[💍] - rules of the game
Boa leitura!
PARK JIMIN
Assim que saímos da sala, percebi que Jeon parecia muito mais confiante do que quando entramos, caminhou na minha frente pelas ruas e ainda cantarolou uma música.
Felicidade humana repentina às vezes me irritava, geralmente era sempre sinal de que vinha bomba.
Meu secretário, como era de se esperar, teve uma ótima atuação com o advogado anteriormente, bom, como meu funcionário a muito tempo obviamente aprendeu a ser tão eficiente comigo.
— Parabéns pela atuação ele caiu direitinho naquele papo de livro. Aliás, você tem um livro? — questionei.
Nunca ouvi falar sobre ele escrever livros, na verdade eu nunca ouvia ele falar sobre nada, sabíamos apenas nossos nomes, que eu sempre pronunciei errado e que ele tem uma avó de oitenta e quatro anos.
— Não era atuação, eu estava falando sério.— disse ele ainda cantarolando.
— Sem chance.— ri incrédulo.
— Você estava naquela sala comigo? — parou de cantarolar e ficou de frente pra mim.— Eu posso ser preso e ainda terei que pagar uma multa ridiculamente grande para o governo, o máximo que vai acontecer com você é voltar pra casa!
Em partes ele não estava errado, mas o problema era que eu voltaria pra casa e a minha casa não era aonde estava a minha vida.
Minha vida profissional, já que era a única que eu tinha.
— E aquele papo de promoção? — cogitei só a parte da publicação do livro ser verdade.
— Eu tenho quatro condições.— mostrou o número quatro com os dedos.
— O que? Quatro? O mundo não gira ao seu redor, você não pode ter tudo! — coloquei a mão na cintura desacreditando.
Como ele poderia exigir esse tipo de coisa? De quem meu funcionário arranjou toda essa autossuficiência achando que pode ter tudo?
Ah, foi eu que ensinei.
— Você é a última pessoa que pode dizer isso pra mim.— sei disso caralho.— Posso falar as minhas condições?
— Fala aí.— dei de ombros.
Tudo pelo bem do seu emprego, tudo pelo bem do seu emprego.
— A primeira coisa, a promoção.— tem um com o dedo.— A segunda coisa, publicar meu livro.— acrescentou mais um e formou um dois.
Ele sorria como me tivesse nas mãos, na verdade ele tinha mas tentei não transparecer.
— A terceira coisa, quero saber o nome do seu hidratante corporal.– recuei para trás tentando ver se entendia errado.
Eu nem tinha hidrante, minha pele era naturalmente perfeita, graças ao bom Deus.
— Mas eu não tenho hidratante nenhum.— respondi.
— Impossível, porém relevante.— deu de ombros esquecendo da condição.
— Tá, e qual é a última condição? — rolei os olhos já impaciente.
Ele parou e pensou, na verdade ele nem tinha uma última condição mas queria aproveitar de todo aquele poder.
— Me pede em casamento.— falou e eu ri.— Você disse que íamos nos casar, então pede.
— Você usou alguma droga hoje de manhã? — continuei rindo sarcástico de sua cena.
Aquilo já era demais, ele que me peça em casamento.
— Me pede antes que eu volte lá dentro e digo que você me usou para ficar aqui.— ameaçou.
Droga, eu ensinei ele bem demais.
Cogitei na ideia de deixar meu orgulho intacto e apenas caminhar até minha bela casa, comprar uma passagem e esquecer toda essa brincadeira, mas então eu lembrei que meu orgulho estaria muito mais ferido se eu desistisse por algo tão fútil.
— Pede com jeitinho.— formou um sorriso provocativo em seus lábios.
Eu relevei sua expressão idiota apenas estiquei minha mão e juntei na dele, para que fosse mais fácil me ajoelhar naquela calçada.
Percebi que todos que passavam por aquela rua tão movimentada olhavam para mim, uns riam, outros achavam que eu estava realmente pedindo ele em casamento.
Assim que me ajoelhei a sua frente, encarei seu rosto todo vitorioso e com seus olhos brilhantes, exibido idiota.
— Jungkook, casa comigo? — falei em tom irônico enquanto ainda segurava sua mão.
— Não.— negou.— Agora pede com jeitinho.
Revirei os olhos e concentrei na minha voz ter um tom suficiente para que ele possa parar de graça.
— Jungkook.
— Diga, Jimin.— segurou o riso.
— Querido e doce Jungkook.
— Eu estou ouvindo.— provocou.
— Você aceita, com mil coraçãozinhos vermelhos, se casar comigo? — sorri falso.
Ele fingiu pensar. Sério? Agora ele fingi pensar também? Que monstro eu criei!
— Eu retiraria a ironia, mas sim Jimin, eu me caso com você.— inclinou-se para me encarar.
Pude sentir meu orgulho totalmente ferido com aquele homem me olhando de cima com a postura cheia de si.
Só eu posso ser melhor que todo mundo, porque é isso que eu sou.
Jungkook virou-se de costas para mim e começou a caminhar, me fazendo ficar ajoelhado sozinho no meio da rua, quem passava me encarava como se eu tivesse sido rejeitado.
— Ele disse sim, ok? — me levantei do chão fazendo uma careta para a senhora que assistia tudo desde o começo.
Ótimo, agora tenho um assistente que só porque estou usando-o como motivo para continuar em Seul, acha que tem autoridade suficiente para exigir algo de mim.
[...]
Não era besta, óbvio que não. Logo depois que chegamos na editora, tive que fazer uma pesquisa mais aprofundada sobre casos de deportação da Coréia.
Eu estava em uma furada. Como era de se esperar, eles não deixariam nada passar, li casos onde colocavam espiões para vigiar os parceiros.
Então quer dizer que corro o risco de estar sendo seguido? Ou melhor, tenho que agir como noivo do meu secretário?
A vantagem era que se alguém questionasse meu comportamento em público, poderia simplesmente dizer que quando estávamos em nosso horário de trabalho não deixávamos o sentimentos tão aparente. O problema era a hora de ir embora, os fins de semanas, quem dormia na casa de quem.
Tudo pelo bem do seu emprego, tudo pelo bem do seu emprego.
Era dezoito horas em ponto, meu horário ali tinha acabado e vi Jungkook fazer o de sempre, chamar o táxi para mim.
— Espere, cancele o táxi.— ordenei, ele não contestou apesar de ficar confuso.
— Dirigiu até aqui? — questionou.
— Não.— respondi.— Você irá me levar pra casa.
Jeon remexeu na cadeira desconfortável parecendo digerir minhas palavras com cuidado.
Quando se tratava de mim, ele sempre ficava assim.
— Por quê? — perguntou.
— Por que você é meu marido, então me leve.— ele solta uma risada irônica.
— Seu marido? Vai ficar de gracinha agora? — começou a juntar suas coisas, provavelmente para ir embora.
Então era assim? Ele soltava a franga quando dava seu horário e sentia que tinha toda a liberdade para falar como queria comigo? Ótimo, não espere que amanhã não sofra na minha mão impiedosa.
— Tudo bem, vamos ver quem vai ser pego pelo governo por mentir e ser preso, lembre-se que no Japão tem sushi e parque da Disney, além de uma filial da Kim New Books.— peguei minha mala e com meu celular na mão.— Até amanhã, gracinha.
Logo depois de sair da sala com um sorriso largo e vitorioso no rosto, e de bônus a cara de tacho do meu funcionário rebelde, chamei um táxi para me levar pra casa, mesmo sabendo que Jeon iria se redimir.
Já estava na frente do prédio quando Jungkook segura meu pulso um pouco sem fôlego, parecia ter corrido muito, vai ver alguém vulgo eu usou o elevador.
— Tire suas mãos de mim.— puxei meu braço para longe dele.— O que faz aqui?
— Vou te levar pra casa.— afirmou ele.
— Pare de gracinhas, já chamei o táxi e cobrei do seu cartão.— ressaltei ainda provocando ele.
— Eu não vou ser preso por deixar de te dar uma carona, não mesmo.— falou mais para si do que para mim.
Não contrariei, apenas cancelei o táxi — que já não tinha muita fé em pegar, e acompanhei meu secretário até seu carro.
— Se ele perguntar, nós ficamos no meu apartamento e não no seu.— avisei colocando o sinto de segurança.
— E por que no seu? — fez o mesmo movimento que o meu e girou a chave no intuito de ligar o carro.
Era óbvio o motivo, eu morava num apartamento na cobertura, poderia dizer que era confortável para nós dois.
— E se eu morar numa cobertura ainda mais chique que a sua? — perguntou com os olhos fixados na rua.
— Você mora?
— Não.— tive que soltar uma risada abafada.
Isso tinha sido totalmente desnecessário da parte dele, mas estranhamente engraçado.
Jungkook estacionou em frente ao apartamento onde eu morava. Meu funcionário depois de anos me pedindo táxi, já havia decorado o endereço.
— Vamos para a casa da minha avó no final de semana, dizer que iremos nos casar.— anunciou ele.
Seu peito estava estufado e ele ainda não tinha se acostumado com a ideia de que íamos nos casar, tudo bem, nem eu. Mas ele, por outro lado reagia fisicamente com a ideia.
Exagerado, ele nem sabe que eu sou o sonho de consumo da metade do planeta.
Ele deveria se sentir honrado por ter-lhe escolhido naquele momento, casar-se comigo é um sonho que se torna realidade.
— Só para avisar, minha avó com certeza irá aumentar as coisas, então já faça uma abonada de uma semana no mínimo.
Ele estava pedindo uma semana de férias?
— Além do mais, — voltou a falar.— Eu não tiro férias desde que trabalho pra você, não vejo minha família a uns cinco anos e se tudo der errado eu nunca mais irei ver, então já que você vai comigo aproveitarei sim.
Não poderia tirar a razão de que ele nunca tirava férias, ele — apesar de bem rebelde, era um ótimo funcionário, sabia sempre exatamente o que fazer e pegou o jeito rápido.
Também não poderia dizer que não estava na mão dele em certas coisas, tinha já em mente que ele era rebelde e poderia me ameaçar para conseguir certas coisas, assim como a promoção e o livro.
— Certo, uma semana não é nada demais.— garanti a mim mesmo.
— Te vejo no sábado então.— sorriu vitorioso mostrando todos seus dentes.
O sorriso dele o deixava parecendo um coelhinho, não era feio, na verdade era bem bonito, mas não mais que o meu, nada era.
— Arranje as passagens.— ordenei saindo do carro e fechando a porta com força.
Eu estava lidando com a situação externamente melhor doque ele, mas na verdade também me sentia estranho com a ideia de que iria me casar com meu secretário.
Foi impulso decidir algo assim, não sou louco ao ponto de negar que foi tudo muito rápido, mas foi também necessário e eu presava meu emprego mais do que tudo, ele era a única coisa que eu tinha.
E se eu tinha que me casar com ele, eu iria e faria bem feito.
Vocês estão gostando???
Até a próxima!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top