[💍] - good night
Esse capítulo é top, leiam com carinho e muito amor.
Outra coisa, gente não sou responsável pelo que vocês acham de cada um deles, a história não vai mudar por isso. Eles se odeiam, Jimin era um chefe cruel e Jungkook sente a necessidade de tirar proveito agora que pode! Simples assim!
Li e ando leio comentários debatendo sobre, além do mais eu nem criei tudo, é adaptado de um filme onde eles falam assim um com o outro!
Vamos respirar um pouco antes de entrar em briga com outras leitoras da história!
PARK JIMIN
Eu era um idiota, um completo idiota. Ouvir as palavras de Hyuna pelo telefone foi estranhamente desconfortável para mim, eu tinha ficado triste em saber tão brutalmente como as pessoas me chamavam.
Jamais havia chorado por algo que alguém me disse, talvez na minha mãe na minha infância, mas acho que nem contava. O fato era que eu me debulhei em lágrimas até pegar no sono essa tarde, eu devo ter perdido a cabeça pra derramar lágrimas por alguns insultos.
Como minhas defesas abaixaram tanto ao ponto de ser atingido apenas por palavras? Que diabos aconteceu?
Eu não podia pensar muito nisso, tinha que estudar sobre meu funcionário e descobrir todo o possível para acreditarem que éramos um casal.
Já de banho tomado e com o corpo mais relaxado, fui para a sala de jantar onde Jungkook parecia anotar varias coisas num bloquinho.
— O que está fazendo? — perguntei tentando parecer indiferente.
— Anotando tudo que eu sei sobre você.— ele não me olhou, continuou anotando.
— E o que temos até agora?
— Você bebe café puro no trabalho, mas café com leite e canela. Seus pais são mortos, você mora em uma cobertura, tem vinte e dois anos, sua cor favorita é verde...— pensou mais um pouco.— Não tenho certeza absoluta, mas você tem um piercing, uma tatuagem ainda indecifrável num lugar bem sexy, gosta do leite doce no final do cereal e não sabe nadar.
Era uma boa quantidade de informações.
— Aliás, sobre a sua tatuagem.— batucou a caneta na mesa.— Por coincidência acabei ouvindo sua secretária eletrônica e vi que você desmarcou a consulta na dermatologista. Iria tirar ela sem nem mesmo me mostrar?
Jeon tinha uma estranha curiosidade sobre a minha tatuagem, talvez a ideia que eu tivesse algo no meu corpo o assustava.
Oh, meu Deus! O Jimin é humano!
— O seu nome é Jeon Jungkook e você é podre de rico.— listei.
Ele ri com um nítido desgosto na voz, eu podia fazer o que?
— Olha Jimin, eu posso fazer o papel de noivo apaixonado, mas você tem que pelo menos saber mais que meu nome.
Jeon tinha razão, mas o que eu poderia fazer? Não iria voltar no tempo e tentar fazer amizade com meu secretário, não era assim que a minha banda tocava.
— Você passou três anos falando só sobre você, está na hora de você descobrir sobre mim.— largou a caneta e olhou para mim.
Essa tinha sido a primeira vez que nós tínhamos os olhos fixados um no outro. Pude reparar na cor de seus olhos, que estavam meio luminosos, mas eram claramente castanhos muito escuros, pareciam um par de jabuticabas.
— Certo, fale sobre você.— balancei a cabeça sem deixar ele perceber que eu tinha me perdido nos olhos dele.
— Jeon Jungkook, vinte e cinco anos, gosto de café com leite e canela, e eu sei que você também gosta.— fez uma pausa.— Eu amo escrever e te odeio pelo fato de nunca nem ter lido meus rascunhos, minha cor favorita é vermelho, eu amo pizza, sei andar de skate e jogar vídeo game mas a gente perde a alma quando começa a trabalhar para você, então não ando e nem jogo mais.
— Perde a alma? — arqueei a sobrancelha.
— Você não sabe o que é trabalhar para você.— soltei uma risada arrastada e bem baixa quando ele disse aquilo.— O que você lembra até agora?
— Só lembro que seu nome é Jeon Jungkook e você é podre de rico.— brinquei e ele ri, verdadeiramente.
— Isso não vai dar certo. Precisamos sair e nos conhecer.
Sair e nos conhecer, essa frase eu não escutava já fazia um bom tempo.
— Tipo um encontro? — questionei.
— Não gosto de dizer que sim, mas é exatamente o que eu estou dizendo.— deu de ombros parecendo aceitar.— Acho que seria mais fácil nos conhecer de maneira mais natural, não é como se fôssemos uma tabela periódica a ser decorada.
Ele tinha razão, eu só sabia seu nome e não estava afim de ouvir ele falando enquanto ficava sentado naquela cadeira.
— Certo, quando vamos?
— Pode ser agora. Já está escurecendo e podemos procurar algum lugar legal.
Já tinha tomado banho, então não iria perder tempo de tomar mais um. Como não devia satisfações a ele, fui para o quarto escolher uma roupa descente para sair.
Eu tinha um encontro, fajuto, mas não deixava de ser um encontro. Não tinha muito orgulho de admitir que fazia tempo que não saía num encontro, e mesmo que a situação não fosse a mesma, não deixava de ser um encontro né?
Procurei nas minhas roupas algo bom para sair em público. Acabou que eu não estava preparado para essa situação, então coloquei minha calça preta, que ficava bem justa ao meu corpo e sinceramente me deixava uma delícia.
Apenas vesti uma blusa de moletom verde musgo, que eu já nem lembrava como estava ali, mas eu a achei bem bonita, então a vesti.
Ela ficava enorme em mim, quando eu a comprei?
Ignorei o fato de não reconhecer minha própria roupa e calcei meus sapatos pretos, que também ficavam lindos em mim.
— Não estou nada mal com esse blusão.— analisei no espelho.
Meus cabelos loiros estavam como sempre muito bem divididos em duas partes, tudo o que fiz foi arrumar alguns fios antes de caminhar de volta para a sala.
— Espera um minuto, essa blusa é minha.— Jungkook analisa.
— Por isso não estava reconhecendo, ficou linda em mim, não é? — sorri ignorando o fato de vesti-la.
Ele estava com uma calça preta, até um pouco parecida com a minha, mas havia um rasgo no joelho. A camisa completamente branca, que ele ajeitou de um modo que mostrasse o cinto que também era preto.
— Irei buscar uma blusa pra mim.— avisou saindo do meu campo de visão.
Depois de uns três minutos, ele volta com uma jaqueta jeans que era bem larga, até mesmo para alguém grande como ele. Estava bom para ser visto comigo.
— Vão sair? — minha sogra surge na sala olhando para nós já arrumados.
— Sim.— afirmou Jeon vendo se estava com tudo no bolso.— Não nos espere acordado, você sabe como somos.— forçou um sorriso.
— Oh, entendi. Tome conta dele Jimin.— sorri para mim toda simpática.
— Claro.— dei de ombros.
[...]
— Aonde vamos? — perguntei meio tonto pegando em sua mão para que ele me ajudasse a sair do barco.
— Não pensei nisso.— colocou a mão no bolso logo depois que soltou da minha.
Saímos sem rumo pela cidade, que até ficava bonitinha à noite, os postes de luz faziam uma trilha pelas ruas em que passavam.
— Se a gente ficar nesse silêncio jamais vamos nos conhecer.— Jungkook quebra o silêncio.— Me dá essa mão aqui, precisamos ser um casal de namorados, estamos sendo investigados, não é? — esticou o braço em minha direção.
Fiquei meio segundo analisando sua mão esticada para mim, eu nunca tinha andado de mão dada com alguém e a ideia de começar agora não me agradava, mas como ele disse, estávamos como fugitivos, tínhamos que parecer um casal.
Aninhei minha mão a sua um pouco contraditório, mas logo me acostumei com o calor que sua mão transmitia, depois de um tempo já nem se nota que tínhamos nossas mãos presas.
— Eu amo essa pizzaria.— avisou me puxando para dentro de uma loja toda rústica, onde o cheiro de massa maravilhoso estava dominante.
Ramone's Pizzaria, era esse o nome que constava no cardápio da mesa onde sentamos.
— Qual sabor de pizza você gosta? — ele lê o cardápio com atenção.
— Todas, mas eu amo pepperoni, marguerita também.
— Eu curto marguerita, mas não gosto de manjericão.— explicou.— Você precisa experimentar a pizza de bacon desse lugar, é maravilhosa! — ele sorri.
— Pode ser então.— me rendi.
Jungkook faz o pedido todo alegre por voltar a comer naquele lugar, que parecia bem legal. Com um estilo de lanchonete dos anos oitenta, um pouco mais rústico, mas ainda legal.
— Eu gosto de coca-cola com a pizza, cerveja acaba com o gosto.— avisou.
Ah, eu com certeza me lembraria disso.
Por incrível que pareça, não foi tão difícil manter uma conversa quase agradável com ele, minha habilidade de interagir era péssima, às vezes eu queria que ele calasse um pouco a boca, apenas para não ouvir nada a não ser as pessoas, mas não ele.
Me controlei, até porque teve um momento da noite em que eu já estava gostando da conversa.
Quando a pizza chegou, eu comi ela praticamente sozinha, não foi culpa minha desidratar na cama o dia todo e acabar esquecendo de comer.
A pizza era boa, muito boa.
— É boa não é? — ele sorri olhando diretamente para mim.
— Boazinha.— dei de ombros tentando não transparecer que achei a melhor pizza de todas.
— Falou o que comeu cinco pedaços.
— Quatro e meio.— corrigi.— Eu não almocei, tá legal?
— É, eu vi. Por que ficou enfornado no quarto o dia todo? — perguntou puxando assunto.
Não respondi e ele entendeu que eu não iria falar sobre isso.
— Tem algo a mais que queira fazer? — perguntei, tentando puxando um novo assunto.
— Vamos continuar andando.— avisou.
Jungkook fez conta de pagar por tudo, eu com certeza não dei a mínima, ele era rico demais para eu me fazer de modesto.
— Vamos procurar diversão.— declarou ele já no lado de fora da pizzaria, pegou na minha mão e começamos a caminhar.
Em nenhum momento eu me opus a tudo isso, era até legal sair da rotina, todos os dias de só trabalhar e trabalhar, apesar que para Jungkook parecia uma imensa obrigação, não ligo para opinião dele, está me bancando essa noite, então pense o que quiser.
— Curte casa de jogos? — apontou para uma imensa loja, com o barulho nítido de máquinas e músicas pop bem conhecidas.
— Sou péssimo.— admiti.
— Casa de jogos então.— começou a me puxar para dentro do estabelecimento barulhento e propriedade de sua família, já que seu sobrenome estava estampado numa cor neon enorme ao lado de um Pacman.
— Não sou bom com jogos.— avisei, de novo.
Ele fingiu que não ouviu e saiu em busca de um jogo que nós poderíamos jogar juntos, ele rodou boa parte dos corredores até achar uma máquina de simulação a um ataque zumbi.
— Não vou brincar disso.— neguei enquanto via ele subir no palco todo animado e pegar um dos rifles de brinquedo e esticar um outro para mim.— Sem chance.
— Anda logo Jimin.— rolou os olhos.— Vamos fazer uma aposta então.— tentou negociar.— Quem matar mais zombeis pode pedir o que quiser do perdedor.
Droga, ele sabe que eu amo desafios.
Jungkook já tinha configurado o jogo e colocado suas fichas, queria negar aquilo, mas não consegui. Apanhei a arminha de brinquedo todo confiante, pronto para destroçar meu secretário, mas passei vergonha.
Eu nem sabia como segurar aquilo, quando me dei conta, meu assistente ria de mim.
— Já tá no papo.— deu de ombros sorrindo.
— O que vai querer se ganhar?
— Não sei, e você?
— Quando eu massacrar você, eu vejo.— falei convencido ainda tentando ajeitar aquele projeto de arma em meus braços, era definitivamente impossível.
— Eu te ajudo.— ele ri dando um passo e segurando meu braço de um jeito que possa arrumar a bazuca de brinquedo em meus braços.— O dedo fica no gatilho, Jimin.
— Claro que eu sabia disso, idiota.— rolei os olhos, ele ignorou e voltou para a posição.
— Eu coloquei para ser uma competição.— avisou.
Fui todo convencido a ganhar dele, mas na prática, sério, era muito mais difícil.
Eu fui massacrado, humilhado, destruído. Ouvi sua risada nas três vezes que pedi uma revanche, eu perdi feio.
Dezessete a nove. Isso nem era uma pontuação, na verdade, eu poderia reclamar e pedir mais uma, dessa vez eu poderia ganhar se eu trocasse de arma com ele, provavelmente a minha estava com defeito.
A quem eu quero enganar? Eu sou péssimo nisso.
— Hm, o que será que vou pedir? — provocou.
— Isso foi roubo, a minha arma nem está pegando direito.— insisti tentando parecer inabalável.
— Podemos passar a noite inteira discutindo isso, mas você sabe que perdeu porque é horrível.— largou a arma no lugar de início, depois repetiu com a minha.— O que você tem para me oferecer, Park Jimin?
— Posso chutar a sua cara até você aprender que não tem moral nenhuma comigo.— cruzei os braços.
— Valentão.— caçoou.— Depois eu resolvo o que pedir. Quer jogar outro jogo?
— Não.
— Vamos jogar um que possamos jogar juntos.— pegou minha mão e saiu à procura de uma máquina.
— Aí que lindos, vamos jogar juntos! — ironizei.
— Sua capacidade de ser romântico me impressiona.— falou ríspido, como se quisesse me provocar.
— Não preciso fingir romantismo. Nem namoramos.
— Nossa, você é tão limitado.— voltou a usar a ironia enquanto parava numa máquina de dança.— Dançaremos juntos.
— Eu não quero.
— Chato.
— Primeiro é valentão, agora é chato? — comecei a ficar ofendido.
— Não se esqueça de limitado.— acrescentou.
Eu também tinha uma péssima coordenação motora, não conseguia acompanhar os comandos da máquina, a música e saber aonde pisar, Jeon não estava tão longe, era péssimo também, o que me permitiu rir um pouco.
— Parece que você não é tão bom nesse.— caçoei.
— Não deveria ser cruel comigo, eu ainda posso te mandar fazer o que eu quero.— ameaçou.
— Era só o que me faltava, ser ameaçado por você.— cruzei os braços recostando minhas pernas na barra que deveriam ser de apoio pra quem dança.
— Tenho você na mão, senhor Park.— veio até mim com os braços cruzados e se encostou na mesma barra que eu.
— Acaba logo com essa tortura, o que você quer? — inclinei a cabeça para trás, foi a única maneira que eu consegui para encarar seu rosto.
— Realmente não pensei sobre, que tal eu mande você me dar um beijo?
Arqueei a sobrancelha, aquilo não me intimidou, se era isso que ele queria, não conseguiu.
— Gostou do meu beijo e quer repetir? — finalmente reagi.
— Valentão, chato, limitado e convencido. Qual vai ser o próximo?
— Beijoqueiro.— fiz um bico e aproximei do rosto dele, como um tipo de provocação.
Estranhamente ele não se afastou, ficou observando minha boca perto da sua, eu tive que me afastar.
— Já sei aonde vou te levar.— balançou a cabeça e começou a me puxar.
Eu não contestei, apenas seguimos pelas ruas até chegar num beco escuro e solitário. Ótimo, agora eu seria abusado por ele.
— Não sou a favor da violência, mas se tentar algo comigo, eu serei obrigado a te matar aqui mesmo.— já me separei dele e me preparei para uma luta.— Cai dentro, idiota.
— Deixa de ser bobo, eu não perderia meu tempo tentando algo com você, até porque tem gente bem melhor para tentar.— continuou caminhando até o final do beco.— Vem logo, Belfort.
Eu o segui, no final daquele breu, tinha uma porta de ferro, deu para ouvir uma música alta vindo de dentro.
Ele bate na porta e um homem aparece, um segurança. De óculos escuros e bem clichê. Que caralhos era isso?
— Seu nome? — perguntou.
— Jeon Jungkook e esse...— pegou na minha mão, novamente.— É meu namorado.
— Jeon...— repetiu e deu espaço para gente passar.— Bem vindo ao Cherry Lips.
Cherry Lips, aquele era um nome bem gay, comentei isso com Jungkook, mas ele disse que era uma balada gay, então fazia sentido.
— Por que estamos numa balada gay? — gritei perto de seu ouvido, graças a música alta.
— Por que aqui é legal, e todos que eu conheço vem! — gritou de volta.— Vamos para um lugar mais calmo.
Começou a me puxar pelo meio de tanta gente, era um lugar bem legal, com as luzes fluorescente rosa e roxa, alguns desenho de lábios que sempre estavam mostrando a língua, ou mordendo o lábio, ou só fazendo um sinal de beijo.
Era criativo, seguia o padrão do nome e tudo. O balcão de bebidas haviam dois barmans com aquela roupa típica deles, os dois conversavam.
— Quer beber alguma coisa? — sentou-se em um daqueles altos e reguláveis, eu fiz o mesmo.
— Você paga? — perguntei sem nenhum pudor, ele ri rolando os olhos.
— Um martini de cereja.— pediu.
O martini foi feito rapidamente por um homem loiro, muito assanhado, que me jogou algumas piscadas de olho enquanto fazia o drinque.
— Aqui.— colocou a taça vermelha a minha frente, depois de afastou.
— Bebe, você vai gostar.— Jungkook se gira no banco e fica com o cotovelo apoiado no balcão, que estava logo atrás dele.
Eu tinha me sentado normalmente, de costas para todos, mas graças a posição dele, podia ver claramente seu rosto um pouco rosa pela luz do local.
— Não vai beber?
— Estou dirigindo, um barco.— falou humorado.
Eu tinha até me esquecido que teria que voltar de barco, ou seja, não posso ficar muito bêbado, caso ele me derrube no mar preciso ter o máximo de consciência possível.
Tocava uma música animada, tinham muitas pessoas, mas não era uma aglomeração, mas tinha gente suficiente para andar esbarrando.
— Você comentou que todos que você conhece vem aqui, cadê?
— O Taemin vive por aqui, daqui a pouco ele aparece.— procurou os olhos.
— Taemin não, por favor.— implorei.— Você sabia que ele está louco para chifrar o próprio primo? O primo é você, toma vergonha.
— Ele não quer me chifrar, — faz uma pausa para rir, como se fosse uma coisa engraçada. A família era louca mesmo.— Ele quer apenas compartilhar de um homem, na verdade ele só quer fazer isso antes de nós casarmos, como ele é fofo.
— Você não pode estar falando sério! E aquele papo de casamento sagrado e família conservadora! — fiz uma voz grossa tentando imitar a dele.
— Eu não falo assim.
— Você fala sim! — continuei usando sua voz. — "Jimin, você é tão chato, marido do satã, onde está a sua tatuagem? Você ainda tem piercing? Será que você transa?"
— Eu não falo só isso.
— Depois eu que sou o limitado.— caçoei dando a primeira bebericada no drinque vermelho a minha frente.
— Como eu disse, eu não falo só isso.
— Acho que eu não quero descobrir o que mais você pensa de mim.— era meio amargo dizer isso, mas sincero.
— Você é gentil, mesmo não querendo você cuidou de mim ontem quando eu estava bêbado.— tentou ser positivo.
— Sua mãe mandou.
— Ninguém manda em você Jimin, não precisa se fazer de vilão, eu estou até me redimindo aqui... Você também me ajudou com meu pai.
— Aliás, qual a neura do seu pai com você? Ser gay não é, ou é?
Ele fechou a cara, é, ele não iria falar.
— Não vão fazer essa pergunta na segunda, não precisa se preocupar.
— Você é meu maridinho, eu preciso saber sobre você.
— Sua tatuagem é o que? Uma mensagem sublimar? Alguma sacanagem? É tribal? — mudou de assunto drasticamente.
Tinha coisa ali.
— Sabe que é excitante ver você curioso sobre minha tatuagem? — fui irônico ao levar mais uma vez a taça fina a boca.
— Viu, você não fala sobre a tatuagem e eu não falo sobre meu pai.— sorriu sínico.
Tá bom, senhor limitado.
Pensei, mas não falei. Ele estava certo, no ponto de vista dele, não precisávamos falar sobre tudo, e eu abraçava essa ideia.
— Olha só quem está aqui! — Taemin aparece no meio de nós, quebrando o silêncio.
Ótimo, eu estava tendo mesmo um belo dia.
— Oi Taemin.— Jungkook o cumprimenta com aquele aperto de mão todo hétero que eu odiava.
— Oi.— comprimi um sorriso forçado e ele beijou minha bochecha.
Eu mesmo já não esperava menos vindo dele para mim.
— Que bom que trouxe ele aqui! — falou com Jeon.
Para falar a verdade, eu não sabia por que ele tinha feito aquilo. Poderíamos ter ido embora, mas ele me trouxe...
— Ah, sim, aqui é legal.— sorriu.
— Vocês vão ficar sentados aí? — olhou para mim, depois para Jungkook, que respondeu "sim".— Jimin, vamos dançar, eu amo essa música!
Não consegui nem negar, ele pegou minha mão e começou a me puxar para a pista, tentei me segurar em Jeon, foi uma tentativa desesperada, mas ele só começou a se desprender enquanto ria.
— Eu te odeio.— falei para Jeon, ele ri e rolei os olhos me rendendo a Taemin, que me levou para o centro da pista.
Estava tocando One Dance, do Drake. Merda, eu gostava dessa musica, mas a mão de Taemin na minha cintura me incentivando a rebolar, não.
— Eu não sei dançar, para com isso, eu não vou rebolar.
— Já vi você rebolando, e é lindo, porque não mostra pra esses perdedores o que sabe fazer? — provocou.
Acho que todo mundo ali sabia que eu amava me exibir, uma droga quando todos sabem da sua fraqueza.
Precisava de um novo calcanhar de Aquiles.
Não demorou para que eu entrasse na dele e começasse a dançar ao som da música alta que rondava o local. Estranhamente não me senti cansado, me senti incrível, como a muito tempo não me sentia.
A música foi parando, e meu ânimo também. O cansaço e o calor tomou conta de mim e eu avisei Taemin que iria me sentar um pouco, meus quadris não iriam aguentar mais uma.
— Volte quando precisar de mais, babe! — falou indo em direção em alguma outra isca, espero que essa esteja disponível, pelo menos.
Ao me aproximar de Jungkook, vi que ele não estava sozinho, tinha um homem sentado no meu lugar. Ele era bonito, com cabelo bem vermelho, seu sorriso quadrado e o rosto perfeitamente simétrico...
— Você está sentado aqui? — o desconhecido começou a se levantar todo sem graça por roubar meu lugar.
— Pode ficar, Taehyung.— Jungkook o interrompe.
Não, não pode não.
— Ele pode senta-se comigo.— Jeon dá algumas batidas na coxa para que eu sentasse ali.
Fiz uma careta nítida de nojo, mas logo lembrei que estávamos insinuando ser um casal, então apoiei meu traseiro naquele coxa meio contragosto.
— Taehyung, esse é o Park Jimin. Jimin, esse é o Kim Taehyung.— apresentou nós dois.
— Muito prazer! — sorri esticando a mão, que foi apertada logo em seguida.
A diferença de sua mão, com a minha era quase humilhante, para mim, no caso.
— Então ele é o seu noivo? — abriu mais um sorriso enquanto me analisava.
— O próprio.— passou a mão na minha cintura e apertou com força. Que diabos era isso? Eu já estava no colo dele, não precisava disso.— Amor, ele é um ex namorado meu.— explicou descontraído para mim.
Fazia sentindo agora.
— Ele é péssimo na cama, né? — dei um tapinha no braço do tal Taehyung, afim de provocar Jeon, ele apertou o braço na minha cintura, mas eu ignorei.
— Não foi o que disse ontem.— reagiu tentando manter a honra.
— Vocês são estranhos.— o ruivo a nossa frente ri e bebe de sua cerveja.
— Você veio sozinho? — perguntei, tentei puxar um assunto. Ele não parecia ser chato, então fui simpático.
— Não, ele acabou de ir comprar uma bebida.— apontou para um homem na outra ponta do balcão, que estava esperando seu drinque. Ele percebeu nosso olhar então acenou e sorriu.
Quando volta, apenas sorri gentilmente e passa o braço pelo pescoço de Taehyung, depois rouba um selinho.
Ele não fala sobre nada, nós também não.
Comecei a ficar entediado enquanto estava sentado naquele projeto de banco que era a coxa do meu suposto namorado então observei as coisas ao meu redor.
A lado do corpo de Jungkook tinha um copo de uísque, duplo. Ele falou que não iria beber, por que bebeu?
— Quer beber mais alguma coisa, Jimin? — Jeon percebeu que eu estava olhando para seu copo.
— Não.— rebati rápido e mudei meu olhar de direção, olhei para os de cabelos de fogo, ele e o namorado estavam se beijando.
— Eu vou querer mais uma dose aqui.— Jungkook fez sinal para o barman, que encheu seu copo novamente.
Fala sérioooo!
Ele bebeu de uma vez todo o líquido do copo e quando acabou falou um "ahh".
— Amor, eu amo essa música, vem, vamos dançar! — puxei o braço de Jeon para bem longe dali.
Estava tocando Havana, da Camila Cabello, Jungkook olhava para mim e não entendia nada do que eu estava fazendo.
— Você bebeu.
— Eu sou maior de idade, quer ver minha identidade?
— Não seja idiota, por que você tá agindo como se tivesse algo para provar pra ele? — continuávamos a dançar ao som da Havana.
— Estás terrivelmente enganado, Park.— começou a dançar também, bem colado a mim e teve a cara de pau de olhar para o tal de Taehyung.
— Então porque está se esfregando em mim? — olhei em direção ao nossos quadris unidos.
— Talvez eu esteja bêbado e fiquei com tesão em você, não sabe-se ao certo.
Empurrei ele revirando os olhos, já era um idiota, agora que reencontrou o namoradinho da faculdade ficou mais ainda, o pior era que estava me usando pra isso.
Deve ter sido corno, certeza.
— Vamos embora, agora.— ordenei me afastando mais ainda dele.— Você tem que dirigir um barco, então vamos.
— E se eu não quiser ir?
— Eu pego um barco táxi, sei lá, estou vazando! Não vou servir de isca pra rolo de faculdade.
— Ele não é um rolo de faculdade!
— Ah é? Pouco me importa o que ele é!
— Você não o conhece, não fale de quem você só sabe o nome!
Jungkook era — oficialmente — a pessoa mais idiota do planeta terra. Além de um provável corno, ele corria atrás do rolo da faculdade e dizia que eu não podia julgar alguém sem conhecer.
— Logo você me dizendo pra não falar de quem eu não conheço? Me chama de marido do satã e o caralho a quatro, mas não aguenta eu falar da sua transa de faculdade? — quando percebi já estava discutindo com ele.
Espera, eu estou discutindo com ele?
Perdi tempo da minha vida aumentando meu tom de voz com ele? Ah não, eu realmente não estou me reconhecendo mais.
— Desculpa! — gritei pelo barulho da música.
— O quê? — aproximou o ouvido da minha boca.
— Desculpa, eu realmente não conheço ele, Taehyung parece ser simpático, e inteligente.— continuei com o tom alto.
— É, eu sei.— gritou no mesmo tom que eu.— Por que acha isso?
— Primeiro; simpático porque veio falar com você mesmo não tendo mais nada.— juntei ar, falar alto demais cansa.— Segundo; inteligente porque foi esperto o suficiente para largar você.
Ele afasta o corpo do meu e fica me encarando surpreso.
— Boa noite, estou indo embora! — sorri vitorioso fazendo sinal de tchau.
Esbarrei em umas cinco pessoas até finalmente alcançar a saída, respirei o ar puro, que naquele lugar eu não tinha conseguido dar uma arfada descente sequer.
Eu sabia mais ou menos o caminho de volta para o barco, não era difícil, na verdade era bem fácil, você só tem que seguir a trilha do mar, né?
Merda, estou praticamente rodeado de mar, eu nunca vou achar.
— Jimin? — Taemin estava na saída da loja, com um cigarro na mão.
Agora ele fuma também?
— Graças a Deus! — glorifiquei aos céus por ele estar ali.— Você pode me levar pra casa?
— O que? E o Guke?
— Ele vai mais tarde, está com uns amigos.— menti, na verdade eu nem olhei pra trás quando saí correndo de lá.
Sinceramente, pouco me importo. Ele não estava bêbado e sabia o caminho de volta para casa, então não precisava de mim ou da minha pena.
— Ele sabe que eu vou te levar?
— Não, eu disse que ia pegar um barco táxi.— não era totalmente mentira.— Você me leva?
— Que bom que eu não bebi.— começou a caminhar.
Ele era naturalmente meio bêbado.
Taemin me levou para casa sem me fazer nenhuma pergunta, até me ajudou a sair do barco e tudo, eu até fingi que queria que ele ficasse, mas prometeu ajudar o pai em algo logo cedo, ótimo para mim.
Eu estava cansado, o suficiente para não querer tomar um banho. Só troquei de roupa, coloquei o usual, uma camisa larga branca e retirei a calça, ficando apenas com a minha cueca preta.
Tudo certo, agora eu só vou trancar a porta e tentar dormir.
Passou-se mais ou menos uma hora e meia, até que eu me desse conta de que Jungkook tinha chegado em casa.
— Jimin, você trancou a porta! — bateu duas vezes na porta.
— Eu sei.
— Eu não consigo entrar se você não abrir.— falou como se fosse óbvio.
— Eu sei.— repeti.
O silêncio tomou conta de nós dois por um minuto, esperei que ele entendesse e tivesse ido embora, mas ele voltou a bater na porta com pouca força com medo de acordar as pessoas da casa.
— Deixei a manta da fertilidade e o sofá tem muitas almofadas.
— Vai me por pra dormir no sofá? Nós nem dormimos juntos! — continuou tentando abrir a porta.— Eu sei o que eu quero que você faça, eu quero que você abra a porta. É isso.
— Achei um tremendo desperdício, eu não vou abrir.
— Você tem que abrir.
— Eu tenho? Então por que é que eu não estou abrindo?
E mais uma vez, silêncio.
— Boa noite no sofá.— caçoei.
— Vai se ferrar.
Jikook tá de mal!
Eu só queria deixar claro que o Taemin não é uma vagabunda desesperada, ele só é aquele primo colombiano maluco do filme, que eu fiz uma adaptação.
amem ele, eu o amo.
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