15. friends gathered

[Corredor do apartamento de Jungkook]

Uma fotografia pode capturar muitas coisas: um rápido olhar, um sorriso amoroso e um momento esquecido no tempo. No entanto, ele não pode capturar a quantidade de euforia que Jungkook sente ao pensar em sua conversa telefônica com Jimin na noite passada. Não foi fácil adormecer e, uma vez que ele fez, pensou no mais velho. Ele repetiu a conversa por telefone, mas desta vez sua mente forneceu imagens obscenas de Jimin em certas posições, acompanhado por ele gemendo seu nome.

Agora é a tarde e Jungkook ainda tem Jimin em mente. Enquanto aquece o almoço, ele pensa em como as tardes de Jimin devem ser com seus filhos. É uma imagem doméstica e faz um sorriso enfeitar o rosto de Jungkook. Ele abaixa o fogão enquanto aguarda o cozido kimchi que sua mãe trouxe há não muito tempo para ferver. O aroma enche seu apartamento e lembra sua infância quando tudo era tão simples e ele ainda não experimentou se apaixonar. Agora, décadas mais tarde, essa simplicidade se rompeu completamente e ele experimentou muitas estreias que vêm com a idade adulta. Algumas únicas à sua vida sozinho.

Depois de arrumar a sala, o arroz termina bem a tempo e Jungkook cantarola alegremente enquanto prepara a comida. Tudo está indo bem como deveria ser até a campainha tocar. Ele olha para cima e rapidamente desliga o fogão enquanto corre para a porta. Sem olhar pelo olho mágico, abre a porta.

Jungkook engasga ao ver a aparência de seu irmão mais velho. 

– Hyung?

Junghyun sorri tristemente enquanto estende a mão para dar um soco no braço de Jungkook. 

– Desculpe, demorei muito para chegar até você.

Jungkook continua piscando, chocado com a aparição repentina de seu irmão. Junghyun entra e examina o local com uma mão no quadril. Jungkook fecha a porta lentamente e fica ali por um momento com os olhos abatidos.

– Você não parece feliz em me ver. – Junghyun murmura enquanto se acomoda no sofá. – Eu pensei que você sentisse minha falta.

Jungkook engole em seco quando as memórias de infância de seu irmão se infiltram em sua mente. Rindo e brincando juntos, fazendo coisas que qualquer criança faria. Aqueles eram os momentos em que ele se sentia mais próximo de seu irmão. Agora a culpa pesa sobre ele enquanto Junghyun aguarda sua resposta.

– Eu estou apenas surpreso, hyung. – Jungkook ri nervosamente quando finalmente se vira para encarar o irmão.

Junghyun inclina a cabeça para trás e seus olhos escuros examinam Jungkook. 

– É minha culpa por não entrar em contato com você. – Ele diz, mas não há emoção por trás de suas palavras, ele está se distanciando. Comportando-se como se estivesse tudo bem quando não está. Jungkook entende de onde isso vem. Ele teria um colapso se seu irmão mais velho estivesse envolvido em um caso de assassinato, especialmente se ele fosse o principal suspeito.

– Está tudo bem... as coisas estão loucas ultimamente. – Jungkook murmura enquanto caminha até o sofá para se sentar ao lado de Junghyun. O sofá afunda sob seu peso e ele se senta no extremo oposto de seu irmão. Junghyun se endireita enquanto esfrega as palmas das mãos sobre os joelhos.

– Você quer explicar o que aconteceu? – Ele pergunta se virando para olhar para Jungkook.

Jungkook engole. 

– Fui acusado de assassinato.

– Bem. OK. – Uma pausa. – Você fez isso?

– Claro que não, hyung! – Ele exclama, magoado que seu irmão fizesse essa pergunta, mas compreensivo porque Junghyun sempre foi assim.

– Não há necessidade de ficar chateado, tudo é possível com você hoje em dia. – Junghyun elabora.

As sobrancelhas de Jungkook franzem em confusão quando as palavras de Junghyun afundam. Comigo? Ele se move desconfortavelmente, seus lábios pressionados firmemente.

– Como é seu advogado? – Junghyun pergunta de repente. – Oportunista? Respeitável? Você sabe... – Ele torce uma sobrancelha. – Você confia nele?

Jungkook finalmente se vira para encarar seu irmão, ele não fala a princípio, deixando a pergunta pairar no ar, prová-la na língua antes de responder. 

– Sim. Eu pensei que conhecia todo mundo deste lado da cidade, mas não o conhecia.

Junghyun cantarola. 

– Qual o nome dele?

– Park Jimin. 

– Park Jimin. – Junghyun repete. – Não, nunca ouvi falar dele, mas eu posso dizer pelo brilho em seus olhos que você confia nele. – Ele comenta antes de se levantar e caminhar lentamente pelo corredor. Ele olha as fotos penduradas na parede. – Você ainda está tirando fotos?

– Sim... encontro conforto, embora não tenha sido capaz de tirar muitas desde o que aconteceu. – Jungkook explica quando levanta do sofá e entra na cozinha. – Você quer algo para comer? Eu estava esquentando o ensopado kimchi que a mãe deixou.

Os olhos de Junghyun examinam cada foto, sua expressão em branco. 

– Kimchi cozido?

– Sim. – Jungkook alcança na despensa por duas tigelas. – Coma um pouco antes de você ir.

Quando Junghyun não responde, Jungkook coloca as tigelas de lado e espia pelo corredor. Ele o vê encarando uma foto com os braços cruzados contra o peito.

– Você nunca me mostrou suas fotos. – Junghyun diz suavemente enquanto usa um dedo para traçar ao longo da moldura.

– Eu fiz. Várias vezes antes de você sair de casa.

– Realmente? – Junghyun se afasta da foto para olhar Jungkook. – Acho que me lembro de alguns delas.

– Sim... – Jungkook limpa a garganta. – Você quer algo para comer? – Ele pergunta novamente.

Junghyun não responde e Jungkook começa a ficar irritado. "Ele ainda é o mesmo. Nunca me ouvindo, procurando uma chance de me repreender e agir como o irmão que nunca foi."

– Kookie, tirar fotos não apaga as memórias dolorosas. Não as captura e as tranca em um determinado período de tempo..Não é tão fácil. – Junghyun diz abruptamente. – Eu pensei que você pararia quando fosse mais jovem.

A expressão de Jungkook se transforma em raiva crescente. 

– Quando eu era mais jovem?

Junghyun assente. 

– Pensei que você tivesse percebido que as fotografias são apenas lembretes do que poderia ter sido. – Ele se vira para olhar para a parede oposta cheia de fotos e seus olhos se arregalam. – Você tem todas essas fotos para lembrá-lo da dor que passou. – Ele fala baixinho, mas Jungkook odeia. Odeia a maneira como Junghyun está tentando cuidar dele.

Jungkook balança a cabeça. 

– Você está errado, hyung. Se você realmente me entendesse, saberia que as fotos que tiro são mais do que isso.

– Realmente? – Ele pergunta em um tom condescendente.

– Não tiro fotos para apagar o passado. Tiro fotos para me lembrar que passei pela dor. Que eu sobrevivi. – Ele explica enquanto observa o olhar de Junghyun passando entre as fotos.

– Que você sobreviveu? – Ele ecoa. – Você tem lembretes constantes em sua casa das pessoas que o machucaram.

E é verdade; Jungkook tem fotos de seu ex-namorado, seu primeiro emprego fracassado, seus pais discutindo. Tudo o que os outros considerariam lembranças dolorosas, ele as emoldurou nas paredes de seu apartamento.

– Você até tem uma foto de Minhyuk e Ji-eun. – Junghyun acrescenta. – Felicidade? Que felicidade, Jungkook? Tudo o que vejo é uma tentativa de viver em um mundo que você tem medo.

Jungkook suspira, há alguma verdade em suas palavras, mas é mais que medo, é algo que Junghyun nunca entenderá. 

– Você não entende.

– Não sei, não entendo por que você insiste em ter essas fotos por perto.

Jungkook morde o lábio inferior. 

– Porque, Junghyun, as pessoas nessas fotos são as pessoas que eu amo.

De repente, Junghyun agarra um dos quadros da parede. É um novo quadro, que Jungkook comprou ontem a caminho de casa quando veio com Taehyung. 

– As pessoas que você ama, hein?

– Sim…

– Então por que esse quadro está vazio? – Junghyun vira a moldura para ele e Jungkook imediatamente fica cheio de alegria quando olha para a moldura. É uma moldura dourada, que lembra o cabelo loiro de alguém. Há detalhes florais ao longo do quadro e ele se destaca mais entre os outros quadros simplistas.

– Uma moldura para uma foto que ainda não tirei. – Jungkook responde suavemente.

– Então por que você está pendurado aqui?

– É uma promessa. – Diz Jungkook com um sorriso. – É tudo o que você precisa saber, hyung. – Ele dá um passo à frente e gentilmente tira a moldura das mãos de Junghyun e a embala perto do peito.

        
Casa de Jimin |  13:15

Domingos são sempre um aborrecimento. Um aborrecimento bem-vindo, mas um aborrecimento, no entanto. Entre fazer Jinyoung escovar os dentes de manhã e lavar Mera, Jimin se estica muito pela manhã. É claro que Sunny o ajuda muito, mas hoje ela foi sair com algumas de suas amigas. Jimin quer que ela aproveite sua juventude. No entanto, quando chega a tarde, as coisas tendem a se acalmar.

Atualmente, Mera está se movendo em seu andador, um presente da tia vizinha, enquanto Jimin prepara seus sanduíches.

– Papai! Posso assistir TV? – Jinyoung pergunta enquanto entra na cozinha.

– Você fez sua lição de casa? – Jimin pergunta, virando-se lentamente para olhar por cima do ombro. – Se você terminou sua lição... o que aconteceu com seu cabelo!? – Jimin engasga, absorvendo o cabelo molhado de Jinyoung.

O sorriso de Jinyoung diminui e ele brinca com os polegares. 

– Você estava ocupado... então eu ia lavá-lo.

Jimin corre em direção a ele. 

– Baby, não, nunca estou muito ocupado se precisar de ajuda. – Ele explica enquanto passa os dedos pelos cabelos de Jinyoung. – Você pode ficar doente.

– Mas eu estou bem! – Jinyoung sorri.

Jimin sorri docemente enquanto observa as bochechas vermelhas e o sorriso brilhante de seu filho. 

– Tudo bem, tudo bem, vá ao banheiro e troque sua camisa. Estarei lá em breve para ajudar a secar você.

– OK!

Jimin se inclina para frente para beijar Jinyoung na testa antes de beliscar suas bochechas. 

– Vá.

Com a mesma energia com que apareceu, Jinyoung desaparece no corredor como uma estrela cadente. Suspirando, Jimin se levanta e olha para Mera, que está olhando para ele com os olhos arregalados. 

– O que? – Ele pergunta suavemente. – Você quer um beijo também?

Ela pisca antes de bater as mãos como se entendesse. Jimin caminha até ela e se ajoelha para que ele fique no mesmo nível dos olhos dela. Com o passar dos dias, ela começou a se parecer cada vez mais com a mãe. Jimin acaricia suavemente o polegar em suas bochechas rechonchudas, o que faz Mera rir.

– Vamos lá, vamos com o papai em uma curta viagem. – Ele a tira do passeador e a abraça enquanto caminha pelo corredor em direção ao banheiro. Assim como Jimin disse para fazer, Jinyoung está sentado no vaso sanitário com uma camisa nova e uma toalha na mão.

Ele sorri atrevidamente quando vê Jimin parado na porta com Mera. Ele seca Jinyoung, enquanto Mera os encara com olhos arregalados. Jimin termina as coisas em questão de minutos e, eventualmente, ele coloca Jinyoung na cadeira da cozinha com um sanduíche na mão.

– Alguns dos meus amigos virão mais tarde. – Diz Jimin. – Tio Tae e algumas pessoas do caso em que estamos trabalhando.

Os olhos de Jinyoung brilham com curiosidade. 

– É um criminoso?

– Não, não é um criminoso. – Jimin ri levemente. – Apenas alguns amigos.

– Você geralmente não convida pessoas. – Jinyoung murmura em torno do sanduíche recheado na boca.

– Realmente? Eu faço.

– Nu-uh. – Jinyoung balança a cabeça com firmeza. – Apenas o tio Tae e a tia aparecem.

Jimin faz uma pausa para pensar sobre isso. Após o divórcio, ele se concentrou principalmente em seus casos e nem se preocupou em fazer amigos. No entanto, este caso trouxe inúmeras mudanças em sua vida.

– Você parece feliz agora, pai, muito feliz. – Jinyoung diz alegremente.

Jimin pisca e leva um momento para processar suas palavras. No momento em que ele o faz, rapidamente se afasta para que Jinyoung não veja as lágrimas em seus olhos. 'Eu pareço feliz'. Ele engasga com uma risada e coloca a mão na boca. De repente, Jimin é atingido por emoções que ele esqueceu de existir. Ele se inclina no balcão da cozinha para se equilibrar e uma única e feliz lágrima de realização desliza pelo rosto. Ele respira fundo para se recompor antes de se virar para encarar Jinyoung.

– Jinyoung...

– Hum?

Jimin sorri. 

– Eu estou feliz.

Jinyoung abre outro sorriso brilhante e ele se parece com Jimin com a maneira como seus lábios se curva e seus olhos se enrugam. Ele parece tão feliz em saber que seu pai está feliz. O som do telefone de Jimin tocando substitui o silêncio confortável.

Ele responde rapidamente. 

– Ei, você está a caminho?

– Sim, estaremos lá em quinze minutos. Yoongi e Hoseok estão indo juntos. – Taehyung responde.

– Ótimo... as crianças estão aqui, no entanto.

– Eu posso cuidar deles enquanto você fala com Hoseok e Yoongi. – Taehyung oferece.

– Você não precisa fazer isso, está sempre fazendo as coisas por mim, Tae.

Taehyung sorri dolorosamente. 

– É porque eu quero. Eu amo as crianças. – "E eu te amo." Ele limpa a garganta. – Não se estresse. Amanhã vai ser uma loucura, conte comigo um pouco, pelo menos por hoje.

Jimin assente. 

– Tudo bem obrigado. Não vai demorar muito para eu falar com eles e depois conversaremos sobre os principais pontos a serem feitos para amanhã.

– Soa como um plano.

Jimin hesita antes de desligar. 

– Taehyung...

– Sim?

– Nós... ainda precisamos conversar.

Taehyung ri um pouco, mas soa mais como um soluço, talvez até um soluço reprimido. 

– Eu sei, nós iremos, no devido tempo.

– Taehyung

– Sim, Jimin? – Há um tom de conhecimento em sua pergunta, como se ele já soubesse o que Jimin vai dizer. Porque ele passou por isso uma e outra vez.

– Você sabe que te amo. – Jimin murmura.

– Eu sei, e eu também te amo.

Jimin engole. 

– Mas…

Taehyung pisa no freio quando o aperto no volante aperta. 

– Você não precisa dizer isso, Jimin. Eu sei.

– Tae.

– Não diga isso. Eu sei, Jimin. Porra, eu sei. – Ele morde com força o lábio inferior.

Jimin hesita e exala antes de dizer. 

– Desista de mim, ok?

O lábio inferior de Taehyung começa a tremer, e os nós dos dedos ficam brancos quando ele aperta o volante.

Jimin conhece muito bem o amigo; sabe o quão firmemente esse se agarra a alguém que ama. Jimin sabe o quanto Taehyung ama. Ele ama com todo o seu ser e o faz puramente. Jimin não quer machucá-lo, ele nunca quis machucá-lo, mas eles nunca tiveram essa conversa. Mesmo no passado, Jimin evitou confrontar os sentimentos de Taehyung.

Mas, como ele é feliz, seu bonito, gentil e doce Taehyung também merece ser feliz.

– Taehyung, desista de mim. – Jimin repete.

– Mais tarde, Jimin, vamos conversar mais tarde.

Jimin sorri amargamente evitando os olhos curiosos de Jinyoung da mesa da cozinha. 

– Tudo bem, dirija com segurança.

– Eu vou.

A linha clica e, sem uma palavra, Jinyoung pula da cadeira e vai até Jimin. Ele olha para o pai por um momento antes de envolver silenciosamente os pequenos braços em volta da cintura dele. Jinyoung o abraça com força enquanto descansa a cabeça no meio do estômago de Jimin.

          
13:31

– Papai, o cabelo dele está pegando fogo. – Jinyoung diz admirado, apontando para Hoseok.

Hoseok responde à atenção dando um tapinha no espaço ao lado dele. 

– Quer tocar?

Os olhos de Jinyoung se arregalam e sua boca se abre. Ele olha para Jimin e pergunta com os olhos: posso?

Jimin sorri. 

– Continue, apenas não se queime.

A tintura de cabelo de Hoseok estava começando a desaparecer, então ele recentemente tingiu uma cor laranja brilhante. Ele ouviu comentários sobre a cor que lembram as pessoas do outono ou do deserto, mas nunca do fogo. Então, ele felizmente permite que Jinyoung toque seu cabelo. O garoto de seis anos agora se parece com o pai, olhos bonitos e lábios carnudos acompanhados por uma curiosidade incessante. As mãos pequenas de Jinyoung lembram as mãos pequenas de Hansol quando Hoseok conheceu o menino que teria sido filho dele e de Yoongi.
            

Por que eu tenho que segurar sua mão? – Hansol pergunta, seu cabelo um esfregão bagunçado em cima de sua cabeça.

– Porque você estará seguro se segurar minha mão. – Hoseok fala.

Hansol inclina a cabeça. 

– Seguro? Você parece um monstro; como posso estar seguro?

Hoseok ri alto e se abaixa para beliscar as bochechas de Hansol

– É o cabelo?

– Sim. – Diz Yoongi se aproximando deles por trás com Jennie nos braços. – É o cabelo.

Hoseok vira-se para o noivo, olhar magoado. 

– Baby, como você pôde.

– É a verdade. – Yoongi responde com um sorriso. – Nossos filhos merecem a verdade.

– Nossos filhos. – Jennie ecoa. – Eu gosto disso.

Hoseok e Yoongi compartilham um sorriso doce.

– Nós também gostamos, querida.

         
       
Hoseok apressadamente pisca para afastar as lágrimas quando Jimin chama o nome de Jinyoung.

– Vá brincar lá em cima com o tio Tae.

Jinyoung pula do sofá. 

– OK! Eu não me queimei! – Ele exclama alegremente antes de subir as escadas.

Jimin e Hoseok riem, por outro lado, Yoongi bate uma pilha de papéis sobre a mesa entre eles. 

– Aqui estão as evidências que reuni. – Ele diz que seu tom gelado dissolve a atmosfera quente.

– Obrigado, mas discutiremos isso em outro momento. – Jimin diz com naturalidade. – Agora, precisamos conversar sobre isso. – Ele gesticula entre Yoongi e Hoseok. – Tenho certeza de que você está convencido de que, se a promotoria descobrir o relacionamento entre vocês dois, não parecerá bom para o nosso lado.

Yoongi assente. 

– Nós entendemos.

– Me desculpe por isso… –  Hoseok murmura sem saber como expressar exatamente o que aconteceu entre ele e Yoongi.

– Um pedido de desculpas não é necessário. – Jimin responde. – Mas você não será mais testemunha deste julgamento.

– Entendido.

Jimin suspira contente enquanto bate palmas. 

– Agora, com isso de lado, vamos falar sobre vocês dois.

Os olhos de Yoongi se arregalam. 

– Nós?

– Sim. Conte-me o que isso significa para vocês dois.

Isto. Isso significa estar juntos, de mãos dadas, cuidando das cicatrizes de seus corações com toques suaves. Yoongi olha nos olhos pacientes de Hoseok. 

– Um novo começo. – Ele diz suavemente.

Tocado por suas palavras, Hoseok se inclina e beija a têmpora de Yoongi. Jimin os observa com olhos gentis. Os movimentos e toques leves de Hoseok lembram Jimin de como Jungkook lida com ele. Seu coração bate rápido quando ele pensa na conversa da noite passada.

A falta de ar de Jungkook. O som dele gozando. Jimin engole em seco e pega um punhado de papéis da mesa. Ele olha sem pensar através deles e para quando seus olhos pousam na foto de Ji-eun no telefone dela do lado de fora do estúdio.

– Yoongi, você conseguiu descobrir com quem ela estava falando? – Ele pergunta.

Yoongi assente. 

– Sim, o papel atrás do que você está segurando é o registro de chamadas daquele dia. Encontramos o número que ela ligou durante o assassinato e pertence ao pai dela.

– Ao pai dela? – Jimin ecoa. 'Algo não parece certo'.

– Sim, eles falaram por aproximadamente dez minutos.

As sobrancelhas de Jimin se uniram. 

– Ontem conversamos com a mãe de Ji-eun. Nem uma vez ela mencionou o marido.

– Claro, ela não faria. – Diz Yoongi. – Ela não teria motivos se não soubesse.

– Você não acha...

Yoongi não precisa ouvir o resto das palavras de Jimin para saber o que esse está perguntando. 

– É possível que ele seja cúmplice.

– Como? Isso não faz sentido. – Jimin diz.

– Ele poderia saber sobre o abuso.

– Então... ele optou por planejar o assassinato de Minhyuk?

A resposta de Yoongi é um encolher de ombros. 

– Tudo é possível com essa porra de caso.

Sentindo seu estresse, Hoseok desliza um braço em volta dos ombros dele e o puxa para perto. Yoongi se inclina em seu toque e descansa a cabeça no ombro de Hoseok.

Jimin pensou no pai de Ji-eun, e percebeu que ele não estava lá no dia em que Ji-eun teve um derrame e começa a imaginar que talvez Jungkook saiba mais sobre ele. 

– Eu vou na casa de Jungkook hoje à noite. – Jimin deixa escapar.

Yoongi olha para ele confuso. 

– Por que fazer isso?

– Talvez ele saiba algo sobre o pai de Ji-eun. – Jimin engole em seco. – E podemos tocar na base de tudo.

– Algo me diz que essa não é a única base que você vai tocar. – Taehyung fala enquanto ele desce as escadas.

Jimin revira os olhos antes de levantar as sobrancelhas ao perceber que Jinyoung não está com ele.

– Não se preocupe, Jinyoung e Mera estão tirando uma soneca. – Taehyung garante, percebendo a preocupação nos olhos de Jimin.

– Você os colocou para dormir?

– Sim. – Taehyung sorri orgulhosamente enquanto coloca as mãos nos quadris. – Tio Tae trabalhou sua mágica, haha.

Jimin faz beicinho de aprovação antes de conduzir Taehyung para dar a ele o resumo do que eles discutiram. Eles revisam as evidências uma segunda vez;  amarrando pontas soltas e ouvindo a gravação da Sra. Lee. Jimin conclui que eles receberão um sólido "não culpado" durante o julgamento de amanhã.

       
Apartamento de Jungkook |  20:45

Depois de tomar banho, Jungkook cheira a sabonete e xampu. Uma toalha está pendurada nos quadris e ele tem outra toalha na mão para enxugar os cabelos. Jimin mandou uma mensagem para ele quinze minutos atrás, dizendo que chegará logo. Então, é claro, Jungkook correu para parecer apresentável. No chuveiro, ele achou que teria tempo suficiente para se vestir e secar o cabelo antes de Jimin chegar. Ele não tomou um longo banho, no entanto, o som repentino da campainha o faz adivinhar o tempo.

– Merda. – Ele amaldiçoa. – Estou indo!

Jimin fica do lado de fora segurando um presente perto de seu peito. Ele sempre dá algo para seus clientes no dia anterior ao julgamento final. Muitos de seus colegas de trabalho o aplaudiram por ele mostrar que se importa com seus clientes. Mas Jimin conhece melhor seu próprio coração. Seus presentes são um pedido de desculpas se ele falhar com seus clientes no dia que decidirá sua vida. O melhor presente que ele pode dar a eles, às vezes falha em dar, então traz outro um "dia antes do presente real" para vê-los sorrir e aliviar sua consciência.

No entanto, no caso de Jungkook, é um pouco diferente. Falhar não é e nunca foi uma opção. Jimin disse essa frase inúmeras vezes, mas desta vez ele adicionou algo ao final dela: falhar não é e nunca foi uma opção, porque se eu falhar, perco a luz que entrou na minha vida.

Ele pula quando a porta do apartamento se abre de repente.

– Desculpe. – Jungkook cumprimenta sem fôlego. – Eu... eu estava... – Uma pausa e depois um suspiro. – Tomei banho e tive que vestir uma calça e... – Seus olhos pousam no presente nas mãos de Jimin. – Isso é para mim?

Porra. 

– U-uau, você está... uh... uau. – Jimin gagueja enquanto olha intencionalmente por cima do ombro de Jungkook, optando por ignorar o peito nu diante dele. – OK. Tudo bem. Esta certo.

– Oh. – Ele diz ao perceber um toque de rubor nas bochechas de Jimin. – Ooooh. – Ele sorri de realização.

Jimin limpa a garganta e lentamente olha nos olhos do mais novo. 

– O que?

Jungkook encolhe os ombros. 

– Nada. – Ele cantarola conscientemente antes de se afastar.

Jimin desliza para dentro, suas bochechas ainda em chamas enquanto sua mente repete a imagem do peito nu de Jungkook. Quando a porta se fecha, Jimin entra na cozinha antes que o mais novo tenha a chance de detê-lo.

Jungkook o observa sair correndo com um olhar suave. 

– Você gostaria de um pouco de café? – Ele oferece.

– Essa é a última coisa de que preciso agora, mas obrigado. – Jimin responde, colocando o presente no balcão e suspirando. "Eu não estava preparado para isso. Quem abre a porta seminu de qualquer maneira?" Ele passa a mão pelo cabelo.

Jungkook entra na cozinha cantarolando a música All of My Life de Park Won. Sua voz ficando mais perto quando ele se aproxima de Jimin por trás. Uma vez que o alcança, ele envolve os braços em volta da cintura do mais velho e descansa o queixo no ombro direito. 

– Pensando sobre isso. – Jungkook canta suavemente. – Eu mudei muito quando te conheci.

Os olhos de Jimin se fecham lentamente. 

– Eu conheço essa música.

– É agridoce. – Jungkook responde calorosamente, sua respiração ventilando contra o pescoço do mais velho.

Engolindo, Jimin concorda com a cabeça. 

– Sim…

O aperto de Jungkook na cintura de Jimin aumenta e, muito lentamente, ele inclina a cabeça para beijar o lado da mandíbula do advogado. 

– Para que serve o presente?

– Coloque uma camisa e eu digo. – Jimin se vira para encarar o mais novo e o cutuca com força no meio do peito. – Você vai pegar um resfriado andando assim.

Jungkook dar uma gargalhada. 

– Você age como se não tivesse me visto por completo.

– Eu só vi... partes. – Jimin murmura.

– Partes? – Jungkook levanta uma sobrancelha provocadora antes de rir mais uma vez. – Você é tão fofo.

– Sou um homem de 28 anos. Parei de ser fofo há muito tempo. – Jimin diz secamente.

– No entanto, você ainda tem vergonha de me ver sem camisa.

– Eu fui pego de surpresa.

– Realmente? – As mãos de Jungkook dançam para cima e para baixo nos quadris de Jimin. Ele se inclina para sussurrar. – E a noite passada? Você não teve nenhum problema em me pedir pelo telefone.

Jimin continua olhando nos olhos de Jungkook enquanto alcança o rosto dele para afastar uma mecha úmida de cabelo. Ele brinca com o fio, girando-o no dedo antes de soltá-lo. O coração de Jungkook salta enquanto ele estuda Jimin. Neste momento, ele quer tirar uma foto de Jimin olhando para ele. Com seus olhos redondos, bochechas coradas e franja loira. Ele quer capturar todos os pequenos detalhes e emodurá-los.

Jimin inclina a cabeça com um sorriso afetuoso. 

– Eu queria cuidar de você como você cuidou de mim. – Ele sorri docemente e surpreende Jungkook quando ele se inclina para moldar seus lábios. De repente, Jimin pensa em todas as coisas que disse na noite passada e, em vez de ter vergonha, está cheio de satisfação. Ele beija Jungkook com mais força.

Jungkook geme no beijo enquanto apóia Jimin contra o balcão, ele olha fixamente em seus olhos antes de erguê-lo gentilmente na bancada de mármore. Seus dentes se chocam e ele abre as coxas de Jimin.  Amorosamente. Propositadamente.

– Isso está bem? – Jungkook pergunta sem fôlego; lábios tão perto e respiração tão quente.

Jimin responde descansando a palma da mão à esquerda do peito do garoto. Ele acaricia sua pele úmida. Acalma-o estar tão perto de Jungkook, sentir a respiração e as batidas do coração dele.

– Jimin?

Jimin olha com um sorriso. 

– Não está bem. – Ele murmura.

A expressão de Jungkook cai e seu aperto na cintura de Jimin afrouxa. A culpa se apega à garganta dele quando  pede desculpas. 

– Me desculpe eu...

Jimin o cala com um beijo. Ele passa a língua pelo lábio inferior do mais novo, saboreando o modo como Jungkook se sente pressionando contra ele. Depois de um momento, ele se inclina para dizer:

– Não está bem, porque eu disse a Taehyung que voltaria. – Seu olhar cai no peito nu de Jungkook e ele esfrega o polegar ao longo do mamilo. – Mas você está tornando muito difícil... partir.

– Então fique. – Jungkook desliza as mãos para cima e para baixo nas coxas de Jimin. – Fique comigo esta noite, Jimin. – Ele beija o ouvido de Jimin. – Por favor.

        

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Será que Jimin ira ficar? Sera que Jungkook sera inocentado? Estou anciosa. E vocês?

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