13. going into a coma

Uma semana se passou desde aquele dia no apartamento de Jungkook e Jimin conseguiu conceder a ele um dia de liberdade. Em vez de irem encontrar Ji-eun imediatamente no hospital, eles estão sentados em um café. Wildflower de Roy Kim toca levemente em todo o café acompanhado pela conversa feliz das pessoas que se reúnem.

Jimin toma um gole de sua xícara de café, seu olhar abatido. A viagem até aqui foi um pouco estranha; eles conversaram sem sentido sobre o tempo antes de voltar para o mesmo silêncio desconfortável. Jimin teme que possa ser assim pelo resto do dia. A menos que ele fale sobre o que aconteceu há alguns dias e o que isso significa para eles agora.

Jungkook limpa a garganta, fazendo com que Jimin olhe para cima. 

– S-sim? – Ele pergunta.

– Obrigado. – Jungkook sorri.

Colocando sua xícara na mesa, Jimin inclina a cabeça. 

– Pelo quê?

– Me dando um dia de liberdade.

Jimin suspira. 

– Eu não chamaria assim. Precisamos deste dia para vencer seu julgamento.

– Eu sei. – O mais novo assente. – Mas prefiro pensar nisso como você cuidando de mim.

Jimin engole em seco com as implicações escondidas nas palavras de Jungkook. Suas mãos se dobram e, incapaz de segurar o olhar intenso do mais novo, desvia o olhar.

– Jimin... – Jungkook chama seu nome suavemente.

– O quê? – Jimin lambe os lábios.

– Eu... pensei em você ontem à noite e no que aconteceu. – Ele mantém seu olhar em Jimin. – Eu pensei em tudo.

– Não vamos falar sobre isso agora, Jungkook. – Jimin olha para cima. – OK?

Jungkook muda de posição. 

– Então quando devemos conversar sobre isso? – Ele estende a mão sobre a mesa para colocar a mão sobre a de Jimin. – O que quer que isso seja entre nós, o que quer que tenha sido alguns dias atrás... – Ele usa o polegar para acariciar as juntas de Jimin. – Devemos conversar sobre isso.

Jimin fica tenso, sentindo seu desconforto, Jungkook vira a mão do mais velho para entrelaçar seus dedos. Jimin olha com os olhos arregalados.

– Eu quero que isso funcione entre nós. – Jungkook diz suavemente. – Eu realmente quero.

Jimin solta um suspiro e acena com a cabeça hesitante. No dia em que aconteceu, na noite passada e nas muitas noites anteriores, ele não conseguiu parar de pensar nisso também. Ele pensou na maneira como Jungkook o segurou e ouviu sua história sem julgamento, pensou na mão de Jungkook em seu corpo e no calor em cada um de seus toques. Jimin quer tudo isso, ele quer Jungkook, mas a que custo?

Ele força um sorriso no rosto e tira a mão da mão de Jungkook. 

– Vamos conversar quando seu caso for vencido. Vou me sentir melhor depois de salvar sua vida. – Jimin se levanta da cadeira. – Vamos.

Jungkook quer discutir com Jimin e implorar para falar sobre isso agora, mas ele não faz porque confia no mais velho. Eles falarão sobre isso no devido tempo. Jungkook pega seu copo de chá antes de seguir Jimin pelas portas do café. 

Hoje é um dia ensolarado e lembra a Jungkook da época em que o julgamento começou. Já parece que faz muito tempo. Naquela época, ele decidiu apodrecer na prisão por causa de Ji-eun, mas agora que encontrou um motivo para viver, desistir de sua vida não parece mais tão fácil. Jimin liga o rádio a uma estação tocando música de piano, é uma música que Jungkook reconhece fracamente como uma canção de ninar infantil.

Quando Jimin não dirige, Jungkook se vira para olhá-lo. Só então ele percebe como Jimin está segurando o volante. Ele está segurando-o com força suficiente para fazer as juntas dos dedos ficarem brancas e há um olhar frenético em seus olhos, quase como o que ele tinha naquele dia. 

– Jimin... – Jungkook chama seu nome timidamente, mas isso não lhe dá resposta. Ele engole. – Amor?

Jimin congela e vira muito lentamente para encontrar o olhar preocupado de Jungkook.

– Você quer segurar minha mão? – Ele estende a mão em uma oferta e incita Jimin com os olhos. – Você pode.

Jimin ri, sua expressão rígida. 

– Não sei por que estou tão nervoso. – Ele afrouxa o aperto no volante. – O julgamento não é hoje, então por que estou enlouquecendo?

Jungkook sorri e se inclina para gentilmente tirar as mãos do mais velho do volante. Ele remove com ternura cada um dos dedos de Jimin, um por um. 

– Tudo bem. – Jungkook sussurra enquanto leva uma das mãos de Jimin aos lábios. – Tudo bem. – Ele repete antes de beijar as costas da mão de Jimin.

– Droga. – A cabeça de Jimin cai. – Eu nunca fiquei assim antes.

Jungkook usa a mão livre para levantar o queixo de Jimin. Ele sorri. 

– É por causa do que você tem em jogo?

Jimin faz uma pausa e seus olhos oscilam em pensar antes de assentir.

– É porque seus sentimentos por mim mudaram?

– Sim.

O sorriso de Jungkook se amplia. 

– Eu confio em você. – Ele se aproxima. – Você deve confiar em si mesmo tanto quanto... – Ele para e seus olhos caem nos lábios de Jimin. – Tanto quanto... – Jungkook engole em seco antes de se inclinar e limpar a garganta. – Desculpe. – "Porra, isso foi perto." Ele suspira. "Eu quase arruinei o momento." Ele apressadamente desembaraça suas mãos entrelaçadas.

Jimin pisca e seus olhos dançam para cima e para baixo na linguagem corporal perturbada de Jungkook. Ele ri baixinho antes de estender a mão para pegar a frente da camisa do mais novo.

Jungkook é forçado a olhar Jimin, seus olhos estão arregalados e seus lábios estão abertos como se ele quisesse falar, mas é incapaz de formar uma frase coerente.

Jimin sorri. 

– Ok, daqui em diante, vou confiar em mim. – Jimin puxa o mais novo para mais perto. – Tanto quanto você confia em mim; desde o início e desde o primeiro julgamento. – Jimin inclina a cabeça e seus lábios roçam. Jungkook estremece. – Eu confio em mim.

A respiração de Jimin é tão quente e os olhos de Jungkook se fecham lentamente quando ele cede porque, porra, ele quer beijar Jimin. Ele quer tanto beijá-lo e passar os dedos pelos cabelos loiros. Ele quer fazer muitas coisas. Seus dedos agarram o banco do passageiro para se conter. Jimin finalmente o beija, mas é breve e doce e deixa Jungkook ansiando por mais.

Jimin senta em seu assento de volta e coloca o cinto de segurança no lugar. Ele ajusta o espelho retrovisor antes de partir. Jungkook fica no banco do passageiro com um olhar distante e um rubor colorindo suas bochechas. Ele morde com força o lábio inferior para não gritar, porque agora está feliz. Ele está extremamente feliz.

Eles chegam ao Hospital Médico de Busan em trinta minutos. Jungkook solta o cinto de segurança e sai, mas Jimin permanece sentado. 

– Você não vem?

Jimin acena com a mão para cima e para baixo. 

– Vá em frente, eu tenho que fazer uma ligação primeiro.

Jungkook inclina a cabeça, mas não questiona mais Jimin. Ele fecha a porta do carro e segue seu caminho.

Jimin senta no carro e olha o nome de Taehyung em seu telefone. Eles não se falam direito desde aquela noite. Isso assombra Jimin: o que ele disse a Taehyung e o que Taehyung disse a ele. Mas Tae é seu melhor amigo, um pedaço dele está faltando se ele não tiver Taehyung. Com um suspiro, ele pressiona o botão de discagem e espera com o coração ansioso.

Enquanto espera que Taehyung responda, ele não pode deixar de pensar no que aconteceu alguns dias atrás, depois de retornar da casa de Jungkook, ele foi recebido com a curiosidade incessante de Sunny.

           
Ele entra em sua casa e encontra instantaneamente os olhos interrogativos de Sunny.

– O que? – Jimin pergunta enquanto tira o casaco.

Sunny encolhe os ombros:

– Parece que algo realmente bom aconteceu. – Ela pega o casaco e pendura no cabide. Ela mantém os olhos nele. – Você venceu o caso em que está trabalhando?

Jimin balança a cabeça.

– Então o que? – Ela se aproxima do pai olhando a marca em seu pescoço. – E o que aconteceu com seu pescoço? – Ela corre para a frente para puxar a gola da camisa dele. – Você recebeu uma picada de mosquito?!

Jimin a empurra para longe. 

– Não é nada. – Ele sorri e bagunça o cabelo dela. – Não se preocupe com isso.

Sunny cruza os braços em desafio. 

– Como não devo me preocupar com isso? É estranho vê-lo feliz assim, você não fica tão feliz desde... desde que a mãe saiu.

Jimin olha para a filha, que reflete sua esposa em quase todos os aspectos e sorri enquanto coloca as mãos nos ombros dela. 

– O que você está tentando dizer, Sunny?

Sunny dá uma mordidinha no lábio inferior e desvia o olhar do de Jimin. 

– Eu só... o que quer que esteja te fazendo feliz... continue fazendo isso.

O coração de Jimin dispara com várias emoções. 

– Ok. – Ele se inclina para beijar sua testa. – Eu vou.

Sunny levanta a mão esquerda e oferece o dedo mindinho para Jimin, seus olhos se arregalam, surpresos com sua repentina infantilidade. Ela nunca agiu assim antes. 

– Promessa de mindinho? – É uma surpresa bem-vinda.

Ele ri e coloca seu mindinho no dela. 

– Eu prometo.

              
A linha clica e a voz profunda de Taehyung responde. 

– Jimin?

Jimin lambe os lábios secos. 

– Taehyung, estou no hospital agora.

– No hospital!? – A voz de Taehyung se eleva. – Qual?  Aconteceu alguma coisa com você? As crianças?

Jimin é tocado por sua preocupação. 

– Não, estamos aqui para ver Ji-eun.

Taehyung se acalma enquanto digere as palavras de Jimin. 

– Nós?

– Jungkook e eu.

Ele fica em silêncio por um momento.

– Eu estava pensando se você poderia passar por aqui. – Jimin diz.

– Você está recebendo uma declaração dela? – Pergunta Taehyung.

– Bem possível.

Taehyung fica em silêncio novamente.

– Você não precisa...

– Estarei ai em vinte minutos. – Taehyung responde. – Me traga algo quente para beber. – Há um tom de provocação em sua voz. – Bem? Você me deve por todo o sofrimento.

Jimin ri. 

– Tudo bem.

– Te vejo em breve. – Taehyung desliga.

Sentindo-se leve e realizado, Jimin sai do carro e corre atrás de Jungkook que não foi longe.

Jungkook fica no saguão do hospital com as mãos nos bolsos e o moletom puxado com força em sua mão. Algumas pessoas passam por ele com olhares curiosos e desconfiados, mas não se aproximam.

Uma mão repentina em seu ombro o faz pular. Ele gira bem a tempo de ver o belo rosto de Jimin irromper em um acesso de riso. 

– Jimin. – Ele geme. – Você me assustou.

Jimin sorri. 

– Pensou que eu era a polícia? – Ele brinca.

Jungkook faz uma careta. 

– Não é engraçado. – Seus lábios rolam em um beicinho.

– Não faça isso. – Jimin usa levemente o dedo indicador para tocar a boca do garoto.

– Fazer o que? – Jungkook pisca quando Jimin decola na direção da recepção.

– Becinho. – Jimin olha por cima do ombro com um sorriso. – Eu vou querer beijar você.

Demora cerca de cinco segundos para Jungkook registrar completamente o que Jimin acabou de dizer. Quando ele o faz, seus olhos se arregalam e sua boca se abre. Ele coloca a mão no peito e respira lentamente. 'Fique quieto'. Ele diz a si mesmo antes de seguir Jimin alegremente.

– Bom dia! – A recepcionista cumprimenta.

– Bom dia. – Jimin aponta para o crachá na frente de seu terno. – Sou Park Jimin, o advogado que trabalha no caso de assassinato que aconteceu há pouco tempo.

A recepcionista olha para o crachá antes de olhar para a direita, onde Jungkook está parado. O olhar dela endurece. 

– Você está aqui para ver Ji-eun?

Jimin assente. 

– Sim.

A recepcionista balança a cabeça. 

– Você não pode.

– Nós não viemos aqui para interrogá-la, Ju...

Jungkook coloca a mão no ombro de Jimin. Eles trocam um olhar antes que ele avance para falar com a jovem. 

– Sou amigo dela.

– Amigo ou não, tenho ordens estritas de sua mãe para não deixar ninguém falar com ela. – Ela lhes dá um olhar severo antes de se sentar.

Jimin coloca a mão no quadril, pensando. Jungkook se inclina contra a recepção e começa a falar, mas uma voz atrás dele o impede. 

– Jungkook?

Ele gira e Jimin também. Uma mulher mais velha com olhos cansados ​​olha de volta para eles. 

– Jungkook, o que você está fazendo aqui? – Ela pergunta.

Jungkook se atrapalha com as palavras certas e, em vez de mentir, decide contar a verdade. 

– Estou aqui para ver Ji-eun.

Seus olhos cansados ​​se arregalam. 

– Por que você está aqui para ver minha filha? – Ela dá um passo à frente. – Você sabe que ela não fez nada de errado, você sabe o quanto ela sofreu?!

Algo se encaixa em Jimin; ele dá um passo à frente e coloca uma mão reconfortante no braço dela. 

– Sra. Lee, você sabe que não é a verdade.

O olhar dela abaixa.

– Você sabe que os dois sofreram.

Ela fica quieta antes de puxar a mão. 

– E quem é você? – Seu tom é maldoso enquanto fala.

Jimin se endireita. 

– Park Jimin. – Ele estende a mão. – Eu sou advogado de Jungkook.

         
Apartamento de Yoongi | 9:15

Já se passaram uma semana desde que eles se reuniram? Talvez duas? Yoongi parece não conseguir entender nada desde que ele permitiu que Hoseok voltasse à sua vida. Ele não acompanhou a progressão do caso de Jungkook, nem teve notícias de Taehyung. Com um gemido, ele se vira de lado e encontra o rosto adormecido de Hoseok. É só então que Yoongi percebe o quão gravemente ele ferrou.

Ele faz um movimento para sair da cama, mas Hoseok tem um braço pendurado em sua cintura. Ele geme quando Yoongi se move. 

– Ainda não, querido.

Yoongi revira os olhos enquanto empurra o braço de Hoseok. O que aconteceu ontem à noite foi como uma bomba-relógio. A tensão entre os dois desde que se reencontraram era incrivelmente alta, então não é surpresa para Yoongi que eles tenham dormido juntos na noite passada. Mas ele não pretendia fazer isso, principalmente porque Hoseok é uma testemunha e Yoongi não sabe o que quer que saia disso. Ele se senta e enterra o rosto nas mãos.

Ele chorou naquele dia. Quando Hoseok chamou seu nome e o segurou em seus braços, era como se tudo que Yoongi mantinha em si tivesse saído como uma represa quebrada. E Hoseok estava lá para pegar todas as lágrimas até a última gota.

         

Hoseok acaricia as costas de Yoongi enquanto o segura perto. Eles estão sentados juntos no escritório do ruivo; um momento atrás, Hoseok dispensou seus alunos para ter algum tempo com Yoongi.

Yoongi exala um suspiro trêmulo e seca a última das lágrimas.

– Eu tinha desistido de vê-lo, você sabe. – Hoseok diz suavemente.

– Você devia ter feito. – Yoongi murmura.

– Por quê? Você sabe que eu nunca parei de te amar. – O aperto de Hoseok nele aumenta.

– Não diga isso. Não me diga isso.

– Você não quer me ouvir dizer isso porque acha que não merece? – Perguntas de Hoseok, sua expressão dolorida. – Você ainda acha que não merece o amor que tenho por você.

– Hoseok...

– Ouça-me, Yoongi. – Ele se inclina para frente para olhar nos olhos abatidos de Yoongi. – Você é amado e não é sua culpa, o que aconteceu com Jennie e Hansol, o que aconteceu com nossos filhos. –  Hoseok respira profundamente. – Não é sua culpa.

Yoongi se culpou inúmeras vezes pela perda de seus filhos e por sua incapacidade de condenar o incendiário à morte. O tribunal deixou o incendiário viver por causa de "um trauma mental que ele enfrentou no passado". Yoongi perdeu a cabeça no dia seguinte ao julgamento e gravou o nome do assassino em seu coração: Lee Chan:! o assassino de seus filhos.
(Se lembra de alguém?)

Eu sinto muito. – Yoongi murmura. – Eu sinto muito.

E tudo o que ele está segurando, vem se derramando. Ele diz a Hoseok o quanto sentiu a falta dele e conta sobre Taehyung e Jimin e o caso em que ele está trabalhando e depois diz ao ruivo o quanto ainda o ama.

         
A cama muda com o peso de Hoseok quando ele se senta. Ele olha para as costas curvadas de Yoongi por alguns segundos antes de alcançar sua cintura nua. O corpo de Yoongi se enrijece com o contato e ele se vira para olhar Hoseok. 

– Suas mãos estão frias... – Ele diz suavemente.

Hoseok sorri. 

– Aqueça-as para mim?

Yoongi hesita por um momento antes de ceder; ele vira o corpo e leva as duas mãos de Hoseok aos lábios. Ele beija os dedos antes de cobri-los com as próprias mãos. Hoseok ergue os olhos com um sorriso; sua franja cai em seus olhos e é lindo. Como o vermelho contrasta com a cor bronzeada de sua pele.

– Você é lindo. – Yoongi deixa escapar.

Hoseok suspira desacostumado aos elogios de Yoongi. 

– Diga isso de novo.

Yoongi solta as mãos de Hoseok e se afasta dele.

– Vem cá neném. – Hoseok geme enquanto puxa Yoongi de volta para a cama. Ele prontamente sobe em cima dele, prendendo-o no colchão. Yoongi olha para ele com olhos arregalados e brincalhões. As mãos de Hoseok emergem e ele rapidamente se abaixa para fazer cócegas nas laterais do estômago do outro.

Yoongi se vira com um sorriso brilhante enquanto luta para reprimir o acesso de risos borbulhando dentro dele (Aaaah as gengivas, tudooo). Ele não sabe o que isso significa para eles ou como serão as coisas quando saírem da cama. Francamente, Yoongi não se importa. A única coisa em sua mente é o sorriso brilhante de Hoseok e seus cabelos igualmente brilhantes. Yoongi sente falta dele - isso - rindo até que seus pulmões doem e chorando da mesma forma. Há tantas coisas que Yoongi deseja que possam ser diferentes. Nesse cenário, ele deseja que Jennie e Hansol estejam na sala em frente à deles. Ele deseja estar de volta à sua antiga estação, com seus antigos colegas.

Yoongi deseja muitas coisas, mas esse momento quase compensa todos os desejos que nunca se realizarão.

Os dedos de Hoseok param e ele se inclina para beijar o meio do peito de Yoongi. 

– Senti sua falta. – Ele sussurra contra a pele quente de Yoongi. – Senti tanto a sua falta.

Yoongi envolve os dedos nos cabelos ruivos de Hoseok e puxa-os gentilmente. 

– Eu também. – Ele diz e Hoseok olha para cima. – Também senti sua falta. – Yoongi sorri quando os lábios de Hoseok se conectam com os dele. Eles se beijam profundamente, mas Yoongi se detém antes que eles possam ir mais longe. – Eu tenho que me vestir. – Ele diz e Hoseok sai de cima dele. 

Yoongi veste o roupão pendurado na cômoda ao lado da cama. Hoseok observa enquanto ele se veste. Seus olhos dançam para cima e para baixo nas costas de Yoongi e um leve sorriso dança em seus lábios. É difícil acreditar que Yoongi está aqui com ele agora, uma parte de Hoseok se pergunta quando ele desaparecerá novamente.

Ele estende a mão e segura o pulso de Yoongi, que se vira e o encara com um olhar curioso. 

– O que é isso? – Ele pergunta em voz baixa.

– Nada. – Hoseok sorri timidamente. – Só temo que você saia novamente.

Yoongi quer tranquilizá-lo e dizer que ficará com ele para sempre, mas quando ele olha nos olhos de Hoseok, tudo o que ele ver é o passado e a dor que ele carrega. Mas ele sabe que Hoseok não permitirá que ele carregue a dor sozinho, Hoseok prefere se esfaquear com a dor de suas memórias e sangrar pelo bem de Yoongi.

Eu não mereço o seu amor. Você é bom demais para mim, Hoseok.

Yoongi gentilmente tira os dedos de Hoseok do pulso. 

– Eu não vou. – Ele estica a mão para passar os dedos pelos cabelos de Hoseok. – Não vou deixar você de novo.

É uma promessa vazia esperando para ser preenchida pelo amor que Hoseok tem por Yoongi desde o início.

          
Hospital Médico de Busan |  9:35

Jimin, Jungkook e Dara estão sentados à mesa. O ar está tenso entre eles; Dara mantém o olhar fixo em Jungkook. Ela olha para ele como se ele fosse um fantasma - um fantasma mortal evocado por seus pesadelos.

– Obrigado por dedicar algum tempo para conversar conosco. – Jimin agradece a ela.

Seus olhos deslizam lentamente em direção a Jimin e ela o reconhece com um leve aceno de cabeça. 

– Vamos conversar rapidamente, eu tenho um compromisso às dez.

– Bem. – Respeitando seus desejos, Jimin tira uma pilha de papéis da pasta. – Você esteve lá durante o primeiro julgamento, então tenho certeza de que viu as evidências apresentadas.

Dara assente.

– Então, eu vou direto ao ponto. – Jimin cruza as mãos em cima da mesa. – Você sabe que meu cliente é inocente.

Ela engole.

– Sua filha também sabe disso.

Os olhos dela se arregalam. 

– Como você ousa dizer isso.

– Porque eu tenho provas, Sra. Lee. – Mantendo os olhos em Jimin, Jungkook entrega seu telefone a Jimin. Uma vez em suas mãos, Jimin pega os registros de chamadas dele. – Não muito tempo atrás, sua filha mandou uma mensagem e falou com meu cliente.

Dara permanece quieta, com as mãos em punho no colo.

– Eu posso, e usarei isso no tribunal; quando eu mostrar isso ao juiz e ao júri, eles forçarão sua filha a ser interrogada. – Jimin se inclina para frente. – Não vai ficar bom para ela.

Dara respira fundo, enquanto luta para tomar uma decisão.

– Tudo o que estamos pedindo é para falar com ela e obter sua declaração sobre o que aconteceu naquele dia. – Jimin recua um pouco, não querendo assustá-la. – Eu posso ajudar ela e Jungkook... se você me deixar.

Ela olha para cima e encontra seu olhar gentil. 

– Os dois?

Jimin assente. 

– Se as coisas não estiverem a seu favor e ela for suspeita de assassinato, posso me oferecer para representá-la também.

– Isso é possível?

– Tudo é possível, Sra. Lee, se você confiar em mim. – Ele sorri docemente.

Jungkook observa Jimin, estuda todos os gestos e movimentos de seu corpo e se apaixona por ele novamente. Somente quando Jimin se vira para olhá-lo e pisca, Jungkook percebe o quão profundamente ele caiu.

– Ela é minha filha... – A voz de Dara vacila. – Eu não posso... eu não posso mandá-la para a prisão, não quando aquele bastardo mereceu o que aconteceu com ele.

– Compreendo. Eu faço.

Dara aperta os olhos para Jimin, incrédula. 

– Você entende?

Ele assente, e uma expressão solene escurece seu rosto. 

– Fui abusado quando era mais jovem.

Os olhos de Dara se arregalam.

– Pensei em assassinar meu tio, pensei em queimar as mãos dele que me tocavam e esfaquear os olhos que me olhavam com tanta luxúria.

– Você fez? – Ela pergunta.

Jimin balança a cabeça. 

– Não... eu não, mas meu pai conseguiu justiça para mim porque acreditou em mim. – Jimin se estende sobre a mesa para segurar a mão de Dara. – Ele acreditou em mim, assim como eu acredito em Ji-eun. – Ele sorri. – Ela é uma jovem forte e quero dar a ela a chance de viver a vida que Minhyuk quase tirou dela.

Dara olha nos olhos de Jimin e vê uma luz ali, uma luz que ela sabe que sua filha precisa; Ji-eun não é a mesma desde aquele dia. Ela pede desculpas à noite e grita ate acordar pela manhã. 

– Você pode realmente salvá-la?

Jimin assente.

Dara olha para Jungkook, que lhe lança um pequeno sorriso. 

– Você pode salvar os dois?

– Sim. – Jimin sorri. – Eu sou par...

– Ele é Park Jimin. – Uma voz interrompe.

Eles olham para cima simultaneamente. Taehyung sorri de volta para eles, uma caixa de rosquinhas nas mãos. 

– Atrasei um pouco. – Ele sussurra para Jimin antes de caminhar em direção a Dara. – Prazer em conhecê-la, eu sou Kim Taehyung. – Ele coloca a caixa para baixo para estender a mão. – Assistente de Jimin.

– Dara.. Prazer em conhecê-lo. – Eles apertam as mãos.

Taehyung continua sorrindo enquanto se senta ao lado de Dara. 

– Ele é mais amigo do que advogado. – Tae garante. – Você pode confiar nele.

Eventualmente ela faz. Depois de falar com Jimin por mais trinta minutos e ouvir as palavras dele, ela cede. Mais do que ceder, ela confia nele para salvar os dois. Na verdade, Jungkook é uma bom garoto, Dara sabe disso, e tudo isso está comendo seu coração diariamente desde o primeiro julgamento. É claro que entre proteger a filha e Jungkook, ela escolheria a filha. Mas ela sabe melhor... Ele não merece prisão. Deus, ele não merece esse inferno.

Jimin se levanta quando ela o faz. 

– Obrigado mais uma vez, Sra. Lee. – Ele se inclina profundamente.

Dara se aproxima e aperta o ombro dele. 

– Eu estou indo para o meu compromisso, Ji-eun está na sala 300. – Suas mãos deslizam pelo braço de Jimin e ela se afasta sem olhar para trás.

Eles ficam em silêncio enquanto observam sua figura se distanciando.

– Isso foi muito mais fácil do que eu pensava. – Taehyung murmura.

Jimin e Jungkook compartilham um olhar conhecedor. O resultado de hoje foi possível pela reunião de varias peças de quebra-cabeças e cenários.

– Sim, isso foi. – Jimin responde suavemente.

Taehyung percebe como Jungkook e Jimin estão se olhando. Ele limpa a garganta enquanto estende a mão para Jimin. 

– Onde está minha bebida?

Os olhos de Jimin se arregalam e então ele ri. 

– Opa, desculpe, Tae.

Taehyung sorri torto. 

– Me dê mais tarde, por enquanto vamos subir e vencer este caso!

Sua emoção é contagiante porque Jungkook pula alegremente em direção ao elevador. Jimin faz um movimento para seguir o garoto, mas Taehyung rapidamente o para, agarrando-o pelo meio do braço.

Jimin olha de volta para ele. 

– O que é isso?

Taehyung olha para o rosto dele; suas bochechas coradas e um sorriso brilhante. 

– Nada – Ele sorri torto. – Senti falta do seu rosto idiota e bonito. – Ele gentilmente cutuca Jimin no peito antes de seguir Jungkook.

Alguns momentos depois, eles saem do elevador juntos. No processo, Jimin é quase derrubado por um grupo de enfermeiras correndo pelo corredor. Jungkook o puxa e o segura perto. 

– Que diabos é isso? – Ele pergunta.

Os olhos de Jimin seguem o grupo de enfermeiras. 

– Algo deve ter acontecido.

– Parece muito sério por quantos deles existem. – Comenta Taehyung.

O aperto de Jungkook nos ombros do mais velho aumenta e ele, sem perceber, pressiona Jimin mais perto dele.

– Você pode me deixar ir agora... – Jimin diz ao perceber como o mais novo o segura.

– Oh. – Jungkook solta Jimin. – Desculpe.

Sem uma palavra, Taehyung passa por eles. Seus olhos passam rapidamente pelos números dos quartos postados nas portas de cada quarto: 295, 296, 297... ele para do lado de fora da sala 300. As portas estão abertas e há barulhos vindos de dentro. Taehyung acena para Jimin e Jungkook, eles correm em sua direção e seguem o olhar de Taehyung na sala.

A cena que se desenrola no interior parece distante e cinza. Um trio de enfermeiras segura as mãos trêmulas de Ji-eun contra seus lados. 

– Ela está tendo um derrame. – Uma enfermeira diz enquanto se move para pegar o DEA. Um enfermeiro prepara a máquina antes de entregá-la.

Jimin e Taehyung se entreolham. Derrame?

Jungkook entra silenciosamente na sala, seus olhos nunca deixando a figura trémula de Ji-eun. É aterrorizante vê-la tremer dessa maneira, seu corpo pulando em ângulos estranhos enquanto luta por sua vida. 

– O que aconteceu... – Ele pergunta em voz alta.

– Senhor, você não pode estar aqui. – Uma enfermeira o agarra pelo braço.

Jungkook olha nos olhos dela. 

– O que aconteceu com ela?

– Tentativa de suicídio; ela tomou uma quantidade quase letal de metanfetaminas. – Ela responde.

– Um! – O corpo de Ji-eun treme novamente quando um choque é administrado ao seu peito nu. – Dois! – Ela treme novamente, e a bile sobe no fundo da garganta de Jungkook.

Pouco antes do terceiro choque, Jimin fica atrás de Jungkook e usa a mão para cobrir os olhos dele.

– Vai acabar logo. – Jimin diz suavemente. – Por enquanto, espere do lado de fora comigo. – Sua voz passa calmamente pele mente de Jungkook.

– OK. – Ele se vira para encarar Jimin.

Jimin tira a mão dos olhos dele e o leva para fora da sala. Eles estão no corredor chocados em silêncio.

Um minuto se passa quando Jungkook finalmente decide falar. 

– Eu sabia que algo ia acontecer...

– Jungkook...

– Eu sabia e não pude fazer nada.

– Jungkook, me escute. – Jimin implora.

– Eu sabia e agora ela está lá lutando por sua vida. – Ele começa a andar de um lado para o outro. – Eu não pude salvá-la de Minhyuk naquela época e não posso salvá-la agora.

– Jungkook...

– Porra, eu não consegui te proteger, Jimin. – Jungkook se vira para olhar para Jimin. – Não do seu tio, não do peso que você carrega como advogado e pai solteiro.

– Jungkook, você pode parar e me ouvir. – Jimin luta para não gritar.

– Eu não pude protegê-la, Jimin e agora ela está morrendo!

Jimin finalmente se encaixa, ele caminha até o mais novo e agarra a frente da camisa. 

– Você não pode proteger todos! – Ele grita. – Jesus Cristo, Jungkook, você não pode salvar todos, e eu sei, eu sei o quanto você quer... – Jimin lentamente começa a abaixar a voz. – Mas às vezes você não pode.

Taehyung olha entre eles, seu entusiasmo anterior agora substituído por pavor.

– Você não pode proteger todos, Jungkook. – Jimin olha nos olhos dele. – Você não pode.

– Mas eu quero, Jimin.

Jimin balança a cabeça com um sorriso triste. 

– Você quer, é verdade, você quer... mas você corre o risco de se perder. – Jimin estica a mão para tirar a franja de Jungkook de seus olhos. – Eu não quero te perder. – Ele sussurra baixinho e é uma afirmação do que são. É a resposta que Jungkook está esperando desde o início.

Jungkook olha nos olhos trêmulos de Jimin e vê muito lá. O universo de Jimin no qual permitiu que ele entrasse, a escuridão que Jimin escondeu, Jungkook vê tudo.

– Você me ouviu, Jeon Jungkook? – Pergunta Jimin. – Porque eu não direi novamente.

Um sorriso começa lentamente a aparecer no canto dos lábios de Jungkook. 

– Eu te ouvi.

– Então repita o que eu disse. – Jimin pede.

Jungkook faz isso com um coração quente. 

– Eu não quero te perder.

Jimin sorri antes de seus lábios roçarem, ele se afasta e vai até Taehyung. 

– Todos nós precisamos esperar pelo melhor. – Ele diz.

Taehyung concorda com a cabeça enquanto Jimin aperta seu ombro em conforto.

O tempo passa devagar e as enfermeiras e médicos continuamente entram e saem da sala. Jimin se pergunta se as informações foram transmitidas para Dara à medida que o tempo continua passando. Seus corações ficam ansiosos a cada toque do relógio.

Dara retorna no momento em que um médico emerge da sala com notícias sobre o estado de saúde de Ji-eun.

– Como ela está? Ela está bem? – Dara pergunta freneticamente.

Jungkook dá um passo à frente. 

– Ela vai ficar bem? – Ele pergunta ao médico.

A expressão do médico permanece em branco quando seus lábios se separam para contar sobre a condição atual de Ji-eun.

          

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Seria um eufemismo dizer que muita coisa aconteceu neste capítulo... E Jieun, o que será que aconteceu com ela. E vocês esqueceram o nome de um dos companheiros de prisão de Jungkook ~ Sim, o mesmo assassino que matou os filhos de Yoongi e Hoseok. Ninguém esperava por essa né? Muitas coisas ainda vai acontecer antes do julgamento, vamos aguardar...

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