. 4 . (Final)

Esse é o som da felicidade?

Pois não consigo expressar o suspiro que escapa da boca de Tae de outra forma. Seus olhos se enchem de lágrimas, enquanto ele segura minha mão:

— Jieun, eu te amo tanto, tanto... Sua voz é linda, meu amor.

Ele se levanta e me puxa para um beijo. O som de palmas ecoam ao nosso redor, as pessoas aplaudem celebrando o nosso amor. Quando o beijo termina, olhamos um para o outro, incapazes de explicar o que está acontecendo, mas pouco importa agora. Encontramos o nosso paraíso.

— Amor, eu trouxe algo comigo, e acho que não há momento melhor para isso. — Ele diz, e imagino que esteja se referindo ao conteúdo misterioso da mochila.

— Finalmente vai me mostrar o que tanto escondeu de mim?

Ele ri baixinho, e caminhamos até onde deixamos nossas coisas. Ele pega a misteriosa mochila e a abre. De lá, ele tira um vestido branco, tão branco que parece ter vindo das nuvens claras dos dias ensolarados. Observo o vestido, encantada com sua delicadeza.

— Quando o encontrei, naquela casinha, ele estava sujo e encardido, mas imaginei que você ficaria linda nele.

— Você carregou isso até aqui? Por quê? — O encaro, sem entender o que ele queria com aquilo.

— Não só carreguei isso, mas também isso. — Ele tira um terno da mochila, e eu o encaro ainda mais confusa. Então, ele se aproxima e coloca uma parte do meu cabelo para trás da orelha. — Amor, eu prometi a você um casamento incrível, mas acho que não temos muita escolha. Eu trouxe essas roupas porque, quando chegássemos no bunker, eu queria que oficializássemos tudo de uma vez. Cada parte de mim te pertence, tudo em mim te ama, e eu quero confirmar isso a você. Vamos fazer nossos votos aqui e trocar as alianças? O que me diz?

— E quando é que eu conseguiria te dizer não?

✨💕✨

Termino de colocar o vestido, e Tae me ajuda a fechar os vários botões que percorrem minhas costas até o quadril. O vestido é um modelo antigo, mas nada interfere em sua beleza. O decote é canoa, enquanto a manga flutuante, toda bordada, cobre parte de meu tronco. O vestido é acinturado e conta com uma faixa de cetim que se prende na cintura. Seu caimento é mais reto, e a barra é toda bordada. Flores brancas estão costuradas por toda a saia do vestido. Ele é simplesmente lindo.

Tae está usando seu terno, que está um pouco largo, mas não atrapalha sua beleza. O paletó é do modelo casaca, com uma cauda que se estende até a altura dos joelhos e, claro, a fenda que dá charme ao modelo. A calça está mais justa, e a camisa branca o deixa bastante sofisticado. A cereja do bolo é a gravata borboleta que completa seu visual. Olho para seus pés, e ele está de tênis. Tae ri e diz:

— Ninguém vai olhar para meu pé.

De mãos dadas, voltamos para o restaurante, e tudo lá mudou. Um palco foi montado, com vários arranjos de flores brancas espalhadas. Todas as pessoas estão sentadas, sorrindo e nos parabenizando pelo casamento. Não importa mais entender o que está acontecendo, no momento, nos importa confirmar nossos sentimentos.

Subimos ao palco e Tae rouba uma das flores, a colocando em minha orelha. Faço o mesmo e sorrimos em resposta ao nosso gesto carinhoso. Em seguida, tomamos as mãos um do outro, encarando-nos. Estamos prontos para expor diante de tantos estranhos, tudo o que sentimos um pelo outro.

— Bem, eu começo. — Tae se adianta e fixa o olhar em mim. — Jieun, quando perdi a visão, senti como se minha vida tivesse chegado ao fim. Fiquei sozinho naquela selva de pedra, cercado por pessoas prontas para me fazer mal. Não desejava mais viver, estava destroçado por dentro. Ainda me lembro de como te tratei naquele tempo, e sinto remorso por ter sido tão rude. No entanto, havia tanta escuridão dentro de mim, que eu estava dilacerado e perdido. Mas você nunca desistiu de mim, ergueu-me com seu amor e acreditou em todas as minhas capacidades. Fez-me compreender que nem tudo havia acabado e me mostrou o que é o amor. Amo você, de uma forma que não consigo explicar. E prometo que enquanto viver, irei te amar e respeitar, proteger e cuidar de você, pois sua felicidade é o que mais importa para mim. Obrigado por tudo, meu amor.

Um sorriso se mistura às lágrimas em seu rosto, e sinto o impulso de beijá-lo. No entanto, é a minha vez de expressar meus votos. Então, enxugo suas lágrimas e começo a falar:

— Taehyung, você significa tudo para mim. Amo cada um dos nossos momentos, a vida que construímos e até mesmo as adversidades que enfrentamos nesse fim de mundo, porque você esteve ao meu lado, me protegendo e me lembrando de que nosso amor sempre prevalecerá. Não precisa se desculpar pelas coisas que aconteceram quando nos conhecemos. Você tinha muitas questões para compreender e superar. Eu queria ser sua amiga, fazê-lo sorrir durante sua reabilitação, e acabei tornando-me sua esposa, sua confidente, seu amor. Prometo continuar dedicando minha vida a você, pois você é o homem dos meus sonhos, é a minha felicidade, e estaremos juntos até o fim.

Não resistimos mais e deixamos nossos corpos falarem mais alto, entregando-nos a um beijo apaixonado. Suas mãos me puxam pela cintura, enquanto meus dedos percorrem seus cabelos lisos. Tae é o amor da minha vida, e seus beijos sempre serão como mel para mim.

Trocamos as alianças, e recebemos os calorosos aplausos de nossa estranha plateia. Sorrimos e caminhamos para o centro do salão. Tae dirige-se a uma jukebox que não tínhamos notado antes de chegarmos ao centro do salão e procura por uma música. Ele me olha surpreso e diz:

— Amor, tem "Permission To Dance"!

Sem mais delongas, coloca a música para tocar. A voz do cantor preenche o ambiente, e todos se levantam ao reconhecer a melodia. À medida que a música cresce, seu ritmo animado e envolvente ecoa pelo salão, fazendo com que todos dancem.

Meu marido e eu dançamos de forma desengonçada, deixando nossos corpos expressarem a felicidade que enchem nossos corações. Ele me faz girar várias vezes, seus pés se movem de forma estranha, mas não ligamos nem um pouco. Seguimos em nosso próprio estilo, pois não precisamos de permissão para dançar do nosso jeito. Terminamos a dança, ele me toma em seus braços, inclinando meu corpo para o lado enquanto beija meus lábios. Seguro em seu pescoço e sorrimos durante o beijo, teria sido uma bela foto.

De repente, algo quente se aproxima. Ao abrir os olhos, o salão está escuro, teias de aranha e poeira perpetuam por todos os lados e as pessoas desapareceram. Meu vestido está amarelado e com mau cheiro, enquanto o terno de Tae está rasgado e manchado. Seu olho cego voltou ao branco, e o silêncio retorna para mim. Em minhas mãos, a filmadora ainda está ligada, filmando o chão, e em nossa frente, o cubo.

Tae não hesita, pega em minha mão e começamos a correr pelos corredores escuros e confusos, sem saber para onde correr, apenas lutando por nossas vidas. Encontramos uma área mais iluminada e corremos para lá, mas o que vemos é apenas o fim.

Um enorme buraco na parede nos mostra o que nos aguarda lá fora. Há muitos cubos rondando a região, tantos que não conseguimos contar. Não há para onde correr...

Mas Tae não desiste, puxa-me para trás enquanto o cubo que nos persegue se aproxima cada vez mais. Encontramos as escadas e descemos, chegando ao imenso salão com a montanha de roupas. Olhamos desesperados em todas as direções, mas não há para onde correr. Minha suposição estava certa, nunca houve um bunker. A IA deve ter espalhado essas informações, atraindo inúmeras pessoas com a falsa esperança de sobrevivência.

Tae cai de joelhos, cuspindo sangue, sua pele está mais amarelada que o normal. Antes de acudi-lo, o cubo se aproxima, mas eu não estou disposta a me entregar assim.

Próximo à pilha de roupas, vejo uma barra de ferro e a seguro, mas antes que pudesse atacar, Tae a toma de minha mão. Sem pensar muito, ele desfere incontáveis golpes no cubo, com todo seu ódio acumulado pelo caos do mundo. No entanto, nada adianta, apenas o deixa mais fraco e ele cai diante de mim. Tae se rasteja para meu lado e o abraço por trás. Sua mão segura a minha firmemente, enquanto o cubo continua a se aproximar.

O robô começa a emitir uma luz vermelha, irradiando seu calor mortal. É o fim, depois de todo esse tempo sobrevivendo, encontramos nosso fim no mesmo lugar onde várias pessoas tiveram suas vidas ceifadas. Tae aperta minha mão, seu corpo tremendo, ele está com medo, mas não há nada que possamos fazer para fugir. No entanto, eu posso protegê-lo uma última vez, então cubro o olho que não é cego com minha mão, para que ele não veja o que está por vir. Minhas últimas lágrimas escorrem, enquanto sinto o calor queimar de dentro para fora.

Esse é o som da morte?

Não, não pode ser, pois mesmo que a IA tenha vencido nossos corpos, nosso amor permanece firme como pedra sólida, um sentimento que nunca tirarão de nós.

No final, do pó viemos e ao pó retornamos, juntos, para sempre.

Nosso amor venceu.

















Confesso que eu já podia ter postado, mas eu choro igual criança com esse final.

Muita gente disse que o amor deles não venceu, mas eu discordo completamente. Eles sobrevieram a diversos desafios juntos, permaneceram se apoiando em meio às dificuldades. Sabemos que em situações de desespero, as pessoas podem mudar, faz parte do nosso instinto de sobrevivência. Mas o amor deles permaneceu intacto e, nem mesmo a IA pode tirar isso deles. Vencer não se trata só de sobreviver, estarão sempre juntos...

Agradeço a todos que leram, votaram, comentaram, espero que vocês tenham gostado.

Convido a todos que ainda não viram o vídeo da música para assistir e ampliar seus sentimentos sobre a história.

[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]


Até mais manguinhas

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