[💍] - kiss me again
É HOJE CLÃÃÃ
JEON JUNGKOOK
— Jimin, eu acho que gosto de você. Melhor agora?
— O que??
— Nada. Eu não disse nada.— comecei a me desesperar internamente.
Espero que ele não tenha escutado, espero que ele não tenha escutado.
Eu posso ter falado bem baixinho, ou ele não precisasse prestar atenção. Não é necessário ele saber disso, não mesmo.
— Ah, bom... Tudo bem, boa noite.— falou ele.— Você vai dormir aqui?
Quase me esqueci que estava deitado na mesma cama que ele, bom, eu não quero dormir no chão.
— Vai me matar se eu deitar na mesma cama que você?
— Não, eu não vou te matar.— sua voz saiu tão baixinha que eu senti ele se afastando para a outra ponta da cama, daqui a pouco ele cai.
— Então irei dormir aqui.— avisei.
— Certo. Boa noite.
[...]
Estava com uma sensação gostosa no corpo, me senti bem aquecido ao começar a despertar, a luz não me atrapalhava, provavelmente Jimin fechou antes de dormir.
Bocejei um pouco e escaneei o local com os olhos, descobri da onde veio o calor, o Jimin, ele estava literalmente agarrado em mim.
Estava com a cabeça em meu ombro, quase roçando no meu rosto de tão próximo. A mão direita estava no meu peito, a coxa direita estava totalmente engajada em mim, eu respirei fundo em sentir partes dele roçando em mim, partes essas que eu queria evitar sentir.
Tentei soltá-lo de um jeito que ele não acordasse, mas começou a se remexer e resmungar alguma coisa bem perto do meu rosto.
— Uh, já é hora de acordar? — sua voz era rouca e eu tinha certeza que ele não fazia ideia do que estava acontecendo.
— Já, levanta aí.— empurrei ele com muito medo dele acordar.
— Só mais cinco minutos, meu amor...— me deu um beijo na bochecha, sua voz ainda era sonolenta e eu comecei a ficar preocupado.
Sua voz demonstrava que ele estava carente, bom, calculando tudo, ele não namorava muito, e as possibilidades de estar abraçado com alguém eram bem poucas.
Se eu continuar deitado com ele assim, capaz dele me matar ao se dar conta.
— Jimin, eu acho que você não está consciente.
Esperei uma resposta, mas ela não veio. Olhei para Park tentando não dar muita bandeira, mas ele voltou a dormir, estava com a respiração pesada e parecia com uma expressão tão serena.
Fiquei parado sem saber o que fazer, a melhor coisa era deixar tudo do jeito que estava, caso ele acordasse eu fechava os olhos e fingia que dormia, daria tudo certo.
Eu fiz isso, ou melhor, não fiz nada. Deixei ele dormir enquanto pensava a razão de eu estar vivendo aquilo.
— Que diabo é isso? — Jimin finalmente falou quando despertou e olhou para nós dois.— Por que não me acordou??
Ele se afasta tão depressa que eu nem pude me acostumar com seu corpo longe do meu.
— Eu tentei te acordar, mas você ficou todo manhoso e disse que queria dormir um pouco mais, até me chamou de meu amor!!! — joguei a verdade na cara dele.
— O que? Eu nunca faria isso.
— Pois eu não pagaria pra ver, foi exatamente o que fez, depois de um beijinho!! — apontei para a minha bochecha onde ele tinha beijado.
— Oh... Eu fiz mesmo isso? — se levantou depressa e foi até o guarda-roupa.
Observei ele tirar a camisa, cara, Jimin não batia muito bem da cabeça. Em uma hora ele fica com vergonha de si mesmo, mas na outra se despe na minha frente.
Não podia negar que amava a visão dele de costas para mim vestindo só uma cueca, mas não era para ser assim!
Eu pude ver a tatuagem por alguns segundos antes dele colocar uma camisa azul clara e uma bermuda de cor clara, ela era bem curta, ia bem na metade das coxas.
Hm, eu gostava daquela visão.
— Fez, você fez isso.
— Bom, não é a primeira vez que acordamos abraçados, supere isso! — mandou enquanto arrumava o cabelo.
— Não sou eu que está abalado com isso, você que está desesperado!
— Ignora meus cinco minutos de carência e estará tudo certo!
— Admitiu que é carente! — eu ri de sua cara, ele engoliu seco e eu pude vê-lo ficar envergonhado.
— Não transo a mais de um ano, respeite isso.— admitiu, não sei como ele ainda acha que tem moral comigo.
Depois disso não falamos mais nada, caminhamos para fora do quarto, eu estava com fome, mas por culpa dele não pude levantar antes.
— Bom dia casal, ontem escolhemos os arranjos para o casamento.
E lá se vai a porra da minha felicidade.
— É mesmo, é? E o que vai ser?
— Bom, a previsão diz dia de sol no domingo, então escolhemos uma declaração clara, flores amarelas, a decoração vai ser em um tom pastel...
— Ah, mas que... Adorável.— sorri falsamente e olhei para Jimin, tinha esperança dele falar algo.
Ele não falou, estava com uma expressão tão sem graça, coçou a nuca e abriu um sorriso que nem mesmo a minha vó — que é a mais tapada — acreditou.
Dei um pequeno empurrão por debaixo da mesa, ele precisava falar algo.
— Vai ser incrível, obrigado por cuidar de tudo.— finalmente fala.— Eu-eu gosto de lírios, mas existem rosas amarelo chá que podem ser belos arranjos.
— Viu? Exatamente o que eu te disse! — minha mãe bate no braço do meu pai, aquilo significava "eu te avisei".— Temos que arrumar as coisas ainda, vocês não se importam não é?
— De maneira nenhuma! — interrompi, já pensou? Eu escolhendo arranjo com o Jimin?????
— É, vocês parecem ter um ótimo gosto para isso.— meu noivo concorda.
— Então vamos lá vovó, vamos terminar os preparativos! — mamãe pareceu se animar.
Isso era tão estranho, elas estavam falando sobre o meu casamento falso, com um homem que eu gostava.
— Vamos deixar vocês tomarem café enquanto preparamos o casamento! Tenham um bom dia crianças e aproveitem para transar! — minha mãe sai andando de braços dados com a vovó.
Tentei ignorar a parte do sexo e tomei meu suco de laranja.
— Lembre-se quem fica por cima comanda o casamento! — proferiu bem alto a minha avó, fui pego de surpresa e acabei engasgando com suco.
— Eu ficaria por cima.— Jimin respondeu pensando no assunto.
— Cala boca, não quero falar sobre isso.
— Fazer sexo te assusta? — brincou.
Querer fazê-lo com você, sim.
— Você ainda se lembra como faz isso aí? — provoquei.
— Pelo visto a vida sexual de vocês não anda bem.— uma voz masculina nos interrompe, era meu pai.
Esqueci que o fantasma estava ali conosco. Também né, nunca esteve presente, não era de se admirar esquecer sua companhia.
— Estamos nos guardando para depois do casamento.— inventei uma desculpa qualquer.
— Que nobre.— meu pai não acreditou e claramente não fez questão de disfarçar isso.
— Jeon, hoje você me levaria para pegar o celular, lembra? — Jimin puxa um assunto.
— Exatamente! Vamos? — me levantei sorridente.
— Claro.— Park concorda se levantando.— Até depois, senhor Jeon! — se despediu do meu pai.
No barco tive que ajudar Jimin a não cair na água, pelo visto não havia superado o medo de morrer afogado, mas eu de certo não ligava muito, até gostava da sensação dele todo manhoso pra cima de mim.
O que fazer quando você gosta de alguém e sabe que nunca vai rolar, se sente tão miserável ao ponto de qualquer contato ou coisa seja o suficiente.
E ainda dizem que o amor é um sentimento lindo.
Não que eu ame ele, nunca, isso nem passou pela minha cabeça, foi só uma suposição.
— Chegamos! — Jimin me tira dos meus pensamentos.
— Sim, vamos lá ver se o seu namoradinho já arrumou o celular pra você.— ironizei enquanto o ajudava a tirá-lo do barco.
Antes eu riria só de imaginar o Jimin com um maluco do meu primo, mas não é mais bem assim. Eu com certeza não consigo nem saber que o Taemin já ficou com ele, e eu tenho que me conformar que nunca vou nem chegar perto.
Lee desgraçado, vou dar meias de presente no Natal.
— Você se dói todo só de imaginar eu com seu primo né? — debocha colocando os óculos escuros.
— Você não acha que merece coisa melhor que o Taemin?
— Provavelmente não.— pareceu sincero.— Minhas opções para homem são bem limitadas.
— Por que será, não é mesmo? — provoquei.
— Por que eu sou um monstro e nunca mereci ser amado? — engoli seco um pouco sem graça.
Aquilo havia provocado em mim uma certa tristeza, não sabia que ele tinha a noção que era assim que algumas pessoas o viam, tudo bem que a alguns dias atrás eu o via desse jeito também.
Ele merecia ser amado, mas o que adianta de ele não ama de volta?
Ótimo, agora eu estou me colocando para baixo.
— Você está com aquele olhar.— dá um sorriso amarelo.
Suas mãos estavam no bolso da bermuda e não olhou para mim, pelo menos eu achava que não né, já que estava com aquele óculos escuros, só pude deduzir.
— Que olhar?
— O olhar de dó.— explicou.— "Tadinho, ninguém ama ele"
— Eu não pensei nisso. Tenho certeza que sua mãe te amava antes de... Você sabe.
— Morrer? — falou com uma voz inabalável.
Achava sexy quando ele não mostrava expressões em momentos sérios como aquele. Como ele conseguia manter a postura??
— Amor de mãe não vale, é meio que obrigação já que eu roubei nutrientes do corpo dela pra nascer.
— Minha mãe não me ama por que eu fiquei no útero dela por nove meses. Ela me ama porque eu sou amável!
— Uhrum sei. Ela que te disse isso? — arqueou as sobrancelhas.
— Está querendo colocar o amor da minha mãe a prova? — perguntei inconformado.
— Se você começou a duvidar é por que não tem tanta certeza assim.
— Eu não duvidei! Ela me ama muito e moveria céus e terras por mim! — mostrei a língua.
— Que fofo.— ele sorri de lado.
Não falamos mais nada até que chegássemos na loja de conveniência que o pai de Taemin era dono, de vez em quando ele ficava lá, espero que hoje não seja esse dia.
— Primo! — Taemin sorri e acena escandalosamente para nós dois.
— Olha lá o meu namoradinho.— Jimin aponta com a cabeça irônico.
— Deu sorte, hoje ele só faz meio período. Quem sabe vocês saem pra um encontrinho.— rolei os olhos.
— Não sei dizer se você sente ciúmes dele ou meu.— ele ri indo até Taemin.
Eu continuei parado na porta observando os dois. Eles pareciam estar se dando bem, sorriram um para o outro, o Taemin até se atreveu a beijar o meu namorado, na bochecha, mas beijou.
Meu primo entrega um aparelho telefone na mão de Jimin e pelo que eu consegui perceber, Taemin estava dando a ele algumas dicas sobre o celular.
Mais alguns minutos e Taemin aproximou o a boca perto do ouvido do meu noivo, não sabia o que ele cochichou, mas devia ser uma sacanagem, já que os dois riram quando ele se afastou. Jimin fez questão de dar um tapa no peito do meu primo, eles estavam se azarando?
O loiro caminhou até mim, sua expressão era vazia como sempre.
— Já terminei. Vamos?
— Hm, claro.— dei de ombros.
A curiosidade estava causando um formigamento em todo o meu peitoral, ah merda, deveria ter supervisionado.
Estávamos caminhando por uma das ruas, eu estava com as mãos no bolso e tentando não pensar na infinidade de coisas que o Taemin falou para o Park.
— Conhece algum lugar legal para me levar? — Jimin puxa assunto descontraído.
— O que?
— Não sei, é que... bem, toda vez que você me trás aqui na cidade, você me leva em algum lugar legal...
— Não temos tempo hoje.— resmunguei.
— Ah, claro. Entendo. Tenho que fazer umas coisas mesmo.— coçou a nuca.
Eu acabei de dar um fora nele? É isso mesmo?
Se eu dei um fora nele, então quer dizer que ele me chamou para sair, certo?
— Espera, espera. Acho que dá pra gente...
— Eu preciso acessar meu email e minha caixa postal.
— A-ah.
Perdeu playboy.
[...]
Quando chegamos, Jimin se jogou na cama dando atenção apenas para o celular.
— Tenho milhões de mensagens do Frank pra ouvir. Milhões! — reclamou.— Tem papel e caneta por aí?
— Não estamos no trabalho, eu não obedeço você.— tentei parecer superior, mas me rendi com a sua expressão de "cê tá falando sério?".
— Você é inacreditável.— ele me encara guardando o celular.— Você está de mau humor.— fez um bico.
É, eu to. Não fala comigo seu porra.
— Impressão sua.— me sentei ao seu lado.
— Não, não é.— ele da um tapinha amigável no meu braço me incentivando a falar.
— Quero te levar num lugar legal.— propus.
— Achei que não tivesse tempo.
— Eu estou de férias, acha mesmo que eu não tenho tempo?
— Mas quem não tem tempo agora sou eu, estou ocupado com meu celular nesse exato momento.— mostrou o aparelho.
Semicerrei os olhos e peguei o celular da mão dele, coloquei no meu bolso antes de Jimin pular em cima de mim.
— Só devolvo se sair comigo.
— Precisa de ameaça para sair com um cara agora? — cruzou os braços.— Por que você só não pede?
— Sai comigo?
— Não. Vai ter que me obrigar, otario.
— Você vai sair comigo por bem ou por mal! Se não, adeus celular.— usei minha melhor voz autoritária.
— Você não manda em mim.— mostrou a língua.
Deixei um som estranho sair da minha boca, foi o início da minha risada. Jimin estava me deixando louco com aquela brincadeira.
— Para com isso, sério. Sai comigo logo.— chacoalhei ele.
— Vamos acabar com a gasolina do barco se formos e voltamos toda hora da cidade.— pensou ele.
— Quem disse que vamos usar o barco?
— Vai me levar pro meio do mato e refazer lagoa azul? — dei-lhe um tapa fraco no braço enquanto ria.
— Vou preparar alguma coisa pra gente levar.— avisei batendo palmas todo animado.
— Pode devolver meu celular?
— Nem em sonho.— me levantei indo até a porta.
[...]
Fiz alguns sanduíches, peguei algumas garrafas de suco e para sobremesa separei um pacote de jujubas, mas na verdade tive que abri-lo e separar as jujubas de maçã verde e laranja num pote porque são as únicas que o Jimin come.
— Você está assobiando, retardado.— Jimin sobe em cima do balcão bem ao meu lado e me observa colocar peito de peru no sanduíche.
— Cala boca, não estraga o meu clima.— coloquei uma fatia de peito de peru na boca dele.
— Ok.
E não falamos mais nada.
Levei ele para um lugar muito especial para mim, na verdade eu não ia lá desde que era um garotinho, mas sabia que deveria estar do mesmo jeitinho.
— Jeon, espera! — Jimin me para.— Não tem trilha aí, eu não vou andar por isso! Vai que tem uma cobra ou sei lá o que pode ter aí!!
— Não existem animais selvagens ou venenosos aí! — eu ri.
— Ah é? Então por que sua avó fica rodando numa fogueira e agradecendo aos animais e a natureza? Para o Calvin que não é! — colocou a mão na cintura.
— Eu não quero rir da sua cara então, por favor, sobe nas minhas costas logo.— abaixei um pouco para que ele subisse, bom, ele incrivelmente subiu.
Não achei que Jimin fosse aceitar, mas ele incrivelmente fez isso.
Levei Park com certa dificuldade, já que ainda carregava uma cesta recheada de comida, mesmo assim, me mantive forte e resisti até que chegássemos no meu lugar favorito daquela ilha.
Era um jardim que cresceu naturalmente naquele lugar, era apenas um gramado enorme com margaridas de varias cores, roxas, amarelas, brancas, laranjas.
Eu adorava aquela visão, e queria compartilhar com o Jimin.
O clima ensolarado ajudava o local ficar mais romântico e aconchegante, estiquei uma toalha vermelha enorme no meio daquele campo enorme.
— Piquenique, que fofo.— comentou ele sentando na toalha.— O que tem para nós?
— Sanduíche de peito de peru e suco de laranja! — dei um para ele.
— Obrigado.
— Aqui é muito lindo, de verdade.— olhou em volta enquanto tirava o papel filme do sanduíche.
— Meu lugar favorito da ilha toda.— peguei meu sanduíche também.
Nós conversamos muito sobre varias coisas aleatórias, na maioria do tempo eu ficava rindo das besteiras que ele dizia sobre si mesmo.
Jimin é um puta homem interessante e engraçado, e no exato momento em que eu me tocava disso, eu gostava de saber que estava apaixonado por ele.
— O que temos de sobremesa?
— Jujubas.
— Eu só como de maçã verde e...
— Laranja. Eu sei. Separei elas num potinho.— chacoalhei o tupperware transparente com tampa rosa.
— Tá tentando me impressionar? — ele sorri pegando o pote de plástico da minha mão.
— Deu certo? — perguntei.
— Está realmente tentando me impressionar! — ele ri pegando algumas jujubas.
— Na verdade eu não respondi, fiz uma pergunta retórica.— dei de ombros tentando parecer inabalável.
— Tá bom, você não está. Eu é que estou vendo coisas aonde não tem, certo? — sua boca estava um pouco brilhante graças ao pigmento deixado pelas balas.
— Sim. Você está louco.— meu olhar ainda estava concentrado nos lábios reluzentes e inchados que pediam para ser beijados por mim.
— É, eu é que estou.— ele me encara ainda duvidando, Jimin sabia que eu me encontrava submerso em seus lábios, por isso ele começou a lambê-los.
Não seja fraco Jeon, ele com certeza esta te provocando, porque quando você se render, ele irá começar a rir da sua cara dizendo que você é um idiota.
Jimin mudou a posição em que estava, agora se deitou na toalha estendida e ficou de barriga para cima admirando a vista do céu limpo. Eu não fiz nada muito diferente, engatinhei até seu lado e me deitei de barriga para baixo e a única vista que eu admirei foi a do rosto de Park em direção ao meu.
— Ou você quer muito me beijar, ou você está olhando para o meu belo dentinho torto.— Jimin tirou-me de meus pensamentos impuros sobre minha língua em sua boca.
— Eu não estou para o seu dentinho.— dei de ombros, era agora ou nunca.
— Você está dando em cima de mim? — ele sorri.
— Está se rendendo aos meus encantos? — lambi os lábios mexendo um pouco as costas, estava ansioso.
Ele não falou nada, mas percebi a hesitação em seu olhar, que acabou olhando para minha boca por alguns poucos segundos e disfarçou olhando para os meus olhos.
— Olha bem pra minha cara e vê se eu estou me rendendo aos seus encantos.— apertou os lábios e virou a cara bruscamente para o lado.
Ele me queria do mesmo jeito que eu o queria né? Então qual o problema disso? Me beija e acaba logo com essa tortura!
— Como descobriu esse lugar? — perguntou ainda olhando para o lado contrário do meu.
— Eu ia trazer meu namorado para acampar, eu queria um lugar afastado pra perder a virgindade e sai na procura, então eu encontrei isso.— deu de ombros, ainda me lembro desse dia.
Minhas pernas haviam se enchido de picadas de mosquito e o lugar na época era meio macabro, então eu tive que fazer umas mudanças no local.
— Perdeu a virgindade aqui? — ele se virou para me encarar.
— Foi mais para aquele lado lá! — apontei para o outro lado do campo.
— E quantos anos você tinha?
— Interessado?
— Eu estou perguntando não é mesmo? — sua voz era como um insulto pra mim.
— Tinha quinze.— respondi.
— Perdeu sua virgindade com quinze? — fez uma careta, ele estava me julgando.
— Eu namorei esse cara desde um pouco antes do fundamental. Ele foi meu primeiro beijo e tudo.
— Que lindo. Quanto tempo vocês namoraram no total? — pareceu interessado, até demais no meu ex.
— Acredite se quiser, mas eu namorei ele por sete fodendo anos.— me vangloriei.
— Caralho — soltou.— Isso é muito tempo.
— Sim, eu sei. Você parece surpreso.
— Claro! O máximo que eu cheguei de um namoro foi nós dois, e ainda é um casamento falso! Mentir para o país é a única maneira de fazer alguém ficar comigo.
Aquilo parecia bem deplorável de se ouvir. Imagina para ele, que estava tentando aceitar sua realidade.
— Não é verdade. Eu não estou com você aqui e agora por que me obrigou. Te chamei aqui.
— Não sei por que fez isso, aliás.— seu olhar pareceu tão vago e triste.
— Não sabe?
— Pena? — sugeriu.
— Não.— me aproximei mais dele e colocou a mão em sua barriga.— Talvez desejo, tesão, desespero...
— Hã? Uau.— soltou.— Eu ainda acredito que seja pena.— tentou ignorar minha mão subindo por sua barriga vagarosamente.
Ele não poderia me impedir agora. Eu sabia sobre os desejos óbvios dele, tão desesperado quanto eu.
— Você sabe que não é...— sussurrei perto de seu ouvido.
— Sei?
— Facilita pra mim Jimin...— eu vi que seu corpo reagiu a minha voz, senti o ar sair pesado de sua boca.
— Do que está falando? O que nós, ou melhor, o que você está querendo?
— Te beijar. Você deixa?
— Perdeu o juízo? — colocou a mão no meu peito no intuito de me empurrar mas não fez nada, nada além de claramente sentir meu peitoral.
— Na verdade eu perdi já faz um tempo.
— Sabia que você está me assustando?
— Te assusta o fato de uma pessoa querer te beijar?
— Na verdade nesses vinte e dois anos, sim assusta, e muito.— eu acabei rindo fraco.— Espera você quer me beijar?
— Eu não vou admitir isso na sua cara.— franzi o cenho.— Eu acabei de admitir né?...
— Tá caidinho por mim! — ele ri caçoando da minha cara.— Não sei quem é mais fracassado, você gostar de mim, ou eu gostar da ideia de você gostar de mim.
Ele o que?
Tudo bem, ele acabou de falar que gosta. Então se ele se sente confortável com a ideia, não vai se importar de eu lhe roubar um beijinho né?
Dei um selinho nele. Seus olhos dispararam a minha frente e eu senti um arrependimento batendo no meu peito, na verdade, não senti arrependimento porra nenhuma. Eu queria fazer de novo.
— Isso foi tão inadequado...— me lamentei.— Eu vou fazer de novo.
Sem aviso prévio me aproximei de novo de seus lábios, não teve hesitação, pois não tive tempo para isso. Se eu parasse para pensar muito no que fazer e no que não fazer, eu jamais teria a sensação de seus lábios no meu, e porra, eu gostava do que sentia.
Em nenhum momento Jimin me afastou quando o beijei, pelo contrário, ele abraçou totalmente a ideia de compartilhar daquilo comigo.
Não foi rápido, mas também não foi lento. Foi perfeito. Eu quis aquilo por tanto tempo que acho que mesmo se ele beijasse mal, eu iria adorar.
A mão dele subiu do meu peito até a nuca e começou a arranhar minha nuca, aquilo me causou um arrepio por todo peitoral e chegou até um formigamento nos mamilos.
A posição em que eu estava começou a me incomodar, então como aquele beijo pelo visto iria durar mais do que esperado, tomei a liberdade de me posicionar em cima de Jimin, tentando não colocar meu peso nele e botando minha coxa entre suas pernas.
A língua dele dançando com a minha me trazia uma sensação tão boa, eu não queria parar com aquilo nunca. O que ele pensaria de mim se soubesse todo esse desejo que eu tenho? Ficaria assustado? Sentiria pena? Riria?
Num gesto desesperado por contato eu puxei sua perna para cima e fiz ele enlaçar no meu quadril. Jimin parecia se encaixar perfeitamente no beijo, ele era o cara certo pra mim, aqueles lábios, aquela língua, o hálito cítrico de maçã verde, as mãos afagando o lugar certo e no momento certo, os gemidos manhosos que ele soltava quando eu chupava sua língua, ou mordiam era como uma bela e perfeita melodia para mim.
Isso, Jungkook... Combata fogo com gasolina, isso com certeza irá passar se você continuar querendo e querendo.
O ar faltava, e como ninguém era de ferro, eu tive que me separar, — mesmo não querendo ou com os lábios implorando por mais — distanciei ansioso para ver seu rosto.
A expressão pós primeiro beijo era essencial. Ela diria se haveria um segundo, ou até mais. Jimin sempre foi vazio com suas expressões, o que me fazia odiá-lo certas vezes.
Sua mão ainda envolvia meu pescoço, fazia um carinho muito sútil em minha nuca, aquilo deveria significar alguma coisa boa, mas eu ainda não tinha decifrado. Minha mão ainda estava segurando sua coxa perto do meu quadril e nossos olhos não se desgrudaram.
— Então...— ele fez um bico pensando no que falar.
— O que achou? — perguntei ansioso.
— Não é a primeira vez que nos beijamos.— em sinal de desaprovação mordi sua bochecha ouvindo um gritinho dele.— Não pode morder minha bochecha, vai ficar marca!
— Pois é ótimo que fique! — respondi rabugento.— Uma mordida na bochecha deve ser o suficiente para o meu primo pensar que nós temos vida sexual.
— Não temos vida sexual, a gente só deu dois beijinhos.
— Primeiro; eu disse pensar. Segundo; não menospreze meus beijos.
— Achei que gostasse de mim com seu primo, até me empurrou pra ele...— seus dedos passeavam pela minha nuca.
— Só por cima do meu cadáver que eu gosto de você com ele. Do meu cadáver!! — mordi sua bochecha de novo.
— Argh, para com isso, ciumento! — beliscou sem nenhuma delicadeza a pele do meu pescoço.
— Eu não sou ciumento.— rolei os olhos.
Ah, eu era muito.
— Você tem umas crise de ciúmes desde sempre, mas só agora eu percebi!
— Desde sempre não! — corrigi.— Desde que eu percebi que o Taemin estava assanhado demais.
— Você se refere a ele como meu namoradinho.— provocou dando um sorriso de lado.
— Falando no diabo, o que ele cochichou pra você hoje de manhã?
— Perguntou se podia fazer um striptease pra minha despedida de solteiro.
— Aquele desgraçado! — semicerrei os olhos.— O que ele disse quando você negou?
— Eu não neguei. Ele vai ser o stripper, sua mãe já o contratou.
— Você nem lutou por mim?
— Jeongguk, menos.— rolou os olhos.— Como eu disse, ela já o contratou. Mas não foi só isso que ele falou.
— E o que ele disse? Que vai lutar por você? — perguntei irônico esperando sua risada, mas ela não veio. Quando olhei para Jimin ele estava mordendo o lábio inferior meio hesitante, não foi nada sexy.— Ele falou isso?
— Falou. Não se preocupe, ele também me disse uma coisa legal sobre nós.
— Depois de dizer que vai ficar pelado na sua frente e que vai te tirar de mim?
— Sim.— fez sinal positivo com a cabeça.— Ele comentou sobre você parecer inquieto e então me mandou te pedir para me levar num lugar legal, mas você me rejeitou.
— Só que estamos num lugar legal agora mesmo, e meus lábios estão até dormentes de tão bacana que esse lugar é.
— Não teríamos nos beijado se não fosse ele.
— Agora devo agradecer ao meu primo tarado aspirante a bígamo? — ironizei.
— Ok, você não gosta dele.
— Eu gosto dele, só não gosto dele com você.
— Ele já saiu comigo, transou comigo. Viu minha tatuagem antes de você.— argumentou.
— Vai jogar na minha cara que ele teve sorte de estar numa balada bêbado com você?
— Sinto muito por isso, ainda estou explorando esse negócio de compaixão humana.— fiz uma careta azeda, mas não consegui segurar o riso.
Beijei a bochecha dele de forma carinhosa, ele sorri de forma boba e me dá um selinho. Não sei por que estávamos agindo daquela maneira tão amável, mas sabia que se fossemos discutir sobre isso eu acabaria fodido.
Comecei a beijar seu pescoço como uma forma de demonstrar meu afeto por ele, isso Jeongguk, mostre como você é fraco e não resistiu aos encantos dele.
— Vamos debater sobre o fato de você estar beijando meu pescoço e eu sentir sua ereção na minha barriga? — ele pergunta sério.
— Não, por favor.— implorei.
— Que assim seja.— ele dá uma risada de som infantil e fofo.
Afastei-me de seu pescoço cujo a fragrância chegava a ser alucinante aos meus neurônios, fiquei contente em apenas admirar seu rosto angelical bem próximo ao meu.
— Você é lindo.
— Sim, eu sei.— modesto, como sempre.
— Acho que você tem tara por elogios.— pensei alto.
Jimin amava ser elogiado, e isso aí não precisava ser muito inteligente para perceber. Isso seria fácil pra mim, já que eu tenho muita coisa para elogiar nele.
— Acho que você está completamente certo.— ele confirma.— Eu sei que às vezes exagero, nem sou tudo isso que falo.
— Eu acho que é muito mais.
Jimin teve a reação mais fofa que eu já vi, ele sorri escondendo o rosto na curvatura do meu pescoço.
— Ninguém nunca disse isso.— ele sussurrou, meu coração derreteu todo com Park falando aquilo.
Eu odeio me sentir tão bem com ele. Por incrível que pareça o único sentimento que me incomodava é o de que em um dia da minha vida eu pude odiar aquele homem, atualmente eu sou um escravo quase implorando por ele.
Tentei não pensar em todas as coisas que podem acontecer se eu me entregar do jeito que eu gostaria para ele. Jimin parecia estar intrigado com a mesma coisa, mas acho que mesmo sem dizer, concordamos em não tocar no assunto agora.
— É que ninguém gosta de você como eu gosto.
— Para de falar essas coisas, imbecil.— reclamou todo manhoso.
— Que tal a gente ir pra casa? Podemos sair para um lugar legal hoje.
— Se me levar no Cherry Lips e sairmos brigado de lá, eu literalmente te mato.— se afastou um pouco para me encarar.
— Não vamos sair brigado, eu prometo.
— Tudo bem, então vamos.— concordou.
— Mas antes...— sorri me aproximando para um beijo, fiquei meio ansioso por não ter certeza se aquilo era mesmo real.
— Estamos nos beijando de novo.— avisou ele, parece que andou lendo minha mente.
— Eu sei, você gosta? — perguntei, eu adorava.
— Sou orgulhoso demais para admitir.— falou perto dos meus lábios.
— Então eu vou continuar te beijando até você fizer.
— Que pena pra mim.— sorri empurrando minha nuca para baixo e fazendo nossos lábios se chocarem.
Nunca imaginei que me apaixonaria pela pegada do — até então — marido do satã, bom, agora não me sentia carregando um peso com a ideia de me casar.
nooooossa
espero que estejam gostando
pq eu amo
até a próxima!
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