[💍] - think before i talk





JEON JUNGKOOK


A luz que entrava no quarto através das janelas francesas começou a bater em meu rosto e eu fui despertando aos poucos.

Aquele momento da manhã em que seus olhos não abrem por completo, e sua mente fica viajando em vários pensamentos sem sentido.

Lembro-me que a última memória da noite anterior foi fazer um comentário autossuficiente sobre o meu órgão sexual depois de provocar Jimin por sua grande bunda.

Ontem à noite eu estava deitado por horas esperando ele sair do banheiro e então quando ele abriu timidamente a porta, eu fechei os olhos, por puro e simples instinto e sem nenhuma razão aparente.

Quando ele se convenceu que eu estava dormindo, começou a caminhar pelo quarto tranquilamente e eu tive a clara visão de seu corpo revestido por uma camisa branca um pouco larga e uma cueca boxer preta.

Foi a primeira vez que tinha visto ele daquele jeito, de primeira eu achava que era o maior otario por estar vestindo roupas curtas no lugar considerado o segundo Alaska do mundo.

Mas depois de um tempinho refletindo sobre a visão que tive dele, percebi que ele tinha um belo corpo, coxas grossas e uma bunda enorme e redondinha.

Quando o nó matinal da sua mente vai se desatando você consegue formar pensamentos concretos sobre quem é e onde está. Levantei um pouco a barra do edredom que eu usei para dormir vi que eu estava duro.

Merda, desde quando eu estou assim? Se que foi quando eu... Não, definitivamente não foi porque eu lembrei de Park.

Ereções matinais são normais, biologicamente comum. Não é só porque Park foi o mais próximo que eu cheguei de um homem em meses que eu esteja tendo uma bomba matinal por ele.

Nos beijamos ontem e foi.. Argh, não deveria acontecer, mas pelo bem do meu emprego, do meu livro e da minha promoção eu irei até o fim.

Até porque eu comecei, então tenho que terminar.

Não é por ele, absolutamente não, mas só por precaução não deve ser uma boa me livrar disso agora tendo em mente a bunda do meu lindo e doce chefinho.

Juntei todas as minhas forças e convicto a deixar tudo passar com um banho gelado, me levanto rapidamente e analiso o quarto já totalmente iluminado pelo sol.

Olhei a cama e porra, ele não estava facilitando.

A posição em que Jimin estava não condizia com o que meu cérebro estava habituado a ver, abraçado no edredom como se fosse uma pessoa, sua coxa engajada na própria coberta e sua camisa um pouco levantada e dando pra ver sua bunda.

Bunda desgraçada desencaminhando homens de mentes fracas como eu, induzido a ter pensamentos infames.

— Você não tem o direito de fazer isso comigo! — reclamei num sussurro.

Não queria acorda-lo e obviamente não queria que ele me visse daquele jeito.

Está tudo bem Jeon, às vezes é só tesão acumulado, você não pega ninguém desde... Ah, faz muito tempo.

Cruzes, que pensamentos mais fracos são esses Jeon?

Consegui me distrair dos pensamentos criados pela cabeça debaixo quando percebi a ponta de um desenho acima da barra da cueca dele.

A tatuagem, meu momento de descobrir o que era.

Me abaixei e com muito cuidado e nunca fui tão delicado ao tocar a barra da camisa de alguém, mas assim que fiz e comecei a puxar para cima ele estremece.

— Porra homem, tava que nem pedra até agora! — reclamei para mim mesmo voltando ao plano de ver a tatuagem.

Assim que comecei a ver uma pequena macha azul de antes ainda ilegível e ouvi um barulho.

— O que pensa que está fazendo?

Sua voz saiu firme, como se tivesse acordado faz tempo e só estivesse esperando a oportunidade. Eu literalmente cai para trás dando de costas com o chão quando me dei conta que fui pego no pulo.

Jimin ficou sentado na cama e abaixou a camisa às pressas e envergonhado, droga meu trabalho havia sido em vão.

— Você estava levantando a minha blusa ou é só minha impressão? — ele se levanta e pega a calça jeans que tinha ali dobrada perto da cama.

— Fica de boa, eu só queria ver sua tatuagem.— me levantei do chão.

— Ficar de boa? Você sobe minha camisa enquanto eu durmo e pede pra ficar de boa?

Ele falando assim até parece que eu fiz a maior cagada.

— Eu poderia te bater agora.— correu para o banheiro e de lá não saiu.

Não sabia que ele era tão dramático assim, poxa é só uma tatuagem, não precisa de tudo isso.

— É melhor quando eu sair desse banheiro você não estiver aí.— ouvi sua voz mandona de que a muito tempo não ouvia.

Tá, eu admito que não deveria ter deixado minha curiosidade tomar conta de mim e mexer com ele, na verdade eu sei que foi abuso da minha parte.

Um completo abuso, mas se você pensar bem... É o maldito senhor certinho com uma tatuagem! Nem que eu estivesse no meu melhor dia, não iria conseguir me segurar.

Vacilei, amigos.

— Foi mal aí.— cocei a nuca sem graça saindo do quarto para acatar sua regra.

Fui para a cozinha e estava a família toda a mesa, mãe, avó, alguns tios, alguns primos , menos meu pai, provavelmente já foi trabalhar ou sei lá. Minha família e seu hábito de fazerem tudo juntos.

— Bom dia meu filho, cadê seu noivo? — minha mãe, senhora Chaeyoung cumprimentou sorridente.

— Essa cara aí é de quem não transou, poxa a manta da fertilidade nunca falha! — minha vó disse.

Mal sabe que a tal manta foi uma das minhas camadas de colchão na noite anterior, bom... se ela for eficiente quanto minha vó diz, eu devo estar, — mesmo que de uma maneira impossível — grávido.

— Dias difíceis vovó..— falei antes de levar a xícara de café a boca.

Não demorou nem alguns segundos para que Park aparecesse entre nós com aquela expressão vazia e profissional de sempre. Havia tomado banho, porque seus cabelos loiros estavam partidos ao meio como sempre, mas molhados. Sua roupa era uma calça jeans, — que ficava muito boa nele — uma camisa branca de botão e um sapato preto.

— Venha! — minha mãe fez sinal para ele se aproximar.

Mesmo sabendo que ali não tinha nada do que habitualmente ele comia, não negou o chamado de minha mãe e foi.

— Eu não estou com fome.— sorriu sem graça.

— Poxa, eu coloquei essa mesa porque não sabia de seus gostos, já que Jeon não me deu nenhum spoiler.— minha mãe tenta o convencer.

Nem eu sei, querida mãezinha.

— Come cereal, ele é nutritivo! — minha avó começou a colocar cereal em uma tigela e depois jogou leite.

Jimin sem tentar ser mal educado, começou a comer o cereal que foi praticamente enfiado goela abaixo pelas duas.

Percebi o jeito estranho que ele ingeria a comida. A colher só levava a boca cereal e deixava todo o leite ainda na tigela.

— Por que você come assim? — questionei.

Meu chefe, surpreso por ter notado que eu o observei, demorou para pensar numa resposta, talvez porque estava chateadinho com a história da tatuagem, mas finalmente revelou:— Eu como assim desde criança, porque quando você deixa o leite para o final, ele fica açucarado e é gostoso de beber.

— Oh, que fofinho.— minha avó observou a resposta do meu futuro esposo.

— Você sabe né vovó, ele ama um leite docinho.— deixei escapar à provocação e senti alguns da mesa rirem baixinho.

Eu sempre fui assim, bobão. Qualquer oportunidade de fazer uma piada idiota, eu faria.

Minha família já me conhecia, então não senti problemas, mas então eu ouvi o barulho de talher sendo batido e Jimin saindo da sala.

— Idiota insensível.— Lisa, minha prima rola os olhos.

Todas as pessoas da mesa estavam me olhando, agora um pouco sem graças por terem contribuído com a minha possível futura discussão com meu noivo.

Por isso eu não me caso, dar satisfação das coisas para os outros é a maior merda. Eu queria minha liberdade de volta.

— O que está esperando? Vai lá pedir desculpas! — a mesma prima me dá um tapa no braço.

Sem contrariar muito me levantei e fui até onde Jimin estava, que era no sofá da sala que por pura sorte ainda se podia ver da cozinha.

Malditos ricos e seu conceito aberto, achando que apenas uma pilastra separa sala e cozinha.

Sentei-me ao lado dele, que lia uma revista de moda na sala. Com a família toda de plateia, tinha que causar a imagem de noivo amado, então passei o braço pelo ombro de Jimin, que surpreendentemente apenas ignorou como se nada estivesse acontecendo.

Sua revista era mais importante que eu então?

— Amorzinho, você sabe que eu estava brincando...

— Jungkook, me poupa, só mexe a boca, mas por favor, não emita som.— continuou com os olhos na revista, que agora falava sobre roupa íntima feminina.

Eu poderia fazer aquilo tranquilamente, mas no meu interior eu sentia que não era o certo.

— Falando sério aí pô, foi mal por subir sua camisa hoje de manhã e... Desculpa por ter falado sobre o modo que você come seu cereal também, sério leite açucarado é muito bom.

— Pensei ter falado para não emitir som.— ignorou totalmente meu pedido de desculpas.

Eu sabia que ele era alguém difícil, eu o odiava por isso né, mas eu também entendia que estava errado e se alguém viesse com desculpinha pra mim, eu mataria na porrada.

— Eu fiz sem pensar, mas prometo que jamais vai se repetir, falo isso em nome do secretário extremamente sério que sou.— garanti.

— Na boa, tanto faz. Agora você abre um sorriso largo e eu saio andando.

E foi isso que aconteceu, não quis contrariar então abri um sorriso largo e pra lá de falso enquanto ele deslizava dos meus braços e saia andando.

Olhei para a cozinha e minha família inteira parecia tensa esperando uma confirmação de que tudo estava certo, apenas fiz um joia com a mão e eles sorriam felizes e satisfeitos.

Bando de idiotas.




[...]


Minha mãe depois do almoço obrigou eu e Jimin ir com ela no mercado, na verdade, eu convenci ele, já que nem do almoço ele participou.

Perdeu a melhor lasanha de todas e eu sei que ele ama  lasanha.

— Não está com fome? — perguntei enquanto empurrava o carrinho e ele colocava as coisas da lista.

Por causa do aniversário da vovó, a lista de compras era muito grande, então foi dividida em duas partes, uma para nós e uma para minha avó e mãe.

— Onde será que tem milho enlatado? — procurou em volta.

— Eu fiz uma pergunta.— rolei os olhos.

— Eu também, e nela dizia onde estava o milho.— continuou a procurar.— Não precisa, já achei.

Terminamos de pegar tudo que estava na lista e encontramos com minha mãe na fila do caixa.

— Hoje para o jantar teremos churrasco! A semana toda churrasco! A vovó ama churrasco! — minha vó levanta os braços animada.

Cuidado, comer churrasco em excesso pode causar problemas de saúde, principalmente quando você tem oitenta e quatro anos.

Jimin ainda ficava desconfortável em andar de barco, e por isso abraçou uma das cordas da lancha com força o caminho de volta inteira.

Quando chegamos em casa tudo já estava agitado para os preparativos do churrasco, e eu apenas fui para o quarto cansado de andar pela cidade em busca de comida.

— Se importa de sair para que eu deite? — a voz de Jimin me fez abrir os olhos.

— Eu não mordo se deitar na mesma cama que eu.— fui um pouco mais para o lado.

O colchão afundou e quando olhei discretamente para o lado da cama, ele estava lá, deitado de costas pra mim.

Estranho, me sentia realmente brigado com ele. Não posso fazer nada, já pedi desculpas!

— Tá de mal? — perguntei irônico.

— Não.— respondeu.— Mas não lembro de ter nenhuma obrigação de te responder.

No final das coisas, eu nem gostava dele, ele não gostava de mim, nossa relação era totalmente obrigatória.

Não sei porque fiquei incomodado com o fato dele me ignorar, deveria estar feliz.

— Vou ajudar sua mãe a fazer salada de batata.— avisou antes de se levantar.

— Tá.— dei de ombros.

Eu acabei adormecendo um pouco depois que Jimin foi para a cozinha, foram apenas uns vinte minutos mas meu corpo já estava mais relaxado.

Levantei e fui buscar alguma coisa para comer, antes que chegasse até a cozinha, ouvi a voz de minha mãe, provavelmente falando com o Park.

— Vocês estão bem? Pareciam meio tensos no mercado.— foi a voz da minha mãe.

— Estamos completamente bem.— Jimin respondeu sem hesitar.

Me escondi na pilastra apenas para escutar.

— Acho que você está mentindo.— eu também acho mamãe.

— Não é nada, só tivemos um mal entendido. Já está resolvido.— garantiu ele.

Fiquei esperando eles falarem mais alguma coisa, mas ficaram em silêncio e eu com uma puta curiosidade. Eu admito que estava agindo estranho, se isso é vida de casado eu não quero nunca.

— O que está fazendo aí, priminho? — dei um pulo quando vi Taemin perto a mim.

Lee Taemin, meu primo e aparentemente o mesmo que se pegou com o Jimin, como ele pode?

Meu primo sempre foi o certinho da família, na linha reta para um futuro brilhante, eu gostava dele, apesar de ser meio louco.

Lembrei que talvez ele não seja certinho, já que Jimin comentou sobre a tatuagem no peito e a semana de aventura entre os dois, loucura né?

— Seu noivo tá por aí? — perguntou descontraído.

Tenho a leve sensação de que Taemin dava em cima do meu chefe bem na minha cara.

— Achei! — falou antes que eu respondesse algo.— Oi Jimin, oi tia! — entrou na cozinha e eu acompanhei, para não perder nada.

— Oi gente.— fui direto na geladeira e peguei um copo de suco.

Minha mãe se retirou da cozinha com a desculpa de levar a salada para minha avó, deixando eu e os dois maluquinhos a sós.

— Jimin — meu primo o chama, lá vem coisa. Ignorei, apenas tomando meu suco e fingindo não ouvir.— Você ainda tem aquele piercing no mamilo? — cuspi o suco fazendo um barulho estranho sair da minha boca.

Primeiro tatuagem, agora piercing? Que tipo de homem eu estou me casando? Céus, minha vida é uma mentira!

— Para de falar comigo assim, eu estou noivo do seu primo. Mais respeito.— Jimin rolou os olhos depois de um tempo.

— Eu não estou fazendo nada demais, só perguntando sobre como anda sua vida.— Taemin responde inabalável.

Limpei a pequena bagunça que fiz quando cuspi o suco enquanto ouvia os dois discutiam se deveriam ou não trazer o passado à tona.

— Se o Jeon não achou problema, quem sou eu pra achar.— Jimin seca alguns pratos e depois guarda.

Não sei se ele estava me mandando um sinal para que eu fingisse fazer o papel de noivo ciumento, o que eu com certeza não faria, já que com Taemin eu descobria muitas coisas interessantes sobre ele. Jimin poderia estar sendo sincero também, vai que ele está incomodado com meu primo e quer que eu o salve?

— Tudo bem, não sou ciumento.— dei de ombros.— Vou ajudar minha mãe lá fora.— avisei saindo da cozinha.

Eu e o Taemin já compartilhamos de uma menina na faculdade, mas não seria compartilhar quando o Jimin não é meu de verdade.





Gente vocês vão passar muita raiva com o Taemin mas nada nunca vai rolar, até pq na versão da fic ele era o primo doido que vivia atrás da Sandra Bullock

Não matem o pobre do Taemin tadinho, sofre tanto hate em tantas fanfics!

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