╴╴╴╴╴╴╴╴╴╴ 
Jimin e Jungkook finalmente encontraram o local onde o leviatã está. Vamos ver como será o encontro.
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶

Jimin sente que o tempo não está passando enquanto eles navegam para mais perto da caverna. Ele se pergunta se é um produto de nervosismo, curiosidade ou ambos. Assim que chegam o mais perto que conseguem com o enorme navio, Anisa e outro homem preparam o pequeno barco de madeira. Hoseok promete a Jungkook que assumirá a tripulação enquanto eles estiverem fora, então Taehyung é o primeiro a descer no barco do convés. Jungkook é o próximo, não sem prometer a seus camaradas que voltará em breve, e Jimin é o último. Ele teria se inclinado muito para a frente e virado o barco se não fosse por Taehyung o agarrando pelas costas do casaco.

— Obrigado. — Jimin sussurra envergonhado.

Jungkook cuida de remar então Jimin fica parado como uma pedra quando eles se aproximam da caverna. Dizer que ele está intimidado é um eufemismo. De perto, parece que as rochas os engolirá inteiros e não deixará vestígios. A luz da lua faz pouco para tornar o interior menos assustador.

Está um silêncio mortal lá dentro, tanto que Jimin dá um pulo ao ouvir uma gota d'água cair, que ecoa nas paredes rochosas. Além disso, ele consegue ouvir a respiração nervosa deles. Jungkook para do lado direito, segurando-se em uma pedra para que Taehyung e Jimin possam sair do barco. Então ele pula pra fora e amarra o barco para que esse não flutue e os deixe presos aqui dentro.

A caverna parece ser muito profunda, e Jimin não consegue chegar ao fim nem para salvar sua vida. A pouca luz que vem de fora mal ilumina a entrada e os fundos estão escuros como o céu noturno. Infelizmente, não há outro caminho a seguir.

— Cuidado, o chão é escorregadio. — Jungkook diz. Mesmo sussurrando, o som é tão alto em contraste com o silêncio medonho que Jimin fica arrepiado.

O capitão lidera o caminho seguido por Taehyung e por último Jimin. Ele é grato, no entanto. Dessa forma, ele pode analisar exatamente onde Taehyung pisa e espelhar seus movimentos para que ele não quebre o crânio se escorregar.

A caverna parece continuar e continuar como um túnel escuro. Jimin mal consegue distinguir o contorno das figuras de seus amigos até que, ao longe, eles avistam alguma luz. Quando Jungkook levanta uma mão para pedir silêncio, Jimin percebe que ele havia engasgado. Eles continuam andando, o espaço tão estreito que eles são forçados a continuar andando em fila. Eles param de repente e Jimin se pergunta por que até olhar para cima.

Há uma abertura no teto da caverna. É uma forma irregular e circular que deixa um pouco do luar brilhar dentro da caverna. Jungkook dá um passo para o lado e gesticula para que eles façam o mesmo. O caminho estreito se alarga no que parece ser uma plataforma feita de pedras. Graças a Deus Jimin não dá um passo à frente, porque no centro as rochas desaparecem em uma lagoa de água do mar. Como se esse cenário por si só não fosse suficiente, Jimin vislumbra um brilho no fundo da caverna.

Jimin ouve seus amigos suspirarem. Ele aperta os olhos, forçando-os a se adaptarem mais rápido à luz repentina. E então ele vê.

Lá está o Leviatã, enrolado na extremidade oposta da plataforma. Assim que o monstro percebe, rosna tão profundamente que Jimin sente todos os ossos dentro de seu corpo chacoalharem.

Jimin fica sem palavras. A criatura parecida com uma cobra é tão grande que, mesmo enrolada, sua cauda alcança a água, e sua cabeça é tão grande que Jimin se pergunta se seus dentes são da mesma altura que ele. Ele tem barbatanas lindas, quase transparentes, que percorrem toda a sua espinha e suas escamas são de um tom iridescente de azul de cair o queixo. Os olhos do Leviatã, de uma cor esmeralda profunda que poderia ser confundida com joias, está focados nos três estranhos, olhando  de um para o outro com desconfiança.

Os três ficam em total admiração, olhando para a criatura que parece ter saído de um conto de fadas. Jimin mal respira, com muito medo de assustar o Leviatã. Taehyung está congelado, então Jungkook é o primeiro a dar um passo à frente. A criatura rosna mais uma vez e Jimin sente suas pernas tremerem.

Taehyung rapidamente agarra Jungkook pelas costas de seu casaco.

— Jungkook. — Ele sibila. — Tenha cuidado.

— Algo parece estranho. — Jimin sussurra, ganhando a atenção deles.

Jimin duvida que o Leviatã ficaria parado quando três humanos estão invadindo seu território. A criatura parece estar se segurando, apenas tentando assustá-los com seus rosnados intimidadores. Jimin semicerra os olhos e, sob a luz fraca vinda da lua, ele ver um rastro de sangue desde a borda das rochas até o local onde o Leviatã está enrolado.

— Está machucado. — Ele percebe. — Mas não consigo ver onde.

Ambos Jungkook e Taehyung viram suas cabeças em direção ao Leviatã. Jungkook ofega suavemente.

— Você tem razão.

— É quando você diz que vai ajudá-lo. — Taehyung resmunga. Quando os outros dois permanecem em silêncio, ele acrescenta: — Você não pode estar falando sério.

— Não custa tentar. — Jimin diz.

— Mantenha essas palavras em mente enquanto essa cobra come você vivo.

O Leviatã sibila de repente, assustando os piratas até a morte. Após o susto inicial, Jimin volta-se para Taehyung.

— Não é uma cobra. Vou dar uma olhada mais de perto, vocês dois podem ficar para trás se quiserem. — Jimin anuncia absolutamente convencido. Ele não deixará um animal tão lindo sofrer, não quando pode fazer algo para ajudar. Ele não sabe como tratar uma criatura assim, mas por algum motivo se sente confiante em si mesmo.

— Eu vou com você. — Jungkook diz e olha para seu melhor amigo. — Tae?

Taehyung solta um suspiro longo e pesado. Ele então solta Jungkook e ajusta sua bandana vermelha.

— Alguém tem que ficar de olho em vocês dois. Vamos.

Caminhar em direção ao Leviatã é mais fácil do que o caminho para o coração da caverna. Eles começam a contornar a lagoa pelo lado esquerdo, para o lado oposto da cabeça da criatura e, portanto, de seus dentes definitivamente pontudos.

Eles tomam medidas cuidadosas para não tropeçar ou escorregar nas rochas úmidas. Jimin entende porque o Leviatã gosta desse lugar. É frio e úmido, perfeito para uma criatura como essa. Ao ver o navio se aproximando, deve ter nadado para fora por baixo d'água e voltado pelo mesmo caminho, conseguindo arrastar seu longo corpo nas rochas até o fundo da caverna.

Assim que chegam ao outro lado, Jimin assume a liderança. O Leviatã parece calmo até Jimin dar mais um passo à frente. Ele vira a cabeça para ficar de olho neles e, de repente, tenta pular na direção dos piratas com a mandíbula aberta. Não vai longe, porém, porque solta um grito horrível de dor e recua de volta à sua posição inicial, toda enrolada em si mesma protetoramente.

Jimin pula para trás e quase corta a perna na ponta afiada de uma pedra, mal engolindo um grito apavorado. A pele de Taehyung fica mais branca que papel e Jungkook nunca pareceu tão abalado antes. Jimin engole em seco nervosamente.

— Eu não vou te machucar. — Ele diz, sentindo-se um pouco estúpido por se dirigir a uma criatura marinha mitológica. — Eu sou Jimin. Estes são Jungkook e Taehyung.

O Leviatã sibila novamente. Jimin toma isso como um sucesso. Pelo menos não está mais rosnando. Ele dá um passo à frente novamente, lentamente. Desta vez, a criatura permanece calma, mas seu olhar é tudo menos amigável.

— Queremos ajudar você. Você está machucada?

Nada. Jimin sente como se falasse com uma parede.

— Eu não posso te ajudar a menos que você me diga o que está errado.

Para sua surpresa, a criatura parece entender. Ele lentamente desenrola seu corpo e Jimin engasga quando vê um arpão preso profundamente sob sua pele escamosa perto da cabeça. Não há como o animal remover sozinho. Jimin sente uma raiva repentina contra quem fez isso com a pobre criatura.

Ele se vira, olhando para Jungkook.

— Você precisa fazer isso, Jungkook, não eu.

— Só precisamos tirá-lo, certo?

— Sim. — Jimin diz. Ele então faz uma pausa e rasga um pedaço de tecido de sua camisa — Não podemos fazer muito mais aqui. Deixe-me molhar isso.

Enquanto caminha até a beira das rochas e se agacha para submergir o pano na água salgada, Jimin tenta se acalmar. Tudo o que precisam fazer é tirar o arpão e limpar a ferida. Jimin não pode fazer mais que isso nessa situação.

Nesse ínterim, Jungkook dá alguns passos para mais perto do Leviatã. A criatura sibila alto, mas não mostra nenhum sinal de agressão.

— Você se lembra de mim? — Jungkook pergunta. Ele hesitantemente dá um passo à frente novamente, a cerca de um braço de distância da cabeça do Leviatã. Jimin prende a respiração — Nos conhecemos há alguns anos.

O capitão então estende a mão direita, com a palma para baixo. Jimin quase tem um ataque cardíaco quando o Leviatã paira mais perto e cheira a mão de Jungkook.

— Jimin e eu vamos fazer a dor ir embora, ok? — Ele sussurra sem tirar seus olhos escuros dos esmeraldas do Leviatã. Ele então se aproxima ainda mais e acaricia as escamas azuis do Leviatã com os dedos, um toque tão gentil que Jimin duvida que a criatura possa sentir. Ele caminha ao longo do longo pescoço da criatura até chegar ao arpão.

— Vai doer um pouco. — Jimin diz, movendo-se para o local onde Jungkook estava um momento antes.  — Posso tocar em você? — Ele interpreta o silêncio da criatura como um sim. Então cuidadosamente leva as mãos à cabeça do Leviatã, maravilhado com as barbatanas que crescem nas laterais. Ele então olha para Jungkook e acena com a cabeça. Assim que o pirata coloca as mãos na extremidade visível do arpão, o Leviatã solta um grito assustado. Ele olha nos olhos de Jimin com uma expressão assustada que faz o coração de Jimin doer.

— Calma, calma. — Jimin sussurra — Está tudo bem. Vai demorar um segundo.

O Leviatã vira a cabeça para trás para olhar para Jungkook, que fica congelado esperando por uma deixa para sacar a arma. Então, a criatura fecha os olhos e abaixa a cabeça até o chão, como que esperando que eles façam o que precisam.

Jimin, transbordando com uma emoção que não consegue descrever, acena para Jungkook. O pirata respira fundo e puxa o arpão o mais rápido que pode e cambaleia para trás. O Leviatã, assim como Jimin esperava, solta um grito estrangulado e recua, com os dentes à mostra e pronto para atacar.

Jimin corre para inspecionar a ferida. Felizmente não está sangrando muito, então ele apenas lava, apertando o tecido encharcado onde o arpão estava, esperando que a água salgada ajude. Pelo que ele lembra de ter lido nos livros, uma ferida como essa cicatrizaria em pouco tempo, mas Jimin faz isso de qualquer maneira, apenas por precaução. Jungkook agora está ajoelhado em frente ao Leviatã, mostrando-lhe o arpão.

— Olha, está fora. Não vai mais te incomodar. — Ele diz com um sorriso com covinhas.

Jimin olha para Taehyung, que está olhando espantado para a cena que se desenrola diante dele.

— Peço desculpas pelo que meu capitão fez quando eu era mais jovem. — Jungkook diz, olhando para a arma em suas mãos. — Eu tentei pará-los, mas ninguém quis me ouvir.

— Jungkook… — Jimin sussurra para si mesmo.

— Deve ter sido assustador para você nos ver aproximando. Peço desculpas por isso também. — Sussurra o capitão. Ele então olha para cima, encontrando os olhos do Leviatã. Jimin não sabe se é sua imaginação, mas jura que ver o olhar da criatura se suavizar. — Eu só... Bem, na verdade, viemos te procurar porque queria pedir que desfizesse a maldição. Foi você, não foi?

O Leviatã bufou baixinho. Jungkook ri.

— Eu sei. Você me fez sofrer, sabia? Mas suponho que seja justo, já que me juntei às pessoas que tentaram matá-lo.

Jimin de repente sente a presença de Taehyung ao seu lado. Ele se aproximou silenciosamente e agora olha para o amigo como se o mundo ao seu redor não existisse.

— Só estou cansado, sabe. Você tirou de mim uma pessoa que eu amava e tenho vivido com medo de gostar de alguém desde então. Não foi muito difícil antes, porque ninguém chamou minha atenção nesse sentido, mas recentemente conheci alguém que chama. Este homem ali, que falou com você agora há pouco, ele é Jimin. Ele apareceu no mar um dia e nós o resgatamos. Eu sei que você entende como as emoções humanas funcionam, então suponho que você vai me entender quando eu disser que fui atraído por Jimin no primeiro segundo em que o vi.

Jungkook respira fundo antes de continuar.

— Eu sabia que seria perigoso mantê-lo por perto. E ainda fiz isso, porque eu não suportaria deixar Jimin sozinho neste mundo sem ninguém para se apoiar. Então passamos todos os dias juntos. Foi ele quem me fez trabalhar mais para quebrar qualquer feitiço que você colocou em mim, porque quero poder dizer a ele o quanto ele significa para mim sem temer que ele desapareça de novo. Então, por favor, peço que me ajude. Não apenas eu, mas nós.

Jimin não percebe que seus olhos começaram a lacrimejar até que uma lágrima escorra por sua bochecha. Ele limpa rapidamente com a mão molhada, esforçando-se para não fazer barulho.

Depois de falar, tudo fica em completo silêncio. O Leviatã olha o pirata intensamente, como que decifrando cada uma de suas palavras. Então, para surpresa de todos, move sua cabeça em direção a Jungkook. O pirata se encolhe, mas deixa a criatura acariciar seu pescoço. Jungkook ainda está com o arpão nas mãos, e Jimin rapidamente entende que o Leviatã sabe que o pirata não irá machucá-lo.

Ficam assim por alguns minutos. A caverna está em completo silêncio exceto por suas respirações. Até o oceano está completamente calmo e Jimin se pergunta se é obra do Leviatã. Afinal, ele tem o poder de governar o mar. A teoria de Jimin se confirma quando de repente a água da lagoa começa a girar em círculos e o Leviatã levanta a cabeça, gesticulando em direção à entrada da caverna com seu enorme focinho.

Só então Jungkook olha para seus amigos e seu rosto se ilumina ao ver Jimin parado ao lado de Taehyung. Ele se levanta, arpão na mão, e se aproxima deles.

Antes que eles possam dizer qualquer coisa, o Leviatã se move de repente. Ele desliza pelas rochas e entra no casulo, seu enorme corpo escamoso desaparecendo lentamente sob a água límpida. Quando apenas a cauda do Leviatã permanece na superfície, ele joga água sobre os piratas com suas barbatanas, como se estivesse se despedindo.

— Que noite. — Jungkook diz, quebrando o silêncio.

Surpreendentemente, Taehyung é o primeiro a jogar os braços em volta de Jungkook, envolvendo-o em um abraço apertado. Jimin rapidamente se junta, abraçando seus amigos.

— Cuidado, estou com uma arma na mão! — Jungkook diz rindo.

— Eu pensei que aquela coisa iria arrancar sua cabeça momentos atrás! — Taehyung diz: — Quase tive um ataque cardíaco!

— Eu sei que você trouxe sua pistola. — Jungkook diz quando eles o soltam, apontando para o cinto de Taehyung, que coloca a mão sobre ela com uma expressão culpada. — Obrigado por não usá-la.

— Eu trouxe apenas para o caso. — Taehyung murmura com o olhar horrorizado de Jimin. — Eu sei que não teria feito nada para a criatura, não sou estúpido, mas ainda assim.

— Você se sente diferente? — Jimin pergunta a Jungkook, que balança a cabeça negativamente.

— Não.

— Então como sabemos que quebrou a maldição? — Taehyung pergunta.

— Vamos descobrir isso mais tarde. Preciso de pelo menos três canecas de cerveja para processar tudo isso.

Os três retornam pelo mesmo caminho de onde vieram. Agora que não há perigo à espreita nas sombras, Jimin finalmente sente que pode respirar. Ele ainda precisa saber se a maldição acabou, já que esse foi o objetivo principal de tudo o que eles passaram, mas Jungkook está certo, eles precisam descansar um pouco primeiro.

O barco de madeira os espera no mesmo lugar de antes. Eles se estabelecem nele e remam em direção ao mar aberto noite adentro.

— Oi, eles voltaram! — Alguém grita do convés do Âncora Negra.

Jimin imediatamente vê todos se inclinando para o lado, incluindo Hoseok, que está acenando para eles como se não se vissem há meses. Então Jimin sorrir.

Ele é o primeiro a subir no navio, seguido por Taehyung. Jungkook sobe por último e, assim que coloca a outra perna no chão, Taehyung grita algo sobre o Leviatã. Eles se inclinam para o lado e, de fato, as barbatanas dorsais do Leviatã roçam a superfície, brilhando com o luar.

— Espero que nos vejamos novamente! — Jungkook grita para a água. Ele não obtém resposta da criatura, mas seu sorriso é tão largo que Jimin sabe que não precisa de uma.

No momento em que os três piratas descrevem tudo em detalhes para o resto da tripulação, o sol começa a rastejar no horizonte. O dia amanhece sem uma única nuvem e Jimin aproveita os primeiros raios de sol que aquecem seu corpo cansado.

Eles não tem tempo para descansar. Jungkook insiste que ficará no convés, ajudando sua tripulação a navegar de volta para Veritas. Taehyung, leal como sempre, permanece com Jungkook, e Jimin recebe ordens de vestir uma camisa não rasgada.

[...]

Jimin está descansando os cotovelos na lateral do navio quando Jungkook se aproxima dele e fica ao seu lado.

— Eu não sabia que você era tão bom com animais. — Ele diz com um sorriso de covinhas.

— Nem eu. — Jimin responde com uma risada. A brisa agita seus cabelos e ele fecha os olhos. — Eu apenas tentei acalmá-lo o melhor que pude.

— Será que você costumava trabalhar com animais antes? — Jungkook pergunta.

— Talvez.

— O que você vai fazer agora? — O capitão pergunta, inclinando-se para mais perto. — Você vai ficar com a gente?

— Não tenho para onde ir. — Jimin diz: — Eu gostaria de ficar aqui e espero recuperar um pouco mais das minhas memórias.

Jungkook faz um gesto de 'enxugando o suor da testa', fazendo Jimin rir.

— Por favor fique. Eu ia pedir para você ficar de qualquer maneira, quer você queira ou não.

— Você sentiria minha falta se eu fosse embora? — Jimin pergunta olhando para Jungkook com olhos carinhosos.

— Muita. Além disso, ninguém esfrega o convés tão bem quanto você. — Jimin o empurra com o quadril, e Jungkook solta uma risada. — Estou brincando, estou brincando.

— Jungkook?

— Hum?

— Você ensaiou o que disse dentro da caverna?

O rubor intenso nas bochechas de Jungkook indica que ele sabe exatamente do que Jimin está falando.

— Eu... eu apenas disse o que me veio à cabeça naquele momento. Eu esperava que o Leviatã entendesse tudo o que eu dissesse. 

— Você foi incrível. — Jimin diz suavemente. — Tenho certeza que a criatura entendeu você.

— Eu também acho.

Eles permanecem em um silêncio confortável por um momento. Jimin estava se segurando por muito tempo, mas agora, não consegue mais manter a boca fechada.

— Gosto de você.

Jungkook engasga com a saliva. Ele olha para Jimin com os olhos arregalados.

— Espere, não...

Jimin coloca uma mão na boca de Jungkook para calá-lo.

— Estou um pouco ofendido por você ter confessado para o Leviatã e não para mim, então deixe-me fazer isso corretamente. Gosto de você. Não tenho certeza de como é o amor, e acho que ainda não posso chamar isso de amor, mas tenho certeza de que quero continuar conhecendo você ainda mais, Jungkook. Acho que você é a pessoa mais corajosa e gentil que já conheci, o que pode não parecer tão importante, já que as únicas pessoas que conheço são sua equipe, Seokjin, Yoongi e Namjoon, mas ainda assim.

— Jimin... — Jungkook diz quando Jimin abaixa a mão.

— Será uma honra continuar viajando com você, Jungkook.

— E-eu também gosto muito de você, Jimin. — O pirata diz parecendo assustado. — Eu... eu não sei o que dizer. Estou feliz por você ainda estar aqui.

— Está tudo bem agora, Jungkook. — Jimin fala com um grande sorriso. — Você não precisa mais ter medo.

— Este é um bom momento para beijar você? — Jungkook pergunta, movendo seu corpo para ficar bem na frente de Jimin.

— Só se você prometer que vai continuar fazendo isso mais de uma vez.

Jungkook ri e coloca uma mão na nuca de Jimin.

— Não tenho motivos para me segurar agora.

— Bom. — Jimin diz e se inclina para frente, pressionando seus lábios nos de Jungkook.

Jungkook realmente quis dizer isso. Jimin percebe pela maneira como o homem passa os braços em volta da cintura dele, pelo suspiro satisfeito que solta. Jimin se sente muito feliz pelo capitão. Ele coloca os braços em volta do pescoço de Jungkook e simplesmente aproveita o momento, se beijando com o sol alto no céu.

[...]

Hoseok precisa voltar para casa, então eles voltam para a vila. Tudo está normal. Sempre que Jungkook não está cumprindo seus deveres como capitão do Âncora Negra, está constantemente colado ao lado de Jimin.

— Não acredito que vimos isso na vida real. — Jimin diz uma noite, olhando para as ilustrações da criatura marinha em cima da mesa de Jungkook dentro de sua cabine. — Ainda parece um sonho.

— Sim. — Jungkook murmura, colocando as mãos na cintura de Jimin e apoiando o queixo em seu ombro. Jimin ri e se vira, apoiando-se na mesa.

— Você tem estado muito pegajoso ultimamente.

— Me deixe viver. — Jungkook diz: — Eu tenho que recuperar todo aquele tempo que não pude fazer nada.

— Você tecnicamente poderia. — Jimin fala, levantando a mão para passar pelo cabelo solto de Jungkook. — Nós nos beijamos e nada aconteceu.

— Tinha que ficar de boca fechada para salvar uma vida. Eu estava com medo.

— Bem, você me tem agora. — Jimin diz, inclinando-se para trás. — Você pode fazer o que quiser.

— Você vai se arrepender disso. — Jungkook o avisa, prendendo Jimin entre seu próprio corpo e a mesa, colocando as mãos na borda.

— Você acha? Devemos testá-lo? — Jimin responde provocando.

Jungkook está parado na frente dele com nada além de sua cueca e uma camisa branca enorme, meio desabotoada, essa parte foi trabalho de Jimin. Ele ainda está com todas as suas joias e colocou um lado do cabelo atrás da orelha. Ele também está olhando para Jimin com esse sorriso com covinhas que Jimin tanto adora, e Jimin simplesmente se sente a pessoa mais feliz do mundo.

Mesmo que ele não tenha memórias, ele não precisa delas por enquanto. Ele está perfeitamente contente em ouvir a doce risada de Jungkook e receber os beijos suaves que ele começa a plantar em seu pescoço. 

[...]

Antes de parar em Veritas, Taehyung e Jungkook os guiam em direção a uma bela ilha ao longo do caminho. Quando chegam, o tempo está tão quente que eles resolvem nadar um pouco. Eles ancoram o navio perto da ilha e, uma vez lá, começam a se despir. Alguns homens permanecem a bordo do navio, enquanto Taehyung, Hoseok, Jungkook, Anisa e mais alguns decidem nadar.

Taehyung e Hoseok se despem em tempo recorde e imediatamente correm em direção ao mar. Jungkook começa a desabotoar a camisa e Jimin não consegue deixar de olhar. Seu rosto começa a queimar quando nota as leves marcas no pescoço do pirata, resultado da noite anterior. Antes que possa ser visto olhando para o capitão, Jimin se comporta e tira a própria camisa.

Então, todos correm para a água. Eles passam uma boa meia hora brincando. Jimin ri histericamente quando Taehyung e Jungkook começam a lutar intensamente no mar. Hoseok então espirra água no rosto de Jimin, que imediatamente devolve.

Algo sobre tudo parece familiar para Jimin. Ele se acostumou com a estranha sensação de déjà-vu desde o momento em que conheceu Yoongi, mas agora é mais intenso do que nunca. Ao olhar para o horizonte, o coração de Jimin dispara.

Ele se vê em um barco com outra pessoa, uma figura pálida com cabelos negros. Eles estão vestindo uma espécie de roupa de mergulho, prestes a mergulhar no oceano.

— Duende? Você está bem? — Ele ouve a voz de Jungkook.

Jimin se vira, assustado. O pirata está ao seu lado, com os joelhos na água, parecendo bonito como sempre, com uma expressão feliz no rosto. Seu sorriso desaparece quando ele nota a careta de Jimin.

— Aconteceu alguma coisa?

— Eu... — Jimin murmura. Ele olha mais uma vez para o mar, e esquece o que causou tal reação dele. — Droga, estou tão confuso.

— O que está errado? — Jungkook pergunta em um tom preocupado enquanto Jimin passa as mãos pelo cabelo — Alguma lembrança está voltando?

— Parece que sim, mas então minha cabeça fica em branco novamente. Eu só... sinto que não pertenço aqui, mas não sei dizer por quê.

— Jimin, me escute. — Jungkook dá alguns passos cuidadosos para frente e coloca as mãos nos ombros nus de Jimin. — Vou ajudá-lo a encontrar o caminho de volta para casa. Não importa quanto tempo levará para suas memórias voltarem, ficarei ao seu lado.

— Eu não sou um pirata de verdade, Jungkook. Eu... eu não sei...

— Você é Jimin, o homem que me ajudou a fazer o impossível. — Jungkook diz com um brilho determinado em seus olhos. — A única coisa que eu quero é passar mais tempo com você agora que estou livre da maldição, mas também quero que você descubra onde você pertence. Se for em algum lugar longe daqui, que assim seja.

— Você está falando como se eu viesse de outro mundo. — Jimin diz com um pequeno sorriso, lutando contra o sentimento de impotência em seu peito.

— Considerando o que passamos, eu não descartaria essa possibilidade. — Jungkook ri.

— Eu não vou abandonar vocês. Como eu disse, a única coisa que desejo é viajar com você. Mas também quero descobrir o que aconteceu comigo.

— Eu prometo que vamos nos concentrar em você agora, Duende. — O pirata diz sorrindo. — Lembra quando eu disse que gosto de mitologia e contos de fadas? Bem, como eu odeio ler, Namjoon hyung sempre me conta os que ele conhece toda vez que eu o visito. Pense em tudo isso como um conto de fadas. Terminamos meu capítulo amaldiçoado, agora é a vez de descobrir o seu.

— Espero que o meu também tenha um final feliz, então.

— Claro que tem.

— E se não tiver?

— Eu vou te empurrar para a água se você não calar a boca.

— Você costumava me dizer exatamente a mesma coisa. — Jimin diz, divertido. Jungkook inclina a cabeça em confusão — Que você me jogaria de volta ao mar se eu machucasse sua tripulação.

— Eu realmente não quis dizer aquilo. —  Jungkook murmura — Bem, talvez. No início.

— Vou parar, prometo. — Jimin ri. — De qualquer maneira, mesmo que minha cabeça doa como o inferno toda vez que isso acontece, sinto que vou me lembrar de mais e mais coisas com o passar dos dias. Tenho um bom pressentimento de que serei capaz de me lembrar de tudo.

— Que bom ouvir isso. — Jungkook fala, afastando algumas mechas loiras da testa de Jimin com dedos gentis. Ele então limpa a garganta, parecendo envergonhado com algo. — Uhm, estou planejando ir para casa e ver meus pais em breve, então... posso te apresentar se quiser.

Em vez de responder com palavras, Jimin coloca as mãos nas bochechas de Jungkook e aproxima seu rosto para plantar um beijo em seus lábios.

— Eu adoraria. — Jimin diz, sorrindo de orelha a orelha. — Sob uma condição.

— Sim?

— Você me prometeu algumas aulas de combate. Preciso melhorar minhas habilidades de proteção caso encontremos mais ladrões quando você ficar bêbado de novo.

Jungkook explode em gargalhadas.

— Negócio fechado.

Bem quando Jungkook está prestes a dar-lhe um doce beijo na bochecha, ambos se viram ao som das vozes de Taehyung e Hoseok chamando por ele.

— Vá com eles. Vou segui-lo imediatamente. — Jimin diz e observa com carinho o pirata correndo pela água em direção a seus amigos. Jungkook está certo. Pensar no futuro e em suas memórias perdidas não fará nada além de oprimi-lo e ele quer aproveitar seu tempo com a tripulação.

Alguns momentos depois, enquanto brinca no mar com os outros, Jimin percebe algo brilhante com o canto do olho. Pensando que talvez seja um peixe, Jimin se vira para os outros.

— Jungkook! — Ele chama. O pirata imediatamente olha para ele enquanto afasta o cabelo molhado de seus olhos. — Eu já volto.

Jungkook acena com a cabeça, então Jimin nada para onde viu o estranho brilho. Com certeza é um peixe que ele nunca viu antes. Parece quase transparente e deixa um rastro de bolhas para trás. Jimin o segue com curiosidade e jura que a bela criatura para como se estivesse esperando que ele entenda.

Ele nada de volta à superfície para respirar fundo e submerge novamente. Ao chegar perto do fundo, há algo brilhando nas profundezas da água. Parece um anel brilhante, e quanto mais perto Jimin chega, mais ele se sente atraído por ele. A curiosidade leva a melhor sobre ele, e Jimin nada direto pelo círculo brilhante.
     
   
  
 
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶

Como vocês reagiram a esse momento? O que passou por suas cabeças? Minha reação foi: "Que porra é essa? Não, isso não pode acontecer. Logo agora  que JK focou livre, jimin vai desaparecer. Não não naoooo." Eu sou dramática, fazer o que? 🤣

Mas vamos ver como sera a atualidade de nossos meninos.....