[🎄] - jeon's christmas

Pera, oi???? Mais um bônus????

Esse é um especial butterflauri de final de ano... Não resisti a alimentar vocês, principalmente pq comentários pedindo bônus.

Espero que gostem, apesar da minha criatividade estar de mal comigo.

Aproveitem! ❤️




JEON JIMIN

Casado.

Eu, Park Jimin, ou melhor, Jeon Jimin, estou casado.

Já faziam cinco meses que eu estava casado, o que significava que já tinham oito meses que eu namorava Jungkook, e sete meses e duas semanas que eu cometi a maior e melhor loucura da minha vida.

Eu pintei o cabelo, agora de cinza, não me surpreendi ao me dar conta que fiquei ridiculamente lindo naquela cor, afinal, era eu.

Foi como combinamos, compramos uma casa para nós, e ele — como um bom filho da puta — me colocou num curso de culinária para casal, quase me fez arranjar um animalzinho, mas eu ainda me mantive no controle e moramos só.

Tenho orgulho de dizer que depois do incidente da promoção, nunca mais aconteceu nada entre nós que pudesse nos afastar de alguma forma, tínhamos nossas pequenas discussões bobas que na minha opinião conservava a relação.

Além do mais ele sabia que estava na minha natureza discutir, principalmente com alguém que vai contra a minha opinião.

Foi um inferno escolher uma casa descente com aquele gosto horroroso dele.

— Amorzinho! — ele grita, como se não estivesse na mesma casa que eu, de repente, vejo ele descendo as escadas com um sorriso.

Não posso nem mais ver a reprise de Salve Jorge...

Ele possuía um sorriso que eu já conhecia, era o mesmo quando me pediu em casamento, ou quando me colocou num curso de culinária, e o mesmo de quando me convenceu a ter cachorros.

Jungkook estava pronto para tentar me convencer de algo.

— O que você já quer comigo? — desliguei a tevê sem saber a reviravolta do casal, graças a nossa reviravolta.

— Como pode dizer isso? Eu só queria saber se você estava em casa...— veio até o sofá.

Ele deveria mudar o roteiro às vezes, sempre são as mesmas falas, fica fácil de decorar assim. Agora ele irá dizer: "Mas já que você está aqui..."

— Mas já que você está aqui...— não falei?

Meio desinteressado e cansado daquela carinha, solteiro um suspiro: — Hm, fala logo.

— Sabe com quem eu estava no telefone?

— É claro que não, mas você logo me dirá.

— Então, era a sua sogra.

— Também conhecida desde o dia que você nasceu por apenas "sua mãe".— o tom sarcástico na minha voz me rendeu um beliscão fraco na bochecha.

— Ela nos convidou para passar o natal lá! Sabe a quanto tempo não passo o natal com minha família? Isso vai ser tão legal, agora que meu pai e eu estamos nos falando...— seu sorriso empolgado me dava até um certo dó de dizer que não vou.

— Não vou.— ok, talvez não tanto dó assim, mas foi triste ver o sorriso dele se desfazer.

— Bobo, eu estou falando sério...— parecia algum tipo de negação automática do cérebro, então fiquei quieto assistindo um novo sorriso em seu rosto.— Minha mãe falou que vai ter a torta de pêssego!

Jeon tinha uma incrível paixão pela torta de pêssego, ele sempre me contava como o sabor dela era perfeitamente maravilhoso com um belo sorvete de creme caseiro, eles só tinham no Natal.

— Jungkook, eu estou falando sério, eu não vou passar o natal com a sua família.

— Minha não, nossa família. Seu nome é Jeon Jimin não é? — ele nem sequer esperou eu responder que já voltou a falar: — Sim, é esse o seu nome! E por que você não quer ir na casa da minha família? Aquela ilha maravilhosa onde tivemos nossos primeiros momentos...

— Eu sei, eu sei, mas... Eu já te falei, no Natal eu fico em casa, peço comida japonesa, leio um livro e bebo vinho e fico me recordando da minha família.

Aquilo era verdade, a minha tradição de Natal.

Apesar de ter algo a mais; na última vez que eu fui, não acabou muito bem, comigo fugindo do altar depois de uma super revelação de mentira ao país, e deixando claro que eu fingi para todos um casamento...

Como ele poderia estar tão animado?

— Nós não poderíamos fazer isso ? Ou melhor, não poderíamos fazer juntos? Lá? Com a minha família também?

Eu odiava amar alguém.

Na moral, maior putaria do universo quando você é expert em manipular, mas acaba sendo controlado por um par de olhinhos e um beicinho.

Deeeeeeeesgraaaaaaaaaça!

— Jungkook...

— Por favor, vai ser legal. Você não está mais sozinho, e eu sei que você gostava da sua família, e eu gosto da minha. Não estou pedindo demais, só quero que você participe de um natal com a nossa família...

— Essa maldita torta de pêssego é boa?

Ele sorri e se inclina para me beijar.

— É a pérola do Natal da família a anos! — sorriu convicto de certeza.

— Achei que era o dinheiro, todas as lojas, as ilhas...

— Eu estou falando da pérola na ceia de Natal! — mostrou a língua.— Capitalista! — se deitou sobre mim sorrindo.

— Ah, eu? Não sou eu que tem ilha no meu nome, seu escroto!

— Escroto é o que eu vou colocar na sua boca daqui a pouco.— provocou e eu soltei uma risada surpresa jogando ele para longe de mim.

— Você é a pessoa mais idiota do planeta.— comentei, na verdade eu já havia concluído isso a muito tempo, mas de uma estranha maneira eu ainda amava ele.

Tipo, eu, Park Jimin, amo apenas ele no mundo, sim, só ele, o único e exclusivo ser humano que meu coração quis se entregar é o maior idiota.

Só sei sorrir quando penso nisso.

Nos sentamos novamente um ao lado do outro no sofá, ele estava me encarando, provavelmente ansiando a resposta sobre o natal.

— Me convença a ir.— descruzei as pernas, mas cruzei os braços.

— Seu garoto safado, quer que eu te dê algo?

— Você que vive me mandando te convencer com sexo, cala boca e vem me agradar.— ordenei colocando a mão na sua nuca.

— Está me obrigando a te chupar, é isso mesmo? — ele provocou bem humorado.

— Só estou num movimento favorável às leis da física movendo minha mão em sua nuca perpendicular até a minha virilha.— tecnicamente era isso mesmo que eu estava fazendo.

— Isso soa com um boquete pra mim.

— O que? Não ouvi direito. Poderia falar mais perto do meu pau? — pedi bem humorado, ele se afasta do contato de minha mão na sua nuca e começa a me encarar.

Ele sorri e se aproxima para um beijo. Durante o beijo, praticamente subiu sobre minhas pernas ficando no meu colo.

— Você perdeu peso.— comentei separando nossos lábios, ele quase nunca ficava sobre mim, e quando isso acontecia não durava muito tempo porque ele era pesado demais para mim, só que não estava.— Acho que isso é resultado da minha comida horrível.

— Sua comida é ótima.— ninguém acreditava naquilo, nem mesmo ele.— E eu não emagreci, estou com o mesmo peso de sempre, você que deve estar ficando mais forte de tanto malhar.— usou uma voz nojenta, ele muitas vezes não gostava que eu fosse na academia ou malhasse, vivia questionando de maneira ciumenta para quem eu estava querendo tanto ficar forte, já que ele me amava do jeito que eu era.

— Jura? Acha que eu tô ficando mais forte?

— Com uma razão inexplicável, a ciência aumentou sua bunda, e seus braços, e suas curvas... Céus, eu te odeio.

— Eu acho que isso de alguma forma deveria ser um elogio seu.

— Sim, você está muito gostoso, meu amor. Mas ainda me pergunto porque e para quem você fica fazendo dieta. Eu não aguento mais salada!

— Salada é a única coisa fácil de fazer que eu aprendi.

— Até porque é só lavar e picar umas folhas.— deu de ombros, agora eu fiquei triste em, não sou bom na cozinha mesmo tentando, mas eu sei picar tomate, e tomate tá caro galera.

— Você não ia colocar a sua boca no meu pau? Então por que tá gastando saliva me criticando?

— O que disse, machista? — se afastou, eu acabei rindo.

— Desisto de você.— rolei os olhos.— Eu vou no Natal com a sua família.— o empurrei para longe do meu colo, hoje eu estava de boa curtindo meu domingo e vendo reprise de novela, não tava nem em clima pra boquete ou programação de Natal.— Posso ver minha novela agora?

— Pode sim, quando quiser saber do seu marido lindo, gostoso e pauzudo, estarei no quarto ligando para minha mãe.

— Sai daqui, cara.— chutei ele para longe querendo realmente ver minha novela.— Só me chama quando for algo importante, estou no meio de algo.— apontei para televisão.

— Tanto faz, essa aí vai morrer no final.— de ombros e saiu correndo em direção a escada.

— Você ainda me deve um boquete! — joguei uma almofada zangado pelo spoiler.

— Vem buscar, você sabe aonde eu tô! — gritou, ouvi sua risada.

Eu não acreditei em mim mesmo quando levantei e fui em direção ao quarto.



[...]


Então o Natal chegou, e foi até que bem rápido.

Nunca vi Jungkook mais feliz em todo o tempo que estamos juntos, talvez ele estivesse na primeira vez em que eu acordei ao seu lado e ele gritou "bom dia, meu esposo" eu confesso que não tinha acordado o suficiente pra ouvir ele gritar e acabei empurrando ele.

Fazer o que se ele me assustou?

— Vamos ver meu pai, minha mãe, minha avó!!!! — e falou como se tivesse cinco anos, agarrou meu braço, o que foi meio complicado já que eu tentava ao máximo me manter naquele barco segurando ele.

— Que bacana, meu amor, que bacana...— suspirei já avistando aquela ilha em que eu não pensei ver tão cedo.

Minhas experiências aí foram meio traumáticas, e inesquecíveis. Tipo fugir do altar.

Até mesmo quando eu desci do avião já teve umas pessoas reconhecendo nós dois e eu até ouvi a palavra "noivo de mentira" sair da boca de alguns.

Felizmente, estou casado de verdade, colar de beijos a todos os envolvidos.

Assim que cheguei, fui quase atropelado pelo meu marido louco para abraçar a mãe e a avó, que estavam logo na área esperando.

— Meu Deus, que bom ver vocês!

Gente, mas ele não fala assim nem comigo...

Deve ser a saudade, a última vez não foi muito boa para ele também.

— Jimin! — a vovó abre os braços pra mim toda calorosa, eu vou lá, e abraço né.— Que coisa menino, na última vez que você esteve aqui, eu tive que fingir um ataque do coração! — ela solto o ar chocada.

A maior jikooka stan, quem concorda leu.

— Ele me contou mesmo sobre isso...— sorri meio sem graça sem saber exatamente o que dizer sobre aquilo.

— Nem me fale sobre esse dia! Nunca vi o Jungkook chorar tanto! — a minha sogra diz.

— Mãe! Shhhh, essa parte eu não contei! — agora foi a vez de Jeon repreender.— Enfim, como estão o preparativos para a ceia?

— A nossa torta já está feita!— ela afirmou animada, mas parecia que algo na sua voz era um código secreto da família.

Caraca, eles levavam essa torta a sério, né?

— Ouvi dizer que a torta é uma delícia...— comecei um assunto.

— É, é sim, meu amor, por que não vamos guardar nossas malas e deixar elas continuarem a preparar as coisas? — Jungkook praticamente me empurrou para dentro da casa, eu achei estranho, mas ele estava certo, deveria deixar elas em paz, tinham muita coisa pra preparar.

Desfizemos nossas malas pacientemente e em silêncio, ele parecia estar escondendo algo de mim, mas eu relevei pois acho que não deveria ser nada muito importante.

Logo após terminamos, a mãe dele apareceu com uma lista de coisas e pediu para que fôssemos no mercado, e nós somos mesmo quando eu só queria dormir, ele me obrigou a ir com ele.

— Você poderia ter vindo sozinho.— reclamei.

— Nós sempre fazemos compra juntos! — e esse meus amigos, é o argumento adulto que meu marido me dá.

— Por que se não você compra miojo e salgadinho, mas tem uma lista na sua mão e você iria saber muito bem.

— Vai reclamar agora que já está aqui? — parou o carrinho, eu apenas ignorei, só queria ir pra casa me preparar para encher minha barriga com comidas de Natal, que eu apostava estarem maravilhosas.

Passou-se apenas alguns minutos para que alguém se aproximasse da gente, eu nunca vi aquele homem, mas Jungkook fez uma careta muito azeda ao ver se aproximar, eu ri baixinho.

— Oh, Jeon! — eles se cumprimentam com um aperto de mão.— E você, é? — olhou para mim.

— Jimin.— respondi, por um instante eu deslizei pensando em falar "Park", ainda não tinha me acostumado com isso de me apresentar como Jeon Jimin, ou só Jimin, meu sobrenome é lindo!

— Você não é o noivo de mentira? — meu sorriso forçado congelou, eu até diria que sim, porque no fundo eu sou, eu era.— No final vocês se casaram de mentirinha mesmo?

— Não é mentira, estamos juntos de verdade.— Jeon responde ao homem, pelo visto não tinham muita amizade.

— Foi isso que vocês falaram para o governo, né? Haha! — Eu ri, porque apesar de estar sendo insultando, a linha de raciocínio do cara fazia sentindo para quem não convivia com nós dois, então deixei um riso escapar.

— O meu é de mentira, mas fica só comigo, e a sua que é de verdade e pega todo mundo? — olhei para Jeon quase desacreditando que aquelas palavras saíram da boca dele.

O homem saiu batendo o pé.

Eu encarei Jungkook: — Não precisava disso.

— Ah, claro, porque eu ia deixar ele te chamar de noivo de mentira e sair dando risada! Só por cima do meu cadáver!

— Não pode culpar pelo grande escândalo que causamos.— respondi, eu sei que muitas pessoas pensavam aquilo sobre noivo de mentira, e eu não me importava, porque sabia a verdade, mas Jungkook pareceu ficar muito ofendido.— Você está estressado com alguma coisa?

Ele me olha sério: — Não.

— Pois parece pra mim que você descontou seu nervosismo de alguma coisa naquele pobre homem...

Jeon não me respondeu, e isso significava que eu estava certo.

Mais um tempo comprando aquelas coisas que não tinham fim na lista, uma criança se aproxima de nós, mas especificamente de Jungkook, e parecia conhecê-lo.

A criança era bonita, com os cabelos castanhos, um nariz de formato mais arredondado como o de Jeon, e se fosse parar pra ver, aquele garoto tinha até uma pinta no lábio.

Ok, calma, o Jungkook não tem filhos, porque ele nunca dormiu com mulheres e isso exclui parcialmente todas as chances, certo?

É só uma coincidência...

— E aí, garotão? — ele se abaixa para cumprimentar o menino.— Tá perdido?

Que plot twist é esse, minha gente?

O garoto não parecia saber falar claramente, mas também não parecia daqueles que não tinham consciência do que estava fazendo, afinal, ele veio até nós.

Chutava uns três ou quatro anos para o moleque.

Eu agachei ao lado de Jeon e observei o garotinho, ele não deu bola pra mim, provavelmente veio até nós com o objetivo curioso de ver meu marido mesmo, o que era até aceitável já que eles tinham a mesma cara.

— Qual seu nome, garotinho? — ele pergunta.

— Kim Chanwoo.— o menino respondeu baixinho, eu achei o nome bonito, mas a expressão chocada de Jungkook me deixou confuso, era só um nome, certo?

Errado.

Foi minha vez de tombar para trás quando ele me encara surpreso e sussurra pra mim: — Esse era o nome do meu avô.

Ah.

Franzi o cenho confuso: — Isso significa que ele é parente seu ou algo assim?

— Não faço ideia.— deu de ombros.— Ei, quem é seu pai?

Não precisou de resposta, o ápice da situação foi quando uma voz masculina gritou o nome da criança.

— Kim Chanwoo, eu pedi só para você pegar um pacote de bolachas e você some??? — quando olhei para cima, cai para trás.

Kim Taehyung, agora com os cabelos castanhos lindamente perfeito.

— Oh, Jeon? Jimin? — percebe nós dois quando o garotinho vai até ele e segura sua mão.

Chanwoo mantinha os olhos em Jungkook e queria parece avisar o pai.

Só pode ser brincadeira.

— Appa, esse não é o cara da foto que você me mostrou? — ele sussurrou baixinho, e acho que só eu ouvi, porque Jungkook tinha se levantado e tentando ler a situação.

— É sim, meu bem.— Taehyung responde meio sem graça vendo que eu percebi.— Hm, oi.— ele sorri sem mostrar os dentes.

— Oi.— Jungkook responde.

Eu não sabia nem o que sentir, tinha um milhão de informações naquela situação incluindo o ex namorado do meu marido tem um filho com o rosto idêntico ao de Jeon e ainda colocou o nome do avô.

Beleza, essa é a primeira parte.

Então acrescenta a cara de tacho do meu namorado para a situação, que encara um, depois encarava o outro, e nunca olhava pra mim, provavelmente até esqueceu que eu estava aqui.

Tudo bem, deve ser confuso pra ele também.

— Antes de qualquer coisa, biologicamente é impossível você ser o pai dessa criança.— Taehyung fala querendo explicar.— Eu adotei ele faz alguns meses, e é uma tremenda coincidência ele ter seu rosto.

Eu não acho que é coincidência.

Eu acho que é sorte, porque porra, puta rosto bonito.

— Ele tem o nome do seu avô porque, ah, você sabe, eu me dava bem com ele...— sua voz saiu tão sem graça e eu entendi que era porque eu estava ali, provavelmente achou que aquilo me afetou, mas na verdade não.

Eu tô bem de boa e se alguém acha que eu vou ficar mal por ele ter se tornado pai de um garotinho com o rosto igual ao do meu namorado, queridos, eu lamento ter se tornado pai, para por aí.

Não fiquei incomodado com a situação, o que mostra como eu sou uma pessoa bem madura quando se trata de relacionamentos, mas eu olhei para Jeon, e ele não pareceu reagir bem.

Ele ainda intercalava o olhar entre os dois Kim's, e só reagiu depois de limpar a garganta: — Você se tornou pai.

— É, bom, foi inesperado pra mim também, tinha ido lá para fazer trabalho comunitário e encontrei ele, então não resisti...

Tá, espera só um segundo... Trabalho voluntário? De que livro esse cara saiu?

— Ele tem uma semelhança incrível comigo.— Ora, ora, temos um Sherlock Holmes aqui.

— Você tem que ver isso! — Tae abaixa animado para ficar na altura do garoto.— Woo, me dá seu melhor sorriso!

E ele sorriu, e caralho, era idêntico. O mesmo sorriso de coelhinho, e o mais legal foi quando Jungkook acompanhou com um sorriso.

Eram tão bonitinho os dois juntos.

Jeon e Jeon Jr.

Que fofo, mas ainda não quero crianças.

— Nós temos que ir, tenho que comprar pêssegos e fazer uma torta! — Taehyung coça a nuca.

Eu falei algo: — Oh, a mãe do Jungkook também fez uma, e dizem que é maravilhosa...

O Kim olhou para mim, semicerrou os olhos, olhou para Jungkook e depois sorriu.

— Que coincidência.

— Sim, acho que todo mundo por aqui curte uma torta de pêssego com sorvete no Natal! — tentei quebrar o gelo com tom animado.

— Pois é... Eu já vou indo, feliz Natal! — ele balança a mão querendo dar tchau.

O garotinho por um segundo estica a mão para Jeon querendo um aperto, mas ele sorri e dá um abraço nele.

— Tchau! — meu namorado acena vendo o garotinho se afastar.

Assim que ficamos sozinhos, ele não me encarou diretamente, então eu resolvi quebrar o gelo: — Meio bizarro, né?

— O que é bizarro? — me encarou, sua expressão estão morta que eu nem consegui identificar.

— Vai dizer que isso não foi estranho? Ele é uma miniatura sua e tem o nome do seu avô! — falei como se fosse óbvio.

— Tem razão, foi bizarro.— limpou a garganta.

Já entendi o que houve.

Provavelmente ele deve ter imaginado como seria a vida dele se Taehyung tivesse dito sim, parece meio bobo ter certeza disso, mas posso até confirmar pelos olhos meio perdido de Jungkook que foi exatamente o que aconteceu.

Não o culpo, e nem julgo, eles estavam juntos por anos e passaram praticamente a vida toda junta e agora, bom, o ex aparece com uma miniatura dele.

Acho que ajuda o fato de eu sempre negar querer aumentar o número de Jeon's com ele, e bom, O Kim sempre acompanhou esse sonho, até trabalha com crianças e essas coisas aí que eu não entendo porquê.

Sou uma pessoa racional, e não falaria nada sobre isso, até porque é comigo que ele está casado agora e eu duvido que esteja infeliz por causa de uma coisa dessas.




JEON JUNGKOOK

Maldita hora que sequer pensei que seria um Natal tranquilo trazer Jimin aqui.

Mas eu errei fatalmente quando não falei certas coisas para ele, como o fato de quem cozinhar a torta seja Taehyung, não acho que seja muita coisa, ele na verdade faz essa torta pra quase todo mundo, e eu tinha que admitir que era ótima, como nós namoramos por vários anos, ele sempre fazia com a família no final do ano e esse não foi diferente.

Nem por nenhum milésimo de segundo pensei que ele ia aparecer com um filho parecido comigo — parecido não, idêntico — no mercado.

E ainda quase revelou o segredo da torta, felizmente meus sinais disfarçados foram o suficiente para ele entender e ficar quieto, minha família também sabia.

Eu sei que não é uma coisa grandiosa, mas eu não quis dizer para ele, pelo simples fato do medo da sua reação, talvez pudesse ser estranho para ele ver a proximidade entre minha família e meu ex, ou a minha aproximação, eu sei lá, prefiro evitar.

Chegamos em casa e ainda estávamos bem, eu sentia a estranha sensação que ele estava incomodado no fundo, mas não demonstrava.

Confesso que no fundo do meu coração, sinto que trai Jimin na minha cabeça por um flash de segundo, o que me fez ficar mal comigo mesmo.

Tenho que ser sincero, eu vivo comentando de ter uma família e embora sei que em qualquer hora eu posso fazer uma com Jimin, sei que ele não procura isso agora, muito menos criança. Quando vi um menininho idêntico a mim, com o nome do meu avô, e de forma tão fofa, me imaginei como pai, e me fodi internamente quando vi Taehyung sendo o pai dele, lembrei-me dos meus planos.

Ah, porra, eu não sei como iria falar isso para Park, sinceramente, eu não sabia nem se ia falar.

É muito arriscado comentar qualquer coisa envolvendo: família, filhos e Taehyung com o Jimin. Ainda mais quando essas três coisas estão juntas.

Tomei bem no meio do meu cu.

Ele parecia bem quieto quando voltamos pra casa, mas também não se afastou, continuou junto comigo o dia inteiro e não parecia estar bravo.

Natal em casa é uma coisa meio confusa, toda a família começou a aparecer e minha mãe, na frente do meu marido, me mandou tomar banho e colocar uma roupa bem bonita, só que ela me deu um daqueles suéteres que ela é minha vó sempre faziam para o Natal.

Ou seja, se arrume para ficar em casa.

Jimin estava bonito, agora que pintou seu cabelo de cinza eu me sentia atacado pela beleza daquele homem, principalmente quando usava um terno todo preto, igual ao de agora.

Como estávamos em casa, ele deixou o primeiro botão da camisa social desabotoado, deixando sua roupa linda.

— Ai, você acaba comigo...— murmurei me aproximando dele.

— Mas a gente nem teve nossa primeira transa de Natal.— sua mão subiu do peitoral até meu rosto.

— Uh, vamos transar? — as minhas expectativas para hoje se ele descobrisse de qualquer coisa, eram simplesmente dormir no sofá, o que de fato eu merecia, porque menti pra ele.

— Por que não iríamos? Esse ano eu tive que comprar presente para sua família e não sobrou muito para o seu, então eu estou me dando de presente.— tirou do bolso um laço vermelho e colocou na cabeça.

Eu ri: — Me dá isso ano que vem também.

— Se me trouxer aqui no ano que vem e me fazer comprar um presente para o Calvin, pode apostar que vai ser o único presente que vou te dar.

Me aproximei para beijá-lo, ele estava tão cheiroso e lindo naquela roupa, que eu não podia resistir.

— Está com fome? — me afastei tirando o laço de sua cabeça e jogando longe.

— Um pouco, e você?

— Passei o dia inteiro sentindo o cheiro de comida e não podendo comer nada além de uvas, eu estou pronto para comer até a toalha da mesa.

— Mas lá em casa você também não come muito.— afastou o rosto para me encarar.

Fui pego no pulo.

Jimin cozinha bem, mas não é aquela comida que você diz: Nossa, poderia por favor nunca mais parar de cozinhar?

Ele aprende as coisas muito rápido, e quando a gente fez aquela aula de culinária, ele fez questão de dormir na cozinha até que aprendesse a assar um bolo.

É até fofo a maneira que ele se esforçava para ser bom em tudo.

— Vamos para a sala? — propus, geralmente minha enorme família sempre assistia o especial de Natal junta.

— Sua mãe me falou sobre os filmes que vão passar e isso inclui: Um encanto de Natal, Uma família para o Natal, Milagre de Natal, Biscoitos de Natal e Que fim levou Papai Noel.— sua feição ao listar os filmes me fez rir.— Prefiro assistir Barbie e o Quebra Nozes, é muito mais legal.

— Você acha mesmo que meus tios vão se submeter a ver Barbie?

— Você vê, e ainda chora.— deu de ombros.

— Esse era para ser um segredo! — me afastei dele sem graça.

— Então não deveria ter chorado na minha frente.


[...]


Já estávamos comendo e tudo estava certo por enquanto, Jimin estava se alimentando direitinho e quando isso acontecia significava que seu humor estava tão bem que ele esquecia da dieta e mandava ver.

Sua mão estava entrelaçada na minha por debaixo da mesa e tudo parecia agradável.

Ele estava bem, eu também, e ainda tínhamos planos para transar hoje.

Perfeito.

Sabe aquele ditado, felicidade de pobre dura pouco? É real, acredite religiosamente nele.

Assim que comemorei por estar tudo bem, Taemin chega, e ele avisou que chegaria atrasado porque não comprou presente para minha mãe e ele precisava dar um jeito nisso.

Eu mandei mensagem para ele avisando que não deveria comentar sobre a torta de pêssego, mas ele não respondeu e eu nem sabia de tinha lido a mensagem, já que ele tirou a porra do visto.

— Feliz Natal, pessoal! — ele fez questão de colocar um gorro do papai Noel e um suéter pra lá de ridículo, na verdade eu não deveria falar nada do suéter dele, eu também usava um, e minha mãe só não fez um para Jimin porque não deu tempo de tirar suas medidas.

Sorte dele, porque isso aqui coça.

— Oi Jungkook, oi Jimin! — beijou minha bochecha, o que foi só uma desculpa para poder beijar a do meu namorado também.— Hm, você está lindo sem o suéter da família.— analisou Jimin vestido com seu terno pra lá de lindo.

— Taemin, sente-se aí, está quase na hora da sobremesa! — minha mãe sorri para ele e mostra uma cadeira reservada para ele.

Assim que trouxeram a torta, meu medo aumentou parcialmente quando eu vi as fatias sendo distribuídas, acho que estava suando de nervoso porque depois da sobremesa nós levantaríamos, e iríamos para o quarto passar a noite em claro em pura núpcias.

Eu contei até o número de garfadas que ele deu na maldita torta, que a propósito estava realmente muito melhor do que eu me lembrava.

Quando Jimin termina, ele se inclina para mim e sussurra a seguinte frase: — Lembrei que estou te devendo lap dance.

É hoje galera!

Vinho, Tainha e muito sexo.

Não respondi, então ele se afastou depois de depositar um beijo na minha bochecha e limpar sua boca com guardanapo.

Ih, que estranho, deu tudo certo demais, e vai até rolar um lap dance e depois dedo no cu e gritaria... Se eu não me engano, devo estar na fanfic errada, as coisas não acontecem assim comigo.

Não vou nem reclamar, vai que acontece alguma coisa.

— Eu estou meio cansado, então acho que já vou indo dormir.— se manifestou finalmente — Obrigado pelo jantar incrível, sra. Jeon, a torta também estava maravilhosa.— Jimin avisa que vai sair da mesa e lentamente começou a se levantar.

— Tem razão, Taehyung se superou dessa vez.— e advinha quem falou? Isso, Lee Taemin, nem as meias eu vou te dar, vou dar elas para o cachorro comer.

— Taehyung? — Park se sentou novamente olhando para cada um daquela mesa meio perdido, e eu fiquei por último.

Eu não sabia exatamente o que aquele olhar significava, mas eu sentia no fundo da minha alma que não era bom.

Taemin, como não sabia de nada, continuou: — É, ele que fez a torta. Ele sempre faz pra gente.

Jimin sorriu.

Ele sorriu.

Abriu o maior sorriso e depois voltou a se levantar.

— Feliz Natal e sinto muito não continuar acompanhando o jantar, mas estou bem cansado.— ele fez uma referência e se abaixou para beijar minha bochecha.

Estranho, ele beijou minha bochecha, achei que o máximo de contato que eu fosse ter dele seria uns tapinhas.

Assim que ele saiu, eu não sabia se seguia com o plano dedo no cu e gritaria, ou se fugia, mas fiquei parado.

— Gente, vocês acham que eu estou ferrado ou ele ainda vai continuar casado comigo? — perguntei para família.

— Acho que ele está bem.— minha mãe disse.

— Não sei, vocês fingiram que estavam apaixonados, talvez ele só esteja fingindo estar agora, porque não quer chamar sua atenção na nossa frente.— meu tio falou, um idiota e não gosto dele, mandaria ele tomar no centro do olho do cu dele, mas há moças e senhoras aqui.

— Desculpa, mas por que ele estaria bravo? — Lee pergunta meio perdido.

— A culpa é sua! — apontei o dedo na cara dele.

— Mas eu nem falei nada desagradável...— levantou as mãos e querendo fazer olhar inocente.— Falei, tia? — perguntou para a minha mãe.

— Não, você não falou. O Jungkook que está ficando louco com isso!

— Juro que eu estou boiando.— Taemin admitiu balançando a cabeça.

— Lee, meu lindo, quem fez essa torta foi o Taehyung.— Lisa explica, mas ele não pareceu entender, então ela retomou: — O Jimin não sabia disso.

— Oh...— pareceu entender basicamente.— Desculpa, eu não sabia, mas também não acho que ele se importou.

— É o que eu vou descobrir agora.— suspirei me levantando.— Feliz Natal família.— sorri e sai dali.

Fui para o quarto e Jimin estava lá, mexendo no celular, quando me viu abriu um sorriso mínimo nos lábios.

Não sabia muito bem o que dizer, então eu apenas disse: — Oi.

— Você demorou, não acha? — cruzou os braços.

— Desculpa, eu estava conversando com minha família.

— Esperaram eu sair para falarem de mim? — caminhou até mim com os braços cruzados, e com a sobrancelha arqueada.

— Talvez.— dei de ombros.

Ele abre um sorriso bem largo e suas mãos vão até a barra do meu suéter ridículo e começa a puxar para cima, mas meu corpo mantém estático e eu não o ajudo a tirar.

Acho que é uma armadilha.

— O que? Não vai tirar? Quer uma dancinha primeiro? — deu um passo para trás.

Eu semicerrei os olhos ainda achando que era uma brincadeira, mas irei aproveitar do jogo dele até não poder mais, nunca se sabe quando ele tira uma faca de manteiga e me mata...

Ele não respondeu nada, foi até a escrivaninha, pegou uma cadeira e arrastou até mim, Jimin empurrou meus ombros para sentar ali.

— Trancou a porta? — perguntou colocando a mão na cintura.

Eu não falei? Uma armadilha.

— Por que tem que trancar a porta?

— Por que sua vó ama entrar no quarto e eu não quero que sejamos pegos? — falou como se fosse óbvio e então caminhou até a porta e eu ouvi o barulho da chave sendo virada.

Amigos, fui posto em cativeiro, forças a mim.

— Então...— ele foi até o guarda roupa e pegou uma gravata.— Quer que eu te amarre?

— De jeito nenhum. Nem fodendo. Nana nina não.— balancei a cabeça, ele fez uma careta e jogou a gravata longe.

— Ok, então você quer ficar livre durante o ato...— caminhou até mim sorrindo.

— Ato? Que ato, Jimin? — olhei em volta, eu juro por Deus que estou assustado.

— Ué, o lap dance... Você não quer? Prefere ir direto para o sexo? — aponta para a cama.

— Vai fazer um lap dance pra mim mesmo? — arqueei a sobrancelha.

Agora foi a vez dele franzir o cenho: — Tínhamos combinado isso, né?

— Sim, eu só achei que ele foi anulado...

— Eu sou seu presente de Natal, esqueceu? — enquanto uma mão foi no meu cabelo e puxou para trás para que meu pescoço ficasse exposto.

Fechei os olhos imaginando ele passar, sei lá, a lâmina de barbear, mas não, ele começou a dar alguns beijos molhados e muito carinhosos.

Agora eu estava tentando relaxar, em alguma hora ele iria conversar comigo sobre o que aconteceu hoje, mas provavelmente não iria estragar aquilo.

Relaxa...

Ele beijou meus lábios calorosamente e eu fiquei mais calmo com o fato dele realmente não ter ficado bravo, ou qualquer coisa. Mas, espera, ele simplesmente ignorou tudo aquilo? Sério? Acho que ele não é o Jimin não...

Minhas mãos foram até suas coxas e começaram a puxar para que sentassem sobre mim durante o beijo, assim que se posicionou no meu colo, começou a passear suas mãos até a barra daquele suéter e tirá-lo de mim, jogando o mesmo no chão.

— Tem certeza que não quer que eu te amarre? — se afastou passando a mão por todo meu abdômen.

Mordi o lábio meio desconfiado: — Pode ser.

É amigos, não tem coisa no mundo que me faça resistir a Park Jimin.

Ele correu para pegar a gravata todo animado e sorridente, eu sorri também sentindo ele envolver meus pulsos atrás das minhas costas, foi uma coisa meio arriscada já que ele prendeu com muita força.

— Machuquei? — sussurrou baixinho perto do meu ouvido.

— Não...

— Que música você quer que toque? — deu a volta por mim e parou na minha frente.

— Querido, se você colocar Baby Shark e continuar dançando, pode ter certeza que eu vou amar...— ele ri e vai até o celular que deixou na cama e provavelmente começa a pesquisar uma música.

Começou a tocar Love is a Bitch, do Two Feet, maravilhoso para a ocasião. Eu sorri quando ele veio na minha direção desabotoando a camisa social preta.

Ele sentou sobre meu colo novamente e me beijou, de certo modo eu me arrependi de ter deixado ele me amarrar e não poder tocar aquele homem maravilhoso que estava sobre mim, mas quis entrar no clima sensual que ele criou só para aquela noite.

Jimin se levantou ainda me encarando, ele abriu um sorriso misterioso quando colocou a mão sobre os cabelos e de maneira lenta, deslizou ela por toda a camisa desabotoada e parou apenas quando chegou na calça.

— Ensaiou até uma dancinha, que lindo.— comentei vendo ele tirar a calça preta e expor sua boxer enquanto sua cintura balança de um para para o outro.

— Trabalhei um pouco nisso, você gosta? — sua camisa estava apenas com uma fresta aberta e eu podia ver minimamente seu peitoral.

— Sim...— olhei detalhadamente o corpo dele, Jimin era simplesmente fabuloso, não conseguia de maneira nenhuma não sorrir ao ver ele dançar de maneira simples e extremante sexual apenas para mim.

Ele se virou de costas para mim e então ainda no ritmo da música, começou a abaixar sua blusa e o tecido deslizou de maneira tão bela e hipnotizante pelo corpo lindo dele...

Jimin chutou o tecido para longe e se virou para mim de novo. Que visão maravilhosa.

Lembrei-me de quando ele cogitou em retirar o piercing, eu quase pulei em cima dele e o prendi na cama, aquele piercing deixou de ser dele, agora era propriedade minha, apesar disso ter soado extremamente machista, eu só sei que amo aquele piercing e fiz de tudo para que ele o deixasse.

Park colocou a mão sobre meu ombro e deu uma volta ao redor de mim sentado na cadeira, fiz meu melhor para acompanhar aquilo sem parecer um possuído desesperado.

— Você está com um humor incrível hoje...— comentei inocente.

Mal sabia eu que isso foi o pior erro da minha.

— É Natal na minha vida que eu passo casado com alguém, estou feliz sim... E por que não estaria de bom humor?

Eu não respondi, estava ocupado demais trancando meu cu. Respirei fundo e continuei sem responder.

— Eu fiz uma pergunta, Jungkook.

Jacaré do meu me fodi com meu mino porque sou um idiota sem cérebro.

— Por nada, só...

— Só?

— Nada, só achei que hoje foi um dia bem agitado.

Ah, gente, nessas horas não existem argumentos capazes de me salvar, então irei abraçar as consequências.

— Está falando sobre o que aconteceu no mercado e o fato de você ter me escondido que a tradição familiar favorita de toda sua vida na verdade é feita pelo seu ex-namorado?

— Eu ia falar sobre a viagem, o fato do pêssego em calda estar muito caro e que eu me vesti com um suéter ridículo...— murmurei.

Jungkook.— ele semicerrou os olhos, minto muito mal perto dele.

— O que é, meu benzinho querido? — fiz uma carinha implorando por pena e compaixão.

— Por isso você estava nervoso?

Eu não tô nem um pouco com vontade de chorar, vocês é que estão.

— Eu não estava nervoso.

— Percebi que você estava me observando o jantar todo, pensei que era vontade de me levar pra cama...

— E eu estou com uma vontade imensurável de fazer isso... Por favor, podemos continuar? — um desespero tomou conta de mim, eu até comecei a tentar soltar meus braços, mas ele tinha prendido muito forte.

— Claro que podemos, assim que você me falar a verdade. Me conta Jungkook. O que há com você?

E esse foi o tutorial de como estragar o seu casamento na noite de Natal, só deixa um like para favorecer pessoas como eu.

O mais incrível é que eu fiz um elogio, e agora to encrencado.

— Eu não sei, fiquei com medo do que você iria falar ou pensar sobre o ocorrido.

Jimin não disse nada, foi só até o celular, desligou a música, depois seguiu para o guarda-roupa onde pegou uma bermuda, e recolheu do chão sua camisa, depois a vestiu completamente.

— Ah, não põe a roupa não...— resmunguei baixinho vendo ele se vestir e eu me senti o cara mais retardado do universo por estar preso numa cadeira.

— Você não me disse a verdade.— ele suspirou enquanto abotoava a camisa.

Adeus visão linda.

— Eu disse sim, agora me solta! — balancei na cadeira querendo liberdade antes que Jimin saísse do quarto, o que era aparente que ele faria.

— Não, não disse não. Eu estou o dia todo tentando relevar essa coisa toda de família, noivo falso e torta de pêssego, tentando fazer o nosso primeiro Natal ser uma coisa boa. Mas não, você passou o dia inteiro pensando no seu ex-namorado e na família perfeita que poderiam ter se ele tivesse se casado com você e em como ele cozinha uma torta maravilhosa que a cidade inteira ama e quis colocar isso em cima de mim!

— Isso é mentira. Eu fiquei com medo de você brigar comigo.

— Está se escutando? É claro que fez isso! Você está mentindo pra si mesmo.

Fiquei quieto por um segundo e esperei que minha cara de cachorro abandonado pudesse amolecer o coração dele e então me soltar, mas não aconteceu.

— Dá pra você me soltar para podermos conversar?

— Não. Fica aí e eu vou sair e me acalmar, enquanto isso você pensa no assunto de estar colocando sobre mim algo que só você pensou.

— Ah, Jimin, não vai não, não vai — ele fecha a porta com força.— Embora...

Beleza, você tem força, confio nos meus músculos, agora eu só preciso arrebentar essa gravata.

Isso é ridículo, eu nunca vou arrebentar essa merda.

Decidi esperar ele voltar, bom, ele vai voltar, não é mesmo?

Comecei a olhar para o teto e obedeci a última ordem do meu esposo, pensei sobre o que eu fiz o dia inteiro, fiquei triste percebendo que ele estava certo, eu estava me preocupando com aquilo, não ele.

Quando me dei conta, estava com lágrimas nos olhos, mas tentei não chorar, Jimin poderia voltar a qualquer momento e eu queria estar preparado.



[...]


Tinha pego no sono, e acordei totalmente livre, mas ainda sentado na cadeira e sozinho no quarto.

Suspirei e me levantei, peguei o celular que ele deixou sobre a cama e olhei o horário, eram 3:07 da manhã, e ele não estava dormindo...

Bom, ele não sabe nadar e não sabe dirigir um barco, então de qualquer forma Jimin não foi tão longe da casa.

Me levantei no intuito de procurar, já que eu estava solto, ele provavelmente voltou para o quarto, me viu dormindo e me soltou...

Fui até a cozinha tendo certeza de que era onde ele estava, pois era o único lugar da casa com a luz acesa e com barulho.

Jimin estava sentado sobre um banco e olhava para uma bagunça incrível que tinha se formado ali, tinha farinha de trigo por todo lado, algumas coisas e embalagens espalhadas e meu esposo só estava parado olhando.

Me aproximei dele e puxei um banquinho para me sentar ao seu lado: — Oi.

Ele virou o rosto e pareceu limpar o rosto do que me cortou o coração pensar ser uma lágrima. Park nunca chorou muito, na verdade eu só tinha visto ele chorar duas vezes, quando tivemos nossa briga e nós não namorávamos, e no dia que eu lhe pedi em casamento oficialmente, fora isso, ele jamais derramou uma lágrima sequer.

— Jimin...

— Não — balançou a cabeça e se virou para mim, parecia totalmente bem  — Eu falo primeiro.— eu assenti e ele começou: — No fundo eu fiquei incomodado sim de ver o Taehyung com aquela criança, não que o gesto dele não fosse bom, aquele homem é incrivelmente bom e doce, e eu não minto sobre isso, mas eu sei que por toda a sua vida, ele foi o que você sempre quis, e porra, ele estava bem na sua frente, e eu sei que você se imaginou participando daquela família com ele.

É, por um curto segundo, mas eu fiquei horrivelmente mal depois.

— Quis evitar a falar disso, porque no final das contas, eu sei que não tenho essas mesmas ambições que você e ele, nem que cozinho tão bem quanto ele, e tenho medo de encarar isso, e finjo estar tudo bem. Eu não culpo você por ter se sentindo estranho naquela situação, eu só fiquei bravo por você tentar me colocar na situação que eu não queria... Desculpa ter te deixado preso lá.

Engoli seco sem saber exatamente por onde começar a falar, então comecei pela verdade: — Jimin, eu não te culpo por não ir com a cara Taehyung, eu mesmo não acredito que ele exista às vezes, cá para nós, ele é bom em tudo, e eu já me senti várias vezes diminuído perto dele, várias e várias vezes, ele faz tudo parecer bom e perfeito.

— Isso era para ser consolador?

Eu ri, não era minha intensão mostrar quanto ele era incrível, e sim ver como não éramos compatíveis: — Amor, eu te amo, e eu vou admitir, pode parecer idiota dizer, mas sim, o que eu tive com ele foi muito bom, e os sete anos vão sempre fazer parte da minha vida, como qualquer lembrança, mas eu estou prestes a começar o resto da minha vida com você, e só você. O que faz sete anos não parecerem nada. Ele pode ter um filho agora e saber cozinhar, mas não é que me faz perder a cabeça, me faz sorrir, me faz chorar, me faz querer repetir essa lista maluca de sentimentos todos os dias, é você. E eu não estou dizendo isso só porque você é meu marido e porque eu quero passar o resto da minha vida, mas porque é a maior e mais pura verdade.

— Você falou bonito.

— Tirei do fundo do coração essa aí...— agarrei sua mão e sorri minimamente para ele, Jimin retribui o sorriso de maneira mínima.— E aí, estamos bem?

Ele balançou a cabeça para cima e para baixo mostrando que sim.

— Agora me diz...— olhei para a ilha da cozinha toda bagunçada e suja.— Que bagunça é essa?

— Você vai rir de mim...— ele sorri sem graça.

— Bom, pelo menos você tem a minha imagem chorando amarrado numa cadeira.

— Também tenho a imagem de você chorando pela Barbie.

— Você vai me falar o que é isso, ou não? — mudei de assunto.

Ele suspirou e limpou a garganta antes de revelar o que de fato me deixou surpreso: — Eu tentei fazer a maldita torta. E isso aconteceu.

— Amor...

— Não, é sério, eu quis cozinhar e tentar descobrir se o negócio da torta é dele, ou é só uma torta idiota que se você fizer certo, sai tão boa quanto...

— E como se saiu?

— Tem gosto de tristeza em pó.

Eu ri, provavelmente não estaria tão ruim assim.

— Vai em frente e experimente! — ele caminha até o forno e tira calmamente três formas de torta, o cheiro era bom.— Eu tentei três fodendo vezes.

Ele colocou na minha frente as tortas, e eu provei cada uma delas e bom, não estava tão ruim, mas tinha que admitir que meu padrão para tortas de pêssegos eram mais altos.

— Tristeza em pó, lágrimas para calda.— deduziu pela minha cara.

— E que tal se a gente fizer uma juntos?

— Por quê?

— Você mudou a tradição do seu Natal, então porque eu não mudo a minha?

— Não sei se quero transformar o feriado num pesadelo de sabores.

Eu ri: — Não tem como essa torta ficar tão ruim, a gente dá um jeitinho.

— Ok, me dá sua aliança, não quero que ela se perca nessa tradição.— espalmou a mão querendo o anel, ele colocou perto da dele e logo voltou na minha direção.

— Vamos começar? — perguntei animado.

— Vamos né...

Cozinhar com Jimin foi divertido, e mais divertido ainda quando estava de madrugada e não podíamos fazer muito barulho, o que era impossível quando nós começávamos a nos atracar.

Era cômico quando ele tentava não rir alto de qualquer coisa que eu dizia, e tínhamos que dizer "shhhh" um para o outro.

Nada no mundo podia ser melhor que isso para mim.

Quando ele tirou do forno, e depois de limpar toda aquela bagunça, percebemos que o Sol estava nascendo e pela janela da cozinha conseguimos assistir o o fenômeno que é o nascer do Sol juntos enquanto a torta esfriava um pouco.

— Quer provar nossa obra prima? — ele sussurrou.

— Claro.

Nós olhamos um para o outro profundamente antes de pegar a torta de Taehyung e a nossa, e deixá-las uma ao lado da outra.

Ele pegou dois garfos e demos uma garfada na nossa, nos olhamos em silêncio.

— Quem vai admitir que isso tá uma merda? — ele limpa a boca no guardanapo e bebe água, eu estava rindo muito para dizer qualquer coisa.

— Vamos comparar com o sabor da dele.— demos uma garfada na bela torta de Taehyung.

Ficamos esperando um dos dois se manifestar e dizer que aquela torta era a melhor coisa que a gente já comeu, mas nenhum dos dois disse.

— O que será que ele coloca nessa merda? — Jimin analisou, mas não parou de comer.

— Sei lá, mijo de unicórnio? — brinquei, Park começa a bater no meu peito tampando a boca para não rir muito alto.

— Definitivamente ele põe raspas de arco-íris.— eu ri abraçando Jimin com força enquanto o conduzia até a sala, querendo esquecer aquele negócio de tortas.

— A cada torta que o Taehyung faz, uma criança é adotada, te juro, acho que isso é milagroso...

Paramos no meio da sala, perto da chaminé, as janelas francesas de vidro irradiavam luz do nascer do Sol e o rosto de Jimin ficou lindo sobre aquele tom misto de luz.

— Aqui foi onde demos nosso primeiro beijo. E a família toda estava pressionando para que eu te desse um beijo.— falei e ele sorri.— "Dez segundos e não encoste sua língua em mim", lembra disso?

Ele assentiu revirando os olhos: — Você usava batom de morango e eu de primeira tinha achado seus lábios tããão macios, sua língua também.

— Eu também achei isso de você. Podemos refazê-lo se você quiser.— ofereci.

— Tem batom de morango aí?

— Não, mas eu tenho um sabor de pêssego.

— Não gosto de pêssego.

— Quer saber? Nem eu. Morte aos pêssegos! — mostrei a língua e ele ri.

Ficamos alguns segundos nos encarando, eu sorria feito um bobo quando percebia seus olhos brilhando para mim.

— Não se sentiu nem um pouco com vontade de ter aquela vida com Taehyung? — ele perguntou.

Eu refleti muito sobre aquilo quando estive preso na cadeira e chorava feito um condenado.

— Não. Eu imaginei como seria, mas eu não iria querer aquilo. Por que não é pra mim. Você é minha vida agora. Não posso estar mais feliz com o fato de você ser minha vida.

— Não vem com essa, até eu quero ele! Quero ele fazendo tortas para mim todo dia! Tenho certeza que aquele cara iria me mimar muito, e ele também deve lembrar de aniversários e ser ótimo com esse negócio de ser carinhoso e sempre acerta nos presentes!

— Não vou mentir, ele faz essas coisas.— admiti, eu também não sei como ele fazia essas coisas, tá legal? Ele simplesmente fazia como se fosse a coisa mais natural do mundo.— Mas, eu sempre me sentia meio insuficiente pra ele, e eu também me sinto pra você, mas a diferença é que podemos fazer coisas juntos, trabalhamos na mesma coisa, falamos sobre as mesmas coisas, e por você, eu minto para o país e posso até ser preso por isso, e bom, eu jamais faria por qualquer outra pessoa.

— Até por que Taehyung não te deixaria mentir.— interviu.

— Ele dizia que a cada mentira que contamos, uma fada morre. Vai entender...

— Jungkook...— falou meio manhoso, talvez ele estivesse com sono, o Sol já tinha nascido e Jimin não dormiu nada.

Hoje tinha sido um teste para mim. Literalmente.

Tive que abandonar uma parte enorme da minha vida, e abraçar outra. Eu estava abraçando Jimin. Ele é minha vida. E nem por um segundo vou abandonar essa vida maravilhosa que eu venho fazendo com ele por qualquer coisa idiota do passado.

Tortas, bebês, ou até mesmo Taehyung. Isso não sou mais eu.

Agora eu sou Jeon Jungkook, sou bem sucedido no trabalho e no amor. Vivo bem com meu namorado. E é isso.

— Não quero nem por um minuto você pensando que não quero passar o resto da minha vida contigo.— falei enfim.

Jimin sorri e assente minimamente.

— Você não dormiu, né? — ele balança a cabeça negativamente.— E você quer? — ele faz que sim agora.

— A gente transa amanhã.— falou como se fosse uma negociação.

— Vida de casado é tão blé, né? A gente até marca quando vai transar...— me lamentei enquanto puxava ele em direção ao quarto.

— Nossas transas são sempre meio blé desde que percebi que você ama conversar enquanto estamos fazendo.

— Eu gosto de conversar desde que percebi que você geme até o número do meu RG se pedir.

— Sou bom com números, você sabe disso.— deu de ombros.

Abri a porta do quarto e comecei a conduzi-lo até a cama com muito cuidado, ele estava sonolento e apesar de estar também, Jimin era minha prioridade.

— Mas você ama conversar comigo...— murmurei deitando ele e cobri seu corpo.

— Não, eu amo você, o resto é tudo consequência.— eu ri e me aninhei a ele lentamente sentindo seu cheirinho.

— Estou com sono, mas não consigo dormir.

— Sabe o que eu vou fazer? Te encher de beijinhos e carinho até você se render ao sono.

Puxei ele para mais perto e comecei a distribuir alguns beijos sobre seu rosto, ele sorria minimamente com os olhos fechados.

Aproveitei para afagar seu cabelo com cheiro gostoso que eu amava, também era macio e gostoso de passar os dedos.

— Descansa, meu bem...— murmurei baixinho vendo ele já estar praticamente dormindo.

— Você também precisa descansar, amor...— ele se inclinou para dar uns beijinhos sobre meu rosto, foi desajeitado, mas muito fofo a maneira que ele selou os lábios em mim.

— Pode dormir...

Ele suspirou: — Uhrum...

— Te amo. Pra sempre.

— Mais do que tortas de pêssego?

— Muito mais.

— Mais do que você quer ter um filho e eu ainda não estar pronto?

— Muito mais.

— Mais do que meu piercing?

— Não.

Ele ri fraco.

— Ama mais meu piercing?

— Esse negócio é um vício.

— Você é louco.

— Louco por você.

— Louco pelo meu piercing.— corrigiu.

— Não. Louco por você. E por você.

— Achei que amasse meu piercing.

— Ele é bônus por amar o homem mais incrível do mundo.— beijei sua testa.

— Você fala bonito.

— Sou escritor, gato.

— Então você dá esse textinho pra todos? — ele não abriu os olhos, mas eu senti que ele queria.

— Só existe você na minha vida.

— Dá pra você parar de falar? — abriu o olho com muito esforço e eu lembrei que se conversasse com ele, Jimin não dormiria.

— Shhhh, você tem que dormir, não é pra ficar conversando! — sussurrei e ele fechou os olhos mesmo desacreditando no que eu falei.

Voltei a mimar ele com muitos beijinhos lentos e carinho no cabelo, até que só pudesse ouvir a respiração pesada dele.

Um último sussurro: — Te amo.

— Também te amo.












FELIZ NATAAAAAAAL ❤️❤️❤️

Vocês sabem que eu amo mimar vocês com LL, e dessa vez quis fazer um bônus de Natal!

Não sei se está bom, mas eu demorei tanto pra fazer que irei postar assim mesmo!

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