo. Pensei em como ficaria feliz em viver minha vida livremente. – Ji-eun morde sua unha do polegar. – Mas não é culpa dele, jungkook não matou Minhyuk, eu matei. Não posso deixá-lo ir para a prisão em meu lugar.
– Deixe-o.
Ji-eun congela.
– Papai…
– Deixe ele assumir a culpa. Ele ofereceu, não foi você quem sugeriu. – Woosung divaga pensando no rosto jovem de Jungkook e suprimindo as memórias de Jungkook e Ji-eun rindo juntos quando eram mais jovens.
– Eu não posso fazer isso. – Um carro passa fazendo Ji-eun pular; ela segura o telefone mais perto da boca. – Isto é errado.
– O que Minhyuk fez com você está errado. Jungkook se ofereceu para ajudá-la, não acha que seria errado recusar a oferta dele? – Woosung explica astuciosamente ignorando a moral que ele mantém ao longo de sua vida para proteger sua filha.
– Pai, eu não posso fazer isso.
– Faça. Vou te ajudar. – Woosung diz enquanto entra no banheiro da empresa. Ele abre cada barraca verificando se elas estão vazias antes de adicionar. – Eu quero que você volte para dentro do estúdio.
Ji-eun escuta atentamente enquanto seus olhos disparam para frente e para trás. Ela se sente vulnerável e nua enquanto está do lado de fora.
– Não diga a ele que você me ligou, diga a ele que você chamou a polícia e eles estarão a caminho. – Woosung continua. – Eu quero que você confie em mim. Você confia em mim?
Apesar das lágrimas escorrendo pelo rosto, Ji-eun responde.
– Sim.
– Entre e não diga a ele que você vai deixá-lo levar a culpa. Jungkook é um homem inteligente, ele vai perceber por conta própria.
Ji-eun o escuta e pode ouvir cada cálculo nas pausas que ele faz enquanto fala.
– Voce entende? – Ele pergunta.
– Sim. – Ela enxuga as lágrimas dos olhos. – Compreendo.
– Você não fez nada errado, querida, não é sua culpa. – Woosung assegura.
Mas Ji-eun sabe. "Eu deveria ter deixado ele mais cedo. Eu deveria ter ouvido minha mãe. Eu deveria ter feito tantas coisas de maneira diferente." Ela se agacha e as lágrimas correm livremente. Isso a atinge como uma onda.
"Minhyuk está morto. Ele não vai voltar. Jungkook vai para a cadeia por minha causa."
Ao ouvi-la chorar, Woosung continua falando:
– Não chore agora, use o choque a seu favor. Quando a polícia chegar, não diga uma palavra. Quando você estiver no hospital, sua mãe e eu cuidamos do resto.
Ji-eun cheira.
– Papai…
– Não é sua culpa.
– Isto é! – Ela grita.
– Minhyuk abusou de você. Ele forçou você; ele te machucou e sufocou e tudo que você fez foi amá-lo. Você o amava tanto Ji-eun e confiava nele. Ele sabia disso. – Woosung faz uma pausa. – Jungkook quer que você viva sua vida. Ele quer que você respire o ar que Minhyuk bloqueou de você todos esses anos.
Suas palavras soam tão esperançosas e tranquilizadoras. Ji-eun quase pode sentir o gosto da liberdade. Tudo o que ela deve fazer é agir como o pai diz. Quando o abuso começou, Ji-eun demorou para acreditar que estava acontecendo. Ela duvidava constantemente que Minhyuk a machucaria, pensava que talvez fosse um acidente ou um deslize da mão, mas ela sabia a verdade muito bem. Minhyuk se aproveitou do amor dela, ele a construiu durante a infância apenas para quebrá-la quando começaram a namorar.
Ji-eun sabe que isso está errado e ainda assim…
– OK. – Ela caminha lentamente em direção à porta do estúdio. – Tudo bem.
– Bom. – Woosung se inclina contra a parede para se firmar. – Você está fazendo apenas o que precisa.
《 "Fim do flashback" 》
Hospital Médico de Busan | Presente
Dara cai em uma cadeira próxima. Ela esconde o rosto nas mãos e fica completamente silenciosa. Woosung anda de um lado para o outro na frente dela, com os braços cruzados contra o peito.
– Você ainda vai? – Ele pergunta.
Dara fica calada, passa as mãos pelo rosto e olha para Woosung desanimada.
– Eu tenho que ir.
– Você não tem! Seria tão fácil cuidar de Ji-eun e desaparecer.
– Mas você sabe por que ela está assim!? Você sabe por que ela tentou se matar? – Dara estala.
– Isso importa? – Ele gesticula largamente enquanto fala. – Podemos salvá-la e protegê-la.
Dara se levanta e se aproxima dele.
– Ela tentou se suicidar por causa da culpa, Woosung! Você sabe, eu sei, e ela sabe que Jungkook é inocente!
– Eu não entendo por que você teve que se envolver! Se você ficasse em silêncio, Ji-eun estaria livre de suspeitas. Ela ainda tem a chance de viver a vida que Minhyuk tirou dela.
– E você só quer que tiremos a vida de Jungkook!? – Dara explode. – Ele tem apenas 26 anos, ele ainda tem uma vida para viver!
– Nossa filha foi abusada, Dara! Esta é a única maneira de corrigir todos os erros que cometemos ao não perceber o que ela estava passando. – Woosung elabora, a voz tensa.
– Não, você está errado. Isso, o que você fez escondendo e encobrindo por ela, está errado. – Dara se aproxima da porta e a abre. Ela caminha rapidamente pelo corredor em direção ao elevador. Woosung a segue rapidamente.
Dara aperta o botão do primeiro andar e aguarda a abertura das portas. Woosung a alcança nesse tempo.
– Querida, por favor. – Ele agarra seu antebraço.
Dara o fixa com um olhar chocado.
– Não não não não. Vou falar no julgamento para libertar nossa filha. Você deve perceber isso, Woosung, mentir e culpar uma pessoa inocente não vai salvá-la. – Dara bate na lateral da cabeça. – Ela ficará presa em sua própria cabeça.
As portas do elevador se abrem com um toque. Dara corre para dentro e olha devagar para o marido. Ela continua olhando para ele até as portas se fecharem.
Tribunal do Sul de Busan | 10:00 da manhã
Jimin está ansioso; ele arregaça as mangas apenas para empurrá-las para baixo segundos depois. Ele continua andando de um lado para o outro no banheiro masculino.
– Você conseguirá isso. – Ele diz a si mesmo. – Você ficará bem. – Ele se vira para o espelho, colocando as mãos no balcão de granito e se inclinando para frente. Respirando fundo, ele levanta a cabeça para olhar seu reflexo. Cabelo loiro penteado, bolsas leves sob os olhos e ombros orgulhosos acentuados pelo traje da marinha que ele está vestindo. Ele parece bem, confiante e, portanto, deveria se sentir assim, mas por que não?
A porta do banheiro se abre e Taehyung entra. Ele está vestindo um terno preto com uma gravata cinza - embora não seja advogado de Jungkook, ele também pode se vestir para o papel em um dia tão grande. Taehyung fica ao lado de Jimin e lava as mãos cantarolando a música Walking on Sunshine.
Jimin olha para ele questionável.
– Por que você está de bom humor?
– É um bom dia. – Taehyung seca as mãos. – Por que eu não deveria estar?
Jimin suspira.
– Você pode passar seu otimismo para mim, por favor.
Taehyung faz uma pausa e depois estica a mão para apertar o braço de Jimin.
– Eu nunca te vi tão nervoso antes.
Jimin exala profundamente.
– Eu sei. Estou enlouquecendo. – Ele ri nervosamente.
As sobrancelhas de Taehyung franzem de preocupação, mas ele não pressiona Jimin para se explicar. Em vez disso, ele aperta o braço mais uma vez antes de sair do banheiro. Ele sabe que é melhor dar espaço a Jimin quando ele se sente assim. A única outra vez que Jimin esteve assim foi quando ele levou os papéis do divórcio ao tribunal.
Jimin bate levemente nas bochechas antes de ir para a saída. Quando ele entra no salão, seu olhar varre os inúmeros repórteres em pé ali. Felizmente, Jungkook já está dentro do tribunal. Ele ajusta sua gravata antes de mergulhar no mar de câmeras e microfones piscando. Jimin levanta o braço para proteger os olhos dos flashes enquanto caminha.
Os repórteres gritam inúmeras perguntas, todas as quais Jimin não se importa em responder. Após um momento de luta, ele consegue entrar no tribunal. Ele fecha a porta atrás de si com um bufo; o barulho repentino faz com que os que estão sentados na sala do tribunal se virem e olhem para ele. Jungkook se vira para olhá-lo também, Jimin lhe dá um sorriso nervoso enquanto caminha em direção ao portão que separa o público dos oficiais e do júri.
Quando ele se aproxima de Jungkook, a primeira coisa que sai da boca é um pedido de desculpas:
– Desculpe por desaparecer assim.
Jungkook encontra o olhar de Jimin.
– Você não precisa se desculpar. – Ele garante. – Eu confio em você.
Jimin pensa se inclinar e beijar o lado do rosto do mais novo, mas ele resiste e pega a maleta que deixou com Jungkook. Enquanto examina o caso pela última vez, Namjoon entra pela porta. Jimin não se incomoda em olhar para cumprimentá-lo, mas continua a folhear os papéis à sua frente.
Jungkook olha para seu advogado e olha em volta antes de colocar uma mão na coxa dele tranquilizando-o. Jimin levanta a cabeça para olhar o mais novo e suas sobrancelhas se erguem em choque.
– O que você está fazendo? – Ele sussurra.
Jungkook sorri calmamente.
– Nada, apenas... – Ele aperta a coxa de Jimin com ternura. – Tentando confortá-lo.
Jimin engole balançando a cabeça, distraidamente. Ele permite que Jungkook aperte sua coxa por um momento mais antes de gentilmente afastar sua mão.
O tribunal ganha vida gradualmente com pessoas entrando e saindo. Jimin olha para os bancos completos em busca da Sra. Lee. Seus olhos percorrem cada linha, e cada rosto que vê que não é o dela, o coração de Jimin começa a afundar.
"Ela disse que estaria aqui." Jimin morde o lábio inferior. "Ela deve vir."
Sentindo o desconforto de Jimin, Jungkook estende a mão por baixo da mesa. Uma vez que encontra os dedos de Jimin, ele os entrelaça nos seus.
– Jimin. – Ele sussurra, inclinando-se para perto dele. – Ela virá.
– E se ela não vir? – Ele pergunta sem desviar o olhar dos bancos.
– Se ela não vinher, gravamos minha conversa com ela, temos outras declarações de testemunhas e registros telefônicos de Ji-eun. Nós vamos ficar bem, querido. – Jungkook promete a ele.
– Você está certo. – Jimin suspira. – Isso não é como eu. – Ele finalmente se vira para olhar para o mais novo.
Jungkook tem esse olhar novamente. É tão caloroso e confiante. Amoroso.
Jimin sorri enquanto continua discretamente segurando a mão do mais novo.
– Eu sou Park Jimin.
– Você é Park Jimin. – Jungkook ecoa.
– O melhor advogado de Busan que por acaso é o seu advogado. – Jimin se orgulha.
Jungkook acrescenta.
– E pai de três filhos lindos.
Jimin assente com orgulho.
Com uma risada e garantindo que ninguém mais o veja, Jungkook murmura.
– E agora você é meu namorado.
Os olhos de Jimin brilham intensamente e Jungkook solta sua mão no momento em que o juiz entra no tribunal.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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É agora Jikookas. Será que Jungkook sairá livre ou não? O foco principal deste capítulo foi amarrar quaisquer pontas soltas na história e também adicionar alguma profundidade ao personagem de Ji-eun e a razão por trás de suas ações.
Próximo capítulo o julgamento ja aconteceu, mais como foi será esclarecido por meio de fleshback. Estou avisando porque a primeira vez que li pensei ter pulado um capítulo. Mas depois que veio a explicação. Então...
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