7. The Pirate's Curse
╴╴╴╴╴╴╴╴╴╴
Jimin e Jungkook enfrentaram uns cara antes de chegar ao navio. Jungkook bebado falou algo sobre seu passado e isso deixou Jimin confuso. Eles acabaram dormindo. Vamos ver como será o dia seguinte
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Assim como Jimin esperava, Jungkook acorda na manhã seguinte com dor de cabeça.
Não é a primeira vez que ele nota, mas Jungkook sempre consegue acordar a tempo sem nenhum alarme. Jimin se pergunta se é o resultado de muitos anos no mar, ou se ele tem um relógio interno. O sol ainda não saiu então há pouca luz dentro da cabana.
Jimin é acordado por um barulho alto. É Jungkook, que tropeça nas botas no chão e acerta o quadril na quina da mesa. Seu grito de dor é o suficiente para acordar Jimin completamente.
— Quem diabos deixou esses sapatos aqui? — Ele murmura com sua voz rouca matinal enquanto coloca a mão no quadril com uma careta.
— Eu. Você estava prestes a dormir com elas ontem à noite. — Jimin responde, não conseguindo esconder seu sorriso divertido.
Jungkook prende o cabelo atrás das orelhas, que estão mais vermelhas que tomates.
— Desculpe por ontem...
— Você se lembra de alguma coisa? — Ele pergunta, sentando-se.
— Oh, você sendo um fodão e lutando contra aqueles bastardos? — Os lábios de Jungkook se curvam em um sorriso malicioso. — Claro que sim.
Jimin ri. Seu sorriso desaparece quando ele se lembra do que assombrou seus sonhos a noite toda. Seu rosto cai e o pirata percebe.
— Duende? Algo está errado? — Jungkook pergunta e começa a lavar o rosto com um pouco de água fresca.
— Você... você me disse algo ontem.
— Acho que disse um monte de coisas bobas ontem. — Jungkook diz, tentando iluminar o humor de Jimin. — Qual delas você quer dizer?
Jimin respira fundo e olha Jungkook nos olhos.
— Você me disse que não pode se apaixonar de novo. Que você amou uma vez e essa pessoa morreu.
Jimin esperava que Jungkook reagisse mais surpreso. Mas o capitão apenas para por um momento antes de passar as mãos úmidas pelos cabelos. Ele então tira o casaco, coloca-o sobre a mesa e pega alguns papéis. Então caminha até a cama e senta na frente de Jimin, cruzando as pernas.
— Eu ia te contar esta manhã. Parece que me precipitei ontem à noite.
— Você não precisa me dizer, Jungkook. Deve ser muito difícil para você.
— Tudo bem. Eu confio em você. Além disso, talvez você possa me ajudar. — Jungkook diz com um pequeno sorriso. Ele então limpa a garganta. — Eu vou te contar desde o começo. Você se lembra de me perguntar sobre esses desenhos?
Ele oferece os papéis para Jimin. Assim como Jimin pensou, são os desenhos do monstro marinho que ele viu no primeiro dia. Ele assente e cuidadosamente os pega, roçando seus dedos nos de Jungkook, e os analisa com espanto.
— O Leviatã não é um conto de fadas infantil. Eu vi essa criatura com meus próprios olhos.
Jimin rapidamente olha para Jungkook, procurando por qualquer sinal de verdade ou mentira em seus olhos, mas só encontra as esferas redondas de que gosta tanto. Os olhos de Jungkook são como um livro aberto, e parecem genuínos como sempre.
— Você... você viu? — Jimin pergunta, perplexo, olhando entre o pirata e as ilustrações.
— Aconteceu há cinco anos. Comecei servindo como garoto de recados em um navio pirata, lembra? Bem, meu capitão na época estava obcecado em encontrar o Leviatã. A maioria das pessoas pensava que não existia, que era apenas uma lenda que as mães contavam aos filhos para impedi-los de nadar no fundo do mar. Bem, ele acreditava que era real, e fiquei impressionado com sua força de vontade e dedicação para encontrá-lo. As histórias dizem que até mesmo uma das escamas do Leviatã seria capaz de grandes fortunas para quem as possuísse. Isso foi o que o capitão disse a sua equipe para ganhar seu apoio.
— Isso é... ele queria encontrá-lo e pegar algumas de suas escamas?
— Em teoria, sim. Isso é o que eu acreditava, pelo menos. De alguma forma, ele acabou descobrindo onde o Leviatã provavelmente apareceria. Navegamos por semanas intermináveis até chegarmos lá, e a essa altura estávamos todos tão exaustos que quase esquecemos o propósito de nossa expedição. Na noite de lua cheia, porém, conseguimos. Encontramos uma caverna próxima e o Leviatã apareceu.
— Como foi? — Jimin pergunta, surpreso.
— Maravilhoso. — Jungkook diz, sorrindo. — Uma coisa é ver no papel, mas na vida real… Foi a coisa mais linda que eu já vi. Vimos apenas suas barbatanas roçarem a superfície da água, mas todos sabíamos que era o Leviatã. O que eu não esperava era que meu capitão desse a ordem de atirar.
Jimin, completamente imerso na história, solta um suspiro.
— Ele queria matá-lo?
— Sim. Eu acreditei tolamente que iríamos apenas olhar para ele, talvez pegar algumas de suas escamas e deixá-lo como era. Mas é claro que o capitão tinha outros planos. Imediatamente implorei para ele parar, que não devíamos matar uma criatura majestosa como aquela, mas ele me ignorou completamente. Afinal, eu era apenas uma criança sem importância. Eles começaram a atirar arpões e balas de canhão na água, e tudo o que pude fazer foi observar, rezando para que o Leviatã se escondesse. Mas isso não aconteceu. Em um piscar de olhos, nosso navio se partiu ao meio.
— Como você conseguiu sair vivo? — Jimin pergunta.
— Eu estava convencido de que morreria no começo. Ver a cauda do Leviatã quebrar a madeira como se fosse um galho foi assustador, para dizer o mínimo. Alguns tripulantes caíram no mar, mas a maioria de nós teve sorte e conseguiu se segurar. Esperávamos outro ataque que não veio. O Leviatã desapareceu e as ondas enormes se acalmaram, como se nunca tivesse existido.
— Aquele idiota sobreviveu? — Jimin pergunta. — O capitão?
— Ele fez. No final, todos nós voltamos para a praia. Eu não sabia por que o Leviatã poupou todos nós, mas não estava reclamando.
— O que aconteceu então? O que você quis dizer com 'não se apaixonar'?
— A tripulação se separou, com medo de voltar ao mar depois do que aconteceu com a criatura marinha. Para desespero de meus pais, comecei a viajar na esperança de encontrar alguém para começar minha própria equipe. Eu queria ver o Leviatã novamente, mas não poderia fazer isso sozinho. Aconteceu três anos depois. — Jungkook para por um momento, brincando com os fios soltos em suas calças — Voltei para casa, falhando miseravelmente em minha tarefa. Eu ia muito a uma taberna perto do mar, e lá conheci um rapaz. Seu nome era Alek. Eu me apaixonei na primeira vez que nossos olhos se encontraram. Ele era um artista. Ele era charmoso, bonito e gentil. E ele também gostou de mim, surpreendentemente.
Apesar de saber como essa história terminará, Jimin não pode deixar de sorrir ao ver como os olhos de Jungkook se iluminam enquanto conta aquela parte da história.
— Passamos alguns meses juntos. Eu sempre ia vê-lo se apresentar e, em troca, ele sempre passava um tempo comigo no oceano. Uma noite, quando estávamos descansando em um barquinho que meu pai me deu, eu disse a Alek que me apaixonei por ele.
— Você sabia que ele te amava de volta, não é? — Jimin se pergunta.
— Claro que sim. Eu não teria contado a ele meus sentimentos de outra maneira. — Jungkook diz com um sorriso triste. Ele então abaixa a cabeça e olha para as mãos no colo. — Ele disse que me amava também. Antes que eu pudesse beijá-lo, ele desapareceu de repente. Ele se transformou em água e eu não pude fazer nada a respeito. A princípio pensei que era uma pegadinha muito cruel, mas ele não apareceu por mais que eu o chamasse. Enquanto olhava para o oceano, lembrei-me do que aconteceu naquela vez com o Leviatã.
— Você acha que o Leviatã tem algo a ver com isso. — Jimin adivinha.
— Estou convencido de que está conectado de alguma maneira.
— Você está tentando encontrar o Leviatã de novo. — Jimin se arrisca, lembrando como Seokjin repreendeu Jungkook por demorar tanto, e o que Jungkook disse no dia anterior sobre procurar por algo.
— Esse era o meu plano, até que o oceano cuspiu você no meu navio. — Jungkook diz com um sorriso mais genuíno desta vez, olhando brevemente para Jimin.
— Oh, então agora é minha culpa que você não conseguiu? — Jimin pergunta brincando em tom ofendido, conseguindo fazer Jungkook abrir outro sorriso. — Quando nos encontramos com Hoseok ontem, você disse que ele ficou aqui para coletar informações para você. É sobre o Leviatã?
— Você é bem observador.
— Isso é conhecimento comum. Já superamos isso. — Jimin diz, acenando com a mão.
— Isso é. Pedi a ele que fizesse uma pesquisa. O Leviatã é uma criatura supostamente mítica, estou convencido de que deve ter alguns outros poderes. Talvez tenha feito algo conosco naquela noite.
Jimin só pode olhar para o homem que está na sua frente com espanto. Jungkook não está chorando, mas seus olhos geralmente brilhantes agora estão escuros de tristeza e raiva. Jimin duvida que ele seja importante para Jungkook, mas quer desesperadamente que ele se anime. Ver o capitão desse jeito faz seu coração doer de uma maneira que ele jamais imaginou.
Ele pega uma das mãos de Jungkook. É maior que a dele e mais áspera, o que ele imagina ser o resultado de muitos anos de pirataria. Ainda assim, Jimin acha bonito, mesmo sem as habituais joias douradas.
— Isso deve ter sido horrível. — Jimin diz, acariciando as costas da mão do pirata com o polegar — Sinto muito.
— Tudo bem. — Jungkook diz. — Eu segui em frente. Só quero descobrir o que aconteceu naquele dia.
— Vou te ajudar. — Jimin afirma com firmeza, apertando a mão de Jungkook para fazê-lo se concentrar em seu rosto. — Duvido que seja útil, mas vou tentar o meu melhor.
— Se eu descobrir onde está o Leviatã, Jimin, irei em sua direção. Pode ser perigoso.
— Eu não ligo. Já estou envolvido nisso tudo, não estou? — Jimin diz: — Você merece entender o que aconteceu, Jungkook. Quero que você volte a amar sem temer que alguém desapareça.
— Você pode ficar aqui, com Yoongi e Seokjin. Eles vão te mostrar como pescar e como vender no mercado...
— Não, obrigado. Eu não como peixe. — Jimin diz e faz uma pausa. De repente, tendo uma vaga lembrança de não comer peixe por alguns anos. É um detalhe inútil, mas ele se lembra de algo. Mesmo coisas como essa significam progresso. Jungkook também nota e olha para Jimin com os olhos arregalados — Eu não como peixe. Uau.
— Jimin, isso é... Você se lembra de mais alguma coisa?
— Não, de nada. Minha cabeça ainda está vazia, mas agora sei que por algum motivo não como peixe. — Ele diz com uma risada. Ou ele está ficando louco ou algumas de suas memórias estão voltando lentamente. — De qualquer maneira, eu não vou ficar aqui, Jungkook. Eu vou com você. Se encontrarmos o Leviatã, que assim seja. Estou curioso para ver.
— Jimin…
— Vou com você nessa aventura, caso encerrado. A tripulação sabe do que você está cuidando?
— Apenas Taehyung e Hoseok. Tenho medo de que pensem que sou louco se lhes contar.
— Isso me faz sentir especial. — Jimin brinca.
Jungkook solta uma risada.
— Você é. — Ele murmura baixinho. — Para mim, pelo menos.
Depois da conversa, eles rapidamente se lavam e se vestem. Jungkook não veste o casaco desta vez, e é preciso muito esforço para Jimin não olhar para o quão bom ele fica apenas com sua camisa branca meio desabotoada. Então, eles voltam para a cidade.
Jimin espera que o capitão os leve até a pousada, mas em vez disso Jungkook continua caminhando para a direita ao longo do porto até chegarem a um pequeno barco de aparência abandonada amarrado a um dos últimos postes de amarração da fileira.
Jimin quase tem um ataque cardíaco quando um sorridente Hoseok aparece atrás de uma de suas velas rasgadas.
— Bom dia! Venha, venha. — Ele os chama, acenando com entusiasmo. Jungkook pula graciosamente no barco, que range alto e balança de um lado para o outro, então estende uma mão para Jimin.
— Essa coisa não parece segura. — Jimin aponta. Mas de qualquer maneira aceita a mão de Jungkook com um sorriso agradecido e pula no convés, embora sem a graça de Jungkook.
— Quero dizer, ninguém o usa há anos. — Hoseok explica, apontando para as velas obviamente rasgadas e sujas penduradas no mastro. — Mas flutua.
— Ninguém toca nele, então Hoseok hyung e eu o reivindicamos como nosso local de reunião. — O capitão diz enquanto se senta mais perto da proa.
Jimin cantarola em compreensão e rapidamente se senta também. Ele consegue se imaginar perdendo o equilíbrio e caindo na água, e não quer parecer um idiota. Uma vez que os três estão confortavelmente sentados, Hoseok tira alguns pequenos livros de seus bolsos. Jimin se aproxima para inspecioná-los, mas eles estão tão velhos e gastos que ele mal consegue ler os títulos.
— Você disse que tinha informações. — Jungkook diz com uma ponta de ansiedade em sua voz.
Hoseok assente.
— Eu tenho. Em primeiro lugar, conversei com muitos marinheiros velhos e enrugados que não faziam ideia do que eu estava falando. Havia outros que sabiam o que era o Leviatã, mas apenas riram de mim. — Jungkook estala a língua em aborrecimento, mas deixa Hoseok continuar. — Havia um, porém, cujo nome não me lembro, que disse que acha que viu a criatura uma vez.
— Quando? — Jungkook pergunta.
— Quando ele era jovem. Deve ter sido há muito tempo. — Hoseok fala: — De qualquer maneira, ele disse que só se lembra que era noite, em algum lugar no oceano Artnois.
— Isso fica a semanas de distância daqui. — Jungkook reclama. Jimin, por outro lado, nunca ouviu falar do referido oceano antes. — Ele disse a você exatamente o que viu?
— Na verdade. Ele só se lembra de ter visto algo brilhante na água.
— Isso pode significar qualquer coisa, não o Leviatã necessariamente.
Hoseok dá de ombros.
— Ele não foi tão útil de qualquer maneira. Desisti de perguntar às pessoas da cidade e recorrir ao Namjoon. Ele é um rato de biblioteca, sabe. — Hoseok diz, olhando para Jimin. — Eu perguntei a ele onde eu poderia encontrar livros sobre criaturas mitológicas ou contos de fadas, aqueles que ele sempre conta a Jungkook quando estão juntos. Ele recomendou uma biblioteca supostamente secreta não muito longe daqui.
— Onde? — Jimin pergunta.
— Golshire. Não é muito, mas tem seu charme. — Hoseok diz com um sorriso encantador. — Então eu viajei para a vila que Namjoon me disse. Levei quatro dias, Jungkook, as coisas que faço por você. Cheguei lá, todo cansado e sujo, e depois de perguntar a cerca de cinquenta aldeões finalmente encontrei a biblioteca. Foi bastante decepcionante, devo dizer. Tudo escondido em um beco questionável, parecia um pouco superficial. Perguntei ao bibliotecário, também um rapaz bastante esboçado, e ele me deu isso.
Hoseok aponta para a pilha de livros que havia colocado no chão. Jungkook rapidamente pega o primeiro em suas mãos e abre no meio.
— Quem são esses? — Ele se pergunta.
— Não li todos, mas a maioria é sobre contos famosos do mar. Uma é sobre criaturas mitológicas e a outra é uma antologia de histórias de piratas.
— Quanto dinheiro o bibliotecário pediu por isso? — Jungkook pergunta enquanto sopra a poeira das cobertas.
— Dinheiro? — Hoseok ecoa, divertido. — Eu fiz minha melhor atuação até agora. Disse a ele que iria perguntar à minha avó doente qual ela queria e que voltaria em menos de uma hora com os livros.
— Ele acreditou em você? — Jungkook pergunta com uma sobrancelha levantada.
— Fiquei tão surpreso quanto você. Obviamente, não voltei tão cedo. Já se passaram três semanas desde então e ninguém veio aqui para reclamar os livros, então foi um sucesso.
— Você é o melhor, hyung. — Jungkook diz com um largo sorriso, deixando os livros de lado. — Obrigado.
— Isso é tudo o que eu tenho. — Hoseok diz: — Pode não parecer muito depois de dois meses, mas o Leviatã é como um maldito fantasma. Ninguém sabe nada sobre isso. Espero que pelo menos você consiga alguma coisa dos livros.
— Você já fez mais do que o suficiente, hyung. Sentiu falta do Âncora Negra?
— Estou furioso por ter perdido o momento em que ele apareceu. — Hoseok aponta para Jimin — Como tudo isso aconteceu, afinal?
Para a surpresa de Jimin, Jungkook começa a contar ao amigo como tudo aconteceu. Ele explica como Jimin apareceu no meio do oceano em uma tempestade, e Hoseok apenas olha entre Jungkook e Jimin como se estivesse testemunhando um experimento científico.
— Ok, então deixe-me ver se entendi. — Ele diz depois que Jungkook termina de falar. — Você não tem ideia de como chegou aqui?
— Absolutamente nada. — Jimin responde, ficando cansado de explicar a mesma história pela terceira vez agora. — Eu não tenho memórias de nada. Eu só sei que de repente eu estava me afogando no oceano, e que Jungkook me viu e me resgatou.
— Isso é péssimo, cara. — Hoseok diz, cruzando os braços nus sobre o peito. Ele então olha para Jungkook. — Parece que você está lidando com algo tão misterioso quanto o Leviatã.
— Espero me lembrar de algo eventualmente. — Jimin fala, recuperando a atenção de Hoseok — Mas eu não sei como fazer isso acontecer.
— Talvez você só precise de gatilhos. — Hoseok medita.
— Isso é o que eu acho também. — Jungkook fala. — Esta manhã ele lembrou que não come peixe. Estávamos conversando sobre a missão de encontrar o Leviatã, e sugeri que ele ficasse aqui com Yoongi e Seokjin, e aí ele lembrou.
— Isso significa que você virá conosco? — Hoseok pergunta, surpreso. — Quero dizer, sem ofensa, mas você não parece o tipo aventureiro. Em vez disso, você parece o tipo que se apresenta no The Seven Stars.
Jungkook está prestes a dizer algo, mas Jimin o interrompe.
— Sem ofensa, mas não se deve presumir coisas assim quando na realidade não fazem ideia. — Ele começa totalmente ofendido. — Eu me adaptei à tripulação de Jungkook sem nunca pisar em um navio pirata antes. Ele me deu trabalho para fazer, e eu fiz isso muito bem. Não tive uma única briga com o resto da equipe e não causei nenhum problema. Ontem à noite, no caminho de volta para o navio, lidei com um bando de ladrões com um Jungkook bêbado ao meu lado, e saímos disso sem um único arranhão. Acontece que eu me afeiçoei ao Âncora Negra e ao seu capitão, até mesmo ao Taehyung de certa forma, então sim, eu irei com vocês, quer você pense que eu sou do tipo aventureiro ou não.
Há apenas silêncio depois disso. Jungkook está olhando boquiaberto para Jimin, e Hoseok está sorrindo. É Hoseok quem quebra o silêncio.
— Eu gosto dele. — Hoseok diz, olhando para Jungkook. Então, ele se inclina para frente e estende a mão para Jimin. — Estou ansioso para viajar com você, Jimin-ah.
Embora relutante, Jimin aperta a mão do pirata.
— Quando vocês dois se conheceram, afinal? — Ele pergunta por pura curiosidade.
— Na época em que Jungkook estava recrutando membros para sua tripulação pirata. Ele era tão adorável naquela época. — Hoseok diz, ganhando um chute brincalhão do capitão. — Ele de repente veio até mim um dia e perguntou se eu queria ser um pirata. Eu costumava ser algo como um médico. Meus pais também, então eles me ensinaram tudo sobre medicina e cuidados básicos para tratar todo tipo de ferida. Cansei de ficar no mesmo lugar o tempo todo, então arrumei minhas coisas, me despedi dos meus queridos pais e parti para o mundo. Quando eu estava aqui na Veritas, atendendo uma idosa que caiu na rua e machucou o tornozelo, o Jungkook me viu e perguntou se eu tinha interesse em fazer parte da turma dele.
— E você disse que sim? — Jimin pergunta.
— Eu recusei. — Hoseok diz com uma risada. — Eu estava com medo de não poder visitar meus pais se me envolvesse em toda essa vida de pirata. Mas Jungkook acabou me convencendo, e ele nunca reclamou quando eu fiquei em terra para passar um tempo com eles.
— Por que Yoongi e Seokjin também não fazem parte da tripulação? — Jimin pergunta. Eles parecem muito próximos, afinal.
— Perguntei. — Jungkook diz, mordendo o lábio inferior. — Mas eles imediatamente disseram não. Eles disseram que estão muito velhos para fazer isso.
Hoseok rir.
— Eles são um par de lobos solitários.
— E o resto dos marinheiros? Como você reuniu tantas pessoas? — Jimin pergunta, olhando para o capitão.
— Bem, Hoseok hyung conhece muitas pessoas. Sabe a Anisa, aquela mulher com quem você conversou algumas vezes? Ela é uma das amigas dele. O resto deles ouviu sobre meus planos através de Yoongi e Seokjin.
— Eles tiveram algum problema em aceitá-lo como capitão? — Jimin pergunta, lembrando-se do que Jungkook disse a ele no primeiro dia que foi provocado pela tripulação.
— Foi um desafio no começo. Alguns deles eram homens na casa dos trinta tendo que receber ordens de um jovem de dezenove anos, afinal. Mas eles acabaram me aceitando. — Ele responde com um pequeno sorriso nos lábios. Jimin sorrir de volta.
— Quantos anos você tem, Hoseok?
— Vinte e cinco, o mesmo que Anisa. Taehyung-ah tem vinte e três anos.
— Então você é o mais novo a bordo do Âncora Negra! — Jimin diz a Jungkook, dando tapinhas encorajadores em sua perna. — O capitão é o mais novo. Agora isso é alguma coisa.
— Eu disse para você não me provocar por causa da minha idade. — Ele diz movendo a perna para fora do caminho indignado, fazendo Jimin e Hoseok rirem alto.
— Desculpe, desculpe. — Jimin engasga, fingindo enxugar as lágrimas dos olhos. — Peço desculpas, meu capitão, não me deixe preso em uma ilha abandonada.
Jungkook reclama baixinho, mas Jimin pega o fantasma de um sorriso antes de virar a cabeça para o lado.
Jimin decide que Hoseok não é tão ruim afinal. Depois de discutir um pouco mais sobre a criatura marinha, ele convida os dois para beber e comer. Eles vão para o The Seven Stars, onde Namjoon já está servindo a um Taehyung desgrenhado uma tigela fumegante de sopa.
Verdade seja dita, Jimin está se divertindo muito. Os quatro amigos tem tantas piadas internas e histórias entre eles e Jimin não tem muitas chances de entrar na conversa, mas ele não precisa disso. Ele está contente o suficiente observando-os enquanto bebe sua caneca de cerveja que Namjoon lhe deu de graça.
É interessante ver Taehyung rir e sorrir tanto. Ele tem a cara de alguém com uma forte ressaca, mas isso não o impede de provocar Jungkook, rir com Hoseok e discutir com Namjoon sobre as coisas mais aleatórias. A certa altura, seus olhos se encontram e, estranhamente, Taehyung envia a Jimin o menor sorriso do outro lado do bar. Jimin fica tão assustado que esquece de sorrir de volta.
Como de costume, Jungkook, que está sentado ao lado de Jimin, vem em socorro explicando algumas das coisas que eles conversam para que ele possa pelo menos acompanhar a conversa. Ele coloca sua mão cheia de joias no ombro de Jimin toda vez que ele se aproxima para falar, e o coração de Jimin pula dentro de seu peito toda vez. Como ele deveria evitar gostar de Jungkook, ele não sabe.
Felizmente, não é amor. Jimin não sabe exatamente como é, ou porque nunca se apaixonou ou porque não tem lembranças de ter se apaixonado, mas sabe que não está apaixonado por Jungkook. Ainda.
Esse “ainda” o preocupa.
Jungkook havia crescido nele ao longo dos dias. Jungkook foi o único que permaneceu colado ao seu lado desde que ele apareceu no navio, então é de se esperar. Ainda assim, se eles são simples amigos próximos, Jimin acha que não é normal sentir frio na barriga sempre que os lábios de Jungkook chegam perto de sua orelha, ou quando suas mãos quentes tocam seu ombro ou perna. Ele está desenvolvendo uma paixão pelo capitão e não tem certeza se será capaz de impedir que isso continue.
Como Jungkook se sente sobre a situação? Para começar, Jimin supõe que o pirata está se apegando a ele também. Jungkook não o teria deixado dormir em sua cama de outra maneira. Talvez Jungkook o esteja tratando assim porque se sente responsável por ele. Jimin foi jogado nesse mundo sem um manual, afinal, e Jungkook foi o único que fez a maior parte do trabalho, mostrando a ele como as coisas funcionavam.
Jimin supõe que Jungkook irá esperar até encontrar a criatura marinha, o Leviatã. Como o pirata tem medo de se apaixonar e perder outra pessoa amada, ele não fará nenhum movimento em Jimin, mesmo que esteja atraído por ele. O que é lamentável, mas Jimin faria o mesmo. Ele não consegue nem imaginar o quão difícil deve ser para o pirata.
Esse é seu plano: ele ficará quieto por enquanto, mesmo que encontrar o Leviatã leve meses. Jimin é um bom ator. Não chegar perto de Jungkook será difícil, mas não impossível.
 noite, a bordo do Âncora Negra, Jungkook está esparramado em sua cama enquanto Jimin está sentado em sua mesa. Ambos estão lendo: Jungkook, o livro sobre criaturas míticas; Jimin, a antologia de histórias de marinheiros no mar. Ambos estão lendo há mais de uma hora, sem resultados de nenhum dos lados. A fraca luz das velas também não ajuda, e Jimin começa a sentir suas pálpebras fechando aos poucos. Jungkook também está começando a cochilar, e Jimin tem que estalar os dedos para ele sempre que vê a cabeça do capitão cair.
— Foco, Jungkook. — Jimin diz, abafando uma risada. Ele apoia o queixo na mão, inclinando o corpo para o lado para que possa ver como o mais novo cobre o rosto com o livro, seu gemido abafado pelas páginas. — Se eu fosse você não colocaria essa coisa tão perto do seu rosto.
— Eu odeio leitura. Minha atenção sempre foi horrível.
— Eu posso lê-los, não me importo. — Jimin diz, focando seus olhos de volta no livro e longe do belo pirata. — Mas vai demorar mais.
— Não, eu devo fazer isso também. — Jungkook afirma, segurando o livro novamente com as duas mãos. — Preciso resolver isso o mais rápido possível.
Então eles voltam a ler. Cerca de vinte minutos se passam até que Jimin finalmente encontra alguma informação útil.
— Jungkook! — Ele chama. O pirata imediatamente ergue a cabeça. — Olha, no capítulo quinze diz: "Durante minhas três semanas em mar aberto, ouvi muitas histórias. A que mais me chamou a atenção, porém, foi a chamada Maldição do Leviatã."
— Continue lendo, Duende. — Jungkook pede e se senta, jogando seu próprio livro descuidadamente para o lado, que quase cai no chão.
— "Claro, eu não acredito em contos tolos como esses, mas fiquei curioso ao ouvir tal coisa. Não passa de um conto de fadas sem sentido, criado por alguém que tem muito tempo nas mãos, mas interessante mesmo assim".
— Diz mais alguma coisa?
— Eu acho que não. — Jimin murmura enquanto lê o resto da página. — Isso não explica o que é a Maldição do Leviatã. Essa pessoa não se preocupou em explicar isso nesta nota.
— Caramba. — Jungkook xinga, roendo a unha. — É realmente tão difícil escrever um parágrafo a mais?
Jimin ri.
— Não se preocupe, ainda temos mais alguns livros para ler. Deve haver alguma informação em algum lugar.
— Suponho que você esteja certo. Pelo menos temos uma pista para seguir agora.
— Eu não acho que vai ser muito difícil descobrir isso. — Jimin diz. Jungkook levanta uma sobrancelha em questão. — Quero dizer, se seguirmos sua teoria, a maldição é que quem quer que você se apaixone morrerá. Essa deve ser a maldição. Mas como a maldição é colocada? Em que circunstâncias? E quando exatamente a pessoa morre?
— O que você quer dizer?
— A maldição de alguma forma sente que vocês dois estão apaixonados sem a necessidade de dizer isso em voz alta? Precisa que a outra pessoa te ame de volta? Ou a maldição faz sua mágica quando um dos dois a diz em voz alta? — Jimin diz perguntando, marcando as opções com os dedos. — Pode haver muitas opções. Precisamos descobrir isso.
— E também como quebrar a maldição. Se houver uma maldição. — Jungkook diz com uma voz fraca. — Ah, isso está me dando dor de cabeça.
Jimin observa com um sorriso divertido como Jungkook desfaz seu rabo de cavalo e passa as mãos pelos cabelos escuros. Ele empurra sua franja para trás e coloca algumas mechas atrás de suas orelhas furadas, e Jimin simplesmente não consegue desviar o olhar.
— Não sei como vou recompensá-lo por fazer tudo isso.
— Você não precisa, Jungkook. Você literalmente salvou minha vida.
— E você vai salvar a minha se de alguma forma acabarmos descobrindo tudo isso.
Jimin não responde a isso. Em vez disso, passa a próxima hora analisando o livro na esperança de ver algum outro autor falando sobre a maldição. Sua tentativa não tem sucesso, no entanto. Com um suspiro pesado, Jimin fecha o livro e olha para a cama. Lá está Jungkook, com o livro aberto no peito, cabeça inclinada para o lado e olhos fechados. Com um sorriso carinhoso, Jimin gentilmente remove o livro e marca a página para que ele saiba onde ler no dia seguinte. Então, sopra todas as velas, exceto uma, e se arrasta para a cama.
O movimento na cama acorda Jungkook, que boceja e rola para o lado, como sempre.
— Jungkook? — Jimin sussurra.
— Hum? — O pirata responde, deitado de lado encarando Jimin.
— Eu... Esquece, não é nada.
— Me diga. — Jungkook sussurra de volta. Jimin permanece em silêncio, então Jungkook se aproxima e começa a fazer cócegas nele. — Vamos, Duende. O que é?
Jimin, rindo, afasta a mão de Jungkook de seu abdômen.
— Eu só estava pensando... você viu alguém desde que, você sabe... isso aconteceu?
— Em uma relação? — Jungkook pergunta, e Jimin assente. — Não, eu não arriscaria. Passei algumas noites ocasionais com pessoas diferentes, mas apenas quando soube que cortaríamos os laços imediatamente depois.
— Que destruidor de corações. — Jimin brinca.
— Todos nós temos nossas necessidades, você sabe. Não é?
— Não tive tempo para pensar nisso. — Jimin mente. — Quero dizer, não tenho ideia se estou com alguém ou não. Nem sei como foi meu primeiro beijo, se é que já passei por isso.
— Claro que você fez. — Jungkook diz. Jimin olha para ele com os olhos arregalados, o que o faz rir. — Quero dizer, olhe para você. Eu me recuso a acreditar que você ainda não beijou ninguém.
— Bem, mesmo que eu tenha, não me lembro. — Jimin afirma enquanto afofa o travesseiro. Desde que dorme com ele se tornou uma ocorrência diária, Jungkook conseguiu um segundo travesseiro só para ele, um gesto que Jimin aprecia muito. — Então provavelmente vou errar se alguém aqui tentar me beijar.
— Eu não acho isso.
— Devemos testar? — Jimin pergunta brincando antes que seu cérebro tenha tempo de processar o que acabou de sair de sua boca. Ele entra em pânico ainda mais quando os olhos de Jungkook caem automaticamente para seus lábios. O capitão se recupera rapidamente, como se não tivesse acontecido em primeiro lugar.
— Comporte-se. — Jungkook diz em tom de repreensão.
— Eu estava brincando.
— Eu sei.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Não, Jimin. Você não estava. 😂
Espero que estejam gostando. Agradeço a todos pelo carinho. Nos veremos no próximo capítulo.
Na verdade. Ele só se lembra de ter visto algo brilhante na água.
Lembra a coisa brilhante que Jimin viu. Será que foi o leviatã em formato pequeno, já que as coisas mudaram da época do pirata para a atualidade? Foi uma coincidência ou algo que o leviatã planejou por algum motivo desconhecido? Aaaah são tantas perguntas.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top